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Psicologia Hospitalar

versão On-line ISSN 2175-3547

Psicol. hosp. (São Paulo) v.4 n.1 São Paulo jan. 2006

 

RESENHA

 

Alessandra Santiago Viana

 

 

Mônica Medeiros K. Macedo & Leanira Kesseli Carrasco. (Con)textos de entrevista: olhares diversos sobre a interação humana. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005. 285p.

Essa obra reconstrói, sob diversas perspectivas teóricas, o instrumento mais comum de todo profissional de saúde mental, que é a entrevista. Sua aplicabilidade vai depender sempre do objetivo do trabalho do profissional e foi através deste olhar que as organizadoras Mônica Medeiros K. Macedo e Leanira K. Carrasco, professoras da Faculdade de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), junto com outros autores, deram suas contribuições para escrever sobre esse recurso técnico indispensável de trabalho.

Com a obra dividida em oito partes, temos em cada uma delas um (con)texto diferente de trabalho apresentado, segundo a experiência profissional e objetivos de trabalhos dos autores. Na primeira parte as organizadoras expõem a entrevista clínica como um espaço de subjetividade trazendo seus conceitos e a sua aplicabilidade em diversas áreas.

No segunda parte são apresentados textos psicanalíticos, escritos por autores que trabalham com essa orientação e descrevem suas experiências: Denise Hausen nos leva a pensar sobre as diferenças das produções psíquicas e as conseqüências nas intervenções do analista. Mônica e Carolina Neumann de Barros Falcão nos fazem refletir que a escuta é a experiência que cada um retira da sua própria análise, e por isso não pode ser uma reprodução de teoria, pois é dinâmica. Sissi Castiel e Carolina remontam sobre a implicação do analista no destino do processo analítico, relembrando que é o campo transferencial o campo de ação da Psicanálise. Adriana Ampessan contribui com trabalhos sobre a psicanálise infantil, dedilhando sua experiência sobre entrevistas preliminares, hipóteses, a inclusão dos pais, entrevistas devolutivas e planos de intervenção.

Na terceira parte entramos no (con)texto cognitivo e comportamental e os textos apresentados pelos autores nos trazem contribuições interessantes, tais como nos mostram: Irani de Lima Argimon e Kelly Cardoso Paim, que nos alertam sobre os trabalhos com dependentes químicos e a importância do acolhimento utilizando a técnica de entrevista motivacional. Ricardo Wainer e Neri Maurício Piccoloto contribuem descrevendo os conceitos de entrevistas em psicoterapia cognitiva.

Na quarta parte, (con) texto Humanista-Fenomenológico-Existencial: Janice Castilhos Vitola e Marta Regina Cemin escrevem sobre a entrevista na perspectiva desta terapêutica, com objetivo de acompanhar as descobertas do cliente na forma como ele as vai experienciando.

Na quinta parte, no (con) texto sistêmico, Nadir Helena S. Souza nos aproxima dos trabalhos com famílias, trazendo-nos os conceitos-chave do pensamento sistêmico: totalidade, organização e padronização. Já Terezinha Rech, escrevendo sobre a Circularidade Sistêmica na Escuta Clínica, afirma que a entrevista, principalmente as preliminares, consiste em lidar com situações complexas e ansiogênicas, exigindo do profissional um grande esforço interpretativo.

Na sexta, (con) texto d avaliações, Nádia Marques escreve sobre entrevistas de triagem, especificando-as como um espaço de acolhimento, escuta e ajuda terapêutica muito utilizadas nas instituições. Leanira e Juliana Rausch Pötter nos relembram da utilização do psicodiagnóstico como um recurso diagnóstico compreensivo.

Na sétima, (con) textos especiais de trabalho do profissional psicólogo, Blanca Susana G. Werlang, Mônica e Nelson Asni nos relatam sobre entrevistas retrospectivas – a entrevista em que o sujeito está ausente de vida para poder relatá-la. Tal instrumento viabiliza a compreensão da morte por suicídio e necessita formação especial do psicólogo. Maria Lúcia T. Nunes aborda a entrevista como instrumento de pesquisa conceituando as entrevistas semi-estruturadas.

Na última e oitava parte, como não poderia deixar de haver, os autores abordam (con) textos sobre a diversidade de trabalhos nas instituições. Jacqueline P. Moreira escreve sobre as entrevistas e suas nuances no ambiente escolar. Ângela C. B. Pratini Seger sobre as entrevistas clínicas, no contexto hospitalar, trazendo reflexões e possíveis aplicabilidades e intervenções e Fabrícia Ramos contribui com as entrevistas nas empresas, o processo de seleção, posturas de entrevistador e entrevistado á partir do objetivo que demanda cada vaga dentro de uma determinada empresa.

Assim, a diversidade de aplicabilidade da entrevista nos diversos contextos nos concretiza a confiabilidade deste instrumento para a prática do profissional psicólogo.

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