Serviços Personalizados
Journal
artigo
Indicadores
Compartilhar
Psicologia para América Latina
versão On-line ISSN 1870-350X
Resumo
BECERRA, Héctor. La ética de Van Gogh: una apertura al otro. Psicol. Am. Lat. [online]. 2008, n.14. ISSN 1870-350X.
Em 1888, Vincent Van Gogh decide se mudar para o sul da França com a intenção de encontrar o clima e a paisagem que estimulassem sua criatividade, também pretende fundar uma colônia de artistas. No início, consegue se reunir com seu colega e amigo Paul Gauguin e ali acontece um dos episódios mais enigmáticos de sua biografia, o corte que ele próprio fez em sua orelha esquerda. Este episódio levou o artista a elaborar dois auto-retratos onde aparece com a orelha direita vendada. Por que aparece, na pintura, com a orelha direita vendada se o corte ocorreu na orelha esquerda? Por que Vincent não pintou sua orelha esquerda? Do ponto de vista do senso comum poderíamos responder rapidamente que se retratou olhando-se no espelho. Porém esta possibilidade, aparentemente sem transcendência, supõe uma série de transformações que a subjetividade de Vincent, talvez, não estivesse em condições de levar a cabo. A partir destas observações iniciais, trataremos de introduzir o complexo cruzamento entre arte e loucura recorrendo a certas teorizações realizadas no âmbito da filosofia, da literatura, da física e da psicanálise. Entendemos que não nos guiam critérios academicistas, nem ecléticos. Trata-se simplesmente de um ensaio que - a partir da subjetividade do autor - pretende oferecer uma resposta a esta enigmática questão.