Pesquisas e Práticas Psicossociais
ISSN 1809-8908
ARTIGOS
Trabalho e depressão: tendências na produção de conhecimento
Work and depression: trends in knowledge production
Trabajo y depresión: tendencias en la producción de conocimiento
Aline Librelotto RubinI; Adriane RosoII
IPsicóloga. Mestre pela Birkbeck University de Londres (Reino Unido) em Estudos Psicanalíticos. Membro da Associação de Psicologia Britânica. Doutoranda pela Universidade de São Paulo (USP) em Psicologia Social e bolsista pela FAPESP
IIPós-Doutora em Comunicação pela Universidade Federal de Santa Maria - UFSM. Doutora em Psicologia. Professora Associada I na UFSM (Graduação/Programa de Pós-Graduação em Psicologia). Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq - Nível 2
RESUMO
O objetivo deste estudo foi identificar algumas possíveis tendências na produção de conhecimento acadêmico sobre depressão e trabalho, especialmente no campo da Psicologia, buscando produções nessa área que tratem a díade depressão-trabalho sob uma perspectiva psicossocial. Foi realizada uma análise bibliométrica por meio de pesquisa sistemática em duas Bibliotecas Científicas Eletrônicas de referência nacional. Na primeira base de dados, 1.136 artigos foram levantados. Destes, 58 trabalhos são da área da Psicologia, os quais foram submetidos a uma leitura cuidadosa e uma análise descritiva, no sentido de buscar por uma abordagem psicossocial da depressão no mundo do trabalho. Na segunda base, foram coletados 2.776 artigos. Destes, 398 textos foram analisados de acordo com os subassuntos: depressão, saúde mental, antidepressivos, Psicanálise, psicopatologia e saúde do trabalhador. Os resultados indicam que a primazia da produção de conhecimento biomédico e psiquiátrico nesse assunto ainda persiste, mas há uma construção inicial e emergente de conhecimento pela Psicologia sobre depressão relacionando-a com trabalho.
Palavras-chave: Psicologia Social. Depressão. Trabalho.
ABSTRACT
The objective of this study was to identify some possible trends in the production of academic knowledge about depression and work, especially in the field of Psychology, seeking productions in this area that deal with the depression-work dyad from a psychosocial perspective. A bibliometric analysis was carried out through the systematic research in two National Electronic Scientific Libraries. In the first database, 1.136 articles were collected. Of these, 58 works are in the area of Psychology, which were subjected to a careful reading and a descriptive analysis, in the sense of searching for a psychosocial approach to depression in the world of work. In the second base, 2,776 articles were collected. Of these, 398 texts were analyzed according to the sub-subjects: Depression, mental health, antidepressants, psychoanalysis, psychopathology and worker health. The results indicate that the primacy of the production of biomedical and psychiatric knowledge in this subject still persists, but there is an initial and emerging construction of knowledge by psychology about depression relating it to work.
Keywords: Social Psychology. Depression. Job.
RESUMEN
El objetivo de este estudio fue identificar algunas posibles tendencias en la producción de conocimiento académico sobre depresión y trabajo, especialmente en el campo de la Psicología, buscando producciones en esa área que traten la diade depresión-trabajo desde una perspectiva psicosocial. Se realizó un análisis bibliométrico, a través de la investigación sistemática en dos Bibliotecas Científicas Electrónicas de referencia nacional. En la primera base de datos, se levantaron 1.136 artículos. De ellos, 58 trabajos son del área de la Psicología, los cuales fueron sometidos a una lectura cuidadosa y un análisis descriptivo, en el sentido de buscar por un abordaje psicosocial de la depresión en el mundo del trabajo. En la segunda base, se recolectaron 2.776 artículos. De estos, 398 textos fueron analizados de acuerdo con los sub-asuntos: Depresión, salud mental, antidepresivos, psicoanálisis, psicopatología y salud del trabajador. Los resultados indican que la primacía de la producción de conocimiento biomédico y psiquiátrico en ese asunto aún persiste, pero hay una construcción inicial y emergente de conocimiento por la psicología sobre depresión relacionándola con trabajo.
Palabras clave: Psicología Social. Depresión. De trabajo.
Introdução
No Brasil, os estudos bibliométricos proliferaram na década de 1970 e, ao longo da década de 1980, sofreram um declínio no seu interesse, voltando com força no início dos anos 1990, a partir da possibilidade do uso do computador e do mundo digital (Araujo, 2006). Esse método visa mapear o conhecimento produzido e transmitido por meio da divulgação científica. Ele surge no início do século XXI como sintoma da necessidade do estudo e da avaliação das atividades de produção e da comunicação científica. Consiste, basicamente, na aplicação de técnicas estatísticas e matemáticas para descrever aspectos do corpus teórico, utilizando uma análise quantitativa da informação. A diferença essencial entre a tradicional bibliografia e a bibliometria é que a última utiliza mais métodos quantitativos do que discursivos, buscando uma avaliação objetiva da produção científica (Araujo, 2006).
