Revista Psicologia Organizações e Trabalho
ISSN 1984-6657
https://doi.org/10.5935/rpot/2021.2.20608
Adaptação e validação da "escala del trabajo con sentido" no contexto argentino
Adaptation and validation of the work scale with direction for the argentinian context
Adaptación y validación de la escala de trabajo con sentido en el contexto argentino
Maria Julia Pegoraro GaiI; Luis Felipe Dias LopesII; Vânia Medianeira Flores CostaIII; Marcela Giuliani DenardinIV; Amanda Carolina de OliveiraV
IUniversidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Brasil
IIUniversidade Federal de Santa Maria (UFSM), Brasil
IIIUniversidade Federal de Santa Maria (UFSM), Brasil
IVUniversidade Federal de Santa Maria (UFSM), Brasil
VUniversidade Federal de Santa Maria (UFSM), Brasil
RESUMO
O objetivo deste artigo foi realizar a adaptação transcultural e validação para o espanhol no contexto argentino da Escala do Trabalho com Sentido. Após a adaptação transcultural da escala que contemplou as etapas de tradução, síntese das traduções, retradução, análise por um comitê de especialistas e pré-teste, executou-se a validação do instrumento utilizando um modelo de equações estruturais, relacionando os fatores da "Escala del Trabajo con Sentido" (ETS) com os fatores do "Instrumento para la Evaluación de la Cultura Organizacional" a partir de uma amostra de 154 docentes de uma instituição de ensino superior pública argentina. Os resultados dos Alfas de Cronbach e o critério da validade convergente para a ETS ficaram acima dos valores aceitáveis, assim como os critérios da validade discriminante e a da colinearidade das dimensões. Portanto, a escala adaptada apresentou evidências quanto a relevância preditiva e pode ser utilizada no contexto argentinos em pesquisas sobre o Sentido do Trabalho.
Palavras-chave: trabalho, significado, psicologia organizacional.
ABSTRACT
The objective of this article was to carry out cross-cultural adaptation and validation of the Work with Meaning scale for Spanish language in an Argentinian context. After the cross-cultural adaptation of the scale that included the stages of translation, synthesis of translations, back-translation, analysis by a committee of experts, and pre-test, the instrument was validated using a structural equation model, relating the factors of the Work Scale with Direction ("Escala del Trabajo con Sentido" - ETS) with the factors of the "Instrumento para la Evaluación de la Cultura Organizacional" from a sample of 154 professors from an Argentinian public higher education institution. The results of Cronbach's alphas and the convergent validity criterion for ETS were above acceptable values, as well as the criteria of discriminant validity and the collinearity of dimensions. Therefore, an adapted scale presented evidence regarding its predictive relevance and can be used in the Argentinian context in research on the Meaning of Work.
Keywords: labor, meaning, organizational psychology.
RESUMEN
El objetivo de este artículo fue realizar la adaptación transcultural y la validación del español en el contexto argentino de la Escala Trabajo con Sentido. Tras la adaptación transcultural de la escala que incluyó las etapas de traducción, síntesis de las traducciones, retraducción, análisis por un comité de especialistas y preprueba, se validó el instrumento utilizando un modelo de ecuaciones estructurales y relacionando los factores de la "Escala de Trabajo con Sentido" (ETS) con los factores del "Instrumento para la Evaluación de la Cultura Organizacional" de una muestra de 154 profesores de una institución pública argentina de Educación Superior. Los resultados del Alfa de Cronbach y el criterio de la validez convergente para la ETS estuvieron por encima de los valores aceptables, así como los criterios de validez discriminante y la colinealidad de dimensiones. Por tanto, una escala adaptada presentó evidencias sobre su relevancia predictiva y puede ser utilizada en el contexto argentino en investigaciones sobre el sentido del trabajo.
Palabras clave: trabajo, significado, psicología de las organizaciones.
