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Gerais : Revista Interinstitucional de Psicologia

 ISSN 1983-8220

     

 

ARTIGOS

 

Percepção das mães sobre as relações familiares e o comportamento de suas crianças: um estudo correlacional

 

Mother's perception on family relations and behavior of their children: a correlational study

 

 

Patrícia Martins FreitasI,1; Gustavo Marcelino SiquaraI; Thiago da Silva Gusmão CardosoII

IUniversidade Federal da Bahia, Salvador, Brasil
IIUniversidade Federal de São Paulo, São Paulo, Brasil

 

 


RESUMO

O objetivo do trabalho foi verificar a relação entre o funcionamento familiar e problemas de comportamento em crianças a partir da percepção das mães. Participaram do estudo 21 mães de crianças entre 7 e 11 anos que estudavam em escolas públicas. Os instrumentos foram o Child Behavior Check List (CBCL), Inventário do Clima Familiar (ICF) e o Familiograma, todos foram preenchidos pelas mães. Os dados foram analisados através de estatística descritiva e inferencial. Os resultados mostraram correlações fortes e significativas entre as variáveis que avaliam o ambiente familiar e a presença dos problemas de comportamento das crianças, segundo o relato das mães. Os resultados mostram que existe relação entre essas variáveis, que quanto maior o nível de afetividade e coesão, menor é a presença de problemas de comportamento. A consistência desses resultados é uma evidência importante sobre o ambiente familiar como fonte de desenvolvimento emocional e psicossocial.

Palavras-Chave: Problemas de comportamento, Relações familiares, Desenvolvimento infantil.


ABSTRACT

The aim of this study was to investigate the relationship between family functioning and behavior problems in children from the mothers' perception. Participants were 21 mothers of children between 7 and 11 years who attended public schools. The instrument was Child Behavior Cheek List (CBCL), Family Climate Inventory (ICF) and the Familiograma, all instruments were completed by mothers. Data were analyzed using descriptive and inferential statistics. The results show significant and strong correlations between factors that assess the family environment and the presence of behavior problems presented by the children. The results show that there is a relationship between these variables, the higher the level of affection and cohesion the lower the presence of behavior problems. The consistency of these results is important evidence about the family environment as a source of emotional and psychosocial development.

Keywords: Behavior problems, Family relationships, Child development.


 

 

O ambiente familiar é reconhecido por vários teóricos como sendo de fundamental importância para a socialização primária e para a formação da identidade da criança (Teodoro, Cardoso & Freitas, 2010). Como instituição, ela propicia à criança, e mais tarde ao adolescente, uma estrutura e rede de apoio em relação ao enfrentamento de problemas de diversos âmbitos, tais como sociais, escolares e financeiros (Teodoro, Cardoso & Freitas, 2010). Da mesma forma, a falta de disciplina, uso do castigo físico, desarmonia entre seus membros e principalmente a violência conjugal (Canino, et al., 2004) são identificados como fatores de risco à saúde física e mental dos componentes do núcleo familiar (Goodman, Fleitlich-Bilyk, Patel & Goodman, 2007).

Dentro do núcleo familiar, principalmente as crianças, estão em pleno desenvolvimento da sua personalidade e habilidades sociais. Com isso, elas sofrem maior impacto diante das formas de interação entre seus membros e sobre o funcionamento familiar, podendo influenciar no aumento dos problemas de comportamento. As funções familiares englobam aspectos como a reprodução e o intermédio dos comportamentos sociais (Nave-Herz, 2002). Consideram-se problemas de comportamento aqueles comportamentos socialmente inadequados, representando déficits ou excessos comportamentais que prejudicam a interação da criança com seus pares e adultos de sua convivência (Carvalho, Junqueira, Gracioli & Mordin, 2009; Pesce, 2009). Os problemas de comportamento são fatores de risco para o desenvolvimento de transtornos psiquiátricos, como transtorno opositor desafiante e transtornos de conduta, além disso, podem apresentar como consequências sociais a delinquência, baixa escolaridade, uso de drogas, entre outros (Carvalho, Junqueira, Gracioli & Mordin, 2009; Pesce, 2009).

