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Revista Mal Estar e Subjetividade
versão impressa ISSN 1518-6148
Resumo
MACEDO, João Paulo e DIMENSTEIN, Magda. Modos de inserção dos psicólogos na saúde mental e suas implicações no comprometimento com a reforma psiquiátrica?. Rev. Mal-Estar Subj [online]. 2012, vol.12, n.1-2, pp.419-456. ISSN 1518-6148.
Objetiva-se analisar os modos de inserção e os efeitos técnicos e políticos da presença dos psicólogos na Saúde Mental. Considera-se que a maneira com que cada profissional se insere, maneja conhecimentos teórico-práticos e organiza suas ações político-profissionais pode ou não efetivar e dar sustentação às mudanças necessárias à efetivação da reforma psiquiátrica. Trata-se de um estudo qualitativo, com base em pesquisa documental e trabalho de campo realizado em Teresina/PI. Dentre os psicólogos que atuam na Saúde Mental do município foram entrevistados 29 profissionais com a orientação de um roteiro semiestruturado. Quanto aos resultados, observou-se que os profissionais são jovens, formados há 10 anos, com pouca experiência na área. Além disso, convivem com trabalhos precarizados, baixos salários, razão pela qual mantêm vários empregos, tendo como destaque o consultório privado. Identificou-se que os profissionais demonstram forte vinculação com os modos tradicionais de atuação e pouco comprometimento com o desenvolvimento de novas práticas em saúde mental. Isso produz efeitos diretos na organização dos processos de trabalho e nos modos de funcionamento das equipes, mantendo o psicólogo afastado da perspectiva psicossocial, bem como das lutas para efetivar a Política de Saúde Mental em curso no País. Além disso, observou-se o agenciamento de um modo de ser psicólogo operador de práticas governamentais de gestão/controle de subjetividades e da vida.
Palavras-chave : Reforma psiquiátrica; luta antimanicomial; psicologia; cultura profissional; compromisso social.