Como vivemos em um momento em que a produção digital assume um valor de essencial importância, exercendo - assim como teve o livro nas eras pré-"networking society" (Castells, 1996) - uma missão de extrapolar barreiras e disseminar o conhecimento para o mundo em uma velocidade nunca vista antes, nosso foco não foram as produções situadas em bibliotecas, como tradicionalmente os estudos bibliométricos costumam fazer. Sendo assim, recorremos às "bibliotecas virtuais" para realizar nossa pesquisa. Como Castells (1996, p. 375) salientou, "o novo sistema de comunicação transformou radicalmente o espaço e o tempo, as dimensões fundamentais da vida humana" (tradução livre das autoras).
Neste artigo, temos o objetivo de identificar algumas possíveis tendências na produção de conhecimento acadêmico sobre depressão e trabalho, especialmente no campo da Psicologia, buscando produções nessa área que tratem depressão-trabalho sob uma perspectiva psicossocial, vista, numa visão Latinoamericana, como "la conjunción entre lo psicológico y lo social, permitiendo de esta forma uma comprensión holística de las situaciones humanas entendidas como un todo, orientada por los princípios de dialogicidad, recursividad y hologramática" (Montañez, Bernal, Heredia & Puerto, 2007, p. 180).
Para alcançar o objetivo, foi realizada uma pesquisa em portais virtuais que disponibilizam coleções selecionadas de periódicos científicos e informações técnico-científicas. Dentre os portais virtuais disponíveis, foram selecionados dois de referência nacional e de acesso internacional: a) SciELO - Scientific Eletronic Library e b) Biblioteca Virtual em Saúde. Os procedimentos se basearam no método tradicional de pesquisa bibliométrica, salvaguardando as peculiaridades do território virtual.
Após explicitação do método, dividimos o texto em duas partes. A primeira trata do mapeamento por meio do Scielo - Scientific Eletronic Library e a segunda da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Após, realizamos a discussão das informações levantadas nas duas bibliotecas.
Esperamos que os resultados obtidos neste estudo possam refletir aspectos quantitativos de campos de conhecimento. Também se almeja que o estudo evidencie ângulos tais como os autores que constituem as frentes de pesquisa em determinado campo de conhecimento e constatações de regularidades que podem fazer emergir fatos históricos no processo de evolução de uma disciplina, que são insumos empíricos de grande importância para que se compreenda determinados processos de produção de conhecimento e se produzam análises de natureza qualitativa (Alvarenga, 1998).
Método
Em relação ao método utilizado, de acordo com as classificações de Marconi e Lakatos (2007), a pesquisa apresentada aqui é de natureza exploratória, pois procura descobrir, com precisão possível, a frequência com que um fenômeno ocorre, sua relação e conexão com os outros, sua natureza e características. A pesquisa exploratória, segundo Gil (1999), busca desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias para que se formulem problemas mais precisos para estudos posteriores, proporcionando uma visão acerca de determinados fatos que ainda são pouco explorados pela ciência. Esse tipo de pesquisa habitualmente envolve levantamento bibliográfico e documental. A pesquisa exploratória, conforme Pizzani, Silva e Hayashi (2008), envolve pesquisa bibliográfica enquanto busca de ampliação e aprofundamento de conhecimentos que auxiliarão a formação do referencial teórico e para elaborar a fundamentação dos resultados.
Levando em consideração o avanço tecnológico e sua influência na educação e na construção do conhecimento, nossa caminhada de pesquisa foi no campo virtual. Alguns dos objetivos para a aplicação dessa técnica, segundo Vanti (2002), podem ser: identificar as tendências e o crescimento do conhecimento em uma área, estudar a dispersão e a obsolescência dos textos científicos, medir o grau e padrões de colaboração entre autores, medir o crescimento de determinadas áreas e o surgimento de novos temas, entre outros.
Foram pesquisados dois portais virtuais de grande acesso: SciELO e BVS. O primeiro - SciELO - é uma biblioteca digital e base de dados bibliográficos criado no Brasil em 1997 que atualmente conta com a indexação de jornais de mais de 14 países e um banco de dados de aproximadamente 661 periódicos, 18.115 fascículos, 271.617 artigos e 5.523.522 citações. O segundo portal, a Biblioteca Virtual em Saúde, é uma iniciativa do Ministério da Saúde em parceria com as instituições nacionais e referência na informação científica no campo da saúde, sendo escolhida em função de ser um portal de acesso livre e gratuito à informação técnico-científica gerada pelas instituições acadêmicas e pelo Sistema Único de Saúde do Brasil.
