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Psic: revista da Vetor Editora
versão impressa ISSN 1676-7314
Psic v.9 n.1 São Paulo jun. 2008
EDITORIAL
Neste semestre que passou tivemos informação de grandes mudanças no sistema de Avaliação da Capes, no que diz respeito ao Qualis. São mudanças que provocarão diferentes pontuações para as revistas, pois os critérios foram modificados. De fato, os critérios anteriores mostraram sua exaustão, pois um percentual muito alto alcançou a nota máxima. A pergunta que tem ficado nas reuniões com editores tem o sabor de ter sido feito o dever e que agora o dever é outro, não tendo tempo sequer para aproveitar a satisfação de tê-lo cumprido. Por parte da Capes, as revistas terem alcançado a avaliação máxima cria um problema de não discriminar as publicações para uma avaliação do programas de pós-graduação. Na reunião da Anpepp, em Natal, esse conflito foi visível e palpável. Nada obstante, os novos critérios estão postos e há pouca margem de negociação. Assim, que entramos em uma nova fase, com o fato de que muitas revistas não manterão a avaliação anterior e novas conquistas deverão ser feitas.
Mas o trabalho editorial deve continuar. E a Revista Psic dispõe aos interessados em Psicologia mais um número, com a expectativa de continuidade de divulgar os estudos que têm sido realizados.
Assim que Ivalina Porto e Sílvia H. Koller preocupadas com maus-tratos e agressões realizaram uma pesquisa que redundou no texto Violência contra idosos institucionalizados. Com base em uma abordagem bioecológica do desenvolvimento humano, entrevistaram pessoas idosas com vistas a acolher suas percepções sobre agressões verbais e físicas, negligências e abusos financeiros. Constataram a necessidade de uma prática baseada em educação gerontológica, com vistas a uma melhoria da qualidade de vida dos seres humanos na velhice.
Em busca de uma revisão da literatura, Rubén Ledesma, Raquel Peltzer e Fernando Poó produziram o manuscrito Análisis de la producción en Psicología del tránsito mediante PsycINFO (2000-2006). Forneceram uma evolução da produção no período, classificando as publicações mais relevantes e os países mais produtivos. Também, identificaram os temas principais e as linhas de pesquisa. Essa última análise foi complementada por uma revisão de resumos e artigos completos publicados em Transportation Research Part F: Traffic Psychology & Behaviour.
Com vistas à formulação de um modelo teórico para compreender o fenômeno amizade, Agnaldo Garcia e Paula Coimbra da Costa Pereira apresentaram seu manuscrito Amizade na infância: um estudo empírico. Os resultados referem-se principalmente à rede de amigos, a processos psicossociais, cognitivos e afetivos e ao desenvolvimento da amizade, entre outros. Suas análises permitiram sentir a necessidade de modelos teóricos amplos da amizade.
Neide de Brito Cunha e Acácia Aparecida Angeli dos Santos forneceram o texto Habilidades lingüísticas no ensino fundamental em escolas públicas e particulares. Com base nos instrumentos Escala de Avaliação de Dificuldades na Aprendizagem da Escrita (ADAPE), a Escala de Reconhecimento de Palavras e o teste de Cloze seus resultados mostraram diferenças significativas entre os tipos de instituição nas pontuações dos participantes, nos três instrumentos.
A preocupação com adultos em fase de alfabetização foi o tema sobre o qual pesquisaram Márcia da Mota, Daniela Cristina Belchior Mota, Natália Cunha, Átila Calzavara, Junia Cota, Stella Mansur, Simone Lima e Eliane Banhato, cujo relato está no texto Escolarização, Alfabetização e Consciência Sintática. A utilização de três instrumentos sobre consciência metalingüística facilitou a interpretação de que o efeito da escolarização não teria relação com desenvolvimento metassintático, ainda que tenham observado que a habilidade metalingüística se relacionava com a consciência sintática.
Utilizando um teste Cloze e a Escala de Estratégias Metacognitivas de Leitura, A.... e B.... fizeram uma pesquisa que é relatada em Compreensão e estratégias de leitura no ensino fundamental. Seus resultados indicaram que os alunos mais velhos de séries mais avançadas apresentaram melhor desempenho na compressão em leitura e menor uso de estratégias de leitura. Ao lado disso, as meninas pontuaram mais em compreensão da leitura, assim como no uso de estratégias. Entretanto, a associação entre essas variáveis foi nula.
