EDITORIAL

Prezados leitores,

Psicologia em Revista oferece, neste último número de 2018, quatorze artigos derivados de pesquisas realizadas em instituições brasileiras e uma no contexto da Província de Quebec, no Canadá. Os textos dão distintas visões sobre temáticas relacionadas à infância, à condição da mulher, às conexões identitárias entre estudantes latino-americanos, sobre os efeitos do modelo liberal de gestão sobre a autonomia, o reconhecimento dos trabalhadores. Há ainda um conjunto de artigos que oferecem reflexões teóricas produzidas com base no diálogo entre autores significativos no campo da Psicologia. O estudo canadense trata da complexa questão da negligência que atinge crianças que não recebem cuidados dos adultos por elas responsáveis.

As diferenças e semelhanças entre estudantes latino-americanos originários de sete países do continente é apresentada em um trabalho que trata da identidade latino-americana. Outros três artigos também abordam questões relativas à infância no contexto brasileiro: o brincar como estratégia de cuidado e promoção da saúde mental das crianças; a prática da Ciranda Infantil, espaço de socialização das crianças em um assentamento rural do MST; os sentidos para a fantasia do “amigo imaginário” das crianças atribuídos pelos psicólogos e psiquiatras que trabalham com a clínica infantil. A atuação do UNICEF para a infância é analisada com base na noção foucaultiana de poder.

Aborda-se a condição da mulher em três artigos, em contextos e perspectivas plurais. No artigo que abre esse número, é analisada, na perspectiva da teoria biotecnológica, a atuação do CREAS-PAEFI junto às mulheres em situação de violência. O fenômeno da dominação nos relacionamentos sociais e amorosos é discutido do olhar de Jessica Benjamim. O trabalho feminino na pesca artesanal em Alagoas é outro artigo que enfoca a posição das mulheres no mundo do trabalho.

Os leitores encontrarão também um conjunto cinco textos que apresentam discussões teóricas sobre a relação entre o afeto e a linguagem, analisada com base em conceitos freudianos. Discute-se a proposta de Melanie Klein a partir de uma leitura lacaniana; a aproximação de Jung com William James é ressaltada como pouco conhecida nos meios acadêmicos e os estudos sobre o desenvolvimento infantil à luz de Margaret Maher; e o conceito de transversalidade apresentado na perspectiva da esquizoanálise.

Desejamos que, em 2019, Psicologia em Revista continue merecendo sua atenção.

A Comissão Editorial.