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Pesquisas e Práticas Psicossociais

versão On-line ISSN 1809-8908

Pesqui. prát. psicossociais vol.10 no.2 São João del-Rei dez. 2015

 

DOSSIÊ PSICOLOGIA COMUNITÁRIA

 

A importância da psicologia social comunitária para o desenvolvimento sustentável

 

The importance of community psychology in sustainable development

 

La importancia de la psicología comunitaria para el desarrollo sostenible

 

 

Tania Maria de Freitas Barros MacielI; Monalisa Barbosa AlvesII

IPós-doutora pelo L'Institut d'Etudes Politiques de Paris Sciences Po. Professora Associada da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Coordenadora do Programa Interdisciplinar de Comunidades e Ecologia Social (Programa EICOS), Instituto de Psicologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro).E-mail: taniabm@gmail.com
IIDoutora em Economia. Professora Adjunta e Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Economia da Universidade Federal de Pernambuco (PPGECON). Participa do Programa Interdisciplinar de Comunidades e Ecologia Social (Programa EICOS), Instituto de Psicologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. E-mail: monalisabarbosa@yahoo.com.br

 

 


RESUMO

O presente artigo aborda a importância da Psicologia Social Comunitária para o Desenvolvimento Sustentável. Neste sentido, pretende-se investir principalmente nas discussões acerca das contribuições da Psicologia Social Comunitária para a busca por alternativas originais e sustentáveis de desenvolvimento. Um dos grandes desafios que encontramos atualmente no trabalho conjunto com os atores sociais é propor alternativas originais de desenvolvimento que visem à sustentabilidade humana e social. A Psicologia Social Comunitária brasileira tem muito a contribuir neste debate, tanto com pesquisas sobre lazer, sustentabilidade e desenvolvimento como elaborando soluções para os principais problemas urbanos. Contudo, a importância da Psicologia Social Comunitária, no âmbito do Desenvolvimento Sustentável consiste em apontar discussões e ferramentas operativas, na busca de uma alternativa de desenvolvimento mais adequada à realidade local, agregando à dinâmica social do destino a importância do sujeito como transformador da sua própria realidade. Realidade esta mais humana, ética e sustentável.

Palavras-chave: Psicologia Social Comunitária; Desenvolvimento; Sustentabilidade.


ABSTRACT

This article discusses the importance of Community Social Psychology for Sustainable Development. In this regard, we plan to invest mainly in discussions on the contributions of the Community Social Psychology to the search for original and sustainable alternatives of development. One of the major challenges which we currently face when we work with the stakeholders is to propose original alternatives of development aimed at human and social sustainability. The Brazilian Community Social Psychology has a lot to contribute to this debate, both with research on leisure, sustainability, and development, and by developing solutions to major urban problems. However, the importance of Social Community Psychology within the context of Sustainable Development is to point out discussions and operative tools in the search for an alternative of development which is more appropriate to the local reality, adding to the social dynamics of fate the importance of the subject as a transformer of their own reality. This reality is more human, ethical, and sustainable.

Keywords: Community Social Psychology, Development, Sustainability


RESUMEN

En este artículo se analiza la importancia de la Psicología Social Comunitaria para el Desarrollo Sostenible. En este sentido, tenemos previsto invertir principalmente en las discusiones acerca de los aportes de la Psicología Social Comunitaria para la búsqueda de desarrollo alternativa original y sostenible. Uno de los principales desafíos que enfrentan actualmente en el trabajo conjunto con las partes interesadas a proponer el desarrollo alternativa original dirigido a la sostenibilidad humana y social. La Psicología Social Comunitaria de Brasil tiene mucho que aportar a este debate, tanto con la investigación sobre el ocio, la sostenibilidad y el desarrollo como el desarrollo de soluciones a los principales problemas urbanos. Sin embargo, la importancia de la Psicología Social Comunitaria en el contexto del desarrollo sostenible es señalar discusiones y herramientas operativas en la búsqueda de un mejor desarrollo de las realidades locales alternativos, añadiendo a la dinámica social del destino la importancia del sujeto como transformador de su propia realidad. Esta realidad más humana, ética y sostenible.

