SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.40 número99Bebês internados em unidades neonatais: caracterização e percepção materna da situaçãoTeoria da mente em crianças escolares: revisão sistemática da literatura índice de autoresíndice de assuntospesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Serviços Personalizados

Journal

artigo

Indicadores

Compartilhar


Boletim - Academia Paulista de Psicologia

versão impressa ISSN 1415-711X

Bol. - Acad. Paul. Psicol. vol.40 no.99 São Paulo jul./dez. 2020

 

I. TEORIAS, PESQUISAS E ESTUDOS DE CASO

 

Jogo de cartas e idosos: a percepção de frequentadores de um parque em Curitiba-PR

 

Card game and elderly people: the perception of frequent visitors of a park in Curitiba-PR

 

Juego de cartas y ancianos: la percepción de los frecuentadores de un parque en Curitiba-PR

 

 

Alexander Camara BerestinasI; Ana Claudia N. S. WanderbroockeII; Maria Cristina AntunesIII; Douglas RegertIV; Felipe Girardi CavalcanteV; Franciele Paula Bay RozarioVI; Krisleine Emilia Marcos OroskiVII; Larissa Fiama CallegalimVIII; Nayara Cordeiro de Jezus AlbertiIX

IAcadêmico do curso de Psicologia da Universidade Tuiuti do Paraná. Rua Engenheiro Luiz Carlos de Oliveira Borges, 160, apto 14, bloco 08, Santa Quitéria, Curitiba, PR. ORCID: 0000-0002-7312-2338
IIDocente do curso de Psicologia e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Tuiuti do Paraná. ORCID: 0000-0002-2876-5326
IIIDocente do curso de Psicologia e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Tuiuti do Paraná. Rua Prof. Sidnei Antonio Rangel Santos, 238 - Curitiba, PR. ORCID: 0000-0002-6767-518x
IVAcadêmico do curso de Psicologia da Universidade Tuiuti do Paraná. Rua João Bettega 4301, Portão - Curitiba, PR. ORCID: 0000-0002-6953-2166
VAcadêmico do curso de Psicologia da Universidade Tuiuti do Paraná. Rua Eça de Queiroz, 1083, Ahú, Curitiba, PR. ORCID: 0000-0003-3810-2953
VIAcadêmica do curso de Psicologia da Universidade Tuiuti do Paraná. Rua Francisco Raitani 7081, bairro Capão Raso – Curitiba, PR. ORCID: 0000-0002- 6974-103X
VIIAcadêmica do curso de Psicologia da Universidade Tuiuti do Paraná. Rua Benedito Prudêncio da Silva Filho, 185, Nova Trento II, Campo Largo, PR. ORCID: 0000-0002-7280-293X
VIIIAcadêmica do curso de Psicologia da Universidade Tuiuti do Paraná. João kinelski, 179 – Paraná, PR. ORCID: 0000-0003-80851-7605
IXAcadêmica do curso de Psicologia da Universidade Tuiuti do Paraná. Rua. Corbélia, 173, Jd Paloma. Colombo, PR. ORCID: 0000-0002-2920-1960

 

 


RESUMO

Esta pesquisa analisou a percepção de frequentadores e comerciantes de um parque de Curitiba sobre um grupo de idosos que se reúne para jogar cartas. A pesquisa se deu por meio de observação participante e entrevistas semiestruturadas com 15 pessoas. Os dados foram submetidos à análise de conteúdo e apontaram que a atividade é percebida como um incentivo à socialização e a estímulos cognitivos, o que pode resultar em bem-estar, aumento da qualidade de vida e saúde mental aos seus integrantes. Por outro lado, foram identificados fatores de risco, tais como a possibilidade de desenvolver compulsão ao jogo, prejuízo e/ou exploração financeira e atividade sexual insegura. Concluiu-se que ações intersetoriais seriam benéficas a fim de promover um leque de atividades aos idosos, direcionados às atividades físicas, recreativas, educação sexual, oficinas de jogos que promovessem o desenvolvimento dos conceitos ligados ao envelhecer de forma ativa, assim como orientações que envolvessem esclarecimentos sobre os fatores de vulnerabilidade deste grupo social.

Palavras-chave: envelhecimento; jogos; homens; idosos.


ABSTRACT

This research analyzed the perception of visitors and merchants in a park in Curitiba about a group of elderly people who gather there to play cards. The research was done through participant observation and semi-structured interviews with 15 people. The data were submitted to content analysis and pointed out that the activity is perceived as an incentive to socialization and cognitive stimuli, which can result in well-being, increased quality of life and mental health to its members. On the other hand, risk factors were identified, such as the possibility of developing gambling compulsion, financial debts and/or exploitation and unsafe sexual activity. It was concluded that intersectoral actions would be beneficial in order to promote a range of activities for the elderly people, directed to physical activities, recreation, sex education, gaming workshops that promote the development of concepts related to aging in an active way, as well as guidelines that involve clarifications about the vulnerability factors of this social group.

Keywords: aging; games; men; elderly.


