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Arquivos Brasileiros de Psicologia
versão On-line ISSN 1809-5267
Arq. bras. psicol. vol.69 no.3 Rio de Janeiro 2017
EDITORIAL
A atual equipe editorial iniciou suas atividades nos Arquivos Brasileiros de Psicologia no primeiro semestre deste ano. Embora este periódico seja um dos iniciadores das publicações acadêmicas seriadas e regulares em psicologia no Brasil, a editoria precisa, a cada nova gestão, se transformar. As práticas instituídas não nos permitem tão somente "tocar" uma música já conhecida. Não é difícil constatar que este longo percurso foi realizado com intensas atribulações institucionais. Afinal, de sua fundação em 1949 aos dias de hoje, a psicologia, a academia e os periódicos passaram por expressivas mudanças.
Em breve será o momento de realizar um balanço desta longa trajetória da publicação. Gostaríamos aqui de nos limitar a um breve balanço das atividades do ano. Finalizamos 2017 com a publicação de 41 artigos, dois relatos de experiência e uma resenha. As submissões que estiveram fechadas ao longo de 2016 foram reabertas e novos trabalhos tramitam normalmente pelas etapas do processo editorial.
Chamamos atenção para a sofisticação e a inovação no campo das publicações seriadas acadêmicas. Se fizermos um modesto esforço histórico e olharmos para os periódicos no início, ainda pequeno, deste século, nos surpreenderemos com o crescimento das publicações acadêmicas no Brasil, com o modo pelo qual se imiscuíram nos procedimentos informacionais de cadastramento e de circulação de informação qualificada. Para exercer a função de editor já não é suficiente receber e selecionar bons trabalhos com a ajuda de colegas da comunidade acadêmica, mas é absolutamente necessária a companhia de bibliotecárias e bibliotecários, de especialistas nos procedimentos de marcação de texto, de conhecimento sobre indexadores, de apoio técnico para uso de ferramentas de acompanhamento editorial, de debates sobre aspectos técnicos relativos à editoria, do conhecimento de instrumentos de identificação dos artigos e dos autores entre outros. A formação de uma equipe colaborativa e qualificada é, portanto, algo valioso e trabalhoso. Felizmente nós, editores, podemos contar com o apoio de associações, bibliotecas e projetos de difusão da produção intelectual brasileira que têm grande consistência e estão prontas a apoiar e construir este mundo editorial tão relevante. Em suma, existe uma política editorial em curso no Brasil que privilegia as publicações qualificadas permitindo o acesso aberto aos conteúdos sem onerar, por enquanto, autoras e autores, leitoras e leitores com custos de produção.
Evocamos estes aspectos gerais para valorizar a função editorial. É preciso que a comunidade acadêmica reconheça estas mudanças e atribua valor adequado àquelas e àqueles que assumem esta sofisticada, trabalhosa e intensa função de orientar os rumos de uma publicação acadêmica seriada.
Um breve balanço dos três números publicados indica 118 autores envolvidos com 44 artigos, relatos de experiência e resenha. A imensa maioria dos trabalhos provém de brasileiros que trabalham no Brasil, mas houve contribuição de pesquisadores instalados em Portugal, Espanha, Itália, Chile e Colombia. A acachapante maioria dos artigos deriva de pesquisadores com doutorado e envolvidos em programas de pós-graduação. As regiões Sul, Sudeste e Nordeste apresentam maior regularidade em suas publicações. Quanto à participação da comunidade na avaliação das submissões, questão abordada no editorial do número 68.2, houve submissão que atingiu o surpreendente número de 25 colegas consultados para obtenção de dois pareceres. Os temas abordados e as metodologias apresentadas expõem a diversidade deste vigoroso saber que é a psicologia produzida neste país veiculada por um periódico ainda aberto a tal variedade.
Uma análise aprofundada da trajetória da publicação atenta aos problemas investigados, às metodologias utilizadas e outras informações que municiem uma reflexão sobre o escopo do periódico será necessária e a proximidade da data comemorativa dos 70 anos em 2019 indica que tal investigação e reflexão sobre o futuro editorial da Arquivos Brasileiros de Psicologia deve ser feita ao longo de 2018.
Por fim, as editoras-assistentes Cristiana Carneiro, Claudia Henschel de Lima e o editor-assistente Pedro Paulo Gastalho de Bicalho, assim como os estudantes que partilham nosso dia a dia na revista, têm constituído uma equipe vibrante e enriquecedora. A elas e eles, reitero aqui meus agradecimentos.
Francisco Teixeira Portugal
Editor