Em base a uma abordagem qualitativa, Gabriela Seben, Gabriel José Chittó Gauer, Grazielly Rita Marques Giovelli e Renata Gastal Vieira relataram usa investigação no manuscrito Adultos-jovens portadores de HIV: análise dos processos subjetivos no enfrentamento da doença. Suas conclusões indicaram que essas pessoas possuíam uma expectativa positiva ante o tratamento com antiretrovirais, em razão de uma melhor qualidade de vida.
Aline Sberse Sengik e Silvana Alba Scortegagna, em seu texto Consumo de drogas psicoativas em adolescentes escolares, pesquisaram adolescentes estudantes de escolas públicas e privadas. Seus resultados indicaram que a maconha foi a mais prevalente, (10,7%), seguida das anfetaminas e, em menor percentual, os ansiolíticos, solventes, anabolizantes, cocaína e alucinógenos. Como resultado de seu estudo fornecem a sugestão de pesquisas e intervenção adequadas, principalmente, para os usuários de maconha.
Interessados na qualidade psicrométrica dos testes, Facundo Juan Pablo Abal, Gabriela Susana Lozzia, María Silvia Galibert, María Ester Aguerri e Horacio Félix Attorresi discutem, em seu texto El Modelo Multiple Choice y su utilidad para reducir distractores, a possibilidade de estudar a função dos elementos de um item. Com base na Teoria de Resposta ao Item, analisaram as curvas características de itens não ajustados. Concluíram que o procedimento adotado para a análise forneceu um conjunto bastante homogêneo, sem perder a validade de conteúdo, e discutiram as vantagens de sua utilização na elaboração de instrumentos.
As habilidades musicais são o ambiente no qual Malba Cunha Tormin, Cláudia Araújo da Cunha e Renata Ferrarez Fernandes Lopes fizeram seu estudo denominado Adaptação do Teste Pictórico de Memória para avaliação da memória de trabalho em musicistas. Seus resultados mostraram melhor desempenho na recordação quando a localização do objeto não foi exigida, nas palavras escritas, além de diferenças no desempenho em relação à memória viso-espacial.
Uma análise de conteúdo forneceu a base para Maria Chalfin Coutinho, Maria Fernanda Diogo e Emanuelle de Paula Joaquim escreveram seu texto Sentidos do trabalho e saber tácito: estudo de caso em universidade pública. Concluíram que os servidores públicos classificaram como positivos aspectos como estabilidade profissional bem como sustento pessoal e familiar; ao lado disso, encontraram que os usuários podem ignorar suas atividades ou considerá-las com intervenientes na rotina da universidade. Também, representaram seus desempenhos como base para as atividades fins da instituição.
Por meio de pesquisa bibliográfica Fabiana S. Fernandes estudou o autismo e o relata em Corpo no Autismo. Preocupada com o corpo, características e dificuldades dos autistas, suas conclusões se remetem a uma constituição do corpo de forma não muito saudável. Em razão disso, pôde inferir esse tipo de se autoconceber poderia ser uma das razões da precariedade de relações que o autista mantém com o mundo.
O processo saúde-doença foi o interesse de Prisla Ucker Calvetti, Jossiele Fighera e Marisa Campio Muller, e relataram seus estudos em A Bioética nas intervenções em Psicologia da Saúde. Destacaram os aspectos relativos à interdisciplinaridade como forma de abertura para a discussão da ética na prática profissional e sua relevância na reflexão de questões concernentes à saúde-doença em clínicas, hospitais e unidades básicas.
As três resenhas apresentadas neste número foram encaminhadas por Julia Targa, Rodolfo Augusto Matteo Ambiel e Bruno Borine. Julia Targa leu o livro O adolescente e sofrimento emocional nos dias de hoje de Tardivo, comentou suas principais contribuições, e o considerou uma leitura interessante para as pessoas que se preocupam com o tema. Por sua vez, Rodolfo Augusto Matteo Ambiel analisou o os autores Arcuri e Ancona-Lopez por meio de seu livro Temas em psicologia da religião. Destacou e comentou os aspectos mais relevantes da obra, acreditando que ela acrescentou informações ao tema. Finalmente, Bruno Borine fez uma leitura cuidadosa do livro Anorexia e bulimia: conversando com as famílias de Souza e Santos, retratando-a em sua resenha.
Fermino Fernandes Sisto
Editor