Escolhemos, de forma intencional, os portais SciELO e BVS por serem referências para o campo da Psicologia em nível nacional, uma vez que buscamos analisar a produção científica e acadêmica nas temáticas propostas dentro do contexto geográfico e cultural no qual estamos inseridos. Contudo, ressaltamos que somente esses dois portais, apesar de apresentarem grande representatividade na divulgação de trabalhos, não refletem a totalidade da produção acadêmica e científica nacional.
O levantamento cobriu o período de 1991 ao ano de 2010, ano que antecede a publicação do relatório ampliado da 3ª Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador (CNST) - "Trabalhar sim! Adoecer, não!" (Brasil, 2011). É nesse relatório que é citada a palavra "depressão", ainda que apenas nas moções, do que pode ser deduzido que, a partir desse período, o tema depressão irá ser de maior interesse nas pesquisas. Nos relatórios da 1ª CNST e da 2ª CNST, essa palavra não é encontrada.
Salienta-se que esta pesquisa se insere em um projeto de nível superior ("guarda-chuva"), intitulado "VIDAS PRECÁRIAS - Estudo sobre violências e sistemas hierárquicos no cibermundo", desenvolvido na Universidade Federal de Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil, e registrado no Gabinete de Projetos do Centro de Ciências Sociais e Humanas. O objetivo geral do projeto maior é desenvolver pesquisas/atividades de extensão sobre processos de comunicação à luz da Psicologia Social. Como objetivo específico quer-se conhecer diferentes discursos referentes a problemáticas específicas em saúde. Apresentamos aqui um recorte do projeto maior, enfocando a problemática da depressão no mundo do trabalho.
Mapeando por meio do Scielo (Scientific Eletronic Library)
No dia 15 de julho de 2017, foi feito o acesso ao portal de artigos SciELO (http://www.scielo.br/). A busca se iniciou acessando o item "Pesquisa de artigos" na página inicial, selecionando o campo "ano de publicação". Fizemos o levantamento ano a ano, de 1991 a 2010. Primeiramente, foi pesquisado o termo principal, "Depressão", no campo "Todos os índices". Após, relacionou-se o termo "Depressão" com o descritor "Trabalho" e outros termos relacionados, como "Saúde do trabalhador", "Burnout"1, "Ocupação", "Psicopatologia do trabalho", "Organização do trabalho", "Organização", "Subjetividade" e "Qualidade de vida".
Da busca do termo "Depressão" no campo "Todos os índices", resultou um número de 1.136 artigos. Neste total, encontramos artigos das mais variadas áreas de estudo. O segundo passo foi refinar a pesquisa, novamente usando-se do termo "Depressão" e adicionando "Assunto" ao campo de busca. Esse refinamento teve a função de explorar mais a fundo algumas áreas de interesse, tais como das Ciências da Saúde, Ciências Sociais e Humanas, Multidisciplinar, Ciências da Saúde, Ciência Natural e Rural e Educação. Foram excluídas as Ciências Agrícolas e Ambiental e a Geografia. Também foram excluídos artigos escritos na Língua Inglesa, uma vez que se buscou analisar somente a produção nacional sobre o assunto.
Dessa busca, retornou um número de 444 artigos. Listamos os artigos encontrados por periódicos segmentados por áreas de conhecimento, o número encontrado em cada área, o percentual em relação ao número total e o intervalo de publicação destes.
As produções realizadas com a temática da Depressão entre o ano de 1991 a 2010 centralizam-se basicamente nas áreas biomédica e psiquiátrica (n=304), sendo que a Psicologia (n=63) direciona sua atenção para essa temática somente após o ano de 2000, porém com um número de estudos bastante reduzido se comparado com o da produção das Ciências Médicas2, sendo ainda a segunda área a ter mais publicações. Além disso, a área de concentração dos periódicos nos indica que mais de 75% da produção científica atual pertence à Ciência da Saúde, que abrange as especificidades da Biomedicina, Psiquiatria, Enfermagem, Fisioterapia, entre outras.
Com esses primeiros dados, há indicação de que o tema da Depressão é amplamente investigado pela área Biomédica, sendo um assunto ainda emergente nas investigações da Psicologia.