O sentido e significado no âmbito do trabalho são estudados em diferentes áreas a partir de diversas perspectivas teóricas e epistemológicas, com diferentes percepções dos pesquisadores a respeito do conceito (Bendassolli & Borges-Andrade, 2015; Neves, Nascimento, Felix Jr., Silva, & Andrade, 2018; Tolfo & Piccinini, 2007), em que muitos autores adotam diferentes terminologias para abordar a temática. Trata-se de um constructo psicológico multidimensional e dinâmico, que requer uma visão multidisciplinar, dado que decorre da associação de aspectos sociais e individuais ligados ao trabalho (Tolfo & Piccinini, 2007).
Uma das abordagens utilizadas para investigar o sentido do trabalho decorre dos estudos de Morin (2001) que estão subsidiados em um posicionamento funcionalista a respeito da temática quando consideram como relevante a forma como funciona a gestão de pessoas e enumeram de maneira objetiva elementos da organização que exercem influência em como os trabalhadores significam seu trabalho. Quando os estudos da autora dão enfoque na subjetividade e tentam elucidar como os fenômenos acontecem considerando a consciência individual estão vinculados a uma base fenomenológica-existencialista (Pereira & Tolfo, 2016). Morin (2001) utilizou como base as pesquisas da equipe Meaning of Work International Research Team (MOW, 1987) e entende que o trabalho deve seguir as normas do dever e da convivência em sociedade, norteado pelos valores morais, éticos e espirituais. Nessa perspectiva, para que o trabalho tenha sentido é fundamental que o sujeito que o executa perceba com clareza os objetivos e que os resultados sejam valorizados pelo mesmo (Morin, 2001).
Como características de um trabalho com sentido, a autora aponta cinco fatores centrais, que são: a "utilidade social do trabalho", que relaciona-se com a capacidade de exercer uma atividade que seja útil para as pessoas ou sociedade; a "integridade moral do trabalho" ou "ética no trabalho", que diz respeito à execução de funções que sejam moralmente justificáveis, tanto em nas atividades em si como nos resultados; a "aprendizagem e desenvolvimento", que se associam com a realização de uma função que esteja alinhada com as habilidades do trabalhador e estimula seu potencial, dando a possibilidade de alcance dos objetivos; a "autonomia" ou "liberdade no trabalho" descreve a possibilidade de executar habilidades, resolver os problemas e tomar decisões ligadas ao trabalho seguindo a própria avaliação; por fim, a "qualidade das relações no trabalho" é definida pela percepção de que o local de trabalho torna possível realizar contatos interessantes e ter um bom relacionamento com os colegas (Bendassolli & Borges-Andrade, 2015; Morin & Dassa, 2006; Morin & Forest, 2007).
Um dos instrumentos mais utilizados para avaliação do Sentido do Trabalho a partir dessa perspectiva é a Escala do Trabalho com Sentido (ETS) elaborada por Bendassolli e Borges-Andrade (2015). As dimensões dessa escala possibilitam analisar o quanto o sujeito percebe que seu trabalho se aproxima de sua expectativa sobre o que um trabalho deve possuir para que tenha sentido (Bendassolli & Borges-Andrade, 2015; Morin & Dassa, 2006).
Considerando a importância desse instrumento e alinhamento com a perspectiva de Sentido do Trabalho de Morin (2001), o objetivo deste trabalho foi realizar a adaptação transcultural e validação para o espanhol no contexto argentino da Escala do Trabalho com Sentido (ETS). A adaptação transcultural refere-se ao processo de preparação de um instrumento para utilização em outro contexto, que inclui as alterações da linguagem (tradução) e a adaptação cultural (Beaton, Bombardier, Guillemin, & Ferraz, 2000).
Para a validação da escala realizou-se a testagem das hipóteses que relacionam os fatores do Sentido do Trabalho (Bendassolli & Borges-Andrade, 2015) com os fatores da Cultura Organizacional (Ferreira & Assmar, 2008) com base na pesquisa de Gai (2020). Esses constructos foram investigados em função da importância dessa inter-relação para a gestão de pessoas e comportamento organizacional. O trabalho é considerado um espaço de construção de identidade dos indivíduos (Morin, 2001), dotado de significado, que é estabelecido a partir da mediação da cultura pessoal e coletiva. Essa criação de significado depende da maneira como o trabalhador codifica esse contexto social em que está inserido, considerando também elementos de sua própria trajetória. A partir disso, o trabalho é marcado por ser um local em que são desenvolvidas relações coletivo-culturais (Bendassolli & Tateo, 2017).
