Arquivos Brasileiros de Psicologia
ISSN 1809-5267
ARTIGOS
Incertezas e cotidiano: uma breve reflexão
Uncertainties and everyday life: a brief reflection
Yvonne Elsa Levigard; Ruth Machado Barbosa
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Endereço para correspondência
RESUMO
O processo de globalização ocorrido nas últimas décadas trouxe repercussões nos modos de produção econômica, científica e cultural. Neste contexto, a noção de cotidiano emergiu, a partir das contribuições teóricas de Henri Lefebvre, Agnes Heller e Michel de Certeau, como um importante instrumento de conhecimento e de análise da realidade social, trazendo visibilidade à dinâmica dos processos de acomodação/mudança social.
Palavras-chave: Globalização; Cotidiano; Conformismo; Resistência.
ABSTRACT
In the last decades, the economic, scientific and cultural means of production were affected by the globalization process. In this context, the studies of Henri Lebfevre, Agnes Heller and Michel de Certeau about everyday life revealed that this notion can be an important tool for the knowledge and analysis of the social reality, in particular of the resignation/changing social processes.
Keywords: Globalization; Everyday life; Resignation; Resistance.
INTRODUÇÃO
Este artigo apresenta uma reflexão sobre o tema do cotidiano à luz das complexas questões que atravessam as sociedades contemporâneas. As incertezas do título aderem a um debate que entrelaça o cotidiano enquanto categoria de análise, com o cotidiano enquanto categoria de vida. Uma primeira aproximação visa à compreensão das mudanças na lógica de acumulação do sistema capitalista, que alteraram e introduziram novos referenciais no conhecimento científico. A segunda parte procura desvelar as tensões que levaram alguns autores a se debruçarem sobre o tema do cotidiano, delineando pontos comuns de seu pensamento teórico. Nas considerações finais são destacadas questões que se colocam na atualidade e que ensejam um aprofundamento futuro.
Contextualizando a Temática do Cotidiano
Referindo-se ao final do século XX, Hobsbawm (1996) escreveu:
No fim deste século, pela primeira vez, tornou-se possível ver como pode ser um mundo em que o passado, inclusive o passado no presente, perdeu seu papel, em que os velhos mapas e cartas que guiavam os seres humanos pela vida individual e coletiva não mais representam a paisagem na qual nos movemos, o mar em que navegamos. Em que não sabemos aonde nos leva, ou mesmo aonde deve levar-nos, nossa viagem. (p. 25)
Esta quebra de referenciais foi apontada, também, nos estudos de Santos (2002), que nos mostra que o tempo presente revela um sistema mundial em transição, dominado por um complexo movimento entre os processos de globalização e de localização, caracterizado por “uma trama de globalismos localizados e localismos globalizados” (SANTOS, 2002, p.66) Algumas questões que permeiam o cotidiano podem ser compreendidas a partir desta dinâmica entre os processos de globalização e de localização, uma vez que as políticas que estão implícitas nos modelos de desenvolvimento concebidas em nível global afetam de modo decisivo as realidades locais.
Os estudos sobre o cotidiano desenvolveram-se no bojo das transformações que aconteceram no terço final do século XX. A revolução tecnológica ocorrida nos âmbitos da informática e das telecomunicações gerou profundas alterações no modo de produção capitalista, que resultaram no incremento do processo de internacionalização dos mercados ou globalização (GORENDER, 1997). A acentuada reorganização político-econômica do cenário mundial tem refletido a mudança nos regimes de desenvolvimento e de acumulação. A lógica do modelo taylorista-fordista, até então hegemônica, foi substituída pela lógica do modelo toyotista, que a inverteu, orientando a produção em função da demanda existente just- in- time, flexibilizando-a.
