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Pensando familias

versão impressa ISSN 1679-494X

Pensando fam. vol.22 no.1 Porto Alegre jan./jun. 2018

 

EDITORIAL

 

 

Helena Centeno Hintz*

 

 

A Terapia de Família vem, ao longo dos anos, consolidando seu espaço entre as terapias oferecidas aos indivíduos no intuito de ajudá-los a encontrar soluções possíveis a suas dores e sofrimentos emocionais. A família do mundo contemporâneo enfrenta mudanças constantes que a desacomodam, provocando desafios em seus padrões. A busca por novos conhecimentos e por uma melhor compreensão do comportamento humano em diferentes contextos é um dos caminhos que podemos tomar nesta realidade de tantas modificações.

Nesta edição da Pensando Famílias, encontramos diversos artigos que abordam questões importantes enfrentados pela família contemporânea, e os processos familiares pelos quais ela passa na busca de seu bem-estar e convivência harmônica de seus membros.

B. De Biagi e E. Rasera trazem a responsabilidade relacional como forma de produzir mudanças na família, apresentando a análise do processo terapêutico de uma família que participou de terapia familiar de curta duração.

As redes sociais têm trazido maior visibilidade sobre determinados temas, sendo um deles a traição. As autoras A. C. Klein e H. C. Hintz propõem uma análise exploratória do Caso Sorocaba, postado no Facebook. O caso é de um vídeo que viralizou na rede social, trazendo muito sofrimento às pessoas envolvidas.

Os autores A. L. Gonçalves, S. Caramaschi e M. R. Feijó apresentam um relato de pesquisa sobre as dificuldades e divergências de casais lidarem com o orçamento doméstico. Este é um tema relevante nos processos terapêuticos, sugerindo a presença de poder entre os parceiros.

W. Correa, M. de F. Minetto e M. A. Crepaldi fazem uma revisão teórica sobre a chegada de um bebê com atrasos em seu desenvolvimento em um ambiente familiar, exigindo uma maior reestrutura da família para exercer o cuidado desta criança. As autoras mostram a importância de Programas de Intervenção Precoce no auxílio ao cuidado a essas famílias.

C. C. de O. Brito, M. O. Santos, V. C. de Brito e M. R. M. Coelho escrevem sobre a Teoria da Perda Ambígua, que trata da perda traumatizante onde não há confirmação real ou rituais de apoio, dificultando a resolução da perda. Os autores apresentam a vivência de uma mãe de um adolescente desaparecido, sem comprovação de morte e os resultados obtidos através do Inventário de Percepção de Suporte Familiar sobre o apoio familiar que esta mãe recebeu.

R. M. Magnani e A. C. P. Staudt escrevem sobre um tema importante e atual: o suicídio de jovens. Frente a isso, afirmam ser necessário buscar estratégias de enfrentamento ao suicídio de adolescentes. Com o objetivo de compreender os estilos parentais e o estabelecimento das relações entre pais e filhos, realizaram uma revisão narrativa com material coletado em um banco de dados eletrônicos. O resultado foi que pais com estilos parentais com níveis de exigência e responsividade tiveram respostas positivas no desenvolvimento dos filhos, enquanto que pais de estilo negligente favoreceram nos filhos comportamentos dependentes e baixa autoestima, possibilitando o comportamento suicida.

A. P. S. Faria e E. L. T. Ponciano discutem a importância do apoio dos pais nas diversas experiências emocionais que os filhos adolescentes vivem neste período de suas vidas, acompanhando qualitativamente suas conquistas e fracassos. Concluem que os adolescentes desejam o apoio parental, sentindo-se mais seguros tanto nas experiências emocionais negativas como nas experiências positivas, configurando-se o ambiente familiar relevante para um processo saudável do desenvolvimento emocional.

K. V. Ledel, J. Razera, K. R. Haack e D. Falcke buscam compreender como as crianças e mães avaliam o aprisionamento paterno e quais são as possíveis consequências no relacionamento familiar e no desenvolvimento dos filhos. A conclusão é que o impacto é bastante sério na relação entre pais e filhos causados pelo distanciamento físico, carência emocional e dificuldades financeiras.

D. Passos, M. Cavallari e C. Gomes discorrem sobre a vinculação e pertencimento no processo de adoção estrangeira inter-racial. Em seu estudo concluem que o sentimento de pertencer decorre da construção afetiva e respeito à alteridade.

Os autores P. N. da Fonsêca, R. M. Palitot, M. de O. S. Machado, J. L. F. dos Santos, J. F. de Souza Filho apresentam um estudo sobre as percepções dos pais a respeito do filho adotado. O resultado mostrou que o filho adotado possui boa capacidade de relacionamento, tem sentimentos positivos para com sua família adotiva e um desempenho escolar adequado a sua idade.

M. C. Fiorini, F. G. Müller e S. D. A. Bolze realizaram um estudo sobre a diferenciação do self, obtendo como resultado o reforço da importância de sua diferenciação em processos terapêuticos individuais, conjugais e familiares.

S. M. Macarini e K. P. Miranda, em um estudo sobre a violência conjugal denunciada por mulheres, levantaram a existência de vários fatores envolvidos neste fenômeno, que podem auxiliar na compreensão de um relacionamento com violência conjugal a partir da abordagem sistêmica.

C. O. de Brito, C. R. R. Nascimento e E. M. Rosa em seu artigo trazem o resultado de um estudo sobre a efetividade do Conselho Tutelar como rede de apoio social e efetiva para com as famílias de crianças e adolescentes que são acompanhadas por este serviço. Entre as conclusões apontadas, observaram um afastamento afetivo entre os usuários e profissionais do Conselho Tutelar, o que dificulta que os indivíduos reconheçam e utilizem este órgão como rede de apoio às suas família.

Estes são os conteúdos dos artigos publicados com o objetivo de oferecer ao profissional mais elementos para compor sua bagagem de trabalho.

Boa leitura!

 

 

* Helena Centeno Hintz.

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