RESUMEN

Esta investigación analizó la percepción de los frecuentadores y comerciantes de un parque de Curitiba sobre un grupo de ancianos que se reunen para jugar a las cartas. La investigación se llevó a cabo a través de la observación participante y entrevistas semiestructuradas con 15 personas. Los datos fueron sometidos a análisis de contenido y señalaron que la actividad se percibe como un incentivo a la socialización y estímulos cognitivos, que pueden resultar en bienestar, mayor calidad de vida y salud mental para los participantes. Por otro lado, se identificaron factores de riesgo, como la posibilidad de desarrollar compulsión al juego, pérdida y/o explotación económica y actividad sexual insegura. Se concluyó que las acciones intersectoriales serían beneficiosas para promover un abanico de actividades para las personas mayores, orientadas a actividades físicas, recreativas, educación sexual, talleres de juegos que promuevan el desarrollo de los conceptos relacionados con el envejecimiento activo, así como orientaciones que involucren aclaraciones sobre los factores de vulnerabilidad de este grupo social.

Palabras clave: envejecimiento; juegos; hombres; ancianos.


 

 

Introdução

Envelhecer com qualidade é um desafio tanto para os indivíduos, como para as sociedades, uma vez que este processo tem implicações tanto biológicas, como psíquicas e sociais. O processo de envelhecer, principalmente quando ocorre em países emergentes, é bastante influenciado pelas condições socioeconômicas, marginalização, isolamento, perda de autonomia e independência a que as pessoas são submetidas ao longo da vida e que se intensificam na velhice (Sampaio, Vieira, Soares, Reis & Sampaio, 2017). As pessoas idosas necessitam se sentir integradas no meio em que vivem como participantes e cidadãos ativos (Freitas, 2004). Nesse sentido, quando possibilitada, a participação social traz implicações positivas para a autoestima, autonomia e valor social dos mais velhos, sendo fundamental para o envelhecimento ativo e contínuo desenvolvimento da identidade. A Organização Mundial de Saúde (OMS, 2005) define envelhecimento ativo como o incentivo de práticas que promovam uma vida longa acompanhada de políticas e programas que gerem saúde mental, proteção, segurança, cuidados adequados quando necessário, e que oportunizem as relações sociais, visando manter a autonomia e independência dos idosos em todos os contextos de sua vida, propiciando que participem da sociedade de acordo com suas necessidades, desejos e capacidades. Quanto à vida social de idosos, a participação em grupos é um fator que aumenta o bem-estar tanto para homens quanto para mulheres (Campos, Ferreira & Vargas, 2015). Um trabalho sobre o envelhecimento e gênero realizado em um centro de convivência (Gonzalez & Seidl, 2014), aponta para a importância que os espaços com atividades de cunho recreativo, cultural, social, educativo e de promoção da saúde possuem para manter os idosos ativos e saudáveis. Relatam também que os homens idosos, diferente das mulheres, possuem uma menor participação em programas educativos, assim como em serviços primários de saúde. Uma pesquisa sobre a população masculina de idosos e sua relação com atividades físicas (Medeiros et al., 2014) analisa a menor participação masculina em programas para a terceira idade, justificando que os homens consideram os projetos existentes inadequados, por não serem exaustivos e por considerarem inferior à sua masculinidade. Esse fato acarreta em um grande problema de saúde pública, que é a falta de cuidado da saúde no homem adulto e na velhice, juntamente com a diminuição da participação em atividades físicas, independentemente do local em que elas são realizadas. Quanto à disponibilidade de locais públicos para estimular a participação e o envelhecimento ativo, as praças são locais com grande potencial para que alguns especialistas atendam os idosos, desde que disponham dos elementos que ofereçam o suporte necessário à permanência de idosos nela (Silva & Elali, 2015). Uma revisão de literatura (Nascimento, Bestetti & Falcão, 2017) sobre o espaço urbano do bairro e o impacto nas relações sociais na velhice, concluiu que as condições ambientais dos bairros podem influenciar as relações sociais de seus moradores idosos, intensificando o isolamento dos sujeitos quando carecem de recursos e promovendo a socialização quando oferecem oportunidades para a realização de atividades e troca social.

Diante do exposto, considerou-se a necessidade de aprofundar o conhecimento sobre as condições de envelhecimento dos homens e como os espaços públicos podem contribuir para o processo de envelhecimento ativo. Sendo assim, este estudo buscou compreender a percepção de frequentadores e comerciantes sobre um grupo de idosos que frequentava um parque de Curitiba para jogar.

 

Método

Local e participantes

A pesquisa foi realizada em um parque situado na região central da cidade de Curitiba-PR, que possui uma significativa área verde, restaurantes, playground, aquário, terrário, sanitários, lago com pedalinhos, pista para caminhada, ciclovia, bicicletário e mesas para jogos. O acesso ao local é aberto ao público, o que garante grande frequência de pessoas. É frequentado predominantemente por pessoas de classe social média e baixa, com circulação daqueles que estudam ou trabalham na região central, moradores do entorno, pessoas em situação de rua e vendedores ambulantes. Quinze pessoas participaram da pesquisa, sendo dez homens e cinco mulheres. Destes, onze exerciam atividades comerciais no local. Os outros quatro eram frequentadores em busca de lazer, sendo que um participante integrava esporadicamente o grupo de idosos para jogar cartas e conversar, e os outros três buscavam o parque para caminhadas e exercícios físicos por morarem no entorno. Os entrevistados tinham entre 29 e 72 anos de idade, com uma média de 47,5 anos. Quanto ao grau de escolaridade, um denominou-se analfabeto, cinco afirmaram ter ensino fundamental incompleto, cinco ensino médio e quatro informaram ter curso superior incompleto.

Instrumentos e procedimentos

O local da realização do estudo era frequentado por um grupo de idosos, que ali se encontravam diariamente para jogar cartas. Para iniciar a coleta de dados, optou-se no primeiro momento pela observação participante. As observações foram realizadas no período de abril a agosto de 2018. Neste período os pesquisadores iam ao parque em duplas, diariamente, nos períodos da manhã e tarde e permaneciam por duas a três horas. Foram realizadas aproximações gradativas à área próxima ao espaço utilizado pelos idosos para jogos, bem como conversas informais com as pessoas presentes e disponíveis, tais como alguns idosos que jogavam, frequentadores mais assíduos e comerciantes do parque, a fim de conhecer a rotina dos idosos, as características do grupo, as atividades ali desenvolvidas e do local. Todos esses dados foram registrados em um diário de campo e discutidos semanalmente entre os pesquisadores. Uma vez conhecida a rotina e identificados os informantes principais, foram feitos os convites para a participação em entrevistas que utilizaram um roteiro semiestruturado. Como os idosos do grupo de jogos não se mostraram interessados em participar das entrevistas, as informações foram obtidas com os frequentadores e comerciantes que dividiam o mesmo espaço com o grupo. Com exceção dos idosos, todas as pessoas abordadas concordaram com a participação e foi agendado dia e horário que não interferissem em suas atividades profissionais ou de lazer no parque. As entrevistas seguiram um roteiro que continha tópicos envolvendo os temas: opinião acerca da atividade realizada pelos idosos e implicações destas atividades para o processo de envelhecimento. O projeto foi aprovado por um Comité de Ética em Pesquisa sob CAAE 84503418.0.0000.8040 e a pesquisa seguiu os preceitos éticos para pesquisas com seres humanos contidos na Resolução nº466/ 12, do Conselho Nacional de Saúde, entre eles a solicitação de assinatura no Termo de Consentimento Livre Esclarecido antes do início das entrevistas. Neste artigo, os participantes serão identificados com a letra P (de participante) e um número, para preservar o anonimato e os relatos das observações serão identificados com as letras OB e a data de sua realização.

Análise dos Dados

Os dados provenientes das observações e das entrevistas consistiram no corpus de análise e foram submetidos à análise categorial temática, conforme proposta por Bardin (2011). O processo de análise consistiu nas etapas: na primeira, a pré-análise, foi realizada a leitura flutuante de todo o material; na segunda, a exploração e a codificação do material por meio do recorte das falas e dos relatos de observação analisados, definidos por classificação dos elementos por diferenciação e agrupamento, o que resultou na organização das categorias e subcategorias; e na terceira etapa, o tratamento dos resultados, discutindo-os com base na literatura da área da saúde e ilustrando-os com as narrativas de alguns participantes e trechos dos registros de observação.

Os dados foram organizados em quatro categorias, compostas de subcategorias como segue: 1) Atividades exercidas pelos idosos: jogar; socializar; relacionamentos sexuais. 2) Motivos para os idosos buscarem o parque: características do ambiente; fazer amizades; diversão. 3) Efeitos benéficos das atividades realizadas pelos idosos: mantém mente ativa; evita solidão; proporciona saúde mental. 4) Vulnerabilidades associadas à atividade: apostas e jogo patológico; assaltos; sedentarismo; exploração financeira; exploração sexual.

 

Resultados

Atividades exercidas pelos idosos no parque

Questionados sobre as atividades que os idosos realizavam no parque, o jogo foi mencionado como principal atividade: "ali eles jogam, baralho, jogam [...] falam de jogar xadrez, dama, eu nunca vi na verdade, pra falar a verdade assim, é um ou outro raro, mas é mais o baralho mesmo que eles jogam." (P1, 48 anos, comerciante). Apesar de os entrevistados citarem diferentes jogos como dominó, xadrez e damas, o que predominou nas falas foi o baralho, mais especificamente, os jogos "pife" e "truco", correspondendo às observações realizadas.

"Joguinho de baralho, devez em quando truco, porque truco eu jogo, eu não jogo esse negócio deles aqui, mas um truquinho a gente joga" (P2, 62 anos, frequentador). "Acho que eles são mais solitários, mais carentes, acho que eles gostam de vir até aqui para ter alguma coisa para fazer, jogar dominó, jogar xadrez, eles só precisam de um ponto de escape da solidão" (P3, 30 anos, comerciante).