Num segundo momento, buscou-se pelo termo "Depressão" associado ao termo "Psicologia", a fim de explorar mais pontualmente como o campo da Psicologia se inscreve nesse total de 444. Obtiveram-se 13 artigos (12, 94%), sendo que, destes, nenhum relacionava o termo "Depressão" com aspectos relacionados ao trabalho, ocupação ou profissão. Em busca de produções que realizassem esse diálogo, o próximo passo foi refinar a "Depressão" com aspectos relacionados ao trabalho, ocupação ou profissão. Em busca de produções que realizassem esse diálogo, o próximo passo foi refinar a busca, fazendo um cruzamento do descritor "Depressão" com outras palavras-chave que envolveriam a temática do trabalho, buscando "Depressão" associado ao termo "Trabalho" adicionado como "Assunto" no campo de pesquisa. Na busca de "Depressão" como "Assunto" e trabalho em "Todos os índices", obtiveram-se 58 artigos. Com o intuito de nos aproximar mais profundamente do conteúdo desses artigos, fizemos uma leitura cuidadosa do trabalho completo de cada um dos 58 artigos, já que os resumos disponibilizados nem sempre davam conta de esclarecer se estes contemplavam uma abordagem psicossocial da depressão no mundo do trabalho e/ou se o trabalho era visto como possibilidade de subjetivação da vida do sujeito e, desta forma, criador de saúde ou doença.
Dos 58 artigos, apenas quatro contemplavam essa perspectiva. Segue-se uma breve descrição destes: o primeiro artigo (Vieira et al., 2008) vincula-se às áreas da Psiquiatria, da Psicologia e das Ciências Sociais. Apresenta o conceito de Burnout, estabelece o seu atual status nosológico e introduz uma breve discussão sobre a diferença entre Burnout e Depressão, a partir do relato de um caso atendido em um instituto de psiquiatria. Toma os autores Maslach, Freudenberger, Lacovides como centrais à sua análise do caso.
O segundo artigo, de autoria de Barbosa (2006), insere-se na área das Ciências Sociais e Humanas, particularmente a Psicologia, e consiste em um estudo teórico, derivado de uma pesquisa qualitativa. Apresenta uma reflexão sobre a depressão entre trabalhadores da indústria petroquímica e pescadores artesanais, privilegiando as contribuições presentes na Psicanálise e algumas outras abordagens que se relacionam à fronteira entre tal percepção e outros olhares. Os autores mais destacados foram Lacan, Fédida, Dejours e Roudinesco.
O terceiro artigo, de Manetti e Marziale (2007), é da área das Ciências da Saúde, especificamente do campo da Enfermagem, e teve por objetivo identificar evidências científicas sobre a ocorrência de depressão relacionada ao trabalho de enfermagem e caracterizar fatores desencadeantes e estratégias utilizadas para a prevenção da doença. É um estudo bibliométrico em bases on-line que incorpora, além dos elementos quantitativos, as seguintes categorias: os fatores desencadeantes da depressão, as consequências para o trabalhador e a instituição e propostas de estratégias de prevenção. Os autores mais utilizados para a análise qualitativa dos dados foram Camarotti e Teixeira, Schaefer e Moos, e Baba e colaboradores.
O quarto artigo (Brant & Minayo-Gomez, 2008) situa-se na área das Ciências Sociais. Os autores fazem uma reconstrução analítica da trajetória de trabalhadores em uma empresa privada que vai da expressão da tristeza ao diagnóstico de depressão em um estudo qualitativo, tendo como método de análise a hermenêutica-dialética. Concluiu-se que o adoecimento se iniciava quando gestores encaminhavam pessoas tristes para o setor médico, onde eram tratadas e medicalizadas como depressivas. Além disso, observou-se que algumas informações entre gestores e técnicos da saúde revelavam deslizes éticos. Os principais autores de referência foram Brant, Foucault, Espinoza e Mariuzzo.
Pode-se notar que todos os quatro artigos selecionados relacionam algum aspecto do mundo do trabalho com o quadro depressivo. Vieira (2005) traz a problemática do esgotamento físico e mental proveniente do fazer laborativo e a relaciona com a depressão. Já Barbosa (2006), por meio de uma pesquisa sobre qualidade de vida, estuda a depressão e como esta se conecta ao modo de produção de pescadores e trabalhadores da indústria petroquímica. Manetti e Marziale (2008) exploram o trabalho da enfermagem e problematizam o sofrimento existente no trabalho com a saúde. O último artigo, de Brant e Minayo-Gomez (2008), traz a intricada relação entre estados de tristeza e processo de adoecimento, diagnóstico e medicalização no ambiente de trabalho.
Desta forma, pode-se afirmar, por intermédio da análise de uma amostragem representativa do campo de produção científica nacional, a escassez de produções que relacione e explore esses dois aspectos. Isso indicaria que até mesmo a Psicologia - e em particular a Psicologia Social - é emergente na produção de artigos científicos que resultem em uma reflexão sobre os efeitos psicológicos que o trabalho pode causar na saúde mental do trabalhador, limitando a depressão a uma concepção estruturalista, sem, de fato, considerar a faceta psicossocial dessa patologia.
