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Revista Brasileira de Psicodrama
versão On-line ISSN 2318-0498
Rev. bras. psicodrama vol.21 no.2 São Paulo 2013
RESENHAS
O lúdico nos grupos terapêuticos, pedagógicos e organizacionais
The playful in therapeutic, organizational and pedagogical groups
Maria das Graças de Carvalho Campos
Psicóloga, especialista em Psicologia Clínica. Psicodramatista didata-supervisora pela Federação Brasileira de Psicodrama (Febrap). Diretora do Instituto Mineiro de Psicodrama Jacob Levy Moreno (IMPSI).
REGINA FOURNEAUT MONTEIRO PREFÁCIO DE WILSON CASTELLO DE ALMEIDA SÃO PAULO: ÁGORA, 2012
Regina Fourneaut Monteiro é psicóloga e psicodramatista com vasta experiência em intervenções sociais. Já no título deste livro, a autora chama a atenção para a importância do lúdico, nas mais variadas modalidades de trabalho com os grupos.
No primeiro capítulo, apresenta um panorama sócio-histórico expondo como o lúdico já se fazia presente no universo criativo do homem desde os primórdios. Mostra-nos que a ludicidade possui uma linguagem universal cujos intuitos são ensinar, aprender e divertir na interação com o outro.
Com esse breve histórico a autora ratifica que o lúdico é uma expressão que acompanha o homem e que, em épocas passadas, não havia distinção entre adultos, e crianças ou feminino e masculino. Com o decorrer dos anos, os jogos foram deixando de ser comuns a todos e passaram a ser diferenciados para meninos e para meninas, tornaram-se brincadeira de criança e perderam o aspecto lúdico prazeroso que não visava à competição como fim em si mesma.
Na cultura brasileira, sua origem histórica advém dos povos que formaram nossa civilização: índios, portugueses e africanos.
A autora finaliza o capítulo com um convite para a volta ao lúdico, salientando que brincadeira é coisa séria, promove a socialização, a espontaneidade e a criatividade. O viver o lúdico simboliza a realidade, expressa uma forma de ingerência no mundo, sugere não apenas que estamos inseridos nele, mas que somos o mundo, o que nos torna capazes de alargar e delinear um alcance maior do potencial criativo.
Nos capítulos seguintes, a autora passa a apresentar e a classificar a importância da técnica como ferramenta para desfazer amarras, quebrar resistências e beneficiar o caminhar para o campo relaxado. Ao se voltar para dentro de si, as tensões são aliviadas e uma dimensão humana que evoca sentimentos de liberdade e espontaneidade é trazida à baila. O jogo incita estímulos iniciadores que ativam o corpo e a psique para a ação e para a construção de novas descobertas. A interação enriquece e floresce o protagonismo ativo.
Essas reflexões ampliam a visão do uso do jogo no Psicodrama para além do aquecimento inespecífico. O lúdico é um facilitador para os processos terapêuticos e psicoterapêuticos de grupo ou individuais. Sua aplicabilidade estende-se para os campos da Sociodinâmica e da Sociatria. Podendo ser usado nos focos: Psicodrama Psicoterapêutico e Socioeducacional.
Depois de tecer a importância do lúdico para o desenvolvimento psicosócio- emocional, a autora sugere a seguinte classificação dos jogos:
• jogos de apresentação;
• jogos de relaxamento e sensibilização;
• jogos para favorecer a integração grupal;
• jogos de confiança;
• jogos para estimular a observação e a percepção;
• jogos de papéis;
• jogos para o início de trabalho com grandes grupos;
• jogos para encerramento;
• jogo dramático e a resistência;
• jogo no trabalho com psicóticos.
A contribuição que aquece o meu compartilhar desta obra é a volta do brincar como possibilidade de saída dos papéis conservados criando oportunidade para papéis criativos.
Graça Carvalho Campos
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E-mail: graca.campos@impsi.com.br