Palabras clave: Psicología Social Comunitaria; Desarrollo; Sostenibilidad.


 

 

Introdução

O presente artigo aborda a importância da Psicologia Social Comunitária para o Desenvolvimento Sustentável. Neste sentido, pretende investir principalmente nas discussões acerca das contribuições da Psicologia Social Comunitária para a busca por alternativas originais e sustentáveis de desenvolvimento. Destacaa cultura e a qualidade de vida como pressupostos fundamentais dessa proposta. A relevância dessa temática destaca-se pela emergente discussão no século XX em torno da questão da sustentabilidade e da busca por alternativas de desenvolvimento mais adequadas às realidades locais.

Eventos internacionais têm destacado a importância desse debate ao trazer a questão da sustentabilidade para o centro das discussões e propor discutir e buscar alternativas de desenvolvimento. Entre esses eventos, destaca-se a Cúpula sobre o Desenvolvimento Sustentável organizada pela Organização das Nações Unidas (ONU), que aconteceu em setembro de 2015 e culminou no documento Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), cujas metas propõem substituir os Objetivos do Milênio e apontar caminhos para a luta global contra a pobreza e as desigualdades nos próximos quinze anos; e a Conferencia do Clima (COP21) que acontecerá em dezembro, na cidade de Paris, e terá como principal objetivo um novo acordo mundial para diminuir a emissão de gases de efeito estufa, diminuindo o aquecimento global.

Tais eventos ocorrem desde a década de 1970, período em que a questão ambiental tomou foco internacional com a Conferência de Estocolmo. Nesse contexto, grandes avanços podem ser percebidos, destacando-se a compreensão de que a nossa questão ambiental é também uma questão social. Portanto, ao se falar em desenvolvimento com sustentabilidade, é preciso deixar claro que estamos falando em um desenvolvimento cujos aspectos qualitativos são tão fundamentais quanto os quantitativos, ou seja, um desenvolvimento que abranja questões econômicas, ambientais, sociais, culturais e políticas, mas, sobretudo, que implique na melhoria da qualidade de vida da população.

É nesse ponto que a busca por alternativas de desenvolvimento com vista à sustentabilidade relaciona-se com a Psicologia Social Comunitária. A Psicologia é uma ciência que estuda o homem tanto no nível subjetivo, quanto no nível interpessoal e na sua relação com o meio, de modo que tudo o que influencia a vida do homem ou está em relação com ele é objeto da Psicologia. As concepções de desenvolvimento influenciam de forma direta a vida e os valores do homem e da sua relação com o meio (Maciel, 2003).

Ao estudar o ser humano, deve-se considerar a sua história, sua cultura e o seu ambiente. O ser humano, como ser social, tem papel ativo na construção das relações, ao participar, fazer parte dos grupos e da sociedade. Desse modo, o indivíduo e o meio social são indissociáveis, devendo-se considerar o ser humano em um movimento de produzir e se produzir, não só com relação à sua história pessoal, mas também em relação à história da sociedade. É no fazer coletivo que o ser humano encontra a possibilidade de atuar como sujeito, mobilizando suas dimensões subjetivas, dando significado à sua vida, por meio da produção coletiva, realizando suas potencialidades.

Nessa perspectiva, Nasciutti (1996) coloca que o indivíduo não deve ser visto apenas como resultado de determinantes de diferentes ordens, mas como ator social, dotado de liberdade de ação em face de um contexto social que o precede e que lhe designa um lugar.

No Brasil, nas décadas de 1960 e 1970, a crise da Psicologia Social levou os pesquisadores a questionar o seu papel e seu objeto de estudo. Esse período foi marcado, na maioria dos países latinoamericanos, por pobreza, concentração econômica urbana e agrária, além de dura repressão política. Nesse contexto, pensadores lideraram um movimento de crítica à Psicologia Social clássica, propondo a adoção do compromisso social e da transformação social como norte dos estudos e pesquisas dessa ciência.

Nesse caminho, no Brasil, a Psicologia Social inicia a busca pela construção de uma relação de compromisso com a sociedade, a partir da identificação das demandas sociais, em bases éticas, para que se possa garantir a dignidade humana, em prol da qualidade de vida e da diminuição das desigualdades sociais (Lane & Sawaia, 1995). Nessa perspectiva, Lane (1989) traz reflexões para uma ciência compromissada com a transformação social.

A Psicologia Social Comunitária, principalmente no Brasil, resulta de um movimento de crise e transformação da Psicologia Social, profundamente influenciado pelos movimentos populares e pelos problemas sociais vividos no continente. Entre as questões levantadas estavam a falta de relevância social das pesquisas em Psicologia Social, a reivindicação de que se constituísse um rumo próprio a partir da realidade social, econômica e política latino-americana e o compromisso com a transformação social.

Lane (2002) afirma que a análise da Psicologia Social Comunitária no Brasil não pode ser feita fora do contexto econômico e político do Brasil e da América Latina, cujo surgimento tem muito a ver com o golpe militar de 1964. Segundo a autora, se em um primeiro momento vivemos um período de extrema repressão e violência, ele fez com que individualmente os profissionais de psicologia se questionassem sobre sua atuação como suporte para a maioria da população e de qual seria o seu papel na sua conscientização e organização. Tais questionamentos teóricos e metodológicos estabeleceram, portanto, a necessidade de repensar esse campo e a Psicologia Social passou a ter como novo imperativo em suas pesquisas a busca da relevância social.

Neste mesmo período, surgem diferentes perspectivas e transformações sobre as concepções de "meio ambiente", sendo seus efeitos encarados como problemas globais. O século XX marca a origem da discussão entre a questão ambiental e desenvolvimento.

 

A Psicologia Social Comunitária

Durante as décadas de surgimento do conceito, a Psicologia Social Comunitária vinculava-se às práticas comprometidas com a libertação sociopolítica da população (Freitas, 1996). Nesse contexto, o que se busca é a construção de uma Psicologia capaz de ajudar o povo a compreender sua realidade e libertar-se dos condicionantes que sua estrutura social lhe impõe (Ibañez, 2005).

A Psicologia Social Comunitária utiliza-se do enquadre teórico da Psicologia Social, privilegiando o trabalho com os grupos, colaborando para a formação da consciência crítica e para a construção de uma identidade social e individual, orientada por preceitos eticamente humanos (Freitas, 1996). Assim, visa desenvolver trabalhos capazes de contribuir para promover relações de cooperação e solidariedade e para a construção de sujeitos mais críticos e reflexivos, problematizadores e transformadores da realidade, utilizando-se de métodos de inserção e atuação comunitária (Góis, 2005 & Monteiro, 2004).

Tradicionalmente, a utilização de teorias e métodos da Psicologia Comunitária foi aplicada às populações de baixa renda. Já nas décadas de 1980 e 1990, com a implantação do Sistema Único de Saúde (SUS), essa perspectiva se modifica e os psicólogos passam a trabalhar também em outros dispositivos públicos.

A Psicologia Social Comunitária enfatiza, em termos teóricos, a problematização da relação entre produção teórica e a aplicação do conhecimento; em termos de metodologia, utiliza-se, sobretudo, a metodologia da Pesquisa Participante; e, em termos de valores, a ética da solidariedade, os direitos humanos fundamentais e a busca da melhoria da qualidade de vida da população focalizada (Campos, 2002).

Desse modo, a Psicologia Social Comunitária visa promover a consciência e minimizar a alienação, procura promover a participação reflexiva dos grupos com os quais trabalha na definição das prioridades de atuação, planejamento, execução e avaliação de suas atividades. Para Campos (2002), a produção teórica e prática da Psicologia Social Comunitária é marcada pela busca do desenvolvimento da consciência crítica, da ética, da solidariedade e de práticas cooperativas ou mesmo autogestionárias, a partir da análise dos problemas cotidianos da comunidade.

