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Psicologia em Revista
versão impressa ISSN 1677-1168
Psicol. rev. (Belo Horizonte) vol.19 no.3 Belo Horizonte 2013
EDITORIAL
Insistindo na proposta generalista e plural, Psicologia em Revista permanece acolhendo temas variados que contemplam tanto a área acadêmica quanto a prática profissional. Nessa perspectiva, apresenta, neste número, textos que estimulam a pensar e que provocam inquietações, empenhando-se em seu compromisso com a seriedade, a qualidade e a diversidade. O artigo "A escuta analítica: corpo, afeto e palavra" efetua uma discussão do espaço analítico com base na dificuldade com a associação livre. Fundamentadas na perspectiva teórico-clínica proposta por Ferenczi, Winnicott e McDougall, Solange Serrano Fuchs e Silvia Zornig destacam a importância da escuta analítica na dimensão não verbal. Por outro lado, "A impossibilidade no exercício da paternidade: algumas reflexões", de Sabrina Daiana Cúnico, Dorian Mônica Arpini e Juliana Cantele, expõe uma pesquisa qualitativa com pais que participaram da proposta de mediação familiar, com o objetivo de investigar a dificuldade dos pais na sustentação cotidiana da paternidade. Em "Famílias homoparentais: tão diferentes assim?", Ana Laura Moraes Martinez examina as configurações familiares homoparentais, desvelando o risco de capturas estigmatizantes das suas diferenças pelos medos sociais vigentes. Em seguida, José Newton Garcia de Araújo, Maria Regina Greggio e Tarcísio Márcio Magalhães Pinheiro, no texto "Agrotóxicos: a semente plantada no corpo e na mente dos trabalhadores rurais", abordam uma experiência de assistência médica e psicológica a trabalhadores rurais, salientando a presença de sintomas difusos de adoecimento físico e mental associados tanto aos efeitos do contato com agrotóxicos quanto às condições precárias de trabalho e à vulnerabilidade psicossocial. Já em "O desejo de partir: um estudo a respeito da tentativa de suicídio", Giovana Vidotto Roman Toro, Nely Aparecida Guernelli Nucci, Tatiana Bruno de Toledo, Andréia Elisa Garcia de Oliveira e Helena Bazanelli Prebianchi fazem uma revisão de literatura baseada na experiência de atendimento psicológico, no contexto da Psicologia hospitalar, dos pacientes que tentaram suicídio, apontando para a necessidade de participação da equipe na prevenção de novas tentativas. Milena Leite Silva e Dorian Mônica Arpini, no texto "O impacto da Nova Lei Nacional de Adoção no acolhimento institucional: o ponto de vista de psicólogos e assistentes sociais que integram as equipes técnicas", apresentam uma pesquisa qualitativa realizada com psicólogos e assistentes sociais que atuam com acolhimento institucional, estudando o impacto da nova Lei Nacional de Adoção em seu cotidiano, revelando alterações na escuta dos acolhidos, entre elas uma maior valorização de suas histórias. Ainda no âmbito acadêmico, mas examinando a publicação científica no campo da Psicologia sobre a morte, entre os anos de 2002 e 2012, o artigo "Produção científica na área da Psicologia referente à temática da morte", de Suane Pastoriza Faraj, Sabrina Daiana Cúnico, Alberto Manuel Quintana e Carmem Lúcia Colomé Beck, ressaltam a necessidade de aprofundar estudos sobre o tema, uma vez que a morte é parte integrante da vida. Em "Psicologia, diferença e epistemologia: percorrendo os (des)caminhos de uma constituição paradoxal", Pablo Severiano Benevides discute epistemologia e diferença, sustentando a tensão existente entre a racionalidade e o devir, entre a imagem de pensamento e a multiplicidade. Ângela Leggerini Figueiredo, José Caetano Dell'aglio, Thiago Loreto Silva, Luciano Dias de Mattos Souza e Irani Iracema de Lima Argimon, no artigo "Trauma infantil e sua associação com transtornos do humor na vida adulta: uma revisão sistemática", tratam da articulação de eventos traumáticos na infância e transtornos do humor na vida adulta. Por fim, "Sucesso na transição universidade-trabalho: expectativas de universitários formandos", de Marina Cardoso de Oliveira, Vitor Corrêa Detomini e Lucy Leal Melo-Silva, considera as expectativas de universitários formandos sobre o sucesso, nessa passagem para o mercado de trabalho, encontrando uma multiplicidade de expectativas e de sentidos.
A seção aberta deste número traz a tradução do artigo de Andrea Cornwall e Alex Shankland, publicado originalmente em inglês, no periódico Social Science & Medicine, realizada por Ana Carolina Campagnole dos Santos e André Kolb, com supervisão de Luciana Kind. Esse texto, publicado em 2008, problematiza o SUS como um dispositivo que favorece a cidadania e a participação popular em meio à mercantilização dos sistemas de saúde, tão em voga na contemporaneidade. Essa característica, no entender dos autores, cria condições para parcerias na complexa tarefa de garantir o direito à saúde da população, sem que esta seja impedida de fazer parte desse processo.
Esse número foi possível graças à colaboração dos autores, técnicos e pareceristas. A eles, nossos agradecimentos. Boa leitura!
A Comissão Editorial.