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Vínculo

versão impressa ISSN 1806-2490

Vínculo vol.16 no.1 São Paulo jan./jun. 2019

https://doi.org/10.32467/issn.1982-1492v16n1p69-77 

ARTIGO

DOI – 10.32467/issn.1982-1492v16n1p69-77

 

Sonhar e grupanálise

 

Dreaming and grupanalysis

 

Soñar y grupanalisis

 

 

Aucíndio Valente1

Sociedade Portuguesa de Grupanálise e Psicoterapia Analítica de Grupo

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Falar de sonhos, de sonhar, é algo que está intrinsecamente ligado à grupanálise e ao processo de maturação e de crescimento de cada um dos elementos do grupo. A finalidade da grupanálise é a de recriar essas pessoas através de um renovado crescimento que lhes permita que as relações harmoniosas venham a ser possíveis. Neste processo algo que poderá ser de grande ajuda para o exito da grupanálise são os momentos epifanicos (sonhos). A clarificação destes momentos pode mostrar, indicar o caminho, o rumo, o local em que estamos. O sonho manifesto como que ilumina o caminho, orienta o rumo sendo um indicador dos processos da transferência e da contratransferência integrados pela identificação projetiva, para além, de também parecer ser uma simples forma de comunicar – sonho objeto.

Palavras-chave: momentos epifanicos; sonhar; criar; celebrar; grupanalise.


ABSTRACT

Speak of dreams, of dreaming, is something that is intrinsically linked to group analysis and to the process of maturation and growth of each one of the elements of the group. The purpose of group analysis is to recreate these people through a renewed growth that allows harmonious relationships to be possible. In this process something that can be of great help for the success of group analysis are the epiphanic moments (dreams). The clarification of these moments can show, indicate the way, the course, the place where we are. The manifest dream illuminates the path, guides the course being an indicator of the processes of transference and countertransference integrated by the projective identification, in addition, also seems to be a simple way to communicate - dream object.

Keywords: epiphanic moments; dreaming; creating; celebrating; groupanalysis.


RESUMEN

Hablar de sueños, de soñar, es algo que está intrínsecamente ligado al grupanálisis y al proceso de maduración y de crecimiento de cada uno de los elementos del grupo. La finalidad del grupanálisis es la de recrear a esas personas a través de un renovado crecimiento que les permita que las relaciones armoniosas sean posibles. En este proceso algo que puede ser de gran ayuda para el éxito de la grupanálisis son los momentos epifanicos (sueños). La clarificación de estos momentos pueden mostrar, indicar el camino, el rumbo, el lugar en que estamos. El sueño manifiesto como que ilumina el camino, orienta el rumbo siendo un indicador de los procesos de la transferencia y de la contratransferencia integrados por la identificación proyectiva, además, de también parecer ser una simple forma de comunicar - sueño objeto.

Palabras clave: momentos epifanicos, soñar, crear, celebrar y grupanalisis.


 

 

Como atividade criativa falar de sonhar é de alguma forma, também, falar de grupanálise já que a Grupanálise visa o crescimento e a maturação dos vários elementos do grupo, estimulando a criatividade na descoberta de novas formas de relacionamento através do encontro-reencontro em cada sessão que poderemos considerar como atos de inovação e reconstrução.

Por outro lado, se pensarmos nos grupos naturais e escolhermos como paradigma a família, na sua função de criar e educar um filho que nasce, vemos que o que se passa é um crescimento (desenvolvimento) psico afetivo e social, com a criação de sucessivas formas de comunicação e relacionamento (uma matriz relacional interna segundo conceito de Maria Rita Mendes Leal). Este crescimento resultaria dum processo dialético desenvolvido no grupo familiar que, até certo ponto, poderíamos considerar numa perspectiva Winnicottiana como que o encontro das fantasias do bebé ácerca da mãe com as fantasias de mãe ácerca do bebé.

