Serviços Personalizados
Journal
artigo
Indicadores
Compartilhar
Psicologia: ciência e profissão
versão impressa ISSN 1414-9893
Psicol. cienc. prof. v.23 n.2 Brasília jun. 2003
HOMENAGEADO
Ofélia Cardoso
Ofélia Boisson Cardoso foi, antes de tudo, uma idealista. Mãe de um filho só, quis o destino que este mesmo filho nascesse com necessidades especiais, as quais levaram ainda mais o espírito inquieto e pesquisador desta psicóloga brasileira, nascida no final do século XIX, a pesquisas e teorizações sobre diversos temas ligados à psi. De todos, eram os temas relacionados à educação e à criança os que mais a apaixonavam. Esteve aí o cerne da sua atuação profissional.
De orientadora educacional em escolas públicas a técnica de educação , Ofélia detinha sua atenção nas questões ligadas à relação existente entre ajustamento psicológico e rendimento escolar, entre psicologia infantil e aprendizagem.
Data de 1944 sua primeira obra: "Ensinar a aprender", um conceito revolucionário para a época: falar que também se ensina alguém a aprender, e não somente se repassa conteúdo da mesma forma, para qualquer um.
Ofélia localizava o agravamento dos problemas infantis a partir do ingresso da criança na escola. E isso a desafiava.
Professora de Psicotécnica da Faculdade de Serviço Social da Prefeitura do Rio de Janeiro, em 1945 exerceu a Chefia do Serviço de Ortofrenia e Psicologia do Centro de Pesquisas Educacionais da Secretaria de Educação e Cultura da Prefeitura do Rio de Janeiro e, depois, chefiou a Seção de Pesquisas Pedagógico-Sociais do Serviço de Assistência a Menores do estado - SAM.
Foi autora de "Alguns problemas de perturbação do caráter" (1945); "O problema da repetência na escola primária" (1949); "Alguns problemas do ensino da linguagem" (1956); "Aspectos psicológicos no ensino da linguagem"(1963); "Problemas da adolescência"(1965); dentre outras obras.
Por ocasião da fundação da Associação Brasileira de Psicotécnica, Ofélia, aclamada pelos notáveis serviços prestados à área, foi nomeada sócia-honorária da instituição.
Faleceu em 1994, deixando aos psicólogos e educadores modernos o legado de uma obra à frente do seu tempo.