Os problemas de comportamento da criança são frequentemente relacionados com o funcionamento familiar. As disfunções familiares têm sido associadas a problemas de comportamento externalizantes, internalizantes, baixa qualidade de vida (Barnett & Hunter, 2012), ansiedade e depressão (Hughes, Hedtke & Kendall, 2008). A literatura identifica diversos fatores relacionados à etiologia dos distúrbios de comportamento, sendo o comportamento desviante multideterminado. No entanto, um recorrente tema na pesquisa é a relação entre o ambiente familiar, a interação entre membros da família e as possíveis relações com os problemas de comportamento (Todd, 2003). A frequente expressão de emoções negativas por parte das mães tem sido associada a comportamentos problemáticos, incluindo sintomas depressivos e dificuldades com a regulação emocional de adolescentes (Yap, Schwartz, Byrne, Simmons & Allen, 2010). As construções dimensionais de coesão e de flexibilidade no meio familiar são consideradas essenciais para o ajuste adequado dos seus membros (Olson & Gorall, 2003).

Os problemas de comportamento associados com exposição às situações de risco em adolescentes são mais frequentes para os jovens que têm baixa qualidade no relacionamento com os pais (Todd, 2003). O comportamento social deficiente pode ser resultado de um ambiente familiar com excesso de conflitos e baixa aceitação (Cardoso, Rodrigues & Vilar 2004; Dessen & Polonia, 2007). Além dos comportamentos de risco, também tem sido verificada maior ocorrência de problemas psiquiátricos, tais como depressão, transtornos alimentares e transtornos da ansiedade, sendo esses relacionados a um ambiente familiar com baixa afetividade e muito controle (Baptista & Oliveira, 2004). A afetividade se refere a um conjunto de sentimentos positivos existentes entre os membros familiares, enquanto que o conflito familiar engloba os sentimentos negativos e geradores de estresse dentro de uma relação familiar (Teodoro, Escanhuela, Binsfeld & Mônego, 2010).

As evidências encontradas com maior frequência demonstram que o funcionamento adaptativo da família (por exemplo, coesão familiar e comunicação positiva, além de envolvimento dos pais com o adolescente) está positivamente relacionado a um sentido coerente de identidade e negativamente relacionado com problemas de comportamento (Schwartz, Pantin, Prado, Sullivan & Szapocznik, 2005).

A constatação da correlação negativa entre o adequado funcionamento familiar com a presença de problemas de comportamento na adolescência foi relatada em algumas pesquisas (Levin, Kirby & Currie, 2012; Al-Qaisy & Turki, 2011). Os resultados sugerem que as melhorias no funcionamento da família podem contribuir na redução ou no aumento de problemas de comportamento no início da adolescência (Pettit, Laird, Dodge, Bates & Criss 2001; Smetana, Crean & Daddis, 2002).

O objetivo deste trabalho foi verificar a relação entre o funcionamento familiar e problemas de comportamento a partir da percepção das mães, verificando se as relações familiares se correlacionam com a presença de problemas de comportamento em crianças. Outro objetivo foi identificar os níveis de conflito e afetividade nas famílias e as correlações com os problemas de comportamento como ansiedade/depressão ou problemas de socialização.

A hipótese investigada no estudo é que quanto maior o nível de conflito familiar, maior será os problemas de comportamento apresentados pelas crianças. A ideia trabalhada dentro dessa perspectiva é que a exposição a situações de conflito familiar e baixa afetividade potencializa as chances de a criança apresentar problema de comportamento.

 

Material e métodos

Método

A pesquisa se caracteriza como uma pesquisa quantitativa com um caráter nomotético, ou seja, teve como foco a avaliação de um grupo de participantes, identificando seu quadro geral de relacionamentos. O estudo ainda se caracteriza como sendo exploratório e correlacional.

Participantes

Participaram do estudo 21 mães, com idade média de 28,17 anos, entre 26 a 38 anos, as quais responderam os instrumentos relacionados com o seu ambiente familiar que é compartilhado pelo seu filho e o comportamento apresentado pela sua criança. As mães que aceitaram participar preencheram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Nenhuma criança da amostra apresentou retardo mental avaliado mediante teste de inteligência. As crianças que constituíram a amostra foram o total de 21 entre 7 e 11 anos com média de idade 8,09 (dp=0,91), sendo 12 meninos (57,1%) e nove meninas (42,9%).

