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versão impressa ISSN 0102-7395

Reverso vol.36 no.68 Belo Horizonte dez. 2014

 

ARTIGO

 

Medianeras: o traumático nas conexões e decepções amorosas

 

Medianeras: the traumatic element in connections and heartbreaks

 

 

Fabiana Cristina Teixeira

Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

O presente trabalho reflete a respeito dos relacionamentos amorosos na contemporaneidade, cujas demandas clínicas passam pela insatisfação da falta de laços afetivos, pelos desenlaces constantes, por relacionamentos marcados pelo gozo. Discute como as conexões virtuais subliminarmente iludem com as inúmeras possibilidades de escolhas, embora na prática, os sujeitos permaneçam seres de falta às voltas com os próprios desamparos. A partir do filme Medianeras: Buenos Aires na era do amor virtual, teceu-se considerações a respeito do desamparo, dos sintomas e das parcerias sintomáticas, que frente às rupturas dificultam saídas sublimatórias possíveis, metaforicamente, dificultando a abertura de ventilação nas medianeras. Trata ainda da articulação dos registros Real, Simbólico e Imaginário, a partir das metáforas das construções de Buenos Aires tratadas no enredo.

Palavras-chave: Relacionamentos, Desamparo, Conexões virtuais, Medianeras.


ABSTRACT

This paper aims to reflect on love relationships in the contemporary world, whose clinical demands pass by the dissatisfaction from the lack of emotional bonds, the constant endings, the relationships marked by pleasure, whose disruption produces contradictory effects, resulting in clashes and ruptures. It discusses how virtual connections subliminally deceive by having numerous possibilities of choices, although, in practice, the subjects remain missing beings around their own helplessness. From the movie “Medianeras” (“Medianeras: Buenos Aires na era do amor virtual”), comments were made about the helplessness, the symptoms and symptomatic partnerships, which, in face of the disruptions, hinder possible sublimatory exits, metaphorically, complicating the ventilation openings in the medianeras. It also discusses the articulation of Real, Symbolic and Imaginary registers from the metaphors of the buildings of Buenos Aires treated in the storyline.

Keywords: Relationships, Helplessness, Virtual connections, Medianeras.


 

 

Com base no filme Medianeras, dirigido por Gustavo Taretto, e cujo subtítulo em português é Buenos Aires na era do amor virtual, teceram-se algumas considerações psicanalíticas visando repensar e refletir sobre as provocações e os incômodos proporcionados pelo enredo, que docemente nos apresenta o mal-estar que escutamos rotineiramente em nossas clínicas: sujeitos insatisfeitos com os laços frágeis produzidos, afoitos por estabelecer novos laços que não conseguem ou, ainda, tentando desatar os “nós” que estabeleceram em seus relacionamentos.

O filme começa nos comparando aos prédios de Buenos Aires, à falta de critério e regularidade nos estilos das construções, que, como nosso inconsciente, carecem de constância e linearidade. Conforme é narrado: “Provavelmente essas irregularidades nos refletem completamente. Regularidades estéticas e éticas”. Assim como as construções, caminhamos numa lógica um tanto desordenada, com fragilidades nos laços estabelecidos e “que construímos sem saber como queremos que fique”. As medianeras são as paredes externas dos prédios, carentes de qualquer abertura, sem ventilação ou iluminação, a parte dura, seca, carente de sentido, embora parte do todo.

Assim como as medianeras, para marcar seu território na contemporaneidade, o inconsciente persiste e insiste com suas nuances: ao contrário dos imperativos contemporâneos de deletar tudo o que não nos serve, o inconsciente escancara que não há como deletar dores nem mágoas, nem o passado. Imaginariamente, nos encontramos num contexto em que tudo deve causar satisfação ou ser descartado, trocado, pois, se perdido, já não importa. Acrescentando a injunção superegoica, com o imperativo de gozar sempre e a qualquer custo, a panóplia tecnológica subliminarmente pretende nos convencer de que a felicidade está à nossa porta, nos ordenando que sejamos felizes. Curiosamente, o filme Medianeras nos possibilita refletir sobre os impasses criados por nós, sujeitos da contemporaneidade, com tantas dificuldades na produção de laços, tentando demasiada e desesperadamente estabelecer conexões virtuais, que ironicamente não se satisfazem nem se sustentam.

