69 3 
Home Page  


Arquivos Brasileiros de Psicologia

 ISSN 1809-5267

POMBO, Mariana Ferreira. Da recusa à demanda de diagnóstico: novos arranjos da medicalização. []. , 69, 3, pp.5-20. ISSN 1809-5267.

^lpt^aEste artigo pretende analisar como se deu o processo de medicalização do sofrimento no século XIX e o que mudou na passagem à contemporaneidade. Inicialmente, será descrita a função da psiquiatria moderna de normalizar desvios e corrigir o "doente mental" "perigoso". Veremos as variações na percepção social da loucura, desde o século XV até o XIX, quando foi classificada como doença mental. Nessa época, o diagnóstico estigmatizava o paciente e gerava angústia, porque a doença mental estava ligada a moralidade e desejo. Em seguida, veremos que a medicalização de emoções e comportamentos ocorrida a partir da reforma psiquiátrica no final dos anos 1970 é bastante diferente da medicalização do século XIX. Ela contribui para a desestigmatização da doença mental e para a modificação da função do diagnóstico, que reconhece e legitima um sofrimento. Como já não define anormalidade, e sim uma condição normal, é mesmo reivindicado pelo sujeito, que adquire papel ativo no cuidado de sua doença.^len^aThis paper intends to analyze how medicalization of suffering occurred in the 19th century and what changed in the passage to the contemporaneity. Initially, it is described the function of modern psychiatry to normalize deviations and correct the "dangerous" "mentally ill". We will see the variations on social perception of insanity since the 15th century until the 19th, when it was classified as mental illness. At this time, the diagnosis stigmatized the patient and caused anguish, because the mental illness was connected to morality and desire. Then, we see that medicalization of emotions and behaviors that occurred after psychiatric reform is different from medicalization in the 19th century. It contributes for destigmatization of mental illness and for a change of the diagnosis function, which recognizes a suffering. As it does not define an abnormality, but instead a normal condition, it is even claimed by the subject, who takes active role in the care of his disease.^les^aEste artículo pretende analizar cómo se dio el proceso de medicalización del sufrimiento en el siglo XIX y qué ha cambiado en el pasaje a la contemporaneidad. Primeramente, se describirá la función de la psiquiatría moderna de normalizar las desviaciones y corregir al "enfermo mental" "peligroso". Veremos las variaciones en la percepción social de la locura desde el siglo XV hasta el XIX, cuando fue clasificada como una enfermedad mental. En esa época, el diagnóstico estigmatizaba al paciente y generaba angustia, porque la enfermedad mental estaba vinculada a la moralidad y al deseo. Luego veremos que la medicalización de las emociones y comportamientos que ocurrió después de la reforma psiquiátrica de los años 70 es bastante diferente de la medicalización del siglo XIX. Ella contribuye para eliminar el estigma de la enfermedad mental y para el cambio de la función del diagnóstico, que reconoce y legitima un sufrimiento. Como ya no define anormalidad, sino una condición normal, es mismo reivindicado por el sujeto, que toma parte activa en el cuidado de su enfermedad.

: .

        · | | |     · |     · ( pdf )

 

Creative Commons License All the contents of this journal, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution License