23 3 
Home Page  


Estudos e Pesquisas em Psicologia

 ISSN 1808-4281

REICHELT, Gabrielle    REIS, Carolina dos. Um Relato de Experiência por um Letramento Racial: Sofrimento Psíquico, Racismo e Corpos Brancos na Universidade. []. , 23, 3, pp.835-855.   03--2024. ISSN 1808-4281.  https://doi.org/10.12957/epp.2023.79260.

^a

A escrita deste relato de experiência parte da vivência enquanto pesquisadoras brancas dentro da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e uma preocupação ética-política de buscar compreender o sofrimento psíquico na universidade e formas de produzir saberes que não reproduzam práticas racistas. Se busca, assim, colocar em evidência um modo de fazer pesquisa que opera a partir de situações de violência, oriundas de uma dimensão imperial do conhecimento que historicamente vulnera vidas negras e periféricas e que, em maior ou menor grau, produz sofrimento psíquico. A orientação metodológica perpassa a noção de experiência foucaultiana, sendo que o objetivo deste relato não é confirmar teorias ou hipóteses, mas perfazer percursos em conjunto à vida acadêmica por meio de movimentos coletivos e denúncias de racismo. A aposta consiste, portanto, numa proposta ética de firmar uma postura crítica enquanto corpos brancos como condição étnico-racial, num combate aos posicionamentos violentos da branquitude. Para tanto, se propõe uma noção de desamparo como coragem afirmativa da renúncia à violência branca e a construção de mundos plurais em que um letramento racial e alianças antirracistas se faça possível.

^lpt^a

The writing of this experience report comes from the experience of white researchers within the Federal University of Rio Grande do Sul and an ethical-political concern to try to understand the psychic suffering in the university and ways of producing knowledge that does not reproduce racist practices. The objective is to show a way of doing research that operates from pratices of violence, arising from an imperial dimension of knowledge that historically vulnerates black and peripheral lives and that, to a greater or lesser extent, produces psychic suffering. The methodological orientation permeates the notion of Foucaultian experience, and the objective of this report is not to confirm theories or hypotheses, but to complete paths in conjuction with academic life through collective movements and denunciations of racism. The bet consists, therefore, of an ethical proposal to establish a critical stance as white bodies as an ethnic-racial condition in a fight against the violent positions of whiteness. To do so, a notion of helplessness is proposed as an affirmative courage of renouncing white violence and the construction of plural worlds in which racial literacy and anti-racist alliances become possible.

^len^a

La redacción de este informe se basa en la experiencia como investigadoras blancas dentro de la Universidad Federal de Rio Grande do Sul y una preocupación ético-política por tratar de comprender el sufrimiento psíquico en la universidad y formas de producir conocimiento que no reproduzcan prácticas racistas. Se busca resaltar una forma de hacer investigación que opera desde situaciones de violencia provenientes de una dimensión imperial del saber que históricamente vulnera las vidas negras y periféricas y que, en mayor o menor medida, produce sufrimiento psíquico. La orientación metodológica permea la noción de experiencia de Foucault y el objetivo de este informe no es confirmar teorías o hipótesis, sino completar caminos juntos en la vida académica a través de movimientos colectivos y denuncias del racismo. La apuesta consiste, por tanto, en una propuesta ética de instaurar una postura crítica como cuerpos blancos como condición étnico-racial, en lucha contra las posiciones violentas de la blanquitud. Para ello, se propone una noción de desamparo como la valentía afirmativa de la renuncia a la violencia blanca y la construcción de mundos plurales en los que el letramento racial y las alianzas antirracistas sean posibles.

^les

: .

        · | | |     · |     · ( pdf )