Dutton, Dukerich e Harquail (1994) já apontavam que mudanças na cultura podem gerar diversos efeitos psicológicos no contexto laboral, tanto a nível individual quanto a nível organizacional. Nesse processo, de Lee, Idris e Delfabbro (2017) destacam a relação entre a cultura organizacional e o sentido do trabalho, indicando a possibilidade de utilização de tais variáveis como estratégia para fomentar o envolvimento dos trabalhadores. Portanto, a fim de explorar esta relação entre os constructos Sentido do Trabalho e Cultura Organizacional, desenvolveram-se 18 hipóteses que estão demonstradas na Tabela 1.
As hipóteses foram elaboradas com base nos fatores da Escala do Trabalho com Sentido (Bendassolli & Borges-Andrade, 2015) com os fatores do Instrumento Brasileiro para Avaliação da Cultura Organizacional (Ferreira & Assmar, 2008). O método utilizado para identificação das relações entre esses constructos, assim como para realizar a adaptação transcultural e validação do instrumento está descrito na seção que segue.
Método
A execução desta pesquisa - que adota abordagem quantitativa, caráter exploratório e natureza aplicada - deu-se em duas fases: a adaptação transcultural e validação do instrumento. A adaptação transcultural foi realizada a partir das etapas propostas por Beaton et al. (2000), que são: tradução, síntese das traduções, retradução, análise de um comitê de especialistas e pré-teste. A segunda fase se trata da etapa empírica, em que se aplicou a escala adaptada aos docentes participantes do estudo.
Participantes
Para a adaptação transcultural do instrumento contou-se com a participação de três tradutores na etapa 1 de acordo com Beaton et al. (2000), quatro tradutores no processo de síntese das traduções (etapa 2) e dois tradutores para a retradução (etapa 3). O comitê de especialistas (etapa 4) foi composto pelos diretores da Facultad de Ciencias Económicas da universidade argentina em que se coletou os dados. Os participantes da etapa empírica que viabilizou a validação do instrumento nesse contexto foram 154 docentes de uma instituição de ensino superior pública argentina aos quais a ETS foi aplicada.
Instrumentos
O instrumento adaptado transculturalmente e validado por este estudo foi a Escala do Trabalho com Sentido (ETS) elaborada por Bendassolli e Borges-Andrade (2015). Esta escala é baseada na escala de Morin e Dassa (2006) e adaptada e validada para o contexto brasileiro por Bendassolli e Borges-Andrade (2011). Se trata de um instrumento que segue a orientação do grupo MOW (1987) sobre a temática e baseia-se na estrutura conceitual dos trabalhos de Morin (1997, 2003, 2007), Morin e Cherré (1999) e Morin e Dassa (2006).
A ETS é uma escala multifatorial composta por seis fatores - utilidade social do trabalho, ética no trabalho, liberdade no trabalho, aprendizagem e desenvolvimento, qualidade das relações no trabalho e coerência e expressividade. Cada item ou fator permite analisar o quanto o sujeito avalia que seu trabalho atual se aproxima de sua expectativa sobre o que trabalho deva possuir para que tenha sentido (Bendassolli & Borges Andrade, 2015). Os cinco primeiros fatores foram propostos por Morin e Dassa (2006), enquanto o último - coerência e expressividade - foi incluído por Bendassolli e Borges-Andrade (2011) por ter se manifestado na análise realizada a partir dos dados dos participantes brasileiros e se refere ao alinhamento com os objetivos profissionais e possibilidade de ser ouvido no local de trabalho.