A Psicologia Social Comunitária tem envolvido trabalhos interdisciplinares de modo a coletivizar e facilitar o entendimento entre a comunidade e seus diversos aliados. Propõe trabalhar com a comunidade, incorporando seus membros em todas as fases do trabalho. Contudo, um dos grandes desafios que encontra atualmente é encontrar, no trabalho conjunto com esses atores sociais, alternativas originais de desenvolvimento que visem à sustentabilidade humana e social. O caminho para a construção desse desenvolvimento deve ser pautado na realidade local e estar relacionado ao desenvolvimento pessoal e coletivo dos moradores da comunidade.

A Psicologia Social Comunitária emerge de uma psicologia preocupada com a cidadania e tem se constituído ao longo das últimas décadas a partir de um esforço de intervenção com os diversos grupos sociais. Essa interação tem se dado, de maneira geral, a partir da ênfase na autonomia e no protagonismo das populações com as quais se tem trabalhado por maio da ampliação da criticidade desses sujeitos em relação ao contexto e aos problemas que apresentam, em busca da construção de um conhecimento social e comunitário.

Portanto, ao destacar a importância do papel ativo dos sujeitos na busca de soluções para os problemas relacionados à sua realidade, parece pertinente destacar a importância da Psicologia Social Comunitária diante a busca por alternativas de desenvolvimento mais sustentáveis. Assim, o poder criativo e inventivo do homem passa a ser colocado como questão chave diante da sustentabilidade.

O presente artigo aponta possibilidades de trabalho para a Psicologia Social Comunitária que levem em conta a sustentabilidade, com um olhar voltado para a melhoria da qualidade de vida das populações ao construir e buscar soluções conjuntamente. É importante reafirmar aqui questões muito importantes no trabalho em comunidade, tais como a busca pela promoção da saúde, do lazer, do bem-estar, da qualidade de vida, nas preocupações com o meio ambiente e a ecologia social, nas condições que facilitam a participação ativa dos sujeitos, atingindo a autogestão e o amadurecimento organizativo desses grupos, assim como as políticas públicas.

O trabalho é bem-sucedido na medida em que conseguimos auxiliar a comunidade a identificar suas necessidades e aspirações, expressá-las com clareza e ser capaz de buscar as soluções. Essa é uma perspectiva do que Sachs chamou de desenvolvimento local, que pode ser considerado como o conjunto de atividades culturais, econômicas, políticas e sociais que participam de um projeto de transformação da realidade local.

Para compreender o desenvolvimento sustentável

Ao propor abordar a importância da Psicologia Social Comunitária para o desenvolvimento sustentável, é importante ressaltar, sem, contudo, pretender esgotar, o tema, o amplo campo que o termo desenvolvimento abrange como conceito de grande influência sobre o pensamento e o comportamento humano.

Na segunda metade do século passado, impulsionado pelos processos de descolonização e de emancipação do Terceiro Mundo e pela emergência do sistema das Nações Unidas, o desenvolvimento, um avatar do progresso iluminista, firmou-se como uma das idées-force das ciências sociais, configurando uma problemática ampla de caráter pluri e transdisciplinar, atravessada por polêmicas vivas de caráter ideológico e teórico (SACHS, 2004, p. 214).

Para Sachs (2004), as discussões em torno desse tema contribuíram para o refinamento do conceito, porém contrastam com o sombrio histórico do desenvolvimento existente em muitas partes do mundo. O autor ressalta, assim, a necessidade de se revisitar a ideia de desenvolvimento, ou seja, de torná-lo mais operacional.