É evidente que na Grupanálise não temos o privilégio nem a responsabilidade de iniciarmos os nossos grupanalizandos enquanto bebés, apesar da entrada de um novo elemento no grupo ser algo de parecido e, por isso mesmo, muitas vezes designado de um nascimento no grupo. Por outro lado, os vários elementos de um grupo são como sabemos, aqueles cujos processos de crescimento e educação no seu grupo familiar, não foram os mais adequados dando, por isso, origem a sofrimento, sentimentos de abandono, de culpa, de rejeição, ódio, inveja, etc. o que lhes torna impossível o encontro e a partilha, isto é o relacionamento gratificante com o outro. Em suma, pessoas cujo processo de desenvolvimento foi perturbado e que está na origem do seu sofrimento.

Encaro, então, a finalidade da Grupanálise como que a de recriar estas pessoas (passe a pretensão) através de um renovado crescimento que lhes permita que as relações harmoniosas venham a ser possíveis dando a oportunidade a reencontros saudáveis; isto é, que atinja a maturação, a cura grupanalítica.

Encaro, também, a Grupanálise como um suporte da agressividade (uma aprendizagem para lidar com ela) em que o grupo é um espaço que facilita e permite a vivência da agressividade, já que os outros elementos, o grupanalista, e o grupo como um todo servem de objetos externos, nos quais as "partes más" de cada um, ou outras representações, são depositadas com a função de manter uma imagem de si próprio favorável. É o que eu designo de grupo ecoponto, pois considero que cada elemento do grupo funciona como um ponto de reciclagem onde colocamos sentimentos nossos naquela determinada pessoa e só nela, variando desta forma de pessoa para pessoa.

É esta função continente do grupo e do grupanalista que ao ser capaz de aceitar sem recriminar, sem recusar, suportando as críticas e as invejas que permite o reencontro e a maturação.

Tudo isto, no entanto, só é possível de entender numa perspectiva transferencial e contratransferencial que se evidencia num processo dinâmico de regressão grupal a níveis de funcionamento psico afetivos precoces e onde a identificação projetiva nos seus vários aspectos (normais e patológicos), tem um papel fundamental e que os sonhos evidenciam. Esta é uma das principais funções do sonho que procurarei evidenciar.

Ao dizer tal, partilho do pressuposto que a regressão na Grupanálise atinge os níveis de desenvolvimento pré-verbais como vem sendo defendido por vários autores ligados à Teoria de Relação de Objeto nomeadamente Bion, Turquet e Otto Kernberg que afirmam que a regressão nos grupos refletem as fantasias que estão ligadas à conflitos pré-edipianos da fase de separação, individuação ou mesmo da fusão simbiótica da primeira infância.

Desta forma o processo grupanalítico coloca uma ameaça básica à identidade pessoal dos seus membros, ameaça esta que está ligada à tendências a usar relação de objeto e mecanismos de defesa primitivos, como a negação, a projeção, a clivagem, a identificação projetiva bem como a agressão com características pré-genitais.

O grupo pode assim simbolizar a mãe pré-edipiana (que dá amor e satisfação) onde os seus elementos funcionam, quase sempre, desde que em regressão a um nível em que a identificação projetiva predomina como um meio de comunicação e de transformação (processo de crescimento, de maturação, de "cura") através da díade transferência-contratransferência.

Também é esta comunicação, dos vários elementos regredidos a estados precoces do desenvolvimento, – e por isso, muitas vezes de natureza clivada – na qual predomina uma comunicação não verbal e a que alguns autores chamam processo de "inserção emocional" que é, em meu entender, um elemento importante do trabalho grupanalítico – a comunicação não verbal dos grupos.

Em suma poderíamos dizer que os elementos do grupo regridem a comportamentos muitas vezes pré-verbais e utilizam por isso defesas precoces – não como o produto de qualquer psicopatologia ou paragem do desenvolvimento, mas como um primeiro modo de comunicação na relação precoce mãe-bebê (identificação projetiva normal). É este tipo de comunicação que vai permitir que o grupanalista e o grupo, desde que a entendam e compreendam, conduzam a ações grupanalíticas para um processo de cura (o grupo como local de realização de desejos inconscientes e como um sonho ou um espaço Winnicottiano propicio à criatividade).