Critério de inclusão dos participantes

Para que as mães preenchessem os instrumentos sobre o perfil comportamental de suas crianças e sobre o ambiente familiar era necessário atender aos seguintes critérios: que a criança possuísse idade entre 7 e 11 anos, desenvolvimento típico, verificado pela avaliação da inteligência e relato da mãe; estudar na escola pública selecionadas do município de Santo Antônio de Jesus (BA).

Procedimentos

Foi feita uma reunião com a escola, selecionada mediante sorteio, entre as escolas públicas do município, na qual foi enviado para todos os pais que se encaixavam no estudo uma carta convidando para a apresentação do projeto na escola. As mães que tiveram interesse em participar assinaram o TCLE e preencheram o Inventário do Clima Familiar, Familiograma e o Child Behavior Check List com a ajuda dos pesquisadores.

O preenchimento dos instrumentos pelas mães foi realizado logo após a assinatura do TCLE e a avaliação da inteligência da criança ocorreu em até cinco dias após a reunião. O projeto foi aprovado pelo comitê de ética e pesquisa da Faculdade Adventista de Fisioterapia (Parecer n. 070-09), cumprindo as exigências da resolução 196/96.

Instrumentos

Os instrumentos sobre a família e o comportamento foram escolhidos por serem preenchidos a partir da percepção de um membro da família a respeito do seu ambiente familiar e do comportamento infantil; e por proporcionarem medidas objetivas das relações familiares e do comportamento. Assim, o uso de tais instrumentos permitiu, a partir da perspectiva das mães, que fossem avaliadas as variáveis de interesse do estudo. Os testes utilizados foram: Teste das Matrizes Progressivas Coloridas de Raven (MPCR), Inventário de Comportamentos da Infância e Adolescência (CBCL), Familiograma, Inventário do Clima Familiar.

O Teste das Matrizes Progressivas Coloridas de Raven (MPCR) é constituído de provas de raciocínio lógico, sendo mais direcionado para avaliação da inteligência fluida (Angelini et al., 1999). O uso desse instrumento teve como objetivo ter uma medida para o critério de inclusão na amostra, que nesse caso considerou apenas a participação das mães de crianças com desenvolvimento cognitivo típico.

O Inventário de Comportamentos da Infância e Adolescência é uma versão brasileira da Child Behavior Checklist (CBCL) adaptada e validada para o Brasil pelo estudo de Bordin, Mari e Caeiro (1995). Esse instrumento tem como objetivo medir o grau de competência social e os problemas de comportamento em criança e adolescente de acordo com as informações fornecidas pelos seus pais ou cuidadores (Achenbach, 1991). O CBCL é composto de 118 itens sendo 20 destinados à avaliação da competência social, medindo a sociabilidade ao nível de atividades e escolaridade, os outros 98 itens são para avaliação dos problemas de comportamento. Na faixa de 6-18 anos é dividido em subescalas: internalizante compreende os problemas que são relativos ao self que são caracterizados pela tristeza, retraimento, queixa somática e medo. Os problemas de comportamento externalizantes, como os problemas internalizantes (Achenbach, 1991). O escore é a soma de três escalas, ansioso/depressivo, queixa somática, retraído. Externalizantes compreendem os problemas que se referem a comportamentos como dificuldade de controlar os impulsos, hiperatividade, agressividade e presença de raiva e delinquência. O escore é a soma de duas escalas: comportamento de quebra de regra e comportamento agressivo. As escalas problemas da atenção; problemas sociais; problemas do pensamento não se encaixam em nenhuma dessas classificações.

Familiograma é um instrumento desenvolvido para avaliar a percepção da afetividade e o conflito familiar nas díades familiares (Teodoro, 2005). Torna-se útil na identificação do funcionamento sistêmico da família, sendo importante na avaliação de famílias que estão em condições de risco, seja de caráter biológico, psicológico ou social. O instrumento consiste em cartões individuais com os nomes de cada membro da família, um tabuleiro dividido em cinco categorias variando de não corresponde a corresponde totalmente e uma folha de resposta. Antes de preencher o material, o participante necessita descrever cada uma das díades como funciona o seu relacionamento de acordo com a lista de adjetivos apresentada e uma escala tipo Likert que contem cinco pontos. Em relação à afetividade, são usados os adjetivos carinhoso, afetivo, verdadeiro, agradável, alegre, atencioso, precioso, amoroso, acolhedor, harmonioso e protetor. O conflito foi avaliado por meio dos adjetivos agressivo, confuso, chato, baixo-astral, difícil, frio, ruim, sufocante, tenso, estressante e nervoso. Para cada característica avaliada, a pontuação varia de 11 a 55 pontos e quanto maior for o escore, maior a percepção de afetividade e conflito. A partir dos resultados, podem-se classificar as famílias em diferentes categorias: tipo I, famílias que apresentam alta afetividade e baixo conflito; tipo II, famílias com alta afetividade e alto conflito; tipo III, baixa afetividade e baixo conflito; e tipo IV, baixa afetividade e alto conflito.