O debate em torno do desenvolvimento começa a ser construído em decorrência da insatisfação com os limites da abordagem predominante. Essa insatisfação é um reflexo da conscientização da progressiva deterioração das condições de vida da maior parte da população e da crescente pressão da degradação ambiental. Para Sachs (2004), tudo indica que a ideia do desenvolvimento não perderá a sua centralidade nas ciências sociais do século que se inicia. Desde a década de 1970, quando o paradigma econômico começou a ser questionado, a humanidade vem se dando conta do limite dessa perspectiva, que não tem sido capaz de sozinha dar conta de alcançar o bem-estar humano.

No entanto, importa deixar claro que o desenvolvimento não se confunde com crescimento econômico, que constitui apenas a sua condição necessária, porém não suficiente. O desenvolvimento qualifica, englobando, portanto, não só as questões econômicas, mas questões ambientais, sociais, culturais e políticas.O crescimento econômico por si só não traz desenvolvimento, visto que, muitas das vezes, este não muda a realidade local e continua a acentuar os níveis de desigualdade social.

Para Morin (2000), a insuficiência do paradigma economicista, incapaz de responder às necessidades da maioria da população, leva-nos à busca por concepções alternativas para o desenvolvimento. A partir do momento em que o paradigma econômico começou a ser questionado, a humanidade vem se dando conta do limite dessa perspectiva que não tem sido capaz de, sozinha, dar conta de alcançar o bem-estar humano.

As iniciativas visando à discussão dos processos de desenvolvimento e a busca das alternativas para um modelo em crise datam da segunda metade do século XX. Trata-se de uma construção social, com avanços e retrocessos. Durante as décadas que separam a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente, de 1972, realizada em Estocolmo, e a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, em 2012, no Rio de Janeiro, as questões em torno do desenvolvimento sustentável levaram a importantes avanços. Nesse percurso de tempo, alguns conceitos influenciaram a construção de modelos de desenvolvimento que consideram a importância da cultura, do social e da ética.

O Clube de Roma, fundado em 1968, surge com o intuito de abrir caminho para o debate de um vasto conjunto de assuntos relacionados à política, à economia internacional e, sobretudo, ao meio ambiente e ao desenvolvimento sustentável. Em seu relatório "Limites do Crescimento", publicado em 1972, tratava essencialmente de problemas cruciais para o futuro desenvolvimento da humanidade, tais como: energia, poluição, saneamento, saúde, ambiente, tecnologia, entre outros. Este teve repercussão internacional, principalmente, no direcionamento do debate que ocorreu, no mesmo ano, na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, conhecida como Conferência de Estocolmo, servindo como um paradigma e referencial ético para toda a comunidade internacional, no que tange à proteção internacional do meio ambiente como um direito humano fundamental de toda humanidade.

As discussões em torno de formas alternativas de desenvolvimento ganham amplitude em 1987, com o relatório "Nosso Futuro Comum", organizado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente, no qual o conceito de desenvolvimento durável ou sustentável é apresentado. No entanto, os parâmetros de um desenvolvimento sustentável ganham uma nova configuração a partir da década de 1990, com conferências como a Rio 92 e os encontros que a sucederam.

A Rio-92 - Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro, em 1992, teve o propósito de discutir problemas urgentes referentes à proteção ambiental e ao desenvolvimento socioeconômico, tendo como base as premissas de Estocolmo, alcançando resultados importantes diante das discussões do desenvolvimento sustentável, e dando origem a uma profusão das organizações não governamentais (OnGs) e proliferação dos atores. Uma série de convenções, acordos e protocolos foram firmados durante a Conferência, tais como a Carta da Terra, declaração de princípios sobre florestas, a Declaração do Rio sobre Ambiente e Desenvolvimento, a Agenda 21, assim como as convenções da Biodiversidade, da Desertificação e de Mudanças Climáticas.

