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Ide

versão impressa ISSN 0101-3106

Ide (São Paulo) v.32 n.48 São Paulo jun. 2009

 

EDITORIAL

 

 

Caro leitor.

Seja você um leitor assíduo da IDE, ou seja esse seu primeiro contato com a revista, é possível que a curiosidade se encontre entre os motivos que o trouxeram até aqui. Tudo bem. Movidos nós também pela curiosidade despertada pelo filme Helvetica, de Gary Hustwit, foi que chegamos a pensar que valeria a pena propor como tema deste número a palavra escrita como um corpo somático a ser observado em sua superfície e no seu interior.

Tão logo iniciamos nossas reflexões sobre o corpo da palavra, cujos desdobramentos podem ser acompanhados na leitura dos textos que se seguem, a divisão entre dentro e fora se desfez. De pronto percebemos que forma e conteúdo foram pontos de partida para se chegar às questões dos traços subjetivos materializados tanto no papel quanto no fluido e etéreo mundo mental. Percebemos que forma e conteúdo se misturam, interagem, trocam de lugar e por vezes se diluem em um todo amalgamado e certamente com um tanto mais de complexidade do que esses dois conceitos isolados podem abarcar.

Os artigos que compõem este número tratam da escrita no papel, nos sonhos, nas partituras musicais, nas instalações de uma obra de arte, no movimento de um corpo, na sua relação com as regras às quais ela está submetida, no corpo da cidade, em seu modo de ser impalpável e virtual, e inclusive onde ela não tem existência real, como no caso de cultura ágrafa de nossos indígenas.

Cabe lembrar que os primeiros registros da palavra escrita surgiram cerca de 6 mil anos atrás. Tal longevidade não nos deixa esquecer de que a escrita, em sua plural manifestação, tem sido alvo de estudos de diversas áreas do conhecimento e o que temos aqui, nesta revista, é uma gota, preciosa, sem dúvida, desse imenso oceano de letras das inscrições gráficas que vem acompanhando o desenvolvimento das culturas. Temos, sim, uma gota que emerge de fonte psicanalítica.

Agora me dirijo novamente a você, caro leitor já habituado à nossa publicação, para apresentar as novidades da ide 48. Além da capa, que será diferente a cada número, ilustrando o tema escolhido para as edições, temos duas novas seções. A primeira delas – INSTANTÂNEOS – vem substituir a tradicional Entrevista que você costumava encontrar nas últimas páginas da revista. O processo de entrevista continuará a existir, mas o entrevistado não será sempre uma pessoa. Ele poderá ser um assunto, um livro, um pensamento ou um filme, como é o caso deste número. O resultado da “entrevista” será apresentado em uma espécie de escrita condensada, pequenos parágrafos nos quais as perguntas dirigidas ao entrevistado estarão invisíveis, mas nem por isso ausentes.

A segunda nova seção – CARTAS DO LEITOR – vem substituir o Debate que a revista IDE costumava promover entre os autores e leitores de um determinado número de sua publicação. O debate permanece na forma de missivas que os leitores poderão dirigir aos autores dos textos, ao corpo editorial ou à editora, com suas dúvidas, questionamentos e sugestões. Há uma margem em branco, que acompanha todos os textos, a espera de suas anotações. Um espaço destinado a interação de suas ideias com as dos autores.

Estas são as novidades. No mais, caro leitor, você encontrará a mesma IDE de sempre, interessada e investigativa, imprimindo no corpo da palavra seu desejo permanente de dizer, ouvir, experimentar, questionar, enfim, de trocar ideias com quer que aprecie uma boa conversa.

 

 

Cintia Buschinelli

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