O jogo de cartas também foi observado pelos pesquisadores:

O grupo identificou que os idosos realizam atividade de jogo, com apostas envolvendo dinheiro, sendo estas geralmente o truco e o pife. Com o término das partidas é observada a utilização de uma moeda de troca, sendo ela desde tampas de garrafa, grão de milho ou feijão e até mesmo dinheiro em espécie. (OB, 30.03.2018)

Outra percepção dos entrevistados quanto às atividades exercidas pelos idosos referiu-se à socialização. Eles consideravam que era uma atividade saudável na busca de fazerem amizades, terem momentos de lazer e descontração, ocupar o tempo ocioso e manterem-se ativos na sociedade. "Eu gosto de conversar, ter os amigos, bater papo e aprender né, porque cada um vive na sua vida, você aprende, você está sempre aprendendo." (P2, 62 anos, frequentador). Esse aspecto também foi observado pelos pesquisadores:

Os grupos de idosos mantêm um vínculo como equipe, visto que mesmo em momentos distintos mantinham a formação dos jogadores, o que pode sugerir não apenas uma parceria para o jogo como também amizade entre eles. Inclusive, quando não estavam jogando, demonstravam conversar animadamente entre si. (OB, 05.08.2018)

Alguns entrevistados relataram o fato de que alguns idosos mantinham relacionamentos frequentes com garotas de programa que trabalhavam no parque, como nas seguintes narrativas: "Acho que é só pra passar o tempo que eles vão ali, tem alguns que sai com as prostituta né?" (P13, 65 anos, comerciante), "[...] o banheiro não é muito bom, o masculino, porque tem os homens do grupo ali que fazem programa no banheiro, vem aqui jogar e aproveitam pra isso." (P8, 35 anos, comerciante).

Motivos para os idosos estarem no parque

Quanto à percepção sobre os motivos que podem levar os idosos a frequentarem o parque, alguns entrevistados citaram que as características do ambiente eram atrativas. Consideravam o fato de o local ser acolhedor, existirem mesas ao ar livre, sombra das árvores, silêncio, animais, o fácil acesso e a existência de um posto policial.

É um localzinho bom pro cê ter aquela atividade, para ter lazer né, tem mais segurança, tem vários itens daqui do parque e você tem um aprendizado, você aprende muita coisa aqui dentro do parque. [...] eles escolheram esse parque, porque é um lugar tranquilo. (P2, 62 anos, frequentador).

Um dos fatores descrito pelos participantes, que motiva os idosos a frequentarem o parque, foi a possibilidade de fazer amizades. Descreveram a aposentadoria como geradora de sentimentos de ociosidade, solidão e carência afetiva. Em contrapartida, diante desta possibilidade de fazer parte de grupos de jogos no parque, eles têm a oportunidade de fazer amizades e se encontrar com seus pares. "Para socializar e jogar, muitos idosos se sentem com muita solidão, acho que devem fazer muitas amizades no jogo" (P12, 32 anos, comerciante). Um dos participantes, idoso e frequentador dos grupos de jogos comentou sobre a motivação que os levavam a estarem diariamente no local. Ele afirmou: "Você aprende como conviver com as pessoas né, como conversar,o povo aqui é um povo hospitaleiro." (P2, 62 anos, frequentador). A diversão foi outro tópico citado como motivador quanto a presença dos idosos no parque: "Eu vejo eles como pessoas felizes e de bem com a vida, tão sempre ali conversando e se divertindo. Sempre dando risada e falando besteira (risos)" (P4, 62 anos, comerciante). Os pesquisadores também observaram atitudes que indicavam diversão entre os idosos:

A forma com que interagiam entre si, conversavam, sorriam, expressavam contentamento e diversão com a atividade em que estavam envolvidos, fatores que sugerem que estavam exercendo atividades prazerosas. (OB, 23.04.2018).

Um dos idosos que aguardava para jogar pife notou a observação, dando brecha para a aproximação dos pesquisadores que se apresentaram. O idoso apresentou-se (P2, 62 anos), contou que é aposentado, que frequenta o parque há aproximadamente 2 anos, exceto na segunda-feira visto que o parque não abre neste dia da semana. Ele afirmou que se abrisse frequentaria a semana toda quando está na cidade, pois considera que ali encontra um espaço de distração e divertimento junto aos colegas. A conversa foi rápida, pois logo outros o chamaram para jogar e ele abandonou a conversa para participar da atividade, demonstrando ansiedade para retomar o jogo. (OB, 15.05.2018).

Efeitos benéficos das atividades realizadas pelos idosos

Alguns entrevistados consideraram que a atividade de jogar auxiliava a manter a mente ativa, afirmaram que o jogo auxiliava na manutenção cognitiva: "Tem gente que vem há mais de 10 anos aqui. Eu acho que é muito legal porque tão sempre em atividade pra mente, né" (P4, 62 anos), "[...] Acho que é um bem-estar para eles, se eles se sentem bem, acredito que faça bem para eles, um benefício para a consciência, pois usam muito a mente" (P5, 42 anos, comerciante).