O desenrolar desses encontros e conferências nos mostram a importância que a questão da sustentabilidade vem tomando atualmente, buscando alternativas de desenvolvimento em consonância com o meio ambiente, a cultura e as tradições. Os objetivos do desenvolvimento sustentável depois de 2015 deverão ter também grande influência da tecnologia. A agenda pós-2015 não será escrita sem levar em conta a pobreza e os objetivos universais aplicáveis tanto ao Sul como ao Norte, de maneira diferenciada, segundo o nível de desenvolvimento de cada país. O desenvolvimento sustentável, atual e futuro, será aquele "que se interessar tanto pelo crescimento verde que preserva o meio ambiente, enfim, [aquele capaz] de gerar inclusive um crescimento criador de empregos e de valor social" (De Cazotte & Talla, 2014, p. 48-49).

Quando falamos nesses novos paradigmas do desenvolvimento, tais como a sustentabilidade, a valorização da cultura, o espaço local, as relações sociais, a ética, a solidariedade e o meio ambiente, estamos falando de novos valores, de novas ideias e, porque não dizer, de novas crenças (Maciel, 2006).

As alternativas propostas devem visar ao humano e não apenas ao econômico. Um desenvolvimento que busque crescimento econômico aliado à qualidade de vida, gerando, acima de tudo, benefícios sociais e culturais para a sociedade. Um desenvolvimento que seja mais democrático e participativo, respeitando as tradições, os costumes e as culturas locais, em contraposição a um modelo que visa à acumulação e à geração de riquezas, não importando que o resultado seja a geração simultânea de pobreza, exclusão social e desigualdades de todo o tipo.

Para Sachs (1986), o desafio consiste na redefinição das formas e usos do crescimento e não na desistência deste. Segundo o autor, os objetivos do desenvolvimento vão muito além do crescimento econômico, da mera multiplicação da riqueza material. O crescimento não é sinônimo de desenvolvimento se ele não amplia o número de empregos, se não atenua a pobreza e se não reduz as desigualdades. "O crescimento é uma condição necessária, mas de forma alguma suficiente, para se alcançar a meta de uma vida melhor, mais feliz e mais completa para todos" (Sachs, 2004, p. 13).

Para Sen (2000), o principal meio e o principal fim desse desenvolvimento é possibilitar a expansão da liberdade dos indivíduos, para que eles possam encontrar melhores condições de vida, podendo agir sobre os fatores que não estão em acordo com uma vida digna e de qualidade. Diante desse processo de expansão da liberdade, a população pode reivindicar melhores condições de vida e igualdade de oportunidades diante do desenvolvimento, em um processo de integração social no qual todos se tornam mais participativos.

Sachs (2004, p. 61) coloca que é necessário

dar respostas aos problemas mais pungentes e às aspirações de cada comunidade, superar os gargalos que obstruem a utilização de recursos potenciais e ócios os e liberar as energias sociais e a imaginação. Para tanto, deve-se garantir a participação de todos os atores envolvidos no processo de desenvolvimento.

Essas concepções do desenvolvimento passam a perceber a importância da cultura, considerando as necessidades, as aspirações, os valores, especificidades e limites da população local. Têm exigido a incorporação de um novo processo de implementação de projetos, centrados em parceria, corresponsabilidade e participação (Irving, 2009).

A participação, nesses processos, pode ser considerada item essencial, constituindo a garantia da diversidade de estilos de desenvolvimento, adaptados ao contexto próprio de cada sociedade, de cada comunidade (Hô, 1988), em um projeto social enraizado e impregnado dos valores específicos desse meio. É por meio da participação que se alcançará um desenvolvimento mais adequado às realidades locais. Trata-se do resgate das culturas locais, em um investimento em qualidade de vida, fundamentada em valores éticos.

Nessa perspectiva, a população local deve ser a principal interessada pelo desenvolvimento, posto que é ela quem melhor conhece suas necessidades e aspirações, podendo assim apontar o melhor caminho para a busca de uma melhor qualidade de vida. É necessário confiança na capacidade e sabedoria dessa população, na identificação de seus problemas e na tentativa de soluções originais, considerando seu ritmo, dinamismos e peculiaridades.