O Inventário de Clima Familiar avalia a percepção do clima familiar as dinâmicas existentes nos relacionamentos intra e extra familiar (Teodoro, Allgayer & Land, 2009). Sendo essas percepções importantes para a avaliação e compreensão das relações familiares. Essa avaliação, por meio do instrumento, é realizada através de quatro fatores diferentes, sendo eles: apoio, coesão, conflito e hierarquia contendo um total de 32 itens. Segundo os autores, esses fatores são subdivididos apenas teoricamente, pois na apresentação ao sujeito eles se encontram dispostos sem nenhuma divisão. O fator apoio apresenta itens que descrevem o suporte emocional e material dado e recebido pelos membros da família; o fator coesão avalia o vínculo emocional existente entre os membros da família; já o fator conflito, avalia a relação agressiva e conflituosa existente entre os membros da família; e o último fator, hierarquia que representa o nível de controle e poder no sistema familiar.

Análise de dados

Os dados foram analisados utilizando procedimentos estatísticos de análise descritiva, correlacional e teste de hipóteses. Os dados foram tabulados no software estatístico SPSS 18.0. Para análise de correlação, foi utilizada a correlação de ρ (rho) de Spearman.

 

Resultados e discussão

A hipótese testada foi que o ambiente familiar com maiores índices de conflitos e baixa afetividade apresentam crianças com maiores índices de problemas de comportamento. As tabelas que seguem apresentam o perfil geral sobre o ambiente familiar e sobre os níveis de problemas de comportamento das crianças, assim como os resultados das correlações de Spearman entre os fatores do ambiente familiar avaliados e os problemas de comportamento.

A Tabela 1 apresenta os valores descritivos do perfil familiar dos participantes do estudo. Essa tabela mostra os níveis de conflito e afetividade nas diferentes díades familiares, através do familiograma. Os resultados mostram que afetividade média foi maior para díade criança-mãe, seguida da díade criança-pai e criança-irmão. Para a variável conflito, verificou-se que a maior média foi para a díade criança-irmão e na sequência criança-mãe e criança-pai. Os resultados do ICF mostram que, de modo geral, as mães percebem mais coesão do que conflito e mais apoio do que hierarquia. Esse resultado indica que, na percepção das mães, o clima familiar tem mais tendência a ser positivo. Os resultados gerais do CBCL evidenciam maiores valores médios para as subescalas ansioso/depressivo; problemas da atenção e comportamento agressivo, apresentando, assim, médias maiores para subescalas do perfil externalizante e internalizante (Tabela 1).

Ao correlacionarmos os fatores do ICF e as subescalas do CBCL foram possíveis identificar correlações positivas e negativas, estatisticamente significativas, principalmente relacionadas aos fatores conflito e coesão (Tabela 2). Ao analisarmos todos os fatores do ICF, percebemos que o nível de conflito e coesão familiar apresentam relações expressivas com a presença de problemas de comportamento nas crianças. O nível de conflito é diretamente proporcional à presença dos problemas de comportamento em quase todas as escalas (ex. conflito e ansioso/depressivo; ρ=0,756; p=0,001), enquanto o nível de coesão é inversamente proporcional aos problemas de comportamento na maioria das escalas (ex. coesão e quebra de regra; ρ=-0,523; p=0,031).

Os conflitos familiares parecem influenciar diretamente o aumento dos problemas de comportamento infantil. A família, como o principal núcleo de socialização da criança, portanto, apresenta uma grande influência sobre o aprendizado de padrões cognitivos e comportamentais das crianças. Um ambiente familiar pouco estável e com conflitos entre seus membros parece provocar, principalmente, aumento de estados de ansiedade e depressão. Os resultados encontrados sugerem que os níveis de conflito familiar parecem estar bem relacionados com os problemas de comportamento internalizantes. Os outros fatores como a hierarquia e apoio, não foram significativos em relação aos problemas de comportamento e parecem não influenciar tanto a presença de problemas de comportamento (Tabela 2).