A versão original da ETS possui escala likert de seis pontos, mas optou-se por adaptá-la para uma escala likert de cinco pontos. Essa adaptação foi realizada em função de não ter sido o único instrumento aplicado e, no caso de questionários que contam com muitas indagações é indicado o uso de escalas menores, já que reduz o número de possibilidades a serem consideradas. Além disso, o uso do ponto neutro faz com que os respondentes do questionário fiquem mais à vontade ao manifestar seu ponto de vista (Dalmoro & Vieira, 2013),
Procedimentos de Coleta de Dados e Cuidados Éticos
A primeira fase de coleta de dados se refere a adaptação transcultural, que foi realizada a partir das etapas propostas por Beaton et al. (2000) - tradução, síntese das traduções, retradução, análise por um comitê de especialistas e pré-teste. As três primeiras etapas foram realizadas com a participação de tradutores e um grupo de especialistas composto pelos diretores da Facultad de Ciencias Económicas da universidade argentina em questão.
Em sequência, a última etapa do processo de adaptação transcultural descrito por Beaton et. al (2000) refere-se ao pré-teste. Marconi e Lakatos (2019) explicam que o pré-teste possibilita identificar se o questionário utilizado possui três elementos fundamentais, sendo eles: a fidedignidade, a validade e a operatividade. Nesta etapa, contou-se com a colaboração de quinze docentes da universidade pública argentina participante.
Finalizada a adaptação transcultural do questionário, iniciou-se o processo de validação da escala. Para isso, a ETS foi relacionada com o Instrumento para la Evaluación de la Cultura Organizacional (IECO), que se trata da adaptação transcultural executada por Gai (2020) da versão reduzida do Instrumento Brasileiro para Avaliação da Cultura Organizacional (IBACO) (Ferreira & Assmar, 2008). O projeto desta pesquisa foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa, com o qual obteve-se a aprovação e autorização para execução da investigação. Os participantes receberam o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes do início da coleta de dados e o sigilo da participação foi assegurado.
Procedimentos de Análise de Dados
Para relacionar os fatores da ETS e do IBACO utilizou-se a Modelagem de Equações Estruturais Parciais baseada em variâncias (Partial Least Squares Structural Equation Modeling - PLS-SEM) utilizando o software estatístico SmartPLS®, versão 3.2.9 (Ringle, Wende, & Becker, 2015). Esse método visa esclarecer as relações entre múltiplas variáveis, analisando as inter-relações demonstradas por uma série de equações de regressão múltipla (Hair Jr, Black, Babin, Anderson, & Tatham, 2009) e é utilizado "para modelar complexas relações com múltiplos relacionamentos de dependência e independência entre variáveis latentes" (Nascimento & Macedo, 2016, p. 289).
As etapas que fizeram parte dessa análise estão de acordo com Hair Jr, Babin, & Krey (2017), contendo as especificações do modelo estrutural de caminho, avaliação do modelo de caminho, avaliação do modelo estrutural e interpretação dos resultados e desenho das conclusões.
Resultados
A adaptação transcultural da ETS seguiu as etapas indicadas por Beaton et al. (2000), em que a primeira se refere ao processo de tradução dos questionários. Para isso, solicitou-se a três pessoas bilíngues falantes do idioma português e espanhol, mas com o espanhol como idioma nativo para realizar a tradução dos questionários. De posse das traduções, deu-se início da segunda etapa - síntese das traduções -, em que se comparou as três versões para identificar possíveis diferenças e, a partir disso, elencar os termos mais adequados para o uso do questionário e que estavam mais de acordo com a versão original.
Após essa comparação, expôs-se essas diferenças aos tradutores que optaram pelos termos que entendiam ser os mais adequados. Nessa etapa, um dos tradutores originais não participou da seleção das palavras e, por isso, solicitou-se a outras duas pessoas também bilíngues e nativas em espanhol para participar desse processo. Isso possibilitou uma percepção imparcial da seleção de vocabulário. Nos momentos em que o consenso não foi possível optou-se pela escolha da maioria dos tradutores. A tradução e síntese das traduções da ETS estão expostas de maneira resumida na Tabela 2. As palavras que apresentaram divergências entre os tradutores e foram elencadas no processo de síntese das traduções estão destacadas em negrito.