Analisando os resultados prévios e considerando o número reduzido de material final alcançado, decidiu-se explorar o total de produções obtidas por meio da busca pelo descritor "Depressão" cruzado com diversos outros termos relacionados à temática. O objetivo desse passo foi a busca por algum aspecto mais específico do mundo do trabalho que pudesse ser debatido e, mais importante, relacionado com a questão da depressão. O descritor "Depressão" foi buscado a partir do campo "Assunto" e outros descritores cruzados, como "Todos os índices", para uma maior abrangência de busca.
A primeira busca feita foi "Depressão" e "Saúde do trabalhador" como descritor, que encontrou um artigo científico, sendo este o artigo de Brant (2008) já descrito anteriormente. Ao procurar "Depressão" e "Burnout", foram encontrados quatro textos, um deles consistindo no texto de Vieira (2005), já citado, e os três demais se enquadram em uma leitura da Ciência da Saúde; isto é, voltada para aspectos biomédicos. Em "Depressão" e "Ocupação", um texto retornou na busca, por sua vez também com enfoque da área biomédica. Na busca de "Depressão" e "Psicopatologia do trabalho", o resultado mostrou um texto, sendo este a produção de Manetti e Marziale (2007), anteriormente mencionada. Já para os descritores "Depressão" e "Organização do trabalho", foi encontrado um artigo, o de Vieira (2005), já mencionado. Quando buscado por "Depressão" e "Subjetividade", encontraram-se dois artigos, dos quais um é o texto de Barbosa (2006) e o outro novamente apresentando uma leitura biomédica. Os resultados dessa busca podem ser visualizados na Tabela 2.
Mapeando por meio da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS)
A segunda parte da análise bibliométrica foi realizada na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), disponível no site http://regional.bvsalud.org/php/index.php, no dia 15 de julho de 2017, selecionando-se o campo "ano de publicação". Fizemos o levantamento ano a ano, de 1991 a 2010. Na página inicial existe um campo para busca e, dessa forma, a pesquisa iniciou-se digitando o descritor "Depressão" com os campos "Todos os índices" e "Todas as fontes". Dessa primeira busca, resultou um número de 214.406 textos.
Em função do número significativo de textos, o próximo passo foi pesquisar o descritor "Depressão" com o campo "Assunto" e novamente em "Todas as fontes". Além disso, restringimos a pesquisa para busca somente de produções da Língua Portuguesa. Nesse formato, o resultado encontrado foi de 2.776 textos, entre estes incluindo produções de artigos e teses. Contudo, desse total, apenas 775 apresentavam textos completos. Dessa forma, foi decidido restringir-se a esta amostragem, uma vez que resumos ou textos não completos não nos dariam subsídios suficientes para analisar a produção desenvolvida. Além disto, essa questão viabiliza um pareamento com as fontes buscadas no SciELO, por ser uma base de dados que disponibiliza apenas textos completos.
Em relação ao ano de publicação desses 775 textos, foi formatado um gráfico que nos mostra a distribuição do número de produções por ano.
A respeito da evolução da produção, considerando a amostra selecionada, percebe-se que o assunto começa a ganhar mais atenção a partir dos anos 2000, sendo particularmente o período entre os anos de 2004 e 2008 o mais significativo em termos de construção de conhecimento nesse campo. O ano de 2010 apresenta um percentual acentuadamente abaixo dos outros. Já o ano de 2009 se manteve entre os mais produtivos, porém mostrando também um pequeno declínio na quantidade de textos produzidos em relação aos anos anteriores.
Seguindo a análise dos dados obtidos, foi feito um agrupamento pela área de interesse do periódico em que a produção estava indexada e o número relativo a essas áreas, seguindo o modelo do portal anterior, apenas com a ressalva de que 46 textos não determinavam qual tipo de periódico, restando assim um número total de 729 textos classificados.
Novamente, assim como nos resultados obtidos anteriormente, a área de concentração das Ciências da Saúde foi a mais significativa, representando quase 70% das produções existentes com o assunto "Depressão". Mesmo que a Psicologia apareça como segunda na lista, a discrepância entre os percentuais é grande, sendo que esta representa apenas 12,5%, ficando bem próxima aos periódicos não específicos da área multidisciplinar que têm por tema geral a saúde (18%).
Esses dados nos levam a crer, assim como na análise do portal SciELO, também na Biblioteca Virtual em Saúde, que a área das Ciências da Saúde é a que mais produz conhecimento sobre esse tema, apresentando um grande número de produções e textos que relacionam a depressão com as mais variadas doenças, situações de saúde, experiências com medicamentos e aplicação de exames e testes neurológicos modernos. Ainda, considerando que a área Biomédica e a Psiquiátrica integram as Ciências da Saúde, podemos afirmar que essa área de concentração é a que mais investe na produção teórica nessa temática, ao menos nos portais pesquisados.