A metáfora das construções prossegue com as profissões dos personagens, que ironicamente “constroem”: Martin constrói sites, e Mariana, arquiteta, constrói vitrines. As construções aqui não possibilitam ampliação psíquica, mas principalmente no caso de Mariana, delimitam seus recursos e fazem com que ela se misture às próprias vitrines que constrói, identificando-se com os manequins e restringindo cada vez mais seus movimentos psíquicos. Ao construir sites, Martin auxilia sujeitos fóbicos a lidar com a vida de um modo exclusivamente virtual, conforme o personagem explica. Mariana, a personagem fóbica, embora arquiteta, se destaca por construir vitrines, concebendo-as como “um lugar perdido, que não está dentro nem fora. Um espaço abstrato e mágico”, tal qual o próprio inconsciente. Em seu trabalho, Mariana repete seu sintoma: permanece fora do contato com o outro, num estado narcísico, voltada para si, conseguindo se relacionar apenas com os próprios objetos de trabalho, ou seja, com os manequins.

Martin e Mariana, protagonistas do enredo, giram em círculo, numa constante repetição enfadonha no que concerne à temática relacionamentos. Além deles, participam da trama dois psicólogos, ambos com dificuldades de estabelecer vínculos e manter relações. Os protagonistas compõem duas histórias paralelas que tratam de sujeitos às voltas com sua angústia, buscando ligação pulsional, que, apesar da dificuldade de encontrar destinos para sublimar tais pulsões, se mobilizam na busca de parcerias amorosas, numa procura exaustiva por um outro que lhes sustente, faça suplência ao desamparo, numa busca frenética e ilusória em ser protegidos de si mesmos.

Nesse ínterim, vivenciam relacionamentos típicos da contemporaneidade, que mal se iniciam e já apontam a ruptura, num deslizar constante ao desamparo. Apático, o personagem Martin nos confunde quando tenta explicar sua posição depressiva, não deixando claro o que é seu e o que é do seu cachorro. Aparentemente, para ele é muito mais fácil lidar com as questões do animal do que com as próprias. Já Mariana retoma suas leituras infantis nesses momentos. Ceccareli (2009) aponta que, frente às situações de desamparo, o ser humano recorre aos seus protótipos infantis, tentando encontrar no mundo interno alento e no mundo externo a possibilidade de estabelecer novos laços.

Quando muito angustiada frente ao término de seu relacionamento, Mariana retorna ao seu livro Onde está Wally? lembrando e revivendo a angústia da criança que nunca conseguiu encontrá-lo. Metaforicamente esse livro, que é considerado o “livro da vida” de Mariana, representa muitos aspectos do tema tratado no filme: pessoas, encontros, dificuldades de encontrar, buscas. Segundo Mariana, o livro, “É a origem da minha fobia de multidões e criou em mim uma angústia existencial bem particular”, haja vista que ficara uma página sem ser solucionada, justamente “Wally na cidade”.

Mariana procura em Buenos Aires um parceiro, assim como ainda procura Wally no livro, mas vivencia desencontros e impotências constantes. Assim, quanto mais frustrações tem, mais se angustia, sua fobia se amplia e então se isola. Quanto ao livro, a fala de Mariana é bem cativante e representativa:

Ele representa de maneira dramática a angústia de saber que sou alguém perdido entre milhões. Os anos passaram, e ficou uma página sem resolver. Wally na cidade... Sei que o nervosismo cega, mas não consigo achar. Então me pergunto: se mesmo sabendo quem eu procuro não consigo achar, como vou achar quem procuro se nem sei como é?