A versão decorrente desta segunda etapa do processo de adaptação foi encaminhada a outros dois tradutores bilíngues, mas que possuem como idioma nativo o português, para dar início a terceira etapa - a retradução. Essa etapa destinou-se a verificar se a versão em espanhol possuía equivalência semântica em relação ao questionário original.
Na etapa de retradução nenhum dos itens apresentou problemas quanto à tradução, já que não se identificou elementos em desconformidade ou que necessitassem de alterações. A partir dessa avaliação, a versão final foi encaminhada ao comitê de especialistas, que identificaram que o questionário estava adequado para o início da coleta de dados.
Para a última etapa do processo de adaptação transcultural - o pré-teste - contou-se com a colaboração de quinze docentes. Não houve solicitação de alteração de nenhuma palavra da ETS pelos participantes do pré-teste e, por isso, manteve-se a versão resultante da segunda etapa - a síntese das traduções. Com isso, finalizou-se a etapa de adaptação transcultural para o espanhol da denominada Escala del Trabajo con Sentido para o contexto argentino, resultando na escala contida na Tabela 3 e Tabela 4.
A Tabela 4 permite visualizar os itens da escala correspondentes a cada fator, assim como a ordem que devem estar dispostos no momento da aplicação.
Com isso, finalizou-se a etapa de adaptação transcultural da escala que foi aplicada em 154 docentes da universidade argentina, o que forneceu dados estatísticos para a validação da escala proposta. Para apresentar a análise de Equações Estruturais elaborou-se um modelo de caminho entre as dimensões da ETS com a IECO (IBACO na versão adaptada para o espanhol). Um modelo de caminho de PLS é composto por um modelo estrutural, que ilustra as relações entre as dimensões, e um modelo de mensuração, que explana as relações entre as dimensões e os indicadores (Hair Jr. et al., 2017). A Figura 1 apresenta o modelo de caminho entre as dimensões da ETS e IECO considerando as hipóteses a serem testadas.
Para avaliar o modelo de mensuração será utilizado a avaliação da consistência interna composta pelo Alfa de Cronbach (α), confiabilidade composta (ρc) e Variância Média Extraída (VME) (Hair Jr. et al., 2009). Na Tabela 5 apresenta-se a análise de confiabilidade e a validez das dimensões, cujo modelo de mensuração convergiu após 8 interações.
Na Tabela 5 observa-se que os Alfas de Cronbach e Confiabilidade Composta para as escalas apresentaram os valores dentro das medidas propostas, ou seja, entre 0,7 e 0,95. Os valores para a Confiabilidade Composta para algumas dimensões chegaram próximas ao valor crítico, mas não o ultrapassaram. A validade discriminante é um indicador que mostra o quanto a dimensão é verdadeiramente distinta das demais em função dos padrões empíricos. Analisando as VEM's descritas na Tabela 5 observa-se uma possível convergência do modelo, já que são maiores que 0,5 (Porto, 2019).
Há duas maneiras tradicionais para a análise da validade convergente, utilizando-se as Cargas Fatoriais Cruzadas e o critério de Fornell e Larcker (1981), que determina a comparação dos valores das Variâncias Médias Extraídas (VME's) de cada dimensão com as correlações de Pearson entre as dimensões, sendo que as raízes quadradas das VME's (diagonal principal da matriz) nas colunas devem ser maiores que as correlações entre as dimensões. O critério HTMT (Heterotrait-Monotrait Ratio) é mais eficiente que os anteriores, pois os critérios de carga cruzada e de Fornell-Larcker podem não identificar uma possível validade discriminante do modelo (Hair Jr. et al., 2017; Porto, 2019). A Tabela 6 apresenta os valores das cargas fatoriais cruzadas das variáveis observadas nas variáveis latentes.
A análise da validade discriminante de acordo com o critério de Ching (1981), apresentada na Tabela 6 possibilita verificar que as cargas fatoriais das variáveis observadas (Ind.) nas dimensões (variáveis latentes) originais são maiores que as demais, constatando-se que há validade discriminante por este critério.