Os pesquisadores observaram que os idosos permaneciam concentrados durante longos períodos e que buscavam diferentes estratégias de jogo, tendo em vista que muitos faziam apostas. Para se obter sucesso nos jogos mais frequentemente citados eram necessários concentração, memorização de cartas, comunicação com os parceiros durante o jogo, controle emocional, entre outras, o que sugeria uma forte estimulação cognitiva para os idosos.

A área de jogos encontrava-se cheia, cerca de 30 pessoas neste dia, todos homens e os mesmos observados na visita anterior. Jogavam cartas e o clima era de competição e concentração, aqueles que jogavam limitavam seus gestos em função do jogo, os que observavam conversavam e gesticulavam bastante. (OB, 24/05/18)

Jogaram várias partidas, conversavam entre si, o assunto era sempre técnicas de jogo, riam quando perdiam, cumprimentavam o ganhador e mostravam as cartas que tinham, argumentando o porquê de haverem ganhado ou perdido a partida. (OB, 22/04/18).

Outro efeito benéfico percebido pelos participantes foi que a atividade evitava a solidão, comum entre homens idosos que se aposentam, portanto, contribuía para a saúde emocional do grupo. "Muitos é aposentado, sozinho, não tem esposa, solitários, deve ser isso. Vem passar o tempo aí, acredito que seja isso. Aí cria amizades [...]" (P6, 72 anos, comerciante). "Benefício é que mantém a sanidade das pessoas, eu acho né, não deixa a pessoa depressiva, faz envelhecer de forma mais saudável" (P3, 30 anos, comerciante).

Os participantes foram questionados se indicariam a atividade para um familiar idoso e, com exceção de dois respondentes, todos os demais indicariam e aprovariam que um de seus familiares idosos frequentassem o parque e que estivesse envolvido no jogo. "Sim, para não ficar sozinho, porque é bom para a pessoa interagir, independente se for da família ou não" (P15, 29 anos, frequentadora).

Vulnerabilidades associadas à atividade

Entre os pontos negativos, apontaram como prejudiciais os jogos com apostas, as desavenças entre os integrantes e a percepção de que alguns idosos se tornavam viciados no jogo. "Eles sofrem, por exemplo, assaltos. Pelo seguinte fato, que o jogo deles todo envolve dinheiro [...]" (P7, 32 anos, comerciante) " "Tem um ponto que eu acho que é negativo que joga apostando, valendo dinheiro, e aí as vezes dá algum problema entre amigos, as vezes dá um enguicinho, uma briguinha...porque se fosse só uma brincadeira, não, eles jogavam apostando." (P2, 62 anos, frequentador).

A permanência dos mesmos idosos no parque durante várias horas seguidas foi percebida por alguns participantes como algo patológico.

Acredito que seja um vício porque, uma pessoa que fica ali das nove, dez da manhã até às seis horas da tarde, às vezes só levanta pra ir no banheiro, ou pra ir tomar uma água ou alguma coisa assim, eu considero meio preocupante. (P1, 48 anos, comerciante).

Prefiro os [idosos] que fazem exercícios físicos... Aquilo [jogo de cartas] é vício" (P9, 44 anos, comerciante).

Em um período de observação, os pesquisadores perceberam que por passarem horas sentados jogando, os idosos não se exercitavam fisicamente e ficavam vulneráveis à assaltos, fato que um participante que presenciou em uma ocasião. Além disso há que se considerar possíveis perdas financeiras decorrentes da atividade.

Pode-se notar que devido a atenção concentrada destes idosos exclusivamente nos jogos, não se mexem, acabam sedentários, devido as longas horas que passam sentados na mesma posição. Além disso há que considerar as perdas financeiras, visto que os idosos que perdem a partida, fornecem dinheiro ao(s) ganhador(es), o que pode caracterizar uma espécie de jogatina. (OB, 15.05.2018).

Pra pessoas idosas aqui é meio complicado [...] os jovens se aproveitam, tem jovem mal- intencionado, eles se aproveitam das pessoas idosas, tem assalto." (P11, 48 anos, comerciante).

Entre os efeitos negativos da permanência dos idosos no parque, os participantes também mencionaram as atividades sexuais com as garotas de programa que trabalhavam nesse local e a possibilidade de haver exploração financeira e/ou sexual:

Eu acho legal, eles tão ali há muito tempo, eles sempre vêm de manhã, oito horas da manhã eles começam ali, mas eu acho que pra idosos é bom vir sempre um acompanhante porque também as prostitutas roubam eles. [...] é que fica o hotel onde elas fazem programa, praticamente na frente do parque, do outro lado da rua, então ali naquela rua você pode ver, tem várias prostitutas até aqui na esquina [...] (P8, 35 anos, comerciante).