Outro fator que está significativamente relacionado com os problemas de comportamento é a baixa coesão familiar. Os resultados indicam uma relação inversa entre coesão familiar e problemas de comportamento. Quatro das sete escalas demonstraram correlações significativas e robustas. De acordo com os dados encontrados, os fatores de coesão familiar e nível de conflito sugerem ser os que apresentam maior relação com o os problemas de comportamento das crianças.

Através desses resultados apresentamos mais uma evidência da importância de um ambiente familiar seguro, estável e com um menor índice de conflito entre seus membros para um melhor desenvolvimento psicossocial. Um ambiente familiar coeso pode ser caracterizado com a ajuda entre os membros, as pessoas se sentem mais próximas, gostam de passear juntas e gostam umas das outras (Teodoro, Allgayer & Land, 2009). Essas características dentro das famílias, por um lado, parecem diminuir a incidência dos problemas de comportamento. Por outro lado, o alto conflito voltado para a presença excessiva de críticas entre os membros, solução de problemas através de brigas, alta frequência de zombarias e desentendimentos (Teodoro, Allgayer & Land, 2009), não promove um repertório de comportamentos adequados para as crianças.

Ao compararmos o nível de correlação entre as díades familiares pelo Familiograma com os problemas de comportamento pelo CBCL, identificamos correlações significativas positivas para conflito das díades familiar e os problemas de comportamento e correlações significativas negativas para afetividade e problemas de comportamento. Outro resultado que chama atenção foi observado para a díade criança e pai, que apresentou correlações fortes e significativas, ou seja, o índice de conflito (criança-pai) é diretamente proporcional à presença de problemas de comportamento em quase todas as subescalas, por exemplo, conflito criança-pai e comportamento agressivo (ρ=0,695; p=0,002) (Tabela 3). Quando analisamos o nível de afetividade (criança-pai), não encontramos correlações negativas significativas, por exemplo, afetividade criança-pai e ansioso/depressivo (ρ=-0,348; p=0,171) (Tabela 3).

As correlações apresentadas na Tabela 4 foram obtidas pelo cruzamento entre os fatores do ICF e Familiograma, comparando o nível de problemas de comportamento e especificamente os do tipo externalizante e internalizante. Ao analisarmos a Tabela 4, podemos identificar que o nível de afetividade total e conflito total tem alta correlação com a presença de problemas de comportamento. Para a correlação afetividade e problemas de comportamento (ρ=-0,642; p=0,005), demonstrando uma relação inversamente proporcional e para a correlação entre conflito - total e problemas de comportamento (ρ =806; <0,01) uma relação diretamente proporcional.

O nível de coesão familiar também é inversamente proporcional para a presença de problemas de comportamento e também os internalizantes e externalizantes. Esses dados mostram que o nível de afetividade, conflito e coesão são as variáveis que mais se correlacionam com a presença de problemas de comportamento e funcionamento familiar, achados que também foram verificados por Teodoro, Cardoso & Freitas (2010).

Os resultados apresentados respondem a hipótese inicial do estudo, sendo que o aumento do conflito e a diminuição da coesão familiar têm fortes relações com o aumento dos problemas de comportamento nas crianças. Os níveis de correlação encontrados nesse estudo estão de acordo com vários trabalhos que apontam a importância de um ambiente familiar saudável, com afetividade entre seus membros para o desenvolvimento de comportamentos adequados socialmente. Alguns estudos já apontam que a exposição ao conflito interparental é associado à presença de problemas psicológicos internalizantes em crianças (Nicolotti, El-Sheikh & Whitson, 2003). Outras evidências sugerem que as crianças que estão expostas à conflitos frequentes, intensos e mal resolvidos entre os pais estão em maior risco para a elevada presença de sintomas de internalização (Hughes, Hedtke & Kendall, 2008) e externalização, (Henderson, Dakof, Schwartz & Liddle, 2006; Meltzer, Gatward, Goodman & Ford, 2003; Grych, Fincham, Jouriles & Mcdonald, 2000).

Os resultados desses estudos são evidências de que as famílias que apresentam baixa afetividade e alto conflito possuem crianças com mais de problemas de comportamento internalizantes e externalizantes.