A segunda maneira para análise da validade discriminante diz respeito à utilização do critério Fornell-Larcker que compara a raiz quadrada da VME com as correlações de Pearson das demais variáveis latentes elucidadas na Tabela 7. Na mesma tabela demonstra-se os resultados da medida HTMT (Heterotrait-Monotrait Ratio) utilizando 5.000 subamostras extraídas dos dados originais pelo método boostrapping.
Para Porto (2019), os resultados da HTMT próximos a 1 indicam falta de validade discriminante. Henseler, Ringle e Sarstedt (2015) afirmam que valores abaixo de 0,90 apontam que o modelo apresenta validade discriminante e pelo método de bootstrapping, o limite superior do intervalo de confiança para 95% de confiança não poderá ultrapassar 1,00. A partir da Tabela 7 verifica-se que o modelo atende ao critério Fornell-Larcker uma vez que os valores da raiz quadrada das VME's das dimensões são maiores que os valores das correlações entre os valores nas colunas. Quanto ao critério de HTMT estimado, os resultados estão abaixo de 1,0 indicando a validade discriminante do modelo, ou seja, os valores das dimensões do modelo não se correlacionam com outras dimensões, portanto supõem-se que o modelo poderá divergir.
Para avaliar se o modelo estrutural representa as propostas do modelo de caminho em função das suas hipóteses - capacidade preditiva do modelo e as relações entre as dimensões-, inicialmente será avaliada a colinearidade entre as dimensões, que utiliza como medida a Variance Inflation Factor (VIF), que determina o grau que o erro padrão foi aumentado devido à presença de colinearidade (Hair Jr. et al., 2017) (Tabela 8).
Os valores do VIF elucidados na Tabela 8 para as dimensões são inferiores a 5, portanto, pode-se afirmar que a colinearidade não atinge níveis críticos em termos das dimensões, não sendo um problema na estimação do modelo proposto. Nas Tabelas 9 e 10 são avaliados os níveis de significância do modelo (R2 e R2 ajustado) (Tabela 9) e o tamanho dos efeitos (2) (Tabela 10) utilizando o método bootstrapping.
Observa-se na Tabela 9 que o "profissionalismo competitivo" (COMP), "profissionalismo cooperativo" (COOP), "promoção de relações interpessoais" (REIN) e "satisfação e bem-estar dos empregados" (SABI) apresentam coeficiente de explicação com efeito grande e significativo. As demais dimensões não apresentam valores significativos, portanto, o R2 é estatisticamente igual a zero. Na Tabela 10 determina-se a significância do tamanho do efeito 2, medida que é utilizada para avaliar se haverá impacto substancial nas dimensões endógenas se for omitida alguma dimensão (Hair Jr. et al., 2017).
Observa-se na Tabela 10 que os tamanhos do efeito das dimensões são médios e significativos, as demais dezoito relações não tiveram efeitos significativos. Na sequência, analisou-se as significâncias dos coeficientes do modelo estrutural (valores de beta) (Tabela 11). As relações do modelo tratam de correlações com o estabelecimento da hipótese nula (H0) como b = 0, devendo-se rejeitar as hipóteses propostas quando p < 0,05, ou seja, o coeficiente de caminho é ≠ 0 (Ringle, Silva & Bido 2014).
A partir das significâncias dos valores de beta expostos na Tabela 11 verifica-se que onze relações estão abaixo do valor de referência, Zcal = 1,96, ou seja, aceitando a Ho logo pode-se dizer que os coeficientes propostos para o modelo de regressão são não significativos (p > 0,05). Os demais, 7 coeficientes foram significativos. A pesquisa de Gai (2020) é contraria a esses resultados em apenas 4 hipóteses (H7, H15, H16 aceitas e H17 rejeitas) mesmo que o estudo da autora tenha utilizado uma variável ponderadora - a nacionalidade.
Por fim, avaliou-se a Relevância Preditiva (Q2) estimadas pelo processo blindfolding, que representa uma medida do quão bem o modelo de caminho pode prever os valores originalmente observados. A Tabela 12 apresenta os valores da medida de relevância preditiva Q2 para o modelo estrutural.
