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Estilos da Clinica
versão impressa ISSN 1415-7128
Estilos clin. vol.7 no.13 São Paulo 2002
ARTIGO
Transgressão e violência nos destinos do "desejo de ter filho" na atualidade
Law-braking and violence in the destinies of the "wish of ha ving a child" nowadays
Edna Linhares Garcia
Doutora em Psicologia Clínica (PUC-SP) e professora do Departamento de Psicologia da Universidade de Santa Cruz do Sul-RS (Unisc)
RESUMO
O presente trabalho propõe uma reflexão, a partir da clínica psicanalítica e numa perspectiva teórica de Piera Aulagnier, sobre o destino do desejo de ter filho na atualidade, apontando para uma transgressão e uma violência que, subrepticiamente, se apresentam e configuram o mal-estar contemporâneo relativo a este desejo.
Desejo; subjetividade; maternidade; função paterna; violência
ABSTRACT
The following research suggests a reflection, from the psychoanalytic clinic and in a theoretical view by Piera Aulagnier, about the destiny of the wish of having a child nowadays, pointing to a law-braking and violence that repeatedly present themselves and form the contemporary sickness related to this wish.
Wish; subjectivity; maternity; paternal function; violence
A Folha de S.Paulo (12/04/98) publicou matéria com o título "Brasileira faz bebê do ano 2000" e subtítulo: "Uma geração muito especial de bebês: filhos do fim do milênio". Tratava-se de uma pesquisa na qual algumas mulheres afirmavam planejar ter filho na virada do século porque acreditavam que dariam à luz "seres iluminados". O encontro com tal expectativa materna suscitou-me um sentimento de profunda estranheza e inquietação que me levaram a pensar sobre elementos que podem ser tomados como articuladores do mal-estar na atualidade.
Nada mais natural que desejar para um filho o melhor tempo de todos os tempos e que ele venha a ser um sujeito reconhecido, um herói; afinal, representa um resgate do narcisismo dos pais. O filho traz a esperança de recuperação daquilo que se deixou para trás, de algo a que se renunciou, se perdeu ou a que nunca se teve acesso. Mas é verdade que algumas esperanças constituem sonhos mais lícitos que outros por trazerem a marca do possível, do realizável.
Hoje, sinto aquela estranheza se reeditar e se reforçar diante dos avanços assustadores da engenharia genética, principalmente quando da divulgação de que biólogos da Coréia do Sul realizaram a clonagem de um embrião humano, a partir de uma célula e de um óvulo de uma mesma mulher. As incomensuráveis contribuições para o progresso da humanidade trazidas pelos avanços dessa ciência não nos poupam de um mal-estar e da necessidade de repensar as condições e os modos de subjetivação nesses tempos em que a ciência e suas técnicas prometem um encontro com o "tamponamento" definitivo do desamparo e da falta estrutural do humano; onde se pode projetar geneticamente o filho, a cor de seus olhos, de sua pele, de seu sexo. São inesgotáveis as questões referentes aos destinos do "desejo de ter filho" na contemporaneidade. Afinal, o que é ser mãe num tempo em que já não é mais necessário que se dediquem sentimentos positivos a um outro, a um pai, dado que sua participação é desnecessária; num tempo em que não apenas o encontro sexual é prescindível, mas também a própria diferença sexual é indiferente: o que é ser mãe quando se gera de e a partir de si mesmo, o que se espera quando se espera um si mesmo?
Essas questões que parecem nos remeter à ordem do indizível, do informulável são legítimas à reflexão sobre os destinos do "desejo de ter filho", quando consideramos a historicidade e os laços sociais que constituem tal desejo. Numa cultura absolutamente narcisista onde o outro não é reconhecido na sua singularidade, mas utilizado para o enaltecimento da imagem de si mesmo, a subjetividade se caracteriza exatamente pela impossibilidade do descentrar-se do si mesmo. Como assinala Birman, "apenas no horizonte macabro de um corpo a ser infinitamente manipulado para o gozo que o outro se apresenta para o sujeito no horizonte da atualidade" (1999, p. 25). Penso, pois, que o gerar de e a partir de si mesmo e esperar em si mesmo pode ser entendido como pura expressão da subjetividade da atualidade.