Os estudos indicam que o adequado funcionamento familiar influencia em outros contextos além da família como o repertório comportamental que a criança apresenta para as mais diversas situações sociais (Leary & Katz, 2004). Por exemplo, o funcionamento familiar harmonioso durante infância prevê níveis mais baixos de agressão na pré-escola e o maior índice de coesão familiar aumenta as interações pró-sociais com os colegas para as crianças na fase escolar (Leary & Katz, 2004). Através desses estudos, podemos considerar que os problemas de comportamento podem ter impacto direto nas relações escolares e no desempenho acadêmico, o que é muito influenciado pelas relações familiares. No estudo de Richmond e Stocker (2006), a coesão familiar foi negativamente associada com o comportamento dos adolescentes de externalização. Além disso, as famílias coesas têm pouca probabilidade de apresentarem alianças injustas ou família coercitivas (Gilbert, Christensen & Margolin, 1984). Com isso, ressaltamos a importância de promover relações familiares que possam favorecer o desenvolvimento saudável, diminuindo as chances de prejuízos negativos sobre o repertório comportamental de criança e adolescentes.

Observamos que em todas as díades familiares existem correlações entre pelo menos quatro subescalas dos problemas de comportamento, sugerindo a importância do nível de conflito e afetividade familiar para a presença dos problemas de comportamento. Um fator que chama a atenção é o nível de afetividade entre a mãe e filho, para o qual todas as subescalas apresentaram correlações negativas, fortes e significativas, demonstrando que o nível de afetividade do filho com a mãe é inversamente proporcional à presença dos problemas de comportamento. Isso demonstra a importância das relações de afeto entre a mãe e seu filho(a) para o desenvolvimento de um padrão de comportamento socialmente adequado de boas relações.

Alguns estudos também buscaram identificar o nível de afetividade entre pai-mãe e sua influência no funcionamento familiar. No estudo de Richmond e Stocker, (2006), os resultados indicaram que experiências de conflitos entre pai-filho(a) foram associadas a problemas de comportamento externalizantes em adolescentes. Esse achado corrobora a pesquisa, indicando que as relações pai-filho(a) influenciam o bem-estar na adolescência e principalmente os problemas de comportamento externalizantes (Videon, 2005; Esfandyari, Baharudin & Nowzari 2009). O funcionamento familiar em um modelo sistêmico deve analisar todas as díades familiares e identificar como todas as relações familiares iram ter impactos no desenvolvimento da criança.

Os resultados de outras pesquisas, assim como está, ressaltam a importância de um ambiente familiar saudável para o desenvolvimento de comportamentos saudáveis e pró-sociais (Pettit, Laird, Dodge, Bates & Criss 2001; Smetana, Crean & Daddis, 2002). O conflito conjugal e interação negativa da criança com pares/pais se mostram influenciados pela forma de relacionamento com os pais e com a pouca responsabilidade emocional deles (Jenkins, Simpson, Rasbash & O'Connor, 2005; Webster-Stratton & Hammond, 1999). No estudo de Al-Qaisy e Turki, (2011), que avaliou o nível de coesão e conflito nas famílias e problemas de comportamento nas crianças chegou a resultados parecidos, concluindo que a baixa coesão e o alto conflito aumentam a presença de problemas de comportamento.

Com os resultados das pesquisas, podemos identificar uma das grandes influências dos problemas de comportamento na infância como sendo o ambiente familiar. Pesquisas recentes sugerem que, embora o envolvimento do adolescente em atividades antissociais seja influenciado significativamente por seus relacionamentos com companheiros antissociais, a cadeia de eventos que conduz muitos adolescentes para grupos antissociais começa no lar, durante a meninice; os elos nessa cadeia incluem práticas educativas coercitivas e punitivas, que contribuem para o desenvolvimento de agressão e fracasso escolar; estes, por sua vez, levam à seleção de companheiros antissociais (Collins, Maccoby, Steinberg, Hetherington & Bornstein, 2000). Esse estudo revela a importância das relações familiares para o desenvolvimento de problemas de comportamento, que muitas vezes são influenciadas pelo contexto familiar em que a criança se desenvolve.

