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Revista Psicologia Organizações e Trabalho

 ISSN 1984-6657

MONTEIRO, Janine Kieling. Sofrimento psíquico de trabalhadores de unidade de terapia intensiva. []. , 12, 2, pp.245-250. ISSN 1984-6657.

^lpt^aA organização do trabalho (OT) contém aspectos que podem ser determinantes no processo de saúde-doença dos trabalhadores. O sofrimento, que pode culminar com o adoecimento psíquico, surge quando não é possível a negociação entre o sujeito e a realidade imposta pela OT. Por meio de pesquisa qualitativa, este trabalho buscou identificar aspectos da Organização do Trabalho das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), que podem ter contribuído para o sofrimento psíquico em trabalhadores da saúde. Para tanto, foram entrevistados oito profissionais da área de enfermagem atuantes em UTIs na região metropolitana de Porto Alegre (RS), que apresentavam adoecimento mental. Nos resultados, examinados por meio de análise de conteúdo, alguns pontos foram destacados: pouco reconhecimento no trabalho; intensificação do trabalho que gera sobrecarga, crise ética entre seus valores e questões profissionais; rigidez institucional; sofrimento pela morte de pacientes. Mais estudos são necessários para o entendimento da relação saúde/adoecimento mental e trabalho em contextos hospitalares, enfocando tanto os adoecidos quanto os que conseguem permanecer saudáveis, em um ambiente de tantos riscos à saúde. A escuta qualificada, como sugestão, pode auxiliar esses profissionais a amenizarem o sofrimento causado pelo trabalho.^len^aThe organization of work (OW) contains aspects that can be decisive in the health and illness of workers. Suffering, which may culminate in mental illness, arises when negotiation is not possible between the subject and the reality imposed by the OW. Through a qualitative research study, this paper aims to discuss aspects of the organization of work in Intensive Care Units (ICUs) that may have contributed to psychological distress in health care workers. Eight nursing professionals, working in ICUs in the metropolitan region of Porto Alegre/RS, who had mental disorders (depression and/or burnout), were interviewed. In the results, analyzed by content analysis, stand out: having little recognition at work, work intensification that generates overload, ethical crisis between personal values ​​and professional issues, institutional rigidities, and suffering from the death of patients. Further studies are needed to understand the relationship between mental health/illness and work in hospital settings, focusing both on the afflicted and on those who manage to stay healthy in an environment of such health risks. It is suggested that qualified listening can help these professionals alleviate the suffering caused by their work.

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