A psicanálise tem podido, até então, oferecer muitas contribuições acerca da ação que o desejo de ter filho e por determinado filho tem sobre a mulher e sobre a própria criança. Freud remonta o desejo de ter filho ao primitivo desejo de ter um filho do pai, que já é, por sua vez, uma transformação de um primeiro desejo de ter um filho da mãe. Essa reelaboração que acontece ao longo da evolução psíquica abrange desde a mais longínqua representação fantasmática até a remodelagem do desejo, o qual deverá veicular a inserção no sistema de parentesco. Nesta perspectiva, quero sublinhar as reflexões da psicanalista Aulagnier, sobretudo suas construções teóricas a respeito da "sombra falada" e do "traumatismo do encontro", pois possibilitam estabelecer a distância que separa desejo de ter filhos de "desejo de maternidade". Encontrei nessas formulações elementos para refletir sobre o esperar-se um si mesmo ou o gerar-se um si mesmo, além de uma possibilidade de dar um sentido àquela minha estranheza, um sentido que aponta para uma profunda violência que, subrepticiamente, pode abrigar e veicular um "desejo de maternidade"; desejo patógeno, por remeter ao desejo de reviver a relação primária com a mãe e recuperar a criança mítica do desejo da mãe e, com ela, alcançar o retorno de si mesmo enquanto objeto do desejo e do prazer materno. Penso que o desejo de maternidade configura um dos destinos do "desejo de ter filhos" na atualidade.
Através de minha escuta clínica pude ouvir uma violência nas respostas de algumas mulheres frente à experiência da gravidez e da maternidade; respostas que revelavam o quanto tal encontro ameaçava a primeira solução que deram aos seus conflitos identificatórios, o quanto representava um grande perigo para as suas economias psíquicas. Pude constatar que, para determinadas mulheres, o encontro com a experiência da gravidez é "uma dura prova, psiquicamente perigosa, pois reativa e remobiliza todo um passado relacionai mais ou menos superado, que elas deverão reviver de forma invertida" (Aulagnier, 1975, p. 162).
Lembro-me de Teresa, paciente atormentada com o medo de estar grávida pela terceira vez e passar pelas "crises" que se seguiram aos seus dois partos, pergunta se sei o que significa "vazar melancia". Apressa-se e explica: "É meter a faca e rodar várias vezes dentro da melancia"(...) "é isso que me pego pensando em fazer com meus filhos... quando começo a pensar... por isso não posso pensar em ficar perto deles... queria espremê-lo contra a parede e ouvir o barulho de seus ossos...". Decidida a fazer uma laqueadura, Teresa não consegue apoio nos centros de saúde, pois não convencera os médicos e psicólogos da gravidade e da urgência de seu problema. Observo que ser mãe para ela está, exclusivamente, associado à necessidade de suprir as demandas de caráter fisiológico; assim, sua relação com os dois filhos se restringe aos cuidados alimentares e higiênicos. Num aparente paradoxo, suas duas crianças estão sempre enfermas. À relação empobrecida acrescenta-se o espancamento.
Uma outra história clínica também me faz pensar sobre o perigoso encontro com a gravidez e a maternidade. Vânia, 30 anos, mãe de dois filhos sobreviventes a várias tentativas de aborto, hostiliza-os com intolerância irracional, espancando-os com muita freqüência. Engravidou mais duas vezes e relata que foi "bem-sucedida" no seu empreendimento de "ficar boa", pois conseguiu abortar. Os métodos brutais abortivos que utilizara dão indícios de uma relação perigosamente violenta também com o corpo. Para se "livrar" e ficar "boa" da última gravidez, "perfurava o feto" durante vários dias consecutivos, com um pedaço de madeira pontiagudo. Alcoólatra, viciada em psicotrópicos, autodepreciativa, Vânia traz histórias de profundas depressões e crises de agressividade. Tão violento quanto o encontro de Vânia com a gravidez e a maternidade foi o seu encontro com a causa de sua origem: ela se reconhece como resultado de um acidente biológico que sobreviveu às tentativas de aborto empreendidas pela própria mãe.