No entanto, frente à possibilidade de um encontro, Mariana se posiciona de forma infantilizada, demonstrando suas dificuldades no que se refere ao crescimento, a uma organização genital, o que é ilustrado pela cena em que não consegue chegar ao vigésimo andar do prédio onde fica o restaurante ao qual se dirige para encontrar um rapaz com quem tenta estabelecer um encontro. Impossibilitada de chegar ao restaurante de elevador por causa da sua fobia, tenta subir pelas escadas, mas no décimo primeiro andar ou, metaforicamente, na última idade contabilizada no campo da infância, angustiada, recua e retorna, descendo as escadas e desistindo do encontro. Assim, a personagem ilustra sua dificuldade de adentrar o universo adulto e estabelecer relações nesse campo.

De alguma forma, há no imaginário contemporâneo a tendência em buscar a solução sempre fora, no Google, na internet, no consumo, no outro, nunca no sujeito. Estamos todos na rede, mas podemos pensar que no que concerne ao sujeito, ao individual, estamos sós, às voltas com nosso velho desamparo. Como bem ilustra a fala de Martin, “[...] a internet me aproximou do mundo, mas me distanciou da vida”.

De acordo com Ceccareli (2009), a contemporaneidade não tornou os sujeitos mais felizes, haja vista que a questão individual, do narcisismo, resistiu e frente ao risco ou à perda dos objetos de amor, as ligações de Eros tendem a se desfazer. Abrir um espaço na medianera do prédio é metafórico, pois é preciso espaço para a falta, para a energia circular no aparelho psíquico, para não pretender encontrar no outro o fechamento, mas a abertura, simbolicamente.

Podemos pensar na medianera como o Real, como o ponto duro, sem ventilação, a parte obscura que “a princípio não serve para nada”, já que temos os fundos e as frentes de todos os prédios, com suas sacadas e varandas, assim como temos o Simbólico e o Imaginário em nosso psiquismo, tentando aplacar o Real. Conforme narrado, a metáfora medianera mostra-se interessante e contribui muito para a presente reflexão:

Todos os prédios, absolutamente todos, tem um lado inútil. Não serve para nada, não dá para frente, nem para o fundo. Superfícies que nos dividem e lembram a passagem do tempo, a poluição e a sujeira da cidade. As medianeras mostram o lado mais miserável, refletem a inconstância, as rachaduras, as soluções provisórias, é a sujeira que escondemos embaixo do tapete. Só nos lembramos delas excepcionalmente, quando, submetidas ao rigor do tempo, elas aparecem sob os anúncios [...] Existe uma saída, uma rota de fuga. Ilegal, como toda rota de fuga [...] Abrem-se minúsculas, irregulares e irresponsáveis janelas nessas medianeras, que permitem que alguns milagrosos raios de luz iluminem a escuridão em que vivemos.

No enredo, há uma exemplificação interessante do posicionamento do sujeito no que se refere ao impasse frente à dor, ao término, à ruptura, à falta. Há uma espécie de colapso interno para as saídas sempre precárias, geralmente envolvendo relações com estranhos ou com seres inanimados. Além disso, as relações são contabilizadas e representadas em números, que, quando comparados à tecnologia, angustiam ainda mais, conforme o relato de Mariana:

Quando começamos a sair comprei a câmera que registrou estes quatro anos. Trezentas e oitenta fotos no primeiro ano, cento e cinquenta no segundo, noventa e sete no terceiro. Estas são as quatro fotos do último ano. Num ato simples e irreversível, me desprendo de 38,5 MB de história. Quem dera minha cabeça funcionasse tão bem como o MAC. Quem dera um simples clique me fizesse esquecer tudo.

Assistimos aos personagens vacilarem diante das relações apresentadas em perfis virtuais bem produzidos, marcados pela imagem, pela ampla gama de atividades, interesses e habilidades. Há milhares de possibilidades e tendo “milhares como se escolhe?”. Frente a tal questionamento, como era de se esperar, a personagem diz não conseguir escolher. Diante do deslumbre dos perfis, num primeiro momento escolher parece até fascinante, mas posteriormente se revela desafiador e difícil. No entanto, ao encontro, ao lidar com o sujeito, o imaginário não mais se sustenta, conforme a fala de Martin:

Cheguei à conclusão que esses encontros são como combos do Mc Donalds: nas fotos, é tudo melhor, maior e mais apetitoso. Cada vez que vou a um encontro, sofro a mesma decepção que vem diante de um Big Mac.

