Gerais : Revista Interinstitucional de Psicologia
ISSN 1983-8220
GOMES, Ágatha Aila Amábili de Meneses TEIXEIRA, Selena Mesquita de Oliveira. Vivência do tédio em jovens: uma análise sobre os modos de subjetivação contemporâneos. []. , 12, 2, pp.263-281. ISSN 1983-8220. https://doi.org/10.36298/gerais2019120206.
^lpt^aO estudo teve como objetivo analisar os modos de subjetivação contemporâneos e sua relação com o tédio vivido por jovens. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, que realizou entrevista semiestruturada e o Teste de Associação Livre de Palavras com 15 estudantes universitários. Os resultados foram analisados com o apoio do software Iramuteq e a análise de conteúdo, em que se pode perceber uma urgência para que o tempo passe mais depressa, sendo o tempo livre interpretado como algo tedioso e sinônimo de inutilidade. Em face desse tempo, os jovens buscam preenchê-lo, em uma tentativa de fugir dos possíveis pensamentos advindos com esse tempo, entretanto, tais ocupações carecem de uma significação maior. A principal alternativa utilizada para ocupar esse tempo é o uso de recursos tecnológicos, sobretudo o celular, porém, seu uso exacerbado traz repercussões na maneira de ser desses jovens e na sua relação com o outro. O tédio surge, assim, não como um sintoma individual, mas um sintoma sociopsicológico, que denuncia um jeito de ser pós-moderno. Ao olhar para esse jovem contemporâneo, entende-se que a Psicologia deve ter consciência do contexto em que essas subjetividades são constituídas e do possível sofrimento psíquico advindo desses novos tempos.^len^aThis study aimed to analyze contemporary modes of subjectivation and their relation to the boredom experienced by young people. This is a qualitative research, which carried out semi-structured interviews and the Word Association Test with 15 undergraduate students. The results were analyzed with the support of the software Iramuteq and content analysis, in which one can perceive an urgency for the time to pass faster, being the free time interpreted as something tedious and synonymous of uselessness. In the experience of this time, young people seek to fill it, in an attempt to escape from the possible thoughts arising from that time, however, such fillings lack a greater significance. The main alternative used to occupy this time is the use of technological resources, especially the cell phone, however, its exacerbated use brings repercussions to the ways of being of these young people and their relationship with the other. Boredom arises, thus, not as an individual symptom, but as a socio-psychological symptom, which denounces a postmodern way of being. When looking at the contemporary youth, it is understood that Psychology must be aware of the context in which these subjectivities are constituted and of the possible psychic suffering arising from this new time.
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