A minha escuta dá conta de que algumas mulheres realizam uma verdadeira e violenta expropriação de seus filhos. Expropriação que talvez remonte àquela inscrita na sua mais tenra infância. Seus sintomas apontam para um desfalque narcísico no processo de constituição do psiquismo. Penso sobre a violência de não terem encontrado, como causa de suas origens, um desejo que lhes referisse, que tornasse possível investir num "portador de um desejo de vida e dispensador de prazer" (Aulagnier, 1984, p. 67).
Constato que, em muitos casos, são mulheres sobreviventes de uma violência secundária que, exercida, deliberadamente ou não, deixou marcas indeléveis para o psiquismo. Marcas que se expressam nas respostas que apresentam frente a determinados encontros que a vida oferece. Respostas que evidenciam a predominância de formas primitivas ou arcaicas de representação psíquica da causa de seus sofrimentos. Essa violência secundária se apoia numa violação primeira e necessária que decorre do encontro entre um Eu1 ainda por vir e um psiquismo já organizado e atravessado pelos processos secundários e que dela se distancia pelo caráter excessivo, desnecessário e nocivo da violação que promove (Aulagnier, 1975).
As intrusões violentas dessas mulheres para com seus filhos são respondidas nas manifestações agressivas, nos estados de depressão ou, ainda, na frágil imunidade física que eles apresentam. Em regra geral, são crianças desafeiçoadas com os pais, com problemas de aprendizagem e de relacionamento, distúrbios do sono e muitos problemas alérgicos, segundo o relato das mães.
Problematizar o destino do "desejo de ter filhos" implicado no sofrimento psíquico trazido por essas mulheres requer levar em conta a suspeita de que são herdeiras de um desejo transmitido de modo muito conflituado e de uma interdição que se deu de forma muito rudimentar. A representação psíquica que trazem do pai é de uma figura impotente, incapaz de relativizar a rejeição materna, ou aplacá-la com a sua proteção. Essa suposta impotência despe o pai de sua função, configurando uma situação de ausência de lei e dos instrumentos que viabilizam a relativização fantasmática.
Resgato aqui fragmentos da história de Aliana, cuja surdez e indiferença de seu pai a sua dor psíquica estão presentes como indícios de rejeição e de abandono por parte dele. Órfã de mãe aos 9 anos de idade, Aliana sofreu a hostilidade e a violência da madrasta, que a espancava e a seus quatro irmãos, sobreviventes de uma prole de quinze. Esse caso também configura um singular e perigoso encontro com a gravidez. Aos de 33 anos, casada, traz a tragédia de seis abortos "espontâneos" (não se identificava disfunção orgânica determinante) e um natimorto. Falava de sua gestação como algo estranho que andava dentro dela, "uma coisa como um bolo de carne que anda de um lado para o outro no meu estômago". Durante o tempo em que pude escutá-la nada ouvi no seu discurso ou nas suas atitudes que revelasse o desejo por uma criança. Nunca houve em sua barriga uma vida em formação, um bebê pré-investido e desejado como um novo; havia um "bolo de carne", responsável por um desprazer que tinha como referente o seu próprio corpo. Tendo a compreender os sucessivos abortos de Aliana como expressão de um "desejo de não-desejo", de uma impossibilidade de investir e antecipar um Eu, capaz de enlaçar um corpo de um filho.
Segundo Aulagnier, ao nascimento do sujeito precede um discurso materno que veicula uma antecipação do Eu. Discurso que, tal como uma sombra, se projeta e acolhe o corpo do recém-nascido. "Sombra falada e falante", solilóquio a duas vozes realizado pela mãe, que viola um espaço psíquico, possibilitando o acesso à ordem humana. Durante muito tempo, o bebê é o suporte dessa sombra que comporta uma idealização do Eu da criança, ou seja, do que a mãe espera que ela seja e se torne. Mas há um dia em que esse suporte emitirá seus próprios enunciados identificatórios e, então, sombra e suporte já não mais sustentam a ilusão de uma coincidência entre si, tornando evidente a desde-sempre presença da diferença.