Harvey (2002) denominou o novo regime de acumulação pós-fordista, pós-industrial, de acumulação flexível. Baseando-se na idéia de que a “hegemonia ideológica e política em toda sociedade depende da capacidade de controlar o contexto material da experiência pessoal e social” (p. 207), o autor explica que “a partir dos anos 70, vem ocorrendo algo vital para nossa experiência do espaço e do tempo que provocou a virada para o pós-modernismo” (p. 207), uma inflexão conservadora do próprio modernismo . Em suas palavras (Harvey, 2002):
A crise de superacumulação iniciada no final dos anos 60, e que chegou ao auge em 1973, gerou exatamente esse resultado. A experiência do tempo e do espaço se transformou, a confiança na associação entre juízos científicos e morais ruiu, a estética triunfou sobre a ética como foco primário de preocupação intelectual e social, as imagens dominaram as narrativas, a efemeridade e a fragmentação assumiram precedência sobre verdades eternas e sobre a política unificada e as explicações deixaram o âmbito dos fundamentos materiais e político-econômicos e passaram para a consideração de práticas políticas e culturais autônomas. (p.293)
Para Santos (2004), o mundo do tempo real, do just-in-time, busca uma racionalidade única, uma homogeneização empobrecedora e limitada, enquanto o mundo cotidiano abriga uma produção ilimitada de racionalidades, abrange várias temporalidades simultaneamente presentes, sendo o seu universo caracterizado por uma heterogeneidade criadora.
Segundo Bauman (2003), o pensamento pós-moderno promoveu um desmantelamento de fundamentos universais, “dos pontos firmes e solidamente marcados de orientação que sugeriam uma situação social que era mais duradoura, mais segura e mais confiável do que o tempo de uma vida individual” (p.47). A modernidade líquida é reflexo do capitalismo global contemporâneo, que opera através de uma estratégia de separação entre o poder e a política. Ou seja, o capital, fonte do verdadeiro poder, flui livremente, sem fronteiras, enquanto a política continua sendo local, delimitada geograficamente. É reflexo da “nova hierarquia global de poder que opera através de uma estratégia de desengajamento, (...) desligando-se dos compromissos locais” (BAUMAN, 2003, p. 95). Este desengajamento desmanchou os laços que uniam os projetos individuais aos projetos coletivos, evidenciando uma realidade cotidiana fluida, sob condições de constante incerteza. Para Bauman (2003), o projeto original da modernidade, epistemologicamente estruturado para sustentar a ordem e negar ou suprimir o acaso e a contingência tornou-se insuficiente diante das novas circunstâncias.
Analisando a crise de transição para a pós-modernidade, Santos (1987) afirma que a crise das grandes certezas e dos referenciais teóricos que as sustentavam trouxe a ‘insegurança epistemológica’ e o desafio da construção de um pensamento científico relativista, onde nenhuma forma de conhecimento é em si mesmo racional, e que procura dialogar e absorver outras formas de conhecimento, sobretudo o conhecimento do senso comum, de modo a construir uma nova racionalidade, uma nova epistemologia e uma nova arqueologia, que busque no presente respostas para silêncios e para questões do passado.
De modo similar, Martins (2008) propõe que se busque nos meandros do cotidiano os enigmas que apontem as saídas para uma ação transformadora, que se contraponha o ceticismo ao “desencanto de um futuro improvável de uma História bloqueada pelo capital e pelo poder”(p.51). Para o autor, o pequeno mundo de todos os dias é, também, “o tempo e o lugar da eficácia das vontades individuais, daquilo que faz a força da sociedade civil, dos movimentos sociais” (p.52).
Pensando a relação entre o cotidiano e a temporalidade, Guarinello (2004), propõe que o cotidiano tem dois sentidos temporais complementares, englobando o repetitivo e o transformador, o duradouro e o instantâneo, o banal e o excepcional. O cotidiano não se reduz a uma esfera da vida, constituindo-se como um tempo, um presente, “como uma ponte que liga passado e futuro” (p. 25-26),compreendendo em uma só unidade“a tensão entre a ordem e o movimento, entre a estrutura e a ação” (p. 25-26). Para o autor, o presente associado ao cotidiano não consiste em mera repetição do passado, mas em “um campo de restrições e possibilidades em aberto para projetos alternativos de futuro” (p.25-26).
