Pesquisas e Práticas Psicossociais
ISSN 1809-8908
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O livro CARTAS PARA PENSAR políticas em Psicologia, organizado por Anita Guazzelli Bernardes, Gilead Marchezi Tavares e Márcia Moraes, editado em 2014 pela EDUFES (Editora da Universidade Federal do Espírito Santo) é resultado da trajetória do Grupo de Trabalho Tecnologias e Modos de Subjetivação, da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia (Anpepp). Ligados por uma história de afinidades e aproximados por certo modo de pensar e de fazer pesquisa em psicologia, os pesquisadores apostam na "indiscernibilidade entre ética, estética e produção de conhecimento". Para tanto, nessa publicação, propõem a carta como um "exercício do diálogo, do endereçamento, da parceria, da conexão, das zonas de vizinhança... como uma tecnologia que nos insere no tempo, nos afetos, nos desejos… sempre parte de um percurso, aberta e, portanto, história de um processo, de um momento". Além das organizadoras, compõem a autoria dessa coletânea de cartas, aos mais variados destinatários, as professoras Andrea Scisleski, Lutiane de Lara, Neuza Guareschi, Zuleika Gonzalez, Lilian Rodrigues da Cruz, Luciana Rodrigues, Irme Salete Bonamigo, Luciana Lobo Miranda, Rosa Pedro, Solange Jobim e Souza, Alexandra Tsallis, Hebe Signorini Gonçalves, Simone Maria Hüning e os professores Marcelo Santana Ferreira, Pedro Paulo Gastalho de Bicalho, Ronald Arendt e Arthur Arruda Leal Ferreira.
O Tempo e a Escuta da Vida: configurações gestálticas e práticas contemporâneas, editado em 2014 pela Quartet Editora, foi organizado pelas professoras Eleonôra Torres Prestrelo e Laura Cristina de Toledo Quadros. Ao leitor, o convite das autoras é para o resgate da dimensão sensível que perpassa a vida e seu cotidiano, para a escuta refinada tanto do que nos é familiar quanto do que nos parece estranho, numa relação com o tempo que não se limita ao aspecto cronológico. Assim, a escuta da vida, a escuta de um tempo, a vida se fazendo e as reverberações, sessões do livro, são desdobramentos atravessados pela ação de pensar, viver e questionar configurações e práticas contemporâneas junto com autoras parceiras nessa empreitada - Márcia Moraes e seu grupo de pesquisa (UFF), Ana Cláudia Lima-Monteiro (UFF), Mônica Alvim (UFRJ), Alexandra Tsallis (UERJ), Patrícia Albuquerque, (UFF Rio das Ostras), Luciana Cavanellas (FIOCRUZ), Luciana Soares (IBMR/UCL) e as estagiárias do Laboratório Gestáltico.
A atuação da psicologia no SUAS: um enfoque no CREAS, em seus desafios e potencialidades, de Marcelo Gomes Pereira Júnior (Editora CRV, 2014), traz reflexões relativas aos resultados de uma pesquisa cartográfica em um Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) da região metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais. Interessado em conhecer os processos de subjetivação dos profissionais da psicologia inseridos no trabalho em CREAS, o autor (ele próprio um profissional da área, lotado na prefeitura de Nova Lima, cidade vizinha) realizou entrevistas semiestruturadas que lhe permitiram descrever as práticas do psicólogo nesse centro, refletir sobre macro e micropolíticas da assistência social, discutir a formação profissional do psicólogo para o trabalho nesse campo, suas angústias, ansiedades, inovações, produções e reproduções, e apontar os desafios técnicos, teóricos, epistemológicos e políticos da assistência social. O prefácio é de Roberta Carvalho Romagnoli, orientadora da dissertação que gerou o livro, defendida no Programa de Pós-Graduação da Puc Minas.
Música, educação e projetos sociais (Tomo Editora, 2014) é o trabalho coletivo de Jusamara Souza, Magali Kleber, Antônio Dias Nascimento, Maria de Fátima Quintal de Freitas, Renate Lizana Weiland, Edineiram Marinho Maciel e Vania Malagutti Fialho. Concebido em 2009, durante um simpósio na Argentina sobre música em culturas marginalizadas, a ideia do livro foi completada em outro simpósio, em 2011, realizado no México, sobre questões juvenis das periferias de grandes centros urbanos - desemprego, preconceitos, precariedades de moradia, saúde e educação, narcotráfico e criminalidade. Os diferentes capítulos abordam a música como prática social, trazem revisão da bibliografia sobre o tema, mostram a presença da música em projetos sociais, apontam o lugar do educador musical nessas atividades e oferecem uma proposta de como elaborar projetos comunitário-sociais e como construir planos de ação. De tal modo, o livro apresenta para estudiosos e profissionais músicos e da educação, assim como para oficineiros e agentes culturais, um material sistematizado para trabalhos com música em escolas, ONGs, instituições de acolhimento e outras.