Com base nos resultados totais do procedimento blindfolding expostos na Tabela 12, observa-se que o modelo é relevante, visto que os valores de Q2 são maiores que zero. Na Figura 2 apresenta-se o modelo de caminho final.
De acordo com os dados obtidos por meio da análise do modelo estrutural utilizando mínimos quadrados parciais, confirmou-se algumas relações entre os fatores da ETS com as dimensões do IECO. Entre as dezoito hipóteses baseadas em Gai (2020) analisadas nesta pesquisa, sete hipóteses foram aceitas e onze hipóteses não foram confirmadas.
Discussão
Entre as hipóteses analisadas, a relação entre "Ética no Trabalho" e "Profissionalismo Cooperativo" e a relação entre "Ética no Trabalho" e "Profissionalismo Competitivo" foram confirmadas. As relações com questões éticas no trabalho merecem atenção, tendo em vista que é no exercício profissional que as dimensões moral e ética são claramente manifestadas (Veiga & Araújo, 2007). No que tange à educação, as profissões que lidam com seres humanos em relação de dependência, como as relacionadas ao ensino, implicam na realização de um trabalho moral, pois frequentemente há um encargo ético sobre este tipo de trabalhador (Tardif, 2001). É possível afirmar que a relação entre professores e alunos pode impactar nas escolhas dos discentes em função da possibilidade de gerar influência nas escolhas profissionais e no modelo ético-profissional seguido pelos alunos, assim como outras possíveis consequências (Vieira-Santos & Henklain, 2017). Nesse sentido, é fundamental a percepção dos discentes como seres singulares e com juízos de valor autônomos (Tardif, 2001).
Também se identificou uma relação entre "Aprendizagem e Desenvolvimento" e "Recompensas e Treinamento". Del Prette e Del Prette (1998) compreendem que os processos de aprendizagem e desenvolvimento se relacionam positivamente com as relações interpessoais dos estudantes, que são facilitadas pelas condições estabelecidas pelos professores. Estas relações, por sua vez, dependem das habilidades interpessoais profissionais desenvolvidas pelos docentes ao longo da trajetória profissional. Neste contexto, Folch, Muñoz e Icart (2018) indicam que docentes e estudantes percebem o meio universitário como essencial para a aprendizagem e desenvolvimento da criatividade em função das relações que se estabelecem nesse meio. O compartilhamento de conhecimento é uma prática constante nesse ambiente e, por esta razão, a função docente favorece ao desenvolvimento, aperfeiçoamento e aprendizado (Moreno & Zapata, 2016). Com isso, ressalta-se a importância de investimento para a constante profissionalização dos docentes, tendo em vista a necessidade de qualificar a atividade pedagógica, já que para ser docente são necessários conhecimentos além dos específicos da área de conhecimento (Canan & Santos, 2019).
Outras hipóteses que se confirmaram dizem respeito a "Qualidade das Relações" e "Satisfação e Bem-estar dos Empregados" e quanto a "Qualidade das Relações" e "Promoção de Relações Interpessoais". Quanto a essas associações, Silva e Simões (2015) já enfatizavam a relevância das organizações para as relações interpessoais, que acabam fomentando o sentido no trabalho. Nesse contexto, os resultados do estudo de Allan, Dexter, Kinsey, & Parker (2016) apontam que o trabalho com sentido, quando associado à satisfação no trabalho, é um preditor das baixas taxas de depressão e relaciona-se a melhor saúde mental, diminuindo o estresse e a ansiedade. Ademais, as relações entre os docentes, alunos e os colegas de trabalho são fundamentais para a compreensão de uma grande parcela dos problemas enfrentados pelos docentes em seus exercícios profissionais (Gaspar, 2004), ao passo que também são essenciais para um trabalho com sentido (Irigaray, Oliveira, Barbosa, & Morin, 2019).
