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Vínculo

versão impressa ISSN 1806-2490

Vínculo vol.18 no.2 São Paulo maio/ 2021

 

EDITORIAL

 

Editorial Vínculo 18(2) 2021

 

 

Marcio Gonçalves Vieira

 

 

Na segunda edição da Vínculo do ano de 2021 continuamos em nossa empreitada de mostrar à comunidade científica os interessantes trabalhos apresentados no XII Congresso Brasileiro de Psicanálise das Configurações Vinculares realizado no ano de 2019 em Serra Negra. Os autores foram convidados a transformá-los em artigos científicos e temos nesta edição quinze destas produções.

Iniciamos esta edição com um artigo teórico que propõe reflexões sobre a terceira tópica no campo da psicanálise a partir de diversos autores que se aprofundam na interface entre psicanálise e dispositivos de prática clínica com grupos, casais e famílias.

Como um dos pilares do NESME, o estudo sobre as especificidades dos grupos psicanalíticos em suas diversas modalidades aparece em três trabalhos desta edição, sendo eles: discussão, a partir da apresentação de um caso clínico, sobre os impasses no manejo da agressividade num grupo terapêutico; reflexão sobre a transferência e seu manejo nos processos grupais com crianças e nas entrevistas com os pais; relato da experiência de um Grupo Psicoterapêutico de Mulheres, trabalho de psicoterapia grupal realizado em um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS).

A temática do uso de objetos mediadores dentro de práticas grupais foi amplamente abordada neste evento. Dentro desta temática temos nesta edição quatro trabalhos que aprofundam o método do uso da fotoexpressão como objeto mediador, são eles: o uso da Fotolinguagem, Palavra e Psicodrama como método de intervenção para promover cuidado à uma equipe de uma instituição Uruguaia; a experiência do uso da Fotolinguagem dentro de um processo terapêutico grupal para promoção dos processos associativos e de representação dos afetos e de traços traumáticos; reflexão sobre o trabalho com fotolinguagem nos grupos de formação de psicoterapeutas e coordenadores de grupos; utilização da fotolinguagem no acolhimento de pacientes cuja problemática da somatização forma essencialmente seu quadro clínico.

Temos ainda outros dois trabalhos que trazem a mesma temática dos objetos mediadores mas com outros enfoques, no caso do uso da tarefa da escrita como objeto de mediação em grupo, como dispositivo para a clínica das drogadições; e outro que propõe a utilização do dispositivo do sonho coletivo como mediador de processos grupais - produção e interpretação, de forma lúdica, de um sonho criado pelo grupo.

Dois artigos discorrem sobre a vinculação entre pais-filhos: identificação, através de entrevistas individuais e escutas psicanalíticas, dos laços de afetividade e a qualidade vincular entre mães e seus bebês nos primeiros momentos pós-parto; compreensão, a partir de entrevistas, das emoções vivenciadas pelos pretendentes a adoção durante o processo e na formação de um novo vínculo.

Outros dois se aprofundam na temática das configurações familiares: a experiência emocional de casais homoafetivos em relação ao preconceito vivenciado no exercício da parentalidade; pesquisa bibliográfica exploratória sobre a educação financeira na família nos últimos trinta anos.

Por último temos um trabalho que investigou o mal-estar observado nas pessoas obesas atendidas individualmente e em grupo em uma clínica particular e uma instituição privada.

Esperamos que os leitores desta edição possam desfrutar destes excelentes trabalhos e sintam um pouco do clima grupal vivenciado no congresso.

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