A esse respeito, Sachs (1998) afirma que os critérios de avaliação das soluções apresentadas vão, precisamente, variar de um contexto sociocultural a outro. Nessa perspectiva, o autor defende a ideia da arte de reinventar e de fazer progredir a teoria a partir de situações concretas, dando a oportunidade de equipes interdisciplinares pesquisarem, no local e com a participação da comunidade, a solução dos problemas colocados pelo desenvolvimento de uma localidade.

O desenvolvimento sustentável deve partir das próprias necessidades latentes das comunidades na busca de alternativas que propiciem benfeitorias em todos os âmbitos - econômico, social, cultural, ambiental - e criar condições e oportunidades para que a população local participe efetivamente desse processo. Um projeto de desenvolvimento que se paute na escuta desses atores sociais, sua cultura, tradição, dinâmica sociocultural, suas necessidades e aspirações, contribuindo para o estabelecimento da dimensão ética.

Psicologia Social Comunitária e desenvolvimento: um diálogo em busca da sustentabilidade

A contribuição dada pela Psicologia Social Comunitária pode ser ainda mais efetiva se esta tomar como questão as premissas do Desenvolvimento Humano Sustentável. O eixo de nossas preocupações está centrado na sustentabilidade das premissas do desenvolvimento, sendo as dimensões sociais e culturais itens essenciais desse processo. A valorização da cultura é uma das formas de permitir que o desenvolvimento se torne mais democrático e mais participativo.

A Psicologia Social, e mais precisamente a Psicologia Social Comunitária, tem muito a contribuir, teórica e metodologicamente, na busca de novas alternativas de desenvolvimento. O resultado desse intercâmbio de conhecimentos entre a Psicologia Social Comunitária e o Desenvolvimento Sustentável está no encontro de possibilidades para que a própria comunidade construa relações mais solidárias e humanas no seu processo de desenvolvimento.

O entendimento de desenvolvimento deve respeitar as tradições culturais, os costumes e as culturas locais. Nessa perspectiva, Simmel (1999, p. 68) afirma que "toda cultura humana é fadada a desaparecer quando ela não encarna mais o espírito de onde ela nasceu".

A partir do conceito de desenvolvimento sustentável cunhado em 1987, no relatório Brundtland, que apresenta desenvolvimento sustentável como aquele que procura satisfazer as necessidades da geração atual sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades, destacamos que tal processo significa possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível satisfatório de desenvolvimento social e econômico e de realização humana e cultural.

É importante destacar que não podemos falar em desenvolvimento sustentável sem falar em participação. Participação essa que deve vir de todos os grupos, de forma que todos os atores envolvidos possam participar no processo de mudança e ganhos de qualidade de vida. E se a participação deve ser de todos, trabalhos ditos comunitários podem ser desenvolvidos também com classes A e B. Não existe impedimento teórico ou técnico para que a Psicologia Social Comunitária seja praticada também com as classes mais abastadas. Nessa perspectiva, é possível questionar: onde estão os trabalhos sobre violência urbana nas classes mais abastadas? A grande maioria dos estudos sobre violência urbana foca nas classes populares, que são, de fato, as mais vulneráveis a esse tipo de violência. Mas não os únicos.

Retornando à questão da sustentabilidade, destaca-se que, dentre os muitos problemas das grandes cidades (onde, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística/IBGE, reside atualmente a maior parte dos brasileiros), estão a violência, o desemprego, os engarrafamentos. No entanto, no que se refere ao planejamento do trânsito, a cidade de Curitiba parece apresentar uma outra realidade. Um vídeo apresentado na Sciences Po (L'Institut d'Etudes Politiques de Paris) sobre um modelo de cidade sustentável apontava uma cidade brasileira, Curitiba, no Paraná. Há mais de 30 anos, em Curitiba, já havia uma preocupação com os espaços urbanos no que diz respeito ao lazer e à qualidade de vida.