Assim o grupo iria permitir um novo crescimento através da criação de novas formas de comunicar e relacionamento (como anteriormente acontecera no seio familiar) mas agora, se formos capazes de tal, duma forma mais adequada e geradora de menos sofrimento. Para tanto deve o grupanalista conter os seus sofrimentos e elaborar as suas diferenças não projetando inconscientemente partes clivadas de si; no fundo ser capaz de em cada sessão ser o pai da parábola do filho pródigo e "celebrar" o reencontro com o filho.

Neste processo grupanalítico, que muito resumidamente acabo de referir há um aspecto (e que é a intenção primeira desta minha exposição) que me parece ser de grande ajuda para o êxito da grupanálise e a que poderíamos chamar numa linguagem metafórica de epifania – ou momentos epifânicos (aqui refiro-me aos sonhos).

Vou, então, procurar trazer à reflexão de todos nós, a importância que o conteudo manifesto dos sonhos (aspecto parcelar dos mesmos) tem no processo grupanalítico tal como o referi atrás. Isto é, até que ponto o sonho manifesto não é como que um retrato – imagens sonhadas – das várias identificações projetivas vividas no grupo como consequências das transferências e contratransferências do sonhador em relação aos outros elementos, ao grupanalista e ao próprio grupo considerando como um todo.

Assim, além de algumas reflexões que tenho feito advindas de minha experiência de grupanalista, serão expostos três sonhos enquadrados pelos relatos das sessões relacionadas com os mesmos, e onde procuro basear as minhas considerações.

A designação de momentos epifânicos é no sentido de que nos podem mostrar, indicar o caminho, o rumo, o local em que estamos no processo grupanalítico. O sonho manifesto como que ilumina o caminho, orienta o rumo sendo um indicador dos processos da transferência e da contratransferência integrados pela identificação projetiva, para além, de também poder ser uma simples forma de comunicar – sonho objeto.

O leitor talvez possa constatar como podem ser encarados elementos chave para a compreensão da dinâmica do grupo e dos conflitos que cada um está a viver no processo grupanalítico. Penso que, também são reveladores da identificação projetiva e da forma como a estamos a utilizar no processo de mudança para a cura grupanalítica (trabalho de Working Trought). Eis os sonhos:

 

O sonho de André

"Sonhei que estava com a minha namorada (Sandra) e uma amiga dela. A amiga de Sandra estava a elogiar-me e a dar-me piropos; uma atitude que eu senti como sendo uma sedução da parte dela. Fantasiei (no sonho) que a Sandra não estava a gostar quer do comportamento da amiga quer do meu que estava a ir na onda de sua sedução e também a elogiá-la. Continuo a sonhar, mas o sonho muda e agora é a Sandra que está a seduzir um outro homem e sou eu que não gosto e sinto ciúme do seu comportamento."

Como comentário apresento o relato da sessão anterior ao sonho.

A Patrícia elogia o André dizendo que ele está bonito e com uma roupa que lhe fica bem. O André mexe-se, sorri e diz que hoje também a acha bonita e que isto o leva a fantasiar coisas...mas, que está com a noção de que a Teresa não está a gostar, que sente que é como que a esteja a atraiçoar pois fantasia que a Teresa gosta dele.

Nessa mesma sessão a Teresa dirige-se ao Cassiano (que tinha faltado na sessão anterior) dizendo: na sessão anterior fantasiei que o Cassiano poderia estar doente sem ninguém que cuidasse de si e disse que gostaria de ir a sua casa fazer-lhe um chazinho e perguntar-lhe se precisava de alguma coisa.

O André de seguida refere que não está a gostar do relacionamento da Teresa com o Cassiano e que estava a ficar com ciúmes.

Penso que basta substituir as personagens do sonho pelas do grupo ou o contrário para vermos que coincidem. O sonho é um prolongamento da sessão, e traduz o seu conflito edipiano e o estado da sua evolução no grupo.

 

O sonho do Zé

Após o relato da Georgina de que seu filho de três anos veio muito aflito e preocupado avisá-la que a "pilinha" da irmã mais velha se tinha quebrado o Zé que em seguida comentou: "ainda bem que não tive irmãs" sonha nessa noite o seguinte sonho:

"Estava em casa e um gato agarrou-me o braço mordendo-o. Queria-me livrar do gato e para isso pensei em bater com ele contra uma parede, mas não o fiz com receio que ao fazê-lo o gato pudesse arrancar alguma carne do meu braço".