Em relação à sexualidade dos idosos que frequentavam o parque, um dos entrevistados afirmou que:

A única coisa que acho errado, digamos assim, é que eles saem com as prostitutas aqui. Muitas vezes são enganados por elas, pois em troca de dinheiro elas se aproveitam deles, e por serem bobos acabam caindo na delas, se envolvendo né, fazem sexo sem segurança, e isso é perigoso, né? (P11, 47 anos, comerciante).

Durante a observação participante, duas das pesquisadoras, em conversa com um garçom do local, souberam que tinha um cafetão que agenciava as garotas de programa no parque (OB, 10.04.2018). Em outra ocasião, foi observado que um dos idosos se afastou do grupo para conversar com uma das garotas de programa e ambos saíram juntos do parque (OB, 10/08/18).

 

Discussão

A partir dos dados da presente pesquisa foi possível identificar que os frequentadores e comerciantes do parque percebiam que os idosos se mantêm ativos na medida em que se encontram para jogar e socializar com seus pares. Esta percepção encontra respaldo em Gonzalez e Seidl (2011), que ao estudarem sobre o processo de envelhecimento na perspectiva de homens idosos, descrevem que tanto a saúde como a qualidade de vida na velhice se tornam influenciadas por questões de gênero e cultura e que essas diferenças não são somente biológicas, mas que resultam de construções sociais, históricas e culturais que influenciam nos comportamentos e valores que podem ou não, auxiliar em um processo saudável de envelhecimento. Os participantes inferiram que as atividades dos idosos no parque poderiam sanar necessidades afetivas por meio das amizades firmadas e mantê-los ativos na sociedade, já que é frequente o isolamento na terceira idade. Goldman (2008), da mesma forma discute que o envelhecimento masculino decorre envolto em estigmas como perda de potencialidade, enfraquecimento e isolamento. Quanto às questões relacionais e o impacto das relações sociais para o envelhecimento de homens idosos, Freitas (2004) afirma que a inserção social, quando concedida, faz com que a autoestima do idoso se eleve, reconstruindo sua autonomia e estimulando o desenvolvimento coletivo, além de resgatar seu valor social, sendo incalculável a importância desse convívio para um envelhecimento ativo. Além das amizades e da socialização, o jogar entre pares também foi compreendido pelos participantes como benéfico para a cognição, fato que encontra respaldo em Lara, Goulart, Chicon e Quaresma (2018), que relataram os benefícios dos jogos para a concentração, a atenção, a memória e o raciocínio, além do estímulo à troca de ideias, à elaboração de hipóteses e à tomada decisões entre idosos. Por outro lado, foi observado que a maior parte dos idosos comparecia todos os dias no parque para jogar e que lá permaneciam durante o dia todo na mesma atividade. Ainda, diante das observações feitas, também foi possível constatar a relação de apostas a dinheiro, que apesar de ser uma contravenção penal, é realizada abertamente no parque, tendo sido observada pelos pesquisadores e relatada por alguns participantes. A partir desses dados pode-se pensar em alguns fatores de vulnerabilidade a que os idosos se expõem como: possibilidade de desenvolver compulsão aos jogos, exploração financeira e sedentarismo. Fong (2005) discorre sobre o impacto do jogo patológico para os idosos, considerando ser este um assunto controverso, já que transita entre os fatores de socialização, estrutura e entretenimento por um lado e a depressão, perdas financeiras e o isolamento, por outro. A pesquisa do autor indica ainda que idosos que jogavam pela recreação tinham tendência a uma melhor qualidade de vida, mas que estes mesmos idosos são um grupo em vulnerabilidade para desenvolver problemas com o jogo. Ainda que não se tenha dados que confirmem a compulsão pelo jogo ou perdas financeiras sofridas pelos idosos observados nesta pesquisa, durante as entrevistas alguns participantes mencionaram terem conhecimento de perdas financeiras sofridas nas apostas e sobre abuso financeiro por parte de profissionais do sexo que também frequentam o parque, fatos que precisariam ser pesquisados. O fato de os idosos não terem demonstrado interesse em participar das entrevistas para esta pesquisa e de os profissionais entrevistados relatarem pouco envolvimento com os membros do grupo, reafirmam a preocupação quanto ao foco principal dos idosos ser o jogo e não a socialização além do grupo. Além disso, foi observado que os idosos envolvidos nos jogos permaneciam longos períodos sentados na mesma posição e em alguns casos, isso se repetia ao longo da semana, indicando o sedentarismo dos jogadores. Da mesma forma, este dado precisaria ser melhor investigado, pois não se desconsidera que estes mesmos idosos poderiam praticar algum tipo de atividade física em outro local, porém é importante para futuras pesquisas, uma vez que a atividade física se relaciona com a independência funcional de idosos (Maciel, 2010).