Outra questão destacada no âmbito da cidade de Curitiba é o lixo urbano. Quando observamos os dados de países como Noruega, Dinamarca e Suécia, constatamos que eles conseguem reciclar até 50% do lixo que produzem. No Brasil, estamos muito longe disso. No entanto, ainda que em escala bem menor, se comparado a alguns países desenvolvidos, a cidade de Curitiba se destaca positivamente no que se refere ao destino do lixo produzido: cerca de 20% é reciclado. Nessa cidade, a coleta seletiva é realizada desde 1989. A cidade produz hoje cerca de 2,2 mil toneladas de resíduos por dia, sendo 550 toneladas separadas pela população e encaminhadas para reciclagem. Então, se é possível e realidade em Curitiba, por que não seria em outras cidades brasileiras?

Quando falamos em sustentabilidade, temos de saber qual desenvolvimento queremos. E isso só é possível com a participação e o engajamento das pessoas. O governo sabe exatamente quanto é gasto com segurança, saúde e educação. Mas a questão ecológica é de difícil medida. Qual é o seu custo? Os indicadores, custos, tudo ainda é difícil precisar. Existe um limite que é o limite do próprio planeta e temos de pensar e agir sobre isso. É a sustentabilidade e a vida da Terra que está em jogo.

 

Relatos de uma experiência: O Programa de Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social (EICOS)

A Psicologia Social Comunitária brasileira tem muito a contribuir no debate em torno do desenvolvimento sustentável. Ela é tão importante que a professora Denise Jodelet, durante sua conferência de abertura no 7th European Congresso of Community Psychology, em outubro de 2009, em Paris, destacou a importância da psicologia na América Latina, citando o caso do Brasil, onde há mais de 20 anos existe o Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social - EICOS.

Em 1989, de forma inovadora, a psicóloga Maria Inácia D'Ávila Neto criou o Programa EICOS, com o olhar de uma psicossociologia que se voltasse tanto para as teorias e práticas dos métodos qualitativos e participativos como para a pesquisa comunitária, a Ecologia Social e a sustentabilidade.

Segundo Lima (2012, p. 9),

o Programa de Pós-Graduação em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social (EICOS) representou um avanço nos estudos em comunidade no Rio de Janeiro. Inicialmente, apenas com o curso de mestrado, esse programa apresentou uma proposta pioneira e inovadora, em termos teóricos e metodológicos, no campo psicossocial.

Para o autor, entre as inovações do EICOS estão a integração da pesquisa à extensão, o que deixava clara a ênfase na relação da pesquisa acadêmica com os saberes locais e com a inclusão social; o tom extremamente interdisciplinar do programa; e a busca da indissociabilidade entre a reflexão conceitual e a prática de intervenção.

Atualmente, o EICOS apresenta forte ênfase psicossocial com ampla atuação em pesquisas empíricas, de campo e extensão universitária, em uma interface contínua de construção dialógica de teoria e prática, com acentuada inserção no panorama das amplas questões contemporâneas que englobam a sustentabilidade e o desenvolvimento social e cultural de comunidades. Volta-se à realização de trabalhos de pesquisa e ensino em uma perspectiva interdisciplinar, por meio de instrumentos para melhor compreender as relações de grupos e comunidades, suas instituições e sua dinâmica cultural.

O Programa EICOS possui convênios e intercâmbios com universidades e centros de pesquisa nacionais e internacionais. Participa do Consórcio MITRA - Médiations Interculturelles, mobilités, identités, conflits, pelo Programa Erasmus Mundus, financiado pela AEEAC - Agence Executive d'Education, Audiovisuel et Culture da União Europeia, composto por sete universidades, incluindo Université de Lille 3, Université Babes Bolyai (Romênia), Université Catholique de Louvain (Bélgica), Uniwersytet Wroclawski (Polônia), Université Cheikh anta Diop de Dakar (Sénégal), Universidad Nacional Autonoma Del Mexico. Nesse sentido, o curso está envolvido não só com