Nesta fase da pesquisa, mesmo selecionando o campo "Assunto", as produções mostraram-se situadas em um amplo campo de conhecimentos e áreas de estudo, como pode ser visto na tabela 3.
Contudo, esse portal dispõe de uma ferramenta que filtra a busca, subdividindo e enquadrando os textos e periódicos em "subassuntos". Selecionamos, entre toda a listagem de subassuntos discriminados pelo site, aqueles que consideramos compor o espaço desta pesquisa, não só porque a listagem era muito abrangente, mas também porque os critérios se enquadravam nos pressupostos metodológicos estipulados. Dessa seleção, foi totalizado um montante de 398 produções.
Foram selecionados também os artigos que apresentavam enfoque psicanalítico para o tema, assim como artigos com viés sociológico, pois entendemos que dessa forma damos conta, ainda que parcialmente, de atender ao caráter psicossocial desta pesquisa. Não é nosso objetivo neste estudo entender a depressão como causa ou comorbidade de alguma doença, ou ainda selecionar textos que relacionem esse estado com alguma fase ou período do desenvolvimento humano, pois entendemos esses casos como especiais e que fogem da abordagem que estamos tomando. Por exemplo, sintomas de depressão na adolescência e velhice podem, de maneira pontual, ser compreendidos como um processo de luto pelo corpo perdido, assim como doenças graves e que exigem tratamentos dolorosos podem ser acompanhados de estados e sintomatologia depressiva.
Realizou-se uma análise descritiva com todos os artigos pontuados, de acordo com o título e o assunto, da mesma forma que foi realizada com os dados do outro portal, seguindo também os mesmos critérios de seleção. A ideia foi de que se comparassem os dois portais analisados.
Quase a totalidade dos artigos encontrados na categoria "Depressão" se enquadra nas especialidades Biomédica e Psiquiátrica. Esses artigos geralmente relacionam a depressão com algum estado de doença do corpo (obesidade, esclerose múltipla) ou com alguma fase da vida (como gravidez e velhice). Outra gama de textos trata de validações de escalas (inventário de depressão Beck, por exemplo), de experimentos medicamentosos ou de exames neurológicos modernos. Os textos que diziam respeito à área da Psicologia também, de forma geral, fazem relação a uma fase do desenvolvimento humano (adolescência e infância, principalmente) ou, ainda, a tipos de terapias específicas (como Terapia Cognitivo Comportamental e Terapia Breve) e seus efeitos sobre o estado patológico.
Na análise do assunto "Saúde mental", de 18 textos, três foram selecionados de acordo com os critérios já mencionados, sendo um deles o texto de Manetti e Marziale (2007). O segundo é de Vieira (2005), que interroga a tristeza a partir da teoria lacaniana, relacionando-a com as mudanças da contemporaneidade, seus efeitos para o desejo, fazendo uma interlocução teórica com Freud, Lacan e Miller. O terceiro artigo (Camargo, 2008) procurou analisar em meios de comunicação da França os discursos das organizações de saúde mental e os efeitos sobre a subjetividade humana. Leva em conta os imperativos modernos e a falência do Nome-do-Pai, contribuindo para o surgimento de sujeitos desamparados e lançados sobre a nova forma de mal-estar denominado depressão. A aposta da autora é de que, por meio da palavra, a Psicanálise pode operar sobre o sujeito, fazendo-o recuperar o laço social, em sua dimensão simbólica. Também se utiliza de autores como Miller, Lacan e Cottet.
Para o assunto "Antidepressivo", todos os artigos se centraram na área da psicofarmacologia, do estudo com medicamentos e da especialidade biomédica, dessa forma, não sendo contemplados no processo de análise.
Na análise do assunto "Psicanálise", quatro artigos foram selecionados e relacionam a depressão com a teoria psicanalítica, fazendo uma interlocução psicossocial. O primeiro, de Rodrigues (2000), faz uma revisão teórica importante, a partir de Kaplan, Strauss e Kramer, resgatando a história do termo depressão e abordando, criticamente, como esse quadro é concebido na atualidade, com a conclusão de que a depressão, como quadro nosológico, não tem uma causalidade fixa.
Daniel e Souza (2006), com Birman, Foucault e Fédida, teorizam a depressão como uma das modalidades de sofrimento predominantes no mundo contemporâneo e problematizam o cenário sócio-histórico produtor da subjetividade daqueles que vivenciam a depressão, discutindo as abordagens direcionadas à escuta desse sofrimento. O terceiro artigo, de Cambauva e Silva (2005), busca estabelecer uma relação entre a depressão e o modelo político-econômico em vigência, por meio de um referencial psicanalítico e histórico-social, utilizando autores como Kehl, Rodrigues e Freud e realizando também uma reflexão sobre a prática do psicólogo inserido nesse cenário.