"Entretanto acordei muito aflito".

No sonho do Zé, para além de outras possíveis interpretações, facilmente verificamos o seu receio de castração inerente à sua situação edipiana mal resolvida que vem vivendo no grupo em processo transferencial. O Zé projeta transeferencialmente no sonho o relacionamento de constante receio que mantém na vida real com a figura castradora do pai e na grupanalise, transferencialmente, com o grupanalista este mesmo receio que foi adquirido nas fases precoces do desenvolvimento.

O sonho manifesto revela, como vemos, a organização estrutural da sua personalidade não visível. Isto é, revela o que vive e sente, mas que não manifesta diretamente, seja por lhe ser inconsciente ou por mera atitude de defesa. O sonho mostra-se assim um meio privilegiado de acesso ao seu funcionamento psíquico do Zé e a possibilidade de delinear a composição estrutural da sua personalidade.

 

O sonho de Clementina

"Sonhei com um monstro horrível e enorme. Estava na cama e apareceu-me um monstro enorme que me devorava de uma forma ciclópica"

Comentários de Clementina: "o sonho é só isto, mas acho que o sonho tem a ver com o que se tem passado no grupo ultimamente. O monstro é a Carla (outro elemento do grupo), é assim que eu a sinto aqui, e para justificar o que digo basta fazer uma análise diacrônica, ao que ultimamente se tem passado no grupo. Vão ver que tenho razão".

Continua "a Carla anda a copiar as minhas coisas, a minha maneira de ser e de estar, mesmo o que eu visto, para depois as usar contra mim, deixando-me presa paralisada sem poder fazer nada".

De seguida descreve uma série de exemplos, factos que ocorreram no grupo e a que dá uma interpretação no sentido das suas projeções. Vejam:

  1. "A Carla nunca usou, no grupo, saias e ultimamente só vem às sessões de saias, ao contrário de mim que nunca usei calças e uso sempre saias. E isto deve-se ao facto de numa sessão o Victor se ter metido comigo por eu trazer uma saia com um racha, dizendo que ela me ficava bem e que eu estava sedutora. Então a Carla disse: "pois as saias" e a partir daí passou a usar sempre saias, nunca mais usando calças e a dizer para se desculpar que foi o médico que lhe receitou usar saias, mas nunca disse que tipo de doença tinha, apesar de instada a tal.
  2. Também ultimamente, eu senti que me estava a aproximar do doutor e mal a Carla viu isso entrou em concorrência desesperada, numa atitude sedutora para com ele. Conseguindo que ele fosse na sua sedução.
  3. Mas ainda há mais:- "A Carla andava a dizer que se sentia atraída pelo Duarte, mas bastou eu contar as fantasias que tive em relação ao Victor para logo a Carla deixar de seduzir o Duarte, para passar a seduzir o Victor.
  4. Mas para que possam ver que eu tenho razão e que é como eu digo, atentem no sonho que a Carla contou há uns tempos atrás: "como se devem lembrar a Carla sonhou que tinha ido a uma farmácia, que o farmacêutico que lá encontrou foi o Victor e que este lhe perguntou o que é que pretendia e que ela lhe respondeu que queria os remédios que a Clementina costuma levar".

Os comentários da Clementina são para mim como que a continuação do sonho na sessão; tal como o sonho foi a continuação das sessões anteriores e evidenciam uma regressão a niveis pregenitais.

Vive o relato desses acontecimentos com grande intensidade de afetos onde se evidencia grande raiva em relação à Carla e ao grupo (como que este não a compreenda e a ache estranha) e com uma convicção da realidade do seu mundo interno projetado que todas as argumentações que a Carla tenta esboçar são vistas e sentidas como meras racionalizações por ela.

O sonho manifesto e o relato das associações desencadeadas na Clementina, traduzem a forma como esta vive o grupo, como se relaciona com ele e como fantasia que são os outros elementos em consequência das suas projecções e identificações projetivas num processo transferencial, evidenciando a sua matriz relacional interna, estruturada deficientemente em fases precoces do seu desenvolvimento.

