5 1 
Home Page  


Revista EPOS

 ISSN 2178-700X

FORTES, Isabel. O sofrimento como travessia: Nietzsche e a psicanálise. []. , 5, 1, pp.99-111. ISSN 2178-700X.

^lpt^aO artigo propõe uma análise do tema do sofrimento humano nas obras de Nietzsche e de Freud, buscando encontrar ressonâncias teóricas entre os dois autores. A filosofia de Nietzsche se destaca pelas elaborações acerca desse tema em vários de seus livros. Por outro lado, o sofrimento psíquico ocupa lugar central no campo teórico clínico da psicanálise, como elemento necessário para a existência desta. Em ambos os autores, o sofrimento é uma travessia a ser percorrida para a passagem à alegria ou para que haja mudança psíquica. Percorre-se o tema da dor psíquica em Nietzsche a partir das figuras da culpabilidade, quais sejam, a má-consciência e o ressentimento. Analisam-se possíveis saídas desses modos do sofrer com as noções de amor fati e de beatitude. Em Freud, a neurose se apresenta como uma produção psíquica que visa ao evitamento da dor. A neurose é apresentada como uma figura da culpabilidade na teoria freudiana, mecanismo de defesa que busca proteger o psiquismo contra o trágico da existência. Investiga-se o desamparo humano como algo da ordem do incurável, que, por isso, indica uma via trágica para a psicanálise.^len^aThe article offers an analysis of the human suffering theme in Nietzsche's and Freud's works, looking for theoretical correlations between these authors. Nietzsche' philosophy stands out by its discourse about this topic in several of his books. On the other hand, psychic suffering has a key place in the clinical theoretical field of psychoanalysis, as an essential element for its existence. In both authors, suffering is a passage to be traversed on the road to joy, or for psychic change to take place. The theme of psychic pain in Nietzsche is inspected employing the tokens of culpability, namely bad conscience and resentment. Conceivable ways out of these forms of suffering are analyzed by the notions of amor fati and of bliss. In Freud, neurosis comes out as a psychic creation intended to avoid pain. Neurosis is presented as a token of culpability in Freudian theory, a defense mechanism aiming to shelter the psyche from the tragic aspect of existence. Human helplessness is studied as something bordering on the irreparable, thus pointing to a tragic way for psychoanalysis.

: .

        · | |     · |     · ( pdf )