Outra questão envolvendo a vulnerabilidade dos idosos foi em relação às práticas sexuais com as garotas de programa que atuavam no local. O fato de os idosos manterem relações sexuais com garotas(os) de programa do local não é um problema, mas suscita uma preocupação sobre a adoção de medidas preventivas para as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST's). Segundo o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde (Brasil, 2018), nos últimos dez anos observou-se um incremento da taxa de detecção entre aqueles 55 a 59 anos e 60 anos e mais. Do início da epidemia, até 2018, foram reportados 32.267 casos de AIDS em pessoas entre 55 a 59 anos e 32.941 casos com mais de 60 anos. O crescimento de doenças sexualmente transmissíveis (DST) em idosos vem aumentando progressivamente e existe ainda muita falta de informação sobre o assunto, muitas vezes envolto pelo preconceito relacionado à sexualidade dos idosos. No mesmo sentido, Sousa (2008) relata que as relações do envelhecimento e da AIDS no Brasil passam por uma questão cultural e de exclusão e concentra-se principalmente no preconceito relacionado ao sexo nesta idade. O autor afirma também que o baixo nível de escolaridade influencia nas práticas sexuais inseguras e que eles estão mais expostos e vulneráveis às ISTs. Destaca ainda, que as campanhas sobre essa temática voltada aos idosos é falha e preocupante, mesmo que grande parte da população idosa seja esclarecida em relação às doenças sexualmente transmissíveis, muitas pessoas desconhecem os verdadeiros riscos, por isso, percebe-se a extrema importância de programas de promoção da saúde sexual idosos. Dornelas Neto, Nakamura, Cortez e Yamagushi (2015) realizaram revisão sistemática sobre doenças sexualmente transmissíveis em idosos e concluíram que essa faixa etária permanece fora do foco das políticas públicas de promoção da saúde no contexto das IST's, ocorrendo a necessidade de conscientização acerca das mudanças de comportamento e perfil epidemiológico nessa população.

Diante das questões de saúde do idoso apontadas, entende-se que o parque deveria ser um espaço para intervenções com vistas à promoção de saúde e prevenção de agravos por parte dos agentes municipais de saúde. Silva e Elali (2015) pesquisaram a opinião de especialistas da área da saúde e estes afirmaram que, se o espaço público oferece condições estruturais, pode ser um local para se trabalhar o envelhecimento ativo. Diante dos dados da presente pesquisa, entende-se que seria interessante oferecer aos idosos frequentadores outras alternativas de lazer além dos jogos, atividades físicas, além de informações de saúde sexual e de saúde em geral.

 

Considerações Finais

Esta pesquisa buscou descrever a percepção de frequentadores e de comerciantes de um parque de Curitiba-PR sobre um grupo de idosos que se reúne para jogar cartas. Os dados apontaram que a atividade é um incentivo à socialização e oferece estímulos cognitivos, o que pode resultar em bem- estar, aumento da qualidade de vida e saúde mental aos seus integrantes. Por outro lado, foram identificados fatores de vulnerabilidade, tais como a possibilidade de desenvolver compulsão ao jogo, prejuízo e/ou exploração financeira e atividade sexual sem preservativo.

Apesar de os dados deste estudo contribuírem para uma reflexão sobre as condições do envelhecimento dos homens nas cidades e a importância dos espaços públicos para a qualidade de vida na velhice, entende-se que é limitado por não se ter obtido dados diretamente dos idosos envolvidos na atividade. Sugere-se que futuros pesquisadores possam sanar esta lacuna.

Os dados reforçam a importância de as cidades oferecerem espaços públicos que favoreçam o encontro de seus cidadãos, em especial os idosos, que enfrentam maior risco de isolamento social. Os dados também reforçam que os jogos são uma forma de reunir homens idosos, que geralmente participam pouco de outras atividades destinadas à terceira idade, se comparados às mulheres. Neste sentido, contar com espaços públicos atrativos deveria ser pauta constante do planejamento das cidades.

Por outro lado, os dados também indicam que esses idosos podem estar em situação de vulnerabilidade. Esses territórios podem ser explorados como locais potenciais para o desenvolvimento de atividades de promoção de saúde. Considera-se, portanto, indispensável ações intersetoriais a fim de promover atividades aos seus frequentadores, direcionadas ao condicionamento físico, recreação, promoção da saúde sexual, oficinas de jogos, promoção de rodas de conversa sobre o envelhecimento ativo e saúde, minimizando a vulnerabilidade deste grupo social. Acredita-se que com espaços atrativos e a presença de agentes públicos das áreas de esporte/lazer, saúde e social, as cidades estariam oferecendo a possibilidade de um envelhecimento ativo aos seus cidadãos. Tais medidas poderiam proporcionar programas orientados a oferecer condições de melhoria da qualidade de vida, acompanhada de políticas e programas de saúde mental, proteção, segurança e cuidados com foco nas relações e participação social.