E é na perspectiva de situar o campo de estudos do cotidiano que ganham relevância as idéias de Henri Lefebvre, Agnes Heller e Michel de Certeau, que publicaram suas obras, sobre o tema, no período histórico descrito a seguir.
Autores do Cotidiano
Nas décadas de 1950-60 predominaram nos países ocidentais o modelo de desenvolvimento econômico produtivista Welfare State, que incrementou o processo de industrialização e o consumo de massa, e que previa o pleno emprego e mecanismos de proteção social aos trabalhadores. No final da década de 1960 a confluência de uma série de acontecimentos, que culminaram nos protestos de maio de 1968, trouxe visibilidade para movimentos reivindicatórios de diferentes grupos, tais como estudantes, operários, negros, mulheres e homossexuais. Nesse período ganharam destaque, igualmente, os protestos contra a Guerra do Vietnã, contra as ditaduras militares na América Latina e o início de um processo de mudanças políticas nos países do leste europeu, sendo que o ano de 1968 foi marcado, também, pela Primavera de Praga (em abril) e pela invasão dos tanques russos (em agosto) na capital da Tchecoslováquia.
No rastro das transformações culturais, comportamentais e políticas ocorreram importantes questionamentos no âmbito das ciências sociais. Tornou-se necessário repensar e construir novas ferramentas teóricas para a apreensão e interpretação da complexa realidade social. Assim sendo, na década de 1970 surgiram contribuições teóricas voltadas para a compreensão do modo como as forças conservadoras hegemônicas se reproduzem no tecido social, e para a dinâmica de acomodação/resistência individual e coletiva frente a estas forças. O tema do cotidiano ganhou relevância nesses estudos. Dentre as obras publicadas no período destacamos “História e Cotidiano” (1970) de Agnes Heller; “O Direito à Cidade” (1969) e “A Revolução Urbana” (1970) de Henri Lefebvre; e o artigo publicado em 1974 por Michel de Certeau, que foi o germe de uma pesquisa desenvolvida entre 1974 e 1978 e que originou a publicação em 1980 de “A Invenção do Cotidiano” volumes 1 e 2.
Como explica Harvey (2002), as relações de poder só podem ser compreendidas a partir de sua implicação com as práticas espaciais e temporais. Para o autor,
as práticas materiais de que nossos conceitos de espaço e tempo advêm são tão variadas quanto a gama de experiências individuais e coletivas. O desafio consiste em cercá-las de algumas estruturas interpretativas gerais que vençam o hiato entre a mudança cultural e a dinâmica da economia política (p.195).
Sob esta perspectiva, Henri Lefebvre (1991) nos mostra que o domínio do espaço é uma fonte fundamental de poder social sobre a vida cotidiana, que se articula a outras formas de poder social, como o controle do tempo e do dinheiro. Toda sociedade produz seu próprio espaço, que serve tanto de instrumento ao pensamento quanto à ação. Este espaço é ao mesmo tempo um meio de produção e de controle, um meio de dominação e de poder. Na concepção do autor, o cotidiano é o produto histórico mais próximo de nós, constituindo-se como instrumento para a abordagem empírica da realidade e como forma de mediação entre o particular e o universal. O foco no cotidiano pode ajudar a compreender os processos estruturantes das relações sociais mais amplas. Como explica Martins (2008) a respeito do pensamento de Lefebvre,
É no fragmento de tempo do processo repetitivo produzido pelo desenvolvimento capitalista, o tempo da rotina, da repetição e do cotidiano, que essas contradições fazem saltar fora o momento da criação e de anúncio da História – o tempo do possível. E que justamente por se manifestar na vida cotidiana, parece impossível. Esse anúncio revela ao homem comum, na vida cotidiana, que é na prática que se instalam as condições de transformação do impossível em possível (p. 57).
Para Lefebvre (1991) o fortalecimento dos processos sociais participativos de tomada de decisão é fundamental para que os indivíduos ultrapassem os limites das práticas repetitivas e desenvolvam práticas inventivas e libertadoras.