Também se confirmaram as hipóteses das relações entre "Coerência e Expressividade" e "Profissionalismo Competitivo" e entre "Coerência e Expressividade" e "Satisfação e Bem-estar dos Empregados". Essas relações podem estar relacionadas com o fato de que a construção da identidade do professor inicia em sua escolha profissional, mas é renovada inúmeras vezes durante a trajetória profissional; todavia, frequentemente este processo esbarra na competividade entre os docentes frente aos sistemas de avaliação, por exemplo (Lima, 2017). Nesse sentido, Lemos (2011) afirma que o incentivo ao foco dos docentes na pesquisa pode acabar fomentando a competitividade e, como consequência, enfraquecer o vínculo entre os colegas de trabalho e gerar conflitos. Por essa razão, salienta-se a importância do trabalho para o desenvolvimento da subjetividade e identidade dos sujeitos, assim como para a sociabilidade, uma vez que o trabalho é considerado como fundante do ser humano (Neves et al., 2018).
A percepção do sentido do trabalho tem diversas consequências para as organizações e para a sociedade, já que define o entendimento dos sujeitos sobre o que é aceitável ou não no contexto organizacional. Conhecer o sentido que as pessoas dão ao seu trabalho é fundamental para a compreensão de como as mesmas se comportam no meio organizacional, especialmente em um cenário pós-moderno, em que o aspecto profissional tem grande importância no desenvolvimento da identidade e no bem-estar dos trabalhadores (Cavazotte, Lemos, & Viana, 2012).
O sentido do trabalho possibilita a construção da identidade pessoal e social do indivíduo em função das atividades laborais, possibilitando que se identifique com o que é realizado por ele (Tolfo & Piccinini, 2007). Sendo o trabalho um local em que as pessoas constituem suas identidades e fazem parte de relações coletivo-culturais, o mesmo pode ser entendido como uma atividade significativa, intermediada por meio da cultura pessoal e coletiva (Bendassolli & Tateo, 2017).
Considerações Finais
Considerando a importância em conhecer o sentido do trabalho, para alcançar o objetivo principal desta pesquisa inicialmente realizou-se a adaptação transcultural para o contexto argentino da Escala do Trabalho com Sentido (Bendassolli & Borges-Andrade, 2015). Ao finalizar essa etapa, os questionários respondidos pelos docentes argentinos viabilizaram a validação do instrumento para esse contexto. Nas análises de Equações Estruturais verificou-se as relações entre os fatores da "Escala del Trabajo con Sentido" e os fatores do "Instrumento para la Evaluación de la Cultura Organizacional". Entre as dezoito hipóteses baseadas em Gai (2020) analisadas nesta pesquisa, onze hipóteses não foram confirmadas, enquanto as outras sete foram aceitas.
A Escala del Trabajo con Sentido pode ser utilizada por pesquisadores argentinos em outras pesquisas sobre o Sentido do Trabalho, já que se encontra adaptada transculturalmente e validada para esse contexto. Como sugestões para futuras pesquisas, indica-se a verificação da validação dessa escala em outros contextos da América Latina, inclusive em diferentes contextos organizacionais, não apenas em instituições de ensino superior. Também pode ser realizada a verificação de aproximações quanto ao sentido do trabalho e a cultura organizacional em outros países da América Latina, visando obter um cenário abrangente quanto a esses constructos e suas relações. Como limitações, cabe salientar o número reduzido de participantes, que se deve ao curto prazo para a realização da coleta de dados.
Referências
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Informações sobre os autores:
Maria Julia Pegoraro Gai
Universidade Federal de Santa Catarina - Campus Universitário Trindade
88040-900 Florianópolis, SC, Brasil
E-mail: mariajuliagai@hotmail.com
Luis Felipe Dias Lopes
E-mail: lflopes67@yahoo.com.br
Vânia Medianeira Flores Costa
E-mail: vania.costa@ufsm.br
Marcela Giuliani Denardin
E-mail: marceladenardin@gmail.com
Amanda Carolina de Oliveira
E-mail: amandac.oliveira@hotmail.com
Submissão: 18/05/2020
Primeira decisão editorial: 17/02/2021
Versão final: 26/02/2021
Aceite: 26/02/2021
Agradecimentos: O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.