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Revista Mal Estar e Subjetividade
versão impressa ISSN 1518-6148
Resumo
MARTINEZ, Viviana Carola Velasco e MATIOLI, Aline Spaciari. Enfim Sós: Um estudo psicanalítico do divórcio. Rev. Mal-Estar Subj [online]. 2012, vol.12, n.1-2, pp.205-242. ISSN 1518-6148.
O presente artigo tem como objetivo lançar um olhar psicanalítico sobre o processo de divórcio. Como qualquer separação, o divórcio é um evento traumático para a família, pois, além de ser capaz de reeditar situações traumáticas vividas em tempos precoces, expõe o ex-casal a um sem-número de perdas significativas e geradoras de intenso movimento pulsional. Uma delas interessa a este estudo em particular. Trata-se da perda das ligações estabelecidas em torno da sexualidade infantil do casal, isto é, dos acordos, da cumplicidade, da intimidade que organiza essa sexualidade e a satisfaz. Analisou-se o transbordamento dessa sexualidade polimórfico-perversa quando da ruptura do laço conjugal, que, transformada em excesso, se traduz em sofrimento psíquico na forma de sintomas e atuações, inclusive para os filhos. É quando o divórcio pode se tornar interminável e a antiga relação afetuosa do casal passa a ser substituída, por exemplo, por uma relação sádico-erótica, cujo objetivo principal é manter a união a qualquer custo, nem que, para isso, se adotem as vias menos elaboradas, como chantagens emocionais, brigas na justiça, ciúmes etc. Nessas circunstâncias, não somente o ex-casal, mas também os filhos são convocados a dar conta desse excesso pulsional, que se apresenta como um enigma que demanda um desvendamento e uma nova organização do sexual. Para essa discussão, recorreu-se à teoria da sedução generalizada de Jean Laplanche.
Palavras-chave : Divórcio; psicanálise; teoria da sedução generalizada; sexualidade infantil; situação antropológica fundamental.