A questão da alienação e de sua superação, quando o indivíduo eleva-se acima da cotidianidade, foi um dos pontos centrais do pensamento de Agnes Heller (1972). Para a autora, a vida cotidiana está no centro do acontecer histórico e envolve o homem inteiro, em todos os seus aspectos. É o lugar onde a sociedade adquire existência concreta. As ações cotidianas como a linguagem e o sistema de hábitos ocorrem no mundo das objetivações, que tem um caráter conservador. Mas o cotidiano constitui-se, também como um campo aberto a ações inovadoras, a saberes criativos e transformadores.
A respeito das idéias de Heller (1972), Patto (1993) diz que:
Na busca de caminhos revolucionários que não sejam necessariamente a ação da classe operária ou um processo histórico que se realiza automaticamente, ela (Heller) desvenda, nas sociedades da manipulação e da alienação, nas sociedades burocráticas de consumo dirigido (como Henri Lefebvre prefere denominar as sociedades industriais capitalistas contemporâneas) uma dimensão celular, cotidiana da exploração e da dominação. Dessa perspectiva teórica, assumem importância analítica os ‘centros moleculares de poder’ (entre os quais se encontram a escola e a família) nos quais se estabelecem relações onde o outro é objeto. Mas onde quer que existam relações de poder, existe a possibilidade de questioná-las e trabalhá-las. [...] É no plano de um trabalho invisível em pequenos grupos que se toma consciência da alienação e de que é agindo que se acaba com ela. [...]” (p. 132).
Ao tratar da questão do indivíduo na vida cotidiana, Heller (1972) aponta, portanto, para a busca de um projeto político direcionado às sociedades contemporâneas marcadas por relações de exploração de uma classe por outra e pela dominação cultural. Em seu pensamento, a vida cotidiana é o fermento secreto da história, pois é nela que ocorre a revolução invisível tramada por todos os homens no processo de evolução social.
É na vida cotidiana que Michel de Certeau (2001) vai buscar, igualmente, a compreensão dos movimentos de resistência ante as forças hegemônicas de reprodução e de controle social. Segundo o autor, através das práticas cotidianas o indivíduo se reapropria do sistema produzido e fabrica redes de anti-disciplina. Isto é, o indivíduo cria meios para escapar ou fugir dos modelos de consumo impostos pela ordem dominante, inventando o cotidiano.
Através do exemplo emblemático da resistência das etnias indígenas da América à colonização espanhola, De Certeau (2001) mostra que é possível subverter as representações ou leis hegemônicas sem rejeitá-las ou modificá-las diretamente, que há formas de escapar do poder sem deixá-lo. Esta subversão se dá através de micro-negociações, de um modo próprio de uso (bricolage) das referências do sistema, como a linguagem. A este respeito, Damien Cru (1987) fez um estudo sobre as regras de ofício e as práticas linguajeiras, que são práticas construídas por um coletivo de trabalhadores a partir do compartilhamento cotidiano de técnicas de trabalho, e que evidenciam um modo de lidar com a tensão entre o trabalho prescrito e o trabalho real.
Para De Certeau (2001),
os mecanismos de resistência são os mesmos, de uma época para outra, de uma ordem para outra, pois continua vigorando a mesma distribuição desigual de forças e os mesmos processos de desvio servem ao fraco como último recurso, como outras tantas escapatórias e astúcias, vindas de ‘imemoriais inteligências, enraizadas no passado da espécie [...]” (p. 19).
Em “A Invenção do Cotidiano” (2001), o autor dialoga e faz um contraponto com as idéias de Michel Foucault (1987) sobre a microfísica do poder e os espaços de controle na vida social moderna. Segundo Harvey (2002), embora De Certeau reconheça “que as práticas da vida podem ser e são convertidas nas ‘totalizações’ do espaço e do tempo organizados e controlados de maneira racional“ (p. 198), ele propõe uma contrapartida às estratégias do sistema tecnológico, que produz a rede disciplinar. Esta contrapartida consiste nas táticas populares relacionadas ao cotidiano – habitar, circular, falar, ler, ir às compras, cozinhar – nas operações e usos individuais, suas ligações e nas trajetórias dos praticantes. Este processo implica em “operações quase microbianas que proliferam no seio das estruturas tecnocráticas e alteram o seu funcionamento por uma multiplicidade de ‘táticas’ articuladas sobre os detalhes do cotidiano” (HARVEY, 2002, p.41).