Nos resultados, há indícios indiretos de processos compatíveis com o modelo transacional e multifatorial, que postula o desenvolvimento como resultante das interações entre a criança e seus cuidadores, no contexto das condições ambientais que afetam o funcionamento da família (Olson, Bates, Sandy & Lanthier, 2000). As práticas parentais inadequadas, caracterizadas por disciplina ineficiente, negligência, ausência de atenção e afeto, disciplina relaxada, punição inconsistente, são consideradas como prejudiciais ao desenvolvimento infantil, podendo desencadear comportamentos agressivos (Gomide, 2003).

Existem fortes evidências dos prejuízos causados pela disfuncionalidade familiar no desenvolvimento dos filhos e da existência de uma correlação positiva entre dificuldades e problemas de comportamento da criança e os problemas conjugais (Kreppner & Ullrich, 1998). Considerando-se haver uma correlação consistente e bem fundamentada entre a qualidade da relação conjugal e a qualidade da relação dos genitores com seus filhos e, por consequência, com o desenvolvimento e o comportamento infantil. O estudo dos processos de desenvolvimento, qualquer que seja a sua dimensão, deve abranger a compreensão das relações conjugais e parentais (Dessen & Braz, 2005). Schoppe, Mangelsdorf e Frosch, (2001) mostram que as interações familiares negativas, isto é, com coparentalidade enfraquecida, afeto negativo e estrutura familiar pouco adaptativa, foram fortemente associadas às crianças que apresentavam problemas de comportamento exteriorizado.

 

Considerações finais

O ambiente familiar é parte estruturante do desenvolvimento infantil, influenciando o desenvolvimento psicossocial dos seus membros, especialmente quando se trata do desenvolvimento de crianças. A investigação de elementos da estrutura familiar, tais como coesão, afetividade, conflito, hierarquia, assim como, estilos parentais, práticas educativas, é exemplo de como é possível contribuir para o refinamento de modelos sobre o desenvolvimento humano. A avaliação de como cada uma dessas variáveis se manifesta e quais suas consequências são de grande interesse não apenas teórico como também prático, demonstrando desde evidências sobre os processos de desenvolvimento psicossocial, até formas de atuação preventivas para a redução da incidência de problemas de comportamento e distúrbios emocionais.

Através do presente estudo foi possível verificar a importância da díade criança-pai, assim como das dimensões coesão e conflito no perfil comportamental das crianças. A influência do ambiente familiar para o desenvolvimento infantil já possui um corpo de evidências sólidas. Porém, ao investigar dimensões específicas das relações familiares e as diferentes subescalas de comportamento proporcionadas pelo CBCL, o presente estudo contribui, demonstrando a relevância de tais variáveis. Dessa forma, os estudos sobre o ambiente familiar e suas consequências para o desenvolvimento devem, cada vez mais, ser direcionados para a análise de dimensões que o constituem.

Além disso, é importante ressaltar que o estudo contribui para demonstrar a aplicabilidade de dois instrumentos de avaliação familiar. Através do Familiograma e do ICF, foi possível mensurar dimensões da estrutura familiar que podem ter impactos diferenciados sobre o desenvolvimento da criança. Os resultados encontrados são favoráveis ao uso desses instrumentos para as pesquisas na área.

Apesar dos resultados contribuírem com os avanços na área do desenvolvimento humano, sinaliza a necessidade de considerarmos o manejo de questões familiares. Consideramos algumas limitações do estudo: amostra reduzida, que não permitiram o uso de técnicas estatísticas mais sofisticadas; explorar variáveis sobre a conjugalidade; diferenças de idade entre as crianças, presença e número de irmãos; avaliação da percepção da criança e avaliação a partir de outros membros da família.

A natureza dos resultados não demonstra causalidade, certamente podemos considerar a possibilidade de que crianças com comportamento indesejado possam alterar as relações familiares, provocando maior incidência de conflitos, sendo a hipótese contraria também válida. Dessa forma, consideramos que mais estudos devem ser feitos com o objetivo de investigar causalidade, assim como agregar outras variáveis como presença ou não do cônjuge, número de irmãos, se a mãe trabalha ou não. Apesar das limitações, o estudo evidencia o importante papel das relações familiares e seus possíveis impactos para o desenvolvimento, ressaltando a complexidade da família como sistema dinâmico e cíclico. Concluímos que para lidar com questões comportamentais de crianças e adolescentes será necessário atuar também com a família, independente de quais são as variáveis causadoras.

 

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Recebido em: 30/05/2012
Aceito em: 26/10/2012

 

 

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