EDITORIAL

Temos muita satisfação em entregar a comunidade o número 2(1) de Avaliação Psicológica. O lançamento deste volume ocorre em um momento histórico para a área: estamos realizando agora o I Congresso Brasileiro de Avaliação Psicológica promovido pelo IBAP e, ao mesmo tempo, ocorre, pela primeira vez no Brasil, a Conferencia Internacional de Avaliação Psicológica em sua nona edição.

O progresso obtido pela nossa área na ultima década foi extraordinário. Mesmo os mais jovens sabem da rica mas difícil história da avaliação psicológica no Brasil, dos problemas enfrentados pela área e dos danos à formação de psicólogos que foram causados pelo desinteresse e omissão com os métodos, técnicas e instrumentos de avaliação. Estamos agora avançando rapidamente no caminho da superação das deficiências e do atraso.

O Instituto Brasileiro de Avaliação Psicológica (IBAP), fundado por iniciativa do professor Luis Pasquali que o dirigiu por vários anos, esta hoje consolidado como sociedade científica representativa da área de avaliação. A diretoria que encerra agora sua gestão, liderada pela professora Solange Wechsler, deu continuidade ao trabalho dos pioneiros e contribuiu para um avanço importante da área de avaliação. Esta revista, planejada na gestão anterior, é um dos marcos da área. Com a parceria da Casa do Psicólogo, estamos conseguindo entregar à comunidade uma revista de alto nível, com os trabalhos dos principais pesquisadores brasileiros e de um número crescente de pesquisadores de outros países. Entre as importantes realizações do IBAP neste biênio, devemos ainda destacar seu ingresso no Fórum das Entidades Nacionais da Psicologia Brasileira, a ativa participação na construção do I Congresso Brasileiro de Psicologia: Ciência e Profissão que foi o maior evento realizado pela Psicologia brasileira. Neste evento, o IBAP organizou mesas, cursos, conferências que levaram a centenas de psicólogos e estudantes importantes avanços no estado da arte da avaliação psicológica. Avançamos muito também na cooperação ativa com outras entidades e sociedades representativas da psicologia e começamos a dar uma contribuição significativa na construção e desenvolvimento da psicologia, como ciência e profissão, que valoriza a diversidade, a responsabilidade social e a participação ativa da comunidade nos processos de tomada de decisão.

A próxima diretoria do IBAP terá pela frente grandes desafios. Dar continuidade ao trabalho que vem sendo realizado já seria uma tarefa substancial. Mas, é preciso ir além e avançar neste processo de desenvolvimento e consolidação da área que já vem se desenvolvendo em ritmo acelerado. Precisamos levar adiante e fortalecer os mecanismos de colaboração com o CFP e a ABEP e com as demais sociedades científicas e representativas da Psicologia visando à melhoria da qualidade da formação de psicólogos em todos os níveis. È especialmente importante encontrarmos formas de promover treinamento e atualização para professores na área da avaliação, desenvolver ainda mais as redes de comunicação entre pesquisadores e psicólogos no campo, incentivar e identificar formas de fomento para a pesquisa na área, manter e estreitar a colaboração entre laboratórios, garantindo a produção de instrumentos nacionais.

Enfim, muitas são as tarefas, mas o crescimento da área, o surgimento de novas lideranças e de novos pesquisadores altamente qualificado permite que sejamos realisticamente otimistas com relação ao futuro. Vivemos no limiar de um novo tempo na Psicologia brasileira e a área da Avaliação Psicológica, desta vez, estará à frente, em conjunto com os colegas das demais áreas, na construção de uma psicologia voltada para os interesses da população e capaz de contribuir significativamente para a melhoria da qualidade de vida no nosso país.

Junho, 2003
Cláudio S. Hutz
Editor