O sonho e as associações que faz acerca do mesmo servem para nos mostrar um caminho para chegar ao inconsciente (epifania) e também como indicador dos seus progressos (evolução) terapêuticos.

Até que ponto este mesmo sonho não revela, também, uma atitude regressiva fusional com a mãe com quem vive.

Vou terminar com algumas reflexões que gostaria que não fossem entendidas como conclusões, mas antes como algo da minha experiência de grupanalista para que através dos vossos comentários se possa compreender melhor.

Assim:

I – Penso que os sonhos fazem a ponte entre os conflitos infantis e as vivências grupanalíticas, no aqui e agora do processo grupanalítico. Isto é, todo o "sonho manifesto" possui no seu conteúdo o passado (memórias infantis) que continua a procurar satisfazer no presente (vivências grupanalíticas) estabelecendo a ponte entre o inconsciente e as vivências atuais. É como que um elo (Clementina e Zé). Como diz Roy Mendelshon o conteudo manifesto é como uma janela para a vida pré-verbal.

II – Desta forma o sonho como que imita o significado da sessão com os determinantes infantis inconscientes (André). Ou ainda dito de outra forma o passado e o presente juntam-se num espaço vivencial sincrônico (sonho) que pode ser utilizado como um guia para as interpretações das transferências a usar pelo grupanalista, bem como uma valiosa fonte de informação acerca da natureza das resistências e conflitos vividos (André) permitindo o Working Trought.

III – Penso, também, que o sonho é como que um alfobre de identificações projetivas que se projetados no tempo se podem transformar em realizações criativas (Clementina). E, simultaneamente, uma forma de comunicação intrapessoal em que as imagens e as pessoas sonhadas são parte de si próprias projetadas nessas referidas imagens e pessoas (André). Funcionando como grupo ecoponto.

IV – Não queria, ainda terminar sem me referir a um outro aspecto de alguma forma ligado ao sonho manifesto. Refiro-me a forma como o grupanalisando relata e se relaciona com o sonho o que pode ter tanta importância (significado) como o próprio conteúdo do mesmo, estando o sonho ao serviço duma relação do sonhador com o grupo. Por exemplo: no caso em que o grupanalisando quer seduzir o grupanalista e pensa que sonhar e apresentar muitos sonhos é uma forma de agradar e então fá-lo com conteúdos manifestos que acha importantes para a referida sedução.

V – De qualquer forma acredito que no contexto grupanalítico o sonho tem sempre a ver com a relação que o sonhador está a viver com o grupo e o grupanalista no processo terapêutico e que é esta relação que condiciona o sonho (todos os sonhos).

VI - Também penso que a interpretação de um sonho reflete, provavelmente não apenas os desejos e preocupações do sonhador, mas também as do grupanalista (identificação projetiva do grupanalista). Daqui a importância das interpretações que o grupo e o sonhador fazem do sonho (Clementina).

VII - concluo dizendo que a interpretação deve ser grupal como que o sonho seja um produto do grupo e não apenas de quem o sonha, funcionando o sonhador como que o porta voz do estado vivencial do grupo. (Zé e André pertencem ao mesmo grupo).

 

REFERÊNCIAS

Leal, M. R. M. (1997). A Grupanálise: processo dinâmico de aprendizagem. Lisboa: Portugal: Fim de Século.         [ Links ]

Mendelshon, R. (1990). The manifest dream and its use in therapy. New York: Estados Unidos: Jason Aronson.         [ Links ]

Symingthon, J.; Symingthon, N. (2014). O Pensamento Clínico de Wilfred Bion. Lisboa: Portugal: Climepsi Editores.2014.         [ Links ]

Kerneberg, O. (1976). Object-relations theory and clinical psychoanalysis. New York: Estados Unidos: Jason Aronson.         [ Links ]

Winnicott, D. (1975). O Brincar e a Realidade. Rio de Janeiro, RJ: Imago Editores.         [ Links ]

 

 

Endereço para correspondência
Aucíndio Valente
E-mail: aucindiovalente@hotmail.com

 

 

1 Aucíndio Valente. Psiquiatra, Psicoterapeuta, Grupanalista, Membro Titular Didata da Sociedade Portuguesa de Grupanálise e Psicoterapia Analítica de Grupo.

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