Naturalmente, são muitas as contradições, pois próprias da distância que separa a sombra da criança real. Contudo, essa sombra ou antecipação do Eu deve encontrar pontos de enclave no recém-nascido, de forma que possa acolher esse corpo. Do contrário, e dependendo das condições psíquicas da mãe, todas as contradições poderão constituir encontros traumáticos graves e produzir sérias conseqüências, tanto para a mãe quanto para a criança. Se não há pontos de enclave entre esse Eu antecipado e o referente na cena do real, ocorre um desinvestimento da mãe, não apenas nesse representante psíquico do infante, presente em seu psiquismo, mas também na distância que separa esse representante e a criança da realidade. É essa distância que denuncia o engendramento de um novo, um inédito e, por isso mesmo, comporta o inesperado, o surpreendente e o singular.
O que move o desejo da mãe vai ser, portanto, revelado pela forma como ela vivência a constatação de que a representação pré-forjada do bebê ideal não é conforme ao seu referente na cena da realidade. Em outros termos, o encontro inevitável com a não-conformidade sombra-suporte abre uma brecha através da qual se desvela o que representa "ser mãe" para aquela que assumiu exercer essa função; o que ela espera quando espera uma criança; o que ela planejou e pré-investiu. Desvelamento tanto mais intenso quanto for o ritmo com que o suporte vai adquirindo sua autonomia.
Quando, mesmo diante das contradições, a mãe continua investindo não apenas na representação psíquica da criança presente na sua psique, mas, também, na própria distância que separa uma da outra, dá provas de que renunciou aos desejos da sua mais tenra infância e que mantém investido um desejo de criar o novo: o que a move é, portanto, o "desejo de desejo". Por outro lado, quando o desejo em jogo não é o "desejo de desejo", o engendrado só pode se referir a um retorno de um passado fenecido. Nesse caso, se assiste à violência do assassínio de um Eu a vir.
É essa violência que está presente, subrepticiamente, na não-renúncia ao desejo daquela criança mítica que a mãe não pôde dar e que o pai recusou; é essa violência que acontece quando o Eu antecipado não enlaça o corpo do bebê, testemunhando que o transmitido pela mãe não respeita as exigências do interdito, do irrealizável. Movida pelo "desejo de maternidade", a sombra falada, ao invés de oferecer uma antecipação do Eu, oferece uma projeção regressiva num passado, numa busca de repetir uma vivência da própria mãe. Assim, a relação incestuosa é, nessa situação, vivida de forma invertida. O reinvestimento nesse desejo infantil tem como corolário o desinvestimento da concepção como um ato de criação do novo. Decorre daí uma verdadeira mutilação de tudo o que possa singularizar a criança que nasce. A mãe expropria-lhe o corpo, o tempo, o futuro, enfim, nega-lhe o "vir a ser" de um ser desejante.
A criança que nasce no reino do "desejo de maternidade" não é, portanto, nem o fruto de um desejo que concerne ao pai (seu desejo está interditado) nem, muito menos, ao casal parental. Com efeito, quando do momento de esse sujeito escrever sua própria história, não vai encontrar, como causa de sua origem, um desejo e um prazer que lhe refiram. Mas, muito antes que o sujeito possa se tornar seu próprio biógrafo, fato que sinaliza a vitória do Eu, se deparará e sofrerá com os efeitos decorrentes da impossibilidade ou de um precário enlace entre seu corpo e aquele corpo presente no psiquismo materno elaborado sob a demanda do "desejo de maternidade". Afinal, para o bebê é vital que esse enlace se realize, pois dele depende a continuidade do investimento da mãe, não apenas no seu representante psíquico idealizado, mas, também, na própria diferença que a realidade imputa.
