EDITORIAL

 

 

As questões que envolvem a formação, que constituem referência para pensar e repensar que Psicologia estamos construindo no Brasil, quais os avanços alcançados em diferentes campos de trabalho e regiões, as produções na pesquisa contemporânea e as experiências de formação são as temáticas às quais se dedica a revista da ABEP.

O texto sobre ensino de Psicologia em escolas técnicas de nível médio traz uma das temáticas centrais para a ABEP - a Psicologia no Ensino Médio. Avança na problematização do ensino de Psicologia nos cursos técnicos e oferece subsídios para pensarmos nosso papel na formação dos jovens profissionais.

O modo como estudantes percebem o que se ensina e realiza na graduação constitui também temática relevante, pois a visão dos estudantes, o modo como compreendem e constroem significados para suas experiências é referência fundamental para pensarmos os projetos pedagógicos que organizamos e a forma como nossas intenções são apreendidas pelos estudantes.

O conhecimento que emerge da prática, como os relatos sobre o grupo de estudos em saúde coletiva e da prática clínica com adolescentes em ambiente escolar, oferece subsídios para pensarmos a Psicologia que se pratica nos vários espaços de trabalho em que se insere o Psicólogo, que devem ser referência para a construção de avanços no campo do currículo e da formação de psicólogos.

A produção nacional sobre autismo e psicose infantil constitui relevante contribuição para o campo da formação, face aos desafios e necessários avanços no trabalho com crianças que apresentam quadros de autismo e psicose.

Refletir sobre as tensões entre ensino e pesquisa no contexto da docência no Ensino Superior é tarefa permanente daqueles que se preocupam com o campo da formação, e o artigo que aqui se apresenta propõe rica e consistente análise das contradições e desafios presentes no cotidiano dos docentes.

Por fim, a resenha do livro de Yamamoto nos oferece um panorama do complexo e cada vez de mais amplo espectro de campos de trabalho em que se insere a/o Psicóloga/o, ao mesmo tempo em que evidencia a permanência e prevalência dos campos tradicionais de atuação.

Esperamos que a leitura deste número represente contribuição e referência aos que, como nós, dedicam-se a cuidar da formação e dos avanços da Psicologia por meio da organização e promoção de transformações no campo do Ensino e da Pesquisa em Psicologia.

 

Ângela Soligo
presidente da ABEP