O último (Siqueira, 2007) discorre sobre a depressão e o desejo na Psicanálise e, a partir de um caso clínico, trata a questão do que a Psicanálise entende por depressão. A partir de Freud, Lacan e Melanie Klein, conclui-se que a depressão tem certa relação com a cultura atual, que se mostra maníaca e onipotente, tentando excluir o mal-estar e a "dor de existir", que são inerentes ao sujeito.
Mesmo que esses artigos com enfoque psicanalítico não tragam diretamente a questão do mundo do trabalho, por outro lado, é interessante observar que todos eles fazem um questionamento sobre a etiologia desse mal-estar atual denominado depressão, buscando construir uma visão atualizada sobre o assunto e trazendo à cena a importância da cultura e da configuração social e histórica atual para a concepção desse quadro. Ou seja, apesar de não haver uma relação direta entre modos de subjetivação, mal-estar e trabalho, essas produções, ainda assim, levam em conta o contexto social, histórico e cultural na gênese da depressão e, dessa forma, apresentam uma perspectiva psicossocial da problemática.
Para o assunto "Saúde do trabalhador", das três produções, duas são os textos de Brant e Minayo-Gomes (2008) e Manetti e Maziale (2007), e a outra versa sobre uma pesquisa quantitativa em Psiquiatria, não entrando no critério para análise. Em "psicopatologia", nenhum dos artigos se enquadrava na análise realizada.
Resultados e discussão
O objetivo que visamos, desde o início deste estudo, era obter uma visão e compreensão de como a depressão está, atualmente, inserida nos campos de conhecimentos científicos de divulgação virtual, por meio da análise de uma amostra da produção nacional. O que percebemos é que a partir das amostras colhidas em dois grandes portais digitais, os resultados em ambos foram similares e nos mostraram alguns indicativos sobre o campo que buscamos pesquisar.
Primeiramente, observa-se que os periódicos de maior indexação são os da área da Ciência da Saúde e, mais especificamente, das áreas Biomédica e Psiquiátrica, enquadrando a grande maioria das produções referentes ao assunto depressão. Em segundo lugar, com uma margem consideravelmente abaixo, segue a área da Psicologia, incluída nas Ciências Humanas e Sociais.
Mais especificamente, pode-se notar que as produções realizadas na temática da Depressão, entre o ano de 1991 e 2010, centralizam-se basicamente nas áreas Biomédica e da Psiquiatria (n=304), sendo que a Psicologia (n=63) direciona sua atenção para essa temática somente após o ano de 2000, porém com um número de estudos bastante reduzido quando comparado à produção das Ciências Médicas, contudo ainda sendo a segunda área a ter mais publicações. Além disso, a área de concentração dos periódicos nos indica que mais de 75% da produção científica atual pertence à Ciência da Saúde, que abrange as especificidades das áreas Biomédica, da Psiquiatria, da Enfermagem, da Fisioterapia, entre outras.
O resultado da busca no portal BVS nos mostrou que a maioria dos artigos encontrados na categoria "Depressão" era das especialidades médica e psiquiátrica, explorando a depressão em estudos de validações de escalas, experimentos medicamentosos ou exames neurológicos. Esses artigos, conforme anteriormente detalhado, relacionavam quadros depressivos ligados a estados de doença do corpo ou com alguma fase específica da vida que pode trazer alguma experiência particular de tristeza.
Os resultados que buscávamos - textos que apresentassem o fenômeno depressão a partir de uma perspectiva psicossocial e também relacionando-a com aspectos do mundo do trabalho - foram bastante reduzidos em relação ao total da amostragem. De um número inicial de 1.219 artigos (somando as duas buscas), apenas dez textos foram entendidos como compondo a proposta que estamos construindo. Isso, em números, significa que 0,9% do total faz uma leitura social e expandida do fenômeno da depressão nos portais pesquisados.
Sendo assim, fica nítido que o tema da Depressão é amplamente investigado pela área da Biomedicina, sendo um assunto emergente para a Psicologia e ainda mais novo para outras áreas como Sociologia e Administração. Quando enfocada a questão do trabalho e sua relação com a gênese da depressão, os resultados são ainda mais singulares, demonstrando uma abordagem psicossocial ainda bastante incipiente para a temática da depressão. Isso leva a especular que a ciência acentuadamente "produtora do saber" sobre essa patologia, ainda nos dias de hoje, é a Ciência Médica, mas especificamente, a Psiquiatria.