Sobre os efeitos decorrentes da impossibilidade do enlace entre o corpo representado no psiquismo materno e o corpo do bebê, Aulagnier ressalta dois: o primeiro configura os casos nos quais aquele representante psíquico da criança presente no psiquismo da mãe é de tal forma idealizado que imputa uma negação a qualquer diferença ou distância com seu referente na realidade. Nesses casos, a mãe tenderá a investir apenas naquelas manifestações do bebê que podem confirmar sua representação. Assim, as demandas que contrariam essa representação do bebê ideal terão seus sentidos invertidos ou não serão ouvidas pela mãe. Contudo, é possível constatar que a mãe mantém um investimento, mesmo que parcial e fragmentário. Essa idealização materna poderá ter como conseqüência para o bebê uma profunda insegurança quanto a sua sensorialidade: "incerteza mutiladora com relação à conformidade entre ele mesmo e a imagem refletida no espelho, uma relação muito estranha com o ideal" (Aulagnier, 1986, p. 165). Um segundo efeito diz respeito aos casos onde nem mesmo esse investimento parcial e fragmentário se torna possível, por não existirem pontos de enlace entre o suporte e seu representante psíquico; enlaces que pudessem preservar qualquer investimento. Nesses casos, se configura um luta desigual e injusta, pois se passa entre essa representação ideal e um recém-nascido completamente dependente do investimento materno. Para a mãe, é impossível continuar investindo em algo que nega a representação presente no seu psiquismo: "ou bem a morte do lactante permite preservar o representante psíquico cuja idealização não conhecerá nenhum obstáculo e permanecerá intacto à espera de um novo corpo, ou bem a vida do lactante se preserva e seu representante psíquico estará condenado à morte, mas, nesse caso, uma primeira representação relacional mãe-bebê mancha a psique que sediará uma nova" (Aulagnier, 1975, p. 164).
Se pude ilustrar a problemática da maternidade e o mal-estar que hoje experienciamos em relação a ela através de fragmentos clínicos é porque a clínica não cessa de testemunhar os efeitos do "desenlace" ou de um rudimentar enlace entre sombra falada e referente na realidade. Constatei que a não-superação do "traumatismo do encontro" pode favorecer episódios psicóticos, estados melancólicos ou depressivos. Vânia, Teresa e Aliana são mulheres que trazem não apenas no primeiro parágrafo de suas próprias vidas, mas também na história dos filhos que engendraram ou que tentam engendrar, as marcas de um "desenlace". Filhas e filhos que não puderam se representar como o efeito da realização do desejo e do prazer parental; sobreviventes de uma violência que não cessa de se reinscrever. Com efeito, não é à toa a estranheza que pode causar a muitos, tal como me causou, o encontro com "esperas de filhos iluminados" ou com as garantias da técnica da clonagem de sujeitos perfeitos. A intensa idealização inviabiliza o investimento e assassina toda e qualquer singularidade por vir.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Aulagnier, P. (1975). A violência da interpretação: do pictograma ao enunciado. Rio de Janeiro, RJ: Imago, 1979. [ Links ]
_______. (1984). O aprendiz de historiador e o mestre-feiticeiro - do discurso identificante ao discurso delirante. São Paulo, SP: Escuta, 1989. [ Links ]
_______. (1986). Nascimiento de un cuerpo, origen de una historia. In L. Hornstein et al. Cuerpo, historia y inlerpretacion. (pp. 117-70). Buenos Aires: Paidós, 1991. [ Links ]
Birman, J. (1999). Mal-estar na atualidade: A psicanálise e as novas formas de subjetivação. Rio de Janeiro, RJ: Civilização Brasileira. [ Links ]
Recebido em setembro/2001.
1 As traduções da obra de Piera Aulagnier tomam de forma indistinta os termos "Je" e "Moi", de modo a utilizar, também indiscriminadamente, "Eu" e "eu". Neste trabalho optei por usar o pronome "Eu" apenas nesta forma, de acordo com sua concepção no livro A violência da Interpretação, obra de 1975. O Eu tem, portanto, o sentido de sujeito psíquico.