 

Referências

Bardin, L. (2011). Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70.         [ Links ]

Brasil (2018). Ministério da Saúde. Coordenação Nacional DST/Aids. Vigilância Epidemiológica. Boletim Epidemiológico de Aids. Vol.49, no. 53. Brasília: Ministério da Saúde.         [ Links ]

Campos, A. C. V., Ferreira, E., & Vargas, A. M. D. (2015). Determinantes do envelhecimento ativo segundo a qualidade de vida e gênero. Ciência & Saúde Coletiva, 20(7), 2221 – 2237. DOI: 10.1590/1413-81232015207.14072014.         [ Links ]

Dornelas Neto, J.; Nakamura, A.S.; Cortez, L.E.R.; & Yamagushi, M.U. (2015). Doenças sexualmente transmissíveis em idosos: uma revisão sistemática. Ciência e Saúde Coletiva, 20(12). DOI: 10.1590/1413-812320152012.17602014.         [ Links ]

Fong, T. W. (2005). The Vulnerable Faces of Pathological Gambling. Psychiatry MMC, 2(4), 34–42.         [ Links ]

Freitas, E. V. (2004) Demografia e epidemiologia do envelhecimento. L. Py, J. L. Pacheco & S. N Goldman. Tempo de envelhecer: percursos e dimensões psicossociais. (pp. 19 – 38). Rio de Janeiro: Nova Editora.         [ Links ]

Goldman, C. (2008). Envelhecimento e subjetividade. In A. A. A. Santos, A. L. S. Castro, M. C. B. Veras, D. C. Lopes, A. L. Neri, D. C. Goldfarb et al. (Orgs.), Envelhecimento e subjetividade: desafios para uma cultura de compromisso social (pp. 17-23). Brasília: Conselho Federal de Psicologia.         [ Links ]

Gonzalez, L. M. B.; & Seidl, E. M. F. (2011). O envelhecimento na perspectiva de homens idosos. Paidéia, 21(50), 345 – 352.         [ Links ]

Gonzalez, L. M. B.; & Seidl, E. M. F. (2014). Envelhecimento ativo e apoio social entre homens participantes de um Centro de Convivência para Idosos. São Paulo. SP. Revista Kairós: Gerontologia, 17(4).         [ Links ]

Lara, D.D.; Goulart, V.; Chicon, P.M.M.; & Quaresma, C.R.T. (2018). A contribuição dos jogos para o estímulo cognitivo e social dos idosos. Anais do XXII Seminário Insterinstitucional de Ensino, Pesquisa e Extensão. Redes e Territórios. Unicruz – Universidade de Cruz Alta. Cruz Alta, RS. Recuperado de: <https://home.unicruz.edu.br/seminario/anais/anais-2017/XXII%20SEMIN%C3%81RIO%20INTERINSTITUCIONAL%202017%20- %20ANAIS/GRADUA%C3%87%C3%83O%20- %20TRABALHOS%20COMPLETOS_CI%C3%8ANCIAS%20EXATAS,%20AGR%C3%81RIAS%20E%20ENGENHARIAS/ %20CONTRIBUI%C3%87%C3%83O%20DOS%20JOGOS%20PARA%20O%20EST%C3%8DMULO%20COGNITIVO.pdf>         [ Links ].

Maciel, M.G. (2010). Atividade física e funcionalidade do idoso. Motriz, 16(4): 1024-1032. DOI: 10.5016/1980-6574.2010v16n4p1024.         [ Links ]

Medeiros, P. A, Streit, I. A, Sandreschi, P. F, Fortunato, A. R, Mazo; & Zarpellon, G. (2014). Participação masculina em modalidades de atividades físicas de um Programa para idosos: um estudo longitudinal. Ciência & Saúde Coletiva, 19(8), 3479 – 3488. DOI: 10.1590/1413-81232014198.16252013.         [ Links ]

Nascimento, M.A.S.; Bestetti, M.L.T.; & Falcão, D.S. (2017). O espaço urbano do bairro e o impacto nas relações sociais de idosos: uma revisão narrativa da literatura. Kairós Gerontologia, 20(2). DOI: 10.23925/2176-901X.2017v20i2p179-194.         [ Links ]

Organização Mundial da Saúde. (OMS). (2005). Envelhecimento ativo: Uma política de saúde. Brasília, DF: Organização Pan-Americana da Saúde. Recuperado de: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/envelhecimento_ativo.pdf>         [ Links ].

Sampaio, L. S., Vieira, J. S., Soares, F. B., Reis, L. A.; & Sampaio, T. S. O. (2017). Qualidade de vida em idosos residentes em zona urbana e rural. C & D-Revista Eletrônica da FAINOR, 10(3), 391-406. Recuperado de <http://srv02.fainor.com.br/revista/index.php/memorias/article/view/668/353>         [ Links ].

Silva, E. A. R.; & Elali, G. A (2015). O papel das praças no envelhecimento ativo sob o ponto de vista de especialistas. Pesquisas e Práticas Psicossociais, 10(2). Recuperado de <http://pepsic.bvsalud.org/pdf/ppp/v10n2/14.pdf>         [ Links ].

Sousa, J.L. (2008). Sexualidade na terceira idade: uma discussão da AIDS, envelhecimento e medicamentos para disfunção erétil. DST J Bras Doenças Sex Transm, 20(1). 59-64.         [ Links ]

 

 

Recebido: 07.08.2019
Corrigido: 06.07.2020
Aprovado: 28.09.2020

Creative Commons License Todo o conteúdo deste periódico, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma Licença Creative Commons