“Escolher” uma relação por um perfil on-line nos faz pensar em Bauman (2004) quando ele aponta a significativa tendência de nosso estilo de vida consumista em reduzir os humanos a objetos de consumo, em julgá-los conforme padrões estabelecidos, principalmente pelo nível de prazer que podem proporcionar.

Como no encontro de Martin com a psicóloga, a partir de sua escolha pelo perfil virtual, como um catálogo de compras, na prática, as línguas nem sempre são compreendidas, as afinidades ficam fora dos sujeitos imersos em si mesmos, em seus próprios interesses e satisfações, como bem demonstrado na cena. A personagem psicóloga não escuta e ainda discursa numa língua que o interlocutor não compreende, demarcando que está ali, mas não está envolvida, não há de fato um outro na relação, embora ironicamente a personagem insista na fala: “Sinto muita vontade de me comunicar”. A situação não evolui ao longo do breve espaço de tempo em que permanecem juntos. Apesar do ato sexual estabelecido, simbolicamente não se encontram e, mesmo Martin se queixando de não compreender a língua em que ela insiste em se comunicar, ela lhe responde: “Procure no dicionário”.

Na superficialidade e na falta de recurso para produzir um discurso que inclua o outro, precisamos nos lembrar de que estamos diante de sintomas nos quais, estranhamente, o sujeito não comparece, e onde não há Outro (GONDAR, 2001, p. 31).

No enredo, os términos das relações são específicos, abruptos, frios: repetem e enfatizam o próprio modo como tais relações se estabeleceram. Há uma aparente recusa no envolvimento e na dificuldade de admitir e elaborar um luto pelo desprendimento do objeto perdido: “No próprio aeroporto, cada um pegou sua mala, o que tínhamos em comum dividimos: um ficou com o xampu e outro com o condicionador... Chorei 24 horas e pronto”. Essa cena nos remete novamente a Bauman (2004) ao discursar sobre laços afetivos contemporâneos, denominados por ele de “amor líquido”, para o qual falta consistência e constância, sendo demarcado por um caráter utilitarista, no qual cada um busca atender os próprios anseios, ou gozar com suas repetições, às voltas com os próprios sintomas.

De acordo com Besset (2002), o gozo que muitas vezes o passante desconhece como tal, produz um sujeito que se mostra triste, desolado, angustiado, frente à ruptura de uma relação que pode ser pensada como “interrupção de um circuito”, do circuito do gozo. Ou seja, não estamos lidando aqui com a perda do objeto, mas com a posição libidinal que, de acordo com Freud ([1915] 1996), perder o lugar de amado pode remeter o sujeito ao desamparo.

Em Medianeras a partida da namorada de Martin para os EUA arremessou-o ao gozo, o que o fez questionar acerca do próprio valor: afinal, ter sido deixado reporta a um aparente comprometimento nesse campo. Como sofre com os ataques de pânico, ele se refugia ainda mais intensamente em conexões virtuais, que ele próprio reconhece que não o auxiliam, conforme ilustrado por seu discurso: “Ao me aproximar da internet, me distanciei da vida” e “Tem coisa mais triste, no século XXI, que não receber e-mails?”

Segundo Bauman (2004, p. 81), na rede podemos buscar abrigo quando a multidão “ficar delirante demais”. E acrescenta questionando: “[...] Será a nova facilidade de conectar-se? ou de cortar a conexão?” Assim como o personagem do filme, o pânico, para Besset (2002), revela ou desvela “angústia paralisante, avassaladora e um desamparo flagrante”. E é justamente aí que, ao se perceber desconectado de si e do mundo, o personagem passa a questionar seu envolvimento com a internet, que intensificou seu pânico e o afastou ainda mais dos contatos humanos.

Ainda conforme aponta Bauman (2004), ao nos referir como objetos de consumo, em Medianeras evidencia-se a falta de canalização para a angústia: o sujeito projeta e questiona a dor pela falta do objeto perdido, não se dá conta de que a dor é própria, que a falta é sua e que a angústia e o desamparo lhe são constitutivos.

