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Epistemo-somática
versão impressa ISSN 1980-2005
Epistemo-somática v.3 n.2 Belo Horizonte dez. 2006
EDITORIAL
A psicanálise tem uma relação imediata e necessária com a linguagem. Dizemos mesmo que não há psicanálise sem linguagem.
É a regra fundamental do tratamento psicanalítico e evidência da posição fundante ocupada pela linguagem na clínica ela é o instrumento de trabalho.
Mas falar de psicanálise é, principalemente, falar dos processos psíquicos inconscientes.
Sob a luz de Freud e Lacan, todas as formações do inconsciente, através das quais ele aparece, dependem da linguagem para esse aparecimento.
É conhecida a afirmação de Lacan, na década de 60, de que a linguagem é a condição do inconsciente.
Muito cedo na história da psicanálise, psicanalistas viram-se confrontados no terreno das instituições com os efeitos do inconsciente nos seus pacientes.
Manter vivo o discurso psicanalítico significa que devemos ser capazes de escutar, compreender e transmitir a razão de nossa prática. Transmissão no trabalho do dia-a-dia e no discurso da escrita...
Esta nova edição da EPISTEMO-SOMÁTICA vem, antes de tudo, reiterar o compromisso fundamental da revista com as questões da formação do analista e transmissão da psicanálise na instituição hospitalar, sustentando a discussão em torno de temas e questões essenciais à teoria e prática que perpassam o cotidiano de um hospital geral.
Os trabalhos, ainda na proposta de interlocução com os profissionais das diversas clínicas que fazem parte do corpo hospitalar, discutem questões que trazem a marca do nosso tempo: transgeracionalidade, idealização do corpo, velhice, UTI pediátrica, CTIs .....
Bem, escrever também é preciso.
Maria de Lourdes Guimarães de Almeida Barros