Contudo, é importante ressaltar que a pesquisa cobre uma amostra representativa das publicações e produções vinculadas aos dois portais analisados e não leva em conta a produção de conhecimento que possa estar publicada em livros específicos sobre o assunto ou revistas que não estão indexadas nos portais pesquisados. Alguns exemplos de produções teóricas importantes e que trazem uma abordagem psicossocial dos fenômenos do trabalho na subjetividade do indivíduo e não contempladas na pesquisa é o livro "Saúde Mental no Trabalho: da teoria à prática" de Débora Glina e Lys Esther Rocha (2010), entre outros. Também pode-se citar os periódicos "Cadernos de Psicologia Social do Trabalho" e "Revista Trabalho (En)Cena".
Todavia, na análise desses periódicos, não foram encontrados artigos que tivessem foco principal na questão da depressão. Na primeira revista, em uma pesquisa pelo termo "depressão" em todas as categorias, no próprio sistema de busca da revista, nenhum artigo foi encontrado. Na segunda revista, que tem apenas dois volumes on-line, leu-se cada um dos artigos e relatos de experiência. No primeiro número da revista, volume 1, entre os doze textos, foram encontrados cinco (38%) - Lhuillier, 2016; Ribeiro, Léda, Silva & Freitas, 2016; Rosseti & Araújo, 2016; Antloga, Do Carmo & Takaki, Medeiros, 2016 - que abordaram a depressão superficialmente. No segundo número, volume 1, entre os doze textos analisados, apenas um deles (8%) traz a palavra dépression (depressão), mas sem desenvolver essa problemática (Matrajt, 2016).
Considerações finais
Dos resultados apontados, podemos inferir duas situações: a primeira é que, assim como a história confirma, a área Biomédica e a Psiquiatria ainda são as áreas de maior produção de conhecimento em relação a esse abrangente fenômeno da saúde mental da humanidade, mostrando a primazia do conhecimento científico médico e psiquiátrico sobre a depressão, que se estende desde o início dos anos 1950 até os dias atuais.
A segunda nos diz que, mesmo ainda existindo uma primazia das explicações médico-biológicas, há uma construção da Psicologia que vem crescendo com os anos e buscando construir seu espaço dentro dessa discussão. Nesse sentido, é válido ressaltar importantes obras e também periódicos especializados no assunto que não faziam parte dos portais pesquisados neste trabalho, como mencionado anteriormente. Uma possível solução para essa limitação seria incluir também a análise dos descritos "Saúde mental" e "Trabalho", sem o tema depressão, a fim de investigar se essa problemática aparece inscrita sob outros signos numa discussão psicossocial.
Sendo assim, temos de considerar que outros modelos de entendimento para esses quadros que começam a ser construídos, considerando diferentes fatores, além do biológico, para sua concepção. Nesse cenário, na nossa pesquisa encontramos os estudos que fazem relação da depressão com aspectos do trabalho, principalmente interligando sofrimento com o adoecimento no trabalho. Também inseridos aí estão os estudos que consideram fatores sociais e culturais na gênese dessa patologia, assim como as produções com referencial psicanalítico. Diferentemente da visão freudiana clássica, estas estão se abrindo para uma relação não unívoca da depressão, sugerindo que a Psicologia Social está ainda timidamente investindo nessa questão.
As limitações deste estudo referem-se a dois aspectos, pelo menos: a) primeiro, não foram incluídos os textos em língua inglesa, o que reduz a amostragem e b) segundo, a leitura de resumos não proporciona uma análise criteriosa sob o tipo de perspectiva teórica adotada no trabalho. Apesar de termos lido um número avantajado de trabalhos completos, ainda assim, a leitura de todos os trabalhos poderia nos proporcionar uma visão mais segura com relação à adoção ou não de uma perspectiva psicossocial.
Como cada portal tem sua especificidade, para futuros estudos também sugerimos que novas pesquisas centrem-se em um portal apenas, pois serão propícios a um aprofundamento maior das temáticas a serem estudadas ou, ainda, que as pesquisas sejam estendidas não necessariamente a portais, mas a uma listagem completa de periódicos nacionais em Psicologia. Além disso, sugere-se a atualização temporal do recorte do levantamento, cobrindo o período da 4ª Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, que ocorreu em 2015, de modo a verificar se houve alguma alteração em relação aos estudos psicossociais sobre trabalho e depressão. Ainda, seria importante que estudos qualitativos sejam feitos, explorando cada texto que trata a relação depressão-trabalho, de modo a aprofundar o entendimento sobre as produções sobre esse campo de conhecimento.
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Recebido em 18/06/2015
Aceito em 31/08/2017
1 Síndrome de Burnout é um distúrbio psíquico de caráter depressivo, precedido de esgotamento físico e mental intenso, definido por Herbert J. Freudenberger como "[…] um estado de esgotamento físico e mental cuja causa está intimamente ligada à vida profissional". Fonte: Revista Viver Mente e Cérebro, edição 161, junho de 2006.
2 Deve-se considerar também que o número de produções na área da saúde pública (n=37) pode abarcar também produções da Psicologia