Num exemplo extremo, o filme ilustra o horror do sujeito-coisificado, quando Mariana, além de conversar com um manequim, faz nele inscrições que registram um discurso suplente a qualquer fala, de qualquer Outro que lhe falte: “Como vai?” escreve ao lado da boca do manequim. Gradativamente, a relação de Mariana com o manequim se amplia, tornando-o também parceiro sexual, a quem ela comunica: “Não se iluda, foi só sexo”. Por fim, Mariana se senta na vitrine, compondo o cenário, ao lado de um manequim. Os passantes sequer notam tratar-se de uma pessoa exposta numa vitrine. Metaforicamente, assistimos à exposição da mulher-manequim, e momentaneamente suas referências de sujeito lhe escapam: “Tarde, como sempre, percebi que era eu na vitrine, como um manequim. Imóvel, silenciosa e fria”. Finalmente, se sente e reconhece como em seu próprio cotidiano: como numa vitrine ou numa página de Onde está Wally?.

A saída saudável para o desfecho se dá na abertura de luz e ventilação nas medianeras dos prédios de ambos os personagens. Para Martin e Mariana se encontrarem, foi preciso a produção de espaços de ventilação no psiquismo de cada um, para que não necessitassem colocar o outro na posição de alguém que imaginariamente tampone a falta, mas como possibilidade de estabelecimento de parceria amorosa, ainda que sintomática, como costumam ser tais parcerias.

As medianeras, quando funcionam como suporte para as propagandas, tentam recobrir com o imaginário, o Real de sua condição. No entanto, o imaginário se revela ineficaz, insuficiente, pois só com o Simbólico foi possível encontrar uma condição diferente.

Quando no final do enredo as medianeras são abertas produzindo “furos” no Real, os sujeitos nelas aparecem de outra maneira. É interessante destacar que Mariana aparece num espaço indicado por uma seta, que simbolicamente nos fez pensar que não era Wally quem ela precisava encontrar mas ela mesma. E Martin surge num espaço fálico, na propaganda de cueca, nos induzindo a suspeitar que tenha aceitado a castração, embora esta não precise configurar uma inibição drástica tal qual ele manteve na maior parte do enredo.

 

Considerações finais

Medianeras ilustra de modo simbólico como a contemporaneidade está marcada por uma legião de sujeitos inseridos na era do amor virtual, que, tal como nas gravuras de Onde está Wally, se encontram às voltas com seus sintomas, arremessados aos próprios desamparos, com muitas dificuldades de encontrar saídas sublimatórias saudáveis ou, metaforicamente, de abrir janelas para entrar luz e ventilação nas próprias medianeras.

Clinicamente, precisamos repensar novas formas de condução e direcionamentos clínicos, já que às voltas com psiquismos frágeis, bombardeados por injunções superegoicas devastadoras, estamos lidando com sujeitos cujos desenlaces se revelam penosos ou lamentam a falta de laços.

Num paradoxo que demanda novas reflexões teóricas a respeito da clínica, cujo traumático na contemporaneidade passa pela dificuldade de aceitar que nem tudo pode ser apagado, que ser humano, embora muitas vezes misturado e confundido com a evolução tecnológica, nos faz sujeitos pulsionais, de falta, tentando direcionar e encontrar destinos satisfatórios para nossas pulsões, apesar dos desencantos e das frustrações que tantas vezes esses destinos nos conduzam.

 

Referências

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LACAN, J. Escritos. Tradução de Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Zahar, 1998.         [ Links ]

NASIO, J.-D. Lições sobre os sete conceitos cruciais da psicanálise. Tradução de Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Zahar, 1997.         [ Links ]

 

 

Endereço para correspondência:
Praça do Rosário, 01/410 - Centro
36570-000 - Viçosa - MG
E-mail: fabicteixeira@hotmail.com

Recebido em: 21/10/2014
Aprovado em: 27/10/2014

 

 

SOBRE A AUTORA

Fabiana Cristina Teixeira
Professora da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde - FACISA / Univiçosa. Supervisora de Clínica Psicanalítica da Clínica Escola da FACISA. Psicóloga pós-graduada em psicanálise pela PUC-SP. Mestre em educação pela Universidade Federal de Viçosa

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