Organizado por Cassandra Pereira França, o livro Tramas da perversão: a violência sexual intrafamiliar traz 14 capítulos, na maioria produtos do Projeto CAVAS/UFMG (Crianças e Adolescentes Vítimas de Abuso Sexual) e de seus encontros e simpósios, locais e internacionais. Diferentes autores discutem as reverberações do traumatismo precoce gerado pelo abuso sexual infantil sobre o psiquismo. Com fundamentação na teoria psicanalítica e na prática clínica, são apresentados e discutidos temas como a identificação com o agressor e o processo de clivagem da identidade em que uma face se identifica com o adulto perverso e abusador. Aponta-se a importância do processo analítico na metabolização dos traumatismos, estabelecendo uma ponte entre a experiência vivida e a palavra, permitindo restaurar e ressignificar a história de vida. Aponta-se como a recordação e a elaboração de fatos traumáticos podem provocar reconstruções e modificações no posicionamento subjetivo das crianças e adolescentes de forma a reter a compulsão à repetição. Tenta-se entender os pactos de segredo nas famílias incestuosas. Reflete-se sobre a possibilidade de se interromper o círculo vicioso em que diferentes gerações propagam o abuso que sofreram. Sobretudo, o livro permite que experiências e reflexões do Projeto Cavas sejam compartilhadas com profissionais das redes sociais de enfrentamento da violência sexual. Além da organizadora, são autores no livro: Diego Henrique Rodrigues, Belinda Mandelbaum, Thais Goldberg, Renan Lacerda, Susana Toporosi, André Assis Breder de Oliveira, Ana Paula Njaime Mendes, Flávio Carvalho Ferraz, Cynthia da Conceição Tannure, Danielle Pereira Matos, Maria Lúcia Miranda Afonso, Lúcia Barbero Fuks.
Identidade, Branquitude e Negritude, contribuições para a psicologia social no Brasil: novos ensaios, relatos de experiência e de pesquisa, é um livro editado em 2014 pela Casa do Psicólogo e produto de uma seleção nacional de artigos inéditos, realizada no ano de 2011 por meio do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT). As organizadoras Maria Aparecida Silva Bento, Marly Silveira de Jesus e Simone Gibran Nogueira apresentam a proposta da compreensão da desigualdade racial por meio de sua dimensão subjetiva, convidando os leitores a refletirem acerca da identidade racial de brancos e negros e suas vicissitudes na conjuntura brasileira. Sob a ótica de autores de diferentes áreas de conhecimento, o debate acerca dos efeitos da ideologia da democracia racial é convocado através de múltiplas experiências, pesquisas e contextos, visando à reflexão sobre estratégias de valorização da diversidade e promoção da equidade. Além das organizadoras, a composição da autoria dos 14 artigos é de Dalila Xavier de França, Marcus Eugênio Oliveira Lima, Giane Elisa Sales de Almeida, Marcelo dos Santos Campos, Marina Neves Nascimento Felizardo, Lwdmila Constant Pacheco, Aline Ribeiro da Silva, Cristiane Valéria da Silva, Magno Geraldo de Aquino, Ana Luiza dos Santos Julio, Marlene Neves Strey, Andréa Moreira Chagas, Sheila Ferreira Miranda, Wanderley Moreira dos Santos, Tassia do Nascimento, Isabel Leslie Figueiredo de Menezes Lima e Myriam Chinalli.
Metodologias de Pesquisa em Psicologia Social Crítica foi organizado de modo a apresentar diferentes metodologias de pesquisa para estudantes, profissionais e pesquisadores. Organizado por Aluísio Ferreira de Lima, da Universidade Federal do Ceará (UFC) e Nadir Lara Junior, da Universidade do Rio dos Sinos (UNISINOS), o livro contou com a parceria da Editora Sulina e com auxílio do CNPq. Ao longo de 8 capítulos e 237 páginas, Aluísio Ferreira de Lima (Fortaleza/Brasil), David Pavón-Cuéllar (Michoacán/México), Deborah Christina Antunes (Sobral/Brasil), Erica Burman (Manchester/Inglaterra), Frederico Viana Machado (Rio Grande do Sul/Brasil), Ian Parker (Leicester/Inglaterra), Ilana Mountian (São Paulo/Brasil), Luciane Jardim (São Leopoldo/Brasil), Maggie Maclure (Manchester/Inglaterra) e Nadir Lara Junior (Porto Alegre/Brasil) discutem diferentes perspectivas metodológicas e epistemológicas que pretendem servir de provocação e inspiração para novos projetos.