Segundo Harvey (2002), De Certeau “trata os espaços sociais como instâncias mais abertas à criatividade e ação do homem” (p.197),definindo assim uma base para a compreensão do fermento das culturas populares e localizadas, ainda que expressas no âmbito da estrutura imposta por alguma ordem repressiva abrangente.
O resgate da noção de cotidiano e sua re-significação pela ação dos indivíduos em suas práticas e espaços sociais é o fio condutor que alinhava as idéias de Lefebvre, Heller e De Certeau. Para estes autores, o estudo do cotidiano deve trazer visibilidade para a complexa trama urdida nos processos de reprodução social, onde valores, crenças, elementos cognitivos e afetivos, conflitos individuais e coletivos se cristalizam ou se diluem, em um fluxo de permanências e variabilidades, de acomodação ou de tomada de consciência. Assim sendo, o conhecimento do cotidiano desvela diferentes significados e dimensões da realidade, trazendo a possibilidade de planejar ações que permitam transformá-la (Penin, 1989).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A expansão do capitalismo nas últimas décadas gerou a produção de novas tecnologias e de uma nova lógica para pensar a realidade. As novas tecnologias imprimiram uma aceleração de ritmo aos processos econômicos e, em conseqüência, à vida social. A fluidez dos grandes deslocamentos do capital traduziu-se em um sistema de acumulação flexível, gerando novos modos de produção econômica, científica e cultural, repercutindo de forma decisiva na reprodução social dos diferentes grupos humanos. Conforme nos explica Santos (2002), as forças globais, conservadoras, exercem uma influência contínua sobre as realidades locais expressando-se no cotidiano através de discursos, dinâmicas e interesses contraditórios, gerando tensões de diferentes ordens e um embate entre forças hegemônicas e contra-hegemônicas.
Reconhecer esta tensão latente no cotidiano pode conduzir a um novo olhar sobre as ações individuais e coletivas frente às circunstâncias de vida, sobretudo no plano da intersubjetividade, no plano psicossocial. Pois, como nos mostra Heller (1972), a reprodução da sociedade é também a reprodução das contradições que a permeiam. Uma dessas contradições deve-se ao fato que o indivíduo é submetido a forças sociais adaptativas ao mesmo tempo que a própria sociedade produz no indivíduo necessidades que podem levá-lo à valorização da ação consciente e transformadora, tanto no plano individual quanto comunitário.
O cotidiano enquanto campo de estudo traz visibilidade ao entrecruzamento de processos macro e microssociais e recoloca o indivíduo e a coletividade no centro do acontecer histórico, com seus avanços e contradições. As idéias de Agnes Heller, Henri Lefebvre e Michel de Certeau trazem contribuições fundamentais para a reflexão sobre a constituição dos sujeitos sociais, sobre a questão do planejamento e gestão dos espaços sociais, assim como sobre o permanente conflito entre as forças de acomodação e de resistência, conflito este que se produz tanto externamente, quanto no interior dos indivíduos.
Nessa perspectiva, o estudo da vida cotidiana pode constituir-se como importante instrumento de análise da influência das pressões das forças hegemônicas sobre as populações locais, trazendo à discussão os impactos destas pressões nos conhecimentos tradicionalmente construídos e na relação dos indivíduos/coletivos com o meio ambiente. Pode, ainda, apontar para um caminho de redimensionamento dos laços políticos, comunitários, econômicos, culturais, ecológicos e sociais.
REFERÊNCIAS
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Endereço para correspondência
Yvonne Elsa Levigard
E-mail:yelevigard@uol.com.br
Ruth Machado Barbosa
E-mail:ruthbarbosa2008@gmail.com
Submetido em: 18/10/2009
Aceito em: 18/03/2010