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Psicologia em Revista

versão impressa ISSN 1677-1168

Psicol. rev. (Belo Horizonte) vol.22 no.3 Belo Horizonte set./dez. 2016

 

EDITORIAL

 

 

Caros leitores,

As dificuldades no processo de ensino e aprendizagem na EJA (educação de jovens e adultos) constitui o tema do primeiro artigo deste número. Seguindo ideia dos efeitos da aprendizagem nos indivíduos, mas fundamentados no behaviorismo, o artigo seguinte trabalha a descrição de contingências durante a leitura de histórias e o comportamento de crianças.

Mantendo a fundamentação teórica, o próximo texto se dedica à revisão de literatura sobre o tema da relação terapêutica com pacientes borderlines, na terapia comportamental dialética.

Em seguida, temos o estudo cartográfico dos encontros e movimentos de um acompanhamento terapêutico, que revela a riqueza desse dispositivo, para acompanhado e acompanhante.

Os três artigos seguintes também se dedicam ao tema da intervenção junto a sujeitos em sofrimento. Todavia o sofrimento em questão se apresenta com base em uma inscrição no corpo. O primeiro texto considera que alguns pacientes portadores de lesões cerebrais apresentam uma lógica similar à neurose traumática e às patologias narcísico-identitárias. Na sequência, encontramos um trabalho que busca tecer uma compreensão inicial, em termos clínicos e teóricos, das relações entre os tipos de sugestões hipnóticas e os níveis de experiência vivida de pessoas com dores crônicas. O terceiro texto desse grupo nos oferece alguns significados que paciente, no pós-operatório, atribuem à cirurgia cardíaca, revelando um estreitamento das relações do sujeito com o corpo, destacando as percepções das potencialidades e das limitações.

A reflexão sobre as condições das mulheres em diferentes contextos se constitui no tema principal dos quatros artigos que se seguem. O primeiro realiza uma comparação sobre a participação coletiva de mulheres indígenas pertencentes a duas organizações de direitos humanos, Kalli Luz Marina (México) e Federação Regional de Mulheres Asháninkas, Nomatsiguengas y Kakintes da Selva Central (Peru), com base na perspectiva de gênero. O próximo estudo apresenta a problemática da subjetivação de mulheres com deficiência motora congênita, a partir da base sócio-histórica, e revela que a educação não formal e a educação informal estiveram mais presentes no processo de subjetivação e que os outros significativos não eram pertencentes à família. Os discursos da maternidade para mulheres que participam de blogs se apresenta como o centro do objetivo da pesquisa qualitativa, pautada na discussão da psicossociologia da família, que analisou posts redigidos pelas autoras e comentários escritos pelas leitoras. Por fim, temos uma análise dos sentidos construídos pelos profissionais da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Betim-MG sobre a violência contra a mulher.

A violência é o objeto de estudo do próximo artigo, que focaliza a participação dos sujeitos em ativismo social como fator de enfrentamento e, ou, ressignificação da violência urbana. O manuscrito visa a conhecer a vivência da violência urbana, estudar as principais formas de enfrentamento e refletir sobre possíveis relações entre as vivências de violência na saúde.

As questões referentes à relação do trabalhador com seu trabalho se apresenta nos próximos dois artigos. O primeiro discute a complexidade e dispersão que cerca o conceito de comprometimento organizacional, oferecendo-nos uma sistematização dos principais problemas sobre o construto e sugerindo alguns caminhos de investigação teórica e empírica que poderiam minimizar os problemas. O problema da saúde do trabalhador de fumicultoras no Rio Grande do Sul é o objeto do estudo de campo do texto seguinte. O artigo apresenta as vivências de sofrimento e as estratégias dos fumicultores para lidar com adversidades no trabalho.

Para finalizar este número, apresentamos a problematização dos usos dos conceitos "social" e "cultural", suas aproximações e diferenças.

Desejamos a todos uma boa leitura.

 

A Comissão Editorial.

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