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Vínculo

versão impressa ISSN 1806-2490

Vínculo vol.19 no.1 São Paulo jan./jun. 2022

https://doi.org/issn.19982-1492v19n1a10 

ARTIGOS

https://doi.org/10.32467/issn.19982-1492v19n1a10

 

Análise intertransferencial no manejo de grupo operativo com funcionários de um hospital psiquiátrico

 

Intertransferential analysis on the management of an operative group with employees of a psychiatric hospital

 

Análisis intertransferencial en la gestión de un grupo operativo con empleados de un hospital psiquiátrico

 

 

Matheus Colombari Caldeira1; Rodrigo Mostaço Andrade2; Liesly Soares Prado Silva3; Valéria de Morais Polvarini4

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Este trabalho tem o objetivo de relatar a experiência de coordenação e observação de grupo operativo de perspectiva psicanalítica. Foram realizados doze encontros, semanalmente, com monitores de recreação em uma instituição psiquiátrica do interior do Estado de São Paulo. Foi possível compreender os benefícios na condução do movimento grupal a partir da análise das intertransferências. As reflexões entre coordenador e observador após as sessões contribuíram para pensar as próprias resistências ao grupo, permitindo melhor manejo e compreensão simbólica da relação coordenação e grupo.

Palavras-chave: Psicanálise; processos grupais; transferência; Pichon-Rivière.


ABSTRACT

This paper aims to report the experience of coordination and observation of an operative group from a psychoanalytic perspective. Twelve weekly meetings were held with recreation monitors in a psychiatric institution in the interior of the state of São Paulo. It was possible to understand the benefits in the conduction of group movement from the analysis of the intertransferences. The reflections between coordinator and observer after the sessions contributed to think about their own resistances to the group, allowing better management and symbolic understanding of the relationship between coordination and group.

Keywords: Psychoanalysis; group processes; transference; Pichon-Rivière.


RESUMEN

Este estudio pretende informar de la experiencia de coordinación y observación de un grupo operativo desde una perspectiva psicoanalítica. Se realizaron doce reuniones semanales con monitores de recreación en una institución psiquiátrica del interior del estado de São Paulo. A partir del análisis de las intertransferencias fue posible comprender los beneficios en la conducción del movimiento grupal. Las reflexiones entre el coordinador y el observador después de las sesiones contribuyeron a pensar en las propias resistencias del grupo, permitiendo una mejor gestión y comprensión simbólica de la relación entre coordinación y grupo.

Palabras clave: psicoanálisis; Procesos grupales; transferencia; Pichon-Rivière.


 

 

Introdução

As intervenções grupais são relevantes em diversos campos, principalmente na área da saúde, visto que são ferramentas capazes de atuar na manutenção da saúde e na inserção social do indivíduo (Fernandes, Souza & Rodrigues, 2019). É por meio dos grupos que o homem advém na civilização, desenvolve habilidades interpessoais, papéis culturais e constrói sua identidade (Freud, 1996/1921), e é também por ele, que se amplia os cuidados a saúde mental (Pichon-Rivière, 2005).

Considerando a importância do grupo na constituição subjetiva e na saúde, Henrique Pichon-Rivière criou um modelo grupal capaz de ser aplicado em instituições com enfoque na aprendizagem e com desdobramentos na promoção da saúde mental, fortemente influenciado pelas teorias da Psicologia Social e da Psicanálise (Zimermann & Osório, 1997). As três proposições feitas pelo autor são articuladas em processos evolutivos, iniciando pela pré-tarefa, a tarefa e o projeto (Pichon-Rivière, 2005). No primeiro momento, predominam os medos e ansiedades básicas, que por sua vez geram resistências à mudança; há aí uma dissociação, predomina o acting out para não sentir,e nem pensar (Fiscmann, 1997). A tarefa permite diminuir a diferença entre o que é distanciado no momento da pré-tarefa, o real e o fantasiado. Organiza os fragmentos subjetivos dispersos, reduzindo a ansiedade e permitindo sua elaboração, rompendo com o estereótipo e criando aberturas comunicacionais consigo e com o grupo, destrói e constrói, a saber da singularidade (Pichon-Rivière, 2005; Jasiner, 2007). Para Fabris (2014), a tarefa não seria uma atividade a ser cumprida, mas corresponderia à avanços e retrocessos, com variadas direções, mas sempre crítica e dialética, onde a certeza não é possível.

Por fim, o projeto é orientação singular do sujeito implicado na tarefa que possui relação direta com a fantasia inconsciente, é seu planejamento interno colocado em ação no grupo, mas que se manifestará na medida em que os sujeitos vão elaborando suas ansiedades e seus movimentos estereotipados, construindo uma maior flexibilização dos papéis e o autogerenciamento do grupo (Pichon-Rivière, 2005; Soares, 2007).

No Brasil, Soares et al. (2020) apontam sobre a melhora da comunicação de enfermeiros de um hospital público referência em emergência, no interior do Estado de São Paulo. Segundo Lucchese (2019) este tipo de grupo é uma potente ferramenta no cuidado de trabalhadores do campo da saúde pública brasileira, promovendo saúde. De acordo com Vincha, Santos e Cervato-Mancuso (2017) geralmente o uso desta técnica no Brasil está associada a objetivos como a promoção da saúde, desdobramentos em novas significações e possibilidade de soluções integradoras. Caldeira e Ávila (2021) apresentam por meio de revisão, a utilização frequente dos grupos operativos na assistência à saúde mental no Brasil.

A compreensão dos princípios do grupo operativo, assim como sua dialética, torna se fundamental ao coordenador, possibilita o manejo da interrelação entre o sujeito e o grupo, fantasia e realidade, subdividindo-os em dois eixos: o vertical, responsável pelo que diz respeito a cada elemento do grupo, sua constituição subjetiva, e o horizontal, a totalidade do grupo (Castanho, 2012). O coordenador auxilia na integração do pensamento grupal, é possível elaborar ansiedades, mobilizar estruturas estereotipadas, atingindo o objetivo primordial do grupo que é o aprendizado, a elaboração do grupo e de um planejamento de mudanças. Ainda sobre a responsabilidade do coordenador está a interpretação, a indagação e problematização, mobilizando o Esquema Conceitual Referencial Operativo – ECRO. Outra função fundamental é a do observador, que junto ao grupo registra o movimento, resgata e analisa a história junto com o coordenador, além do planejamento das tarefas (Bastos, 2010). Ambos se submetem às transferências do campo grupal e recebem a manifestação da vida psíquica dos sujeitos, além de lidar com seus próprios conteúdos contratransferenciais (Pichon-Rivière, 2005; Caldeira, 2020).

Cabe ao analista vencer a resistência ao ato analítico (Lacan, 1967/1968), e também ao coordenador e observador avançar em sua tarefa (Pichon-Rivière, 2005).

Há na Psicanálise certa correspondência entre resistência e contratransferência quando se trata do analista (Lacan, 1958/1998). Segundo Mattos (2010), podemos entender a transferência como um conjunto de reações do analisando e do analista que na relação analítica criam obstáculos para que a análise aconteça, em que toda resistência é em relação ao tratamento. O grupo também sofre os impactos da transferência e contratransferência, e se faz necessário a atenção do coordenador e observador sobre esses efeitos. Kaës (2011) apresenta a ideia de intertransferência como qualificação do estado psíquico entre coordenadores, "é induzida pela situação grupal, pelas transferências que eles recebem, por suas próprias disposições contratransferenciais e por sua escolha de trabalhar juntos" (p. 75). Os pactos inconscientes quando não analisados, são recalcados ou denegados, tornando-se assim objeto de uma aliança inconsciente, que representa o não querer saber sobre o próprio inconsciente (Castanho, 2015).

Portanto, a análise da intertransferência é fundamental perante os desafios impostos à coordenação de um grupo. O objetivo deste trabalho é relatar a experiência da resistência a partir da análise das intertransferências do coordenador e observador na prática de um grupo operativo com profissionais dentro de uma instituição de saúde mental.

 

Metodologia

Este artigo deriva de um relato de experiência da prática grupal de dois psicólogos que trabalham na instituição de saúde em que também foram intervenientes deste grupo operativo, a partir de uma perspectiva psicanalítica. Os aspectos qualitativos orientados a saúde se apresentam como ferramenta de compreensão da prática interventiva (Minayo, 2010; Oliveira, Baixinho & Presado, 2019), que "se caracteriza pela busca, como princípio do conhecimento, de uma compreensão das complexas relações constituintes da realidade social" (Araújo, Oliveira & Rossato, 2017, p. 3).

O grupo foi realizado em um hospital psiquiátrico no interior do estado de São Paulo e contou com a participação de sete monitores de recreação, integrantes da equipe de Terapia Ocupacional, todos com formação completa do Ensino Médio. Foram encontros semanais, totalizando doze, com duração média de uma hora, com finalidade operativa, entre os meses de janeiro e março de 2020. As atividades foram orientadas pela concepção de grupo operativo de Pichon-Rivière (2000; 2005). A análise de dados ocorreu por meio da contribuição teórica de Freud, Pichon e Rene Kaës.

 

Resultados e discussão

Este foi um, dentre seis grupos operativos realizados com profissionais desta instituição psiquiátrica. A demanda ocorreu por meio da direção da instituição que se apresentava preocupada com a saúde mental de seus funcionários, principalmente aqueles em contato direto com pacientes. A escolha deste grupo visa discutir as dificuldades encontradas no manejo e as resistências inerentes à coordenação do grupo a partir do viés psicanalítico.

O primeiro contato dos coordenadores com o grupo de monitores aqui discutido, emerge de um "equívoco institucional", entre a diretoria e a chefia do setor de Psicologia, a qual pertencem o coordenador e o observador. Na ocasião, não avisaram sobre a antecipação de uma semana, do início do grupo. Anterior a este grupo, havia outro que se encerrou após seu terceiro encontro, sem justificativas e de forma abrupta. Era constituído por 12 funcionários, tendo como principal queixa as dores físicas, e no grupo as relações interpessoais eram de julgamentos morais intensos que refletiam em uma tensão entre os membros.

Conforme a agenda da instituição, ocorriam na mesma tarde três grupos, com um intervalo de 15 minutos cada para reflexão e análise. Uma semana após o não comparecimento do Telemarketing, os psicólogos decidiram manter apenas dois grupos em funcionamento, mas a equipe de monitores surpreende os coordenadores pela sua chegada inusitada na sala. Outra problemática observada pelos psicólogos era que entre eles, não se compreendiam os motivos de estarem ali. É então decidido entre os olhares dos psicólogos, que o grupo aconteceria, mas sem saber ao certo quem coordenaria. Seguem o protocolo de oferecer uma explicação do objetivo do grupo e sobre as explicações do contrato grupal.

Foi um grupo silencioso que se apresentou, com olhares desconfiados e evitativos, comum ao início de grupos, que diante de situações que propõem mudanças, podem surgir nos indivíduos dois medos específicos, o da perda e o do ataque (Pichon-Rivière, 2005). É necessário que o coordenador e o observador sejam suporte para a angústia do grupo e a própria, já que se veem desamparados frente ao contrato institucional, foracluído até então. Com a intenção de conduzir e operar sobre os medos básicos, a "ameaça" precisa ser reduzida, permitindo falar, olhar e se encontrar no olhar do outro. A exposição tanto dos psicólogos quanto dos participantes do grupo, por serem da mesma instituição ameaça a singularidade de cada um (Fernández, 2006), e também a função trabalhista, esse é o fantasma que percorre o grupo. Concomitantemente, o medo da perda surge como um incômodo por desvencilhar-se da garantia, daquilo que já está sedimentado no indivíduo (Pichon-Rivière, 2000).

Foi proposta a apresentação dos membros, que ocorreu de maneira sintetizada. Novamente o silêncio se estabeleceu. Por propositura dos coordenadores, iniciou-se uma atividade em que se realizavam perguntas aleatórias para qualquer um do grupo, com a intenção de se aproximar e descontrair. Após uma rodada de constrangimentos, os coordenadores que entre olhares se perguntavam o momento de encerrar, sabiamente o fazem. Um dos aprendizados é que a tarefa deve existir, mas não deve ser conduzida a priori.

O percurso foi constituído de ansiedades, tanto para funcionários quanto para os psicólogos, uns por chegarem ao ambiente desconhecido e outros por desconhecer o devir, a persecutoriedade em relação ao que poderia ser dito e a suas consequências, assim como o "equívoco institucional" que desencadeava uma situação desconfortante. A identificação passava diante dos olhos, mas sem se fazer notar, tão sutilmente que indubitavelmente a função do analista de abster-se é uma dificuldade própria por já estar ali.

Os coordenadores refletem ao fim do encontro, sentem-se afetados pela ideia de encerramento do grupo, pois não havia demanda, essa era a análise feita até então. Alguns dias passados, novas análises eram propostas, e emergia a problemática de sentirem-se fracassados, por não terem atingidos os "objetivos" deles próprios. A fantasia de um grupo perfeito e as frustrações a cada intervenção perpassa pelo ideal da própria coordenação e o impacto da realidade, entorpece e desorganiza-os. O contrato estabelece o elo imaginário que permite o retorno.

A pré-tarefa, momento em que o pensar, sentir e atuar estão estereotipados, enrijecidos, evitando-se os enfrentamentos, foi desconsiderada pelos coordenadores. Este Real que interpela a experiência e atualiza o desencontro (Lacan, 1959-1960/ 1997), coloca em questão a implicação dos psicólogos junto à demanda da instituição, apontando sobre a intertransferência esse modo de resistência entre eles, e neste lugar colocam em questão o discurso capitalista (Lacan, 1969-1970/1992), de extrair dali efeitos, obviamente de uma solução, um tanto líquida (Bauman, 2001).

Há de se apostar na tarefa recuando nas elucubrações interventivas, principalmente tendo em vista as questões potenciais da transferência e as problemáticas contratransferenciais (Castanho, 2015). Com o silenciamento, agora advindo da coordenação do grupo, os participantes começam a manifestar a insatisfação com os preconceitos étnicos raciais e sociais sofridos, que tinha como porta voz, tal como define Kaës (2011) um participante que frequentemente se posicionava com rivalização à coordenação, principalmente por considerar que não sofriam com esses preconceitos5. Sendo suporte para as transferências, os participantes deslocam para a figura do psicólogo às ideias e fantasias inconscientes (Bechelli & Santos, 2006), os coordenadores são alvo de elementos persecutórios, pois representam a extensão da instituição, apresentando-se na fantasia dos participantes como um objeto ambivalente, ao mesmo tempo que oferecem o cuidado à saúde mental, podem estar observando, julgando e denunciando, o que coloca em risco o emprego.

Algo importante é colocado em questão, há a transferência, fundamental para o trabalho psicanalítico (Freud, 1905/1972; Lacan, 1964/1979). As falas ganham potência, os embates se repetem continuamente, e a tensão circula encontrando na palavra do outro uma certa satisfação de reconhecimento e indignação que permite a diminuição dela própria. Todavia, a temática permanece, parecem exorcizar os males com suas falas, procurar culpados, condená-los e até em certos casos levá-los a execução. Mas tudo isso é feito para quem? Por quem? Será uma ameaça aos coordenadores?

Por socialmente não sentirmos os efeitos dos preconceitos que dizem e por psicanaliticamente isso estar ainda mais distante (Lacan, 1972-1973/1993), nos falta ferramentas para intervir, pois além disso sentia-se ameaçada a coordenação.

A cada encontro surgia uma expectativa de término, vinda dos coordenadores. Supunha-se mais uma vez que aquele seria o último encontro e que o grupo não possuía mais recursos de produção. A análise da intertransferência permitiu rever que estavam em assuntos desconhecidos, hesitavam em ser parte do grupo, e as intervenções eram cada vez mais extintas, a identificação deste objeto por parte da coordenação (Freud, 1996/1921) e a aceitação do conteúdo depositado sem elaboração (Pichon-Rivière, 2000), problematizavam a intertransferência (Kaës, 2017).

Com um pouco mais de observação dos psicólogos, o grupo surpreendia, retornava e dialetizava questões da sua própria repetição. Os papéis foram se tornando mais fluidos, diminuindo a rigidez e estereotipia, permitindo a criatividade e cooperação, características da mobilização do Esquema Referencial Conceitual Operativo (Pichon-Rivière, 2000).

Nota-se uma diferença na conduta dos coordenadores que ao sustentar as próprias ansiedades, manejar pela função de intermediário (Kaës, 2017) a persecutoriedade entre o coletivo e individual, instituição e funcionários, insere simbolicamente o grupo pela transferência à resolução de alguns de seus conflitos.

 

Considerações finais

A análise da intertransferência apresenta-se como uma ferramenta lógica e fundamental para o percurso da coordenação de grupo. Ainda que seja um grupo operativo, a compreensão dos conteúdos inerentes à coordenação deve ser integrada como parte do processo de formação do psicanalista de grupo, ampliando a tríade encontrada na psicanálise individual, a supervisão, análise pessoal e estudos teóricos.

Pode-se atribuir a análise da intertransferência, a facilitação do manejo devido à compreensão das resistências, diferenciação de conteúdos transferenciais e contratransferenciais, compreensão dos atravessamentos institucionais e seu poder sobre o grupo, além da orientação do trabalho dentro do "momento grupal". A limitação deste artigo se apresenta em não explorar os mitos institucionais, que podem ser ferramentas exploradas para a intervenção em diversos grupos com características semelhantes a este. Todavia, abre-se um campo para pensar na influência da coordenação em um grupo, e também seus destinos.

 

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Endereço para correspondência
Matheus Colombari Caldeira
E-mail: mmatheuscaldeira_@hotmail.com

Submissão em: 29/06/2021
Aceite em: 17/03/2022

 

 

1 Professor do curso de Psicologia da União das Faculdades dos Grandes Lagos, Mestre em Psicologia e Saúde (FAMERP/SP), Psicólogo do HABM e membro do Território Lacaniano de São José do Rio Preto.
2 Psicólogo no Hospital Dr. Adolfo Bezerra de Menezes e Especialista em Psicologia Clínica Psicanálise pela Uniara.
3 Psicóloga do Hospital Dr. Adolfo Bezerra de Menezes (HABM) e Especialista em Clínica pela FAMEMA/SP.
4 Psicóloga do Hospital Dr. Adolfo Bezerra de Menezes (HABM), Especialista em Psicologia da Saúde pela FAMERP/SP e mestranda em Psicologia e Saúde pela FAMERP/SP.
5 Os coordenadores são brancos e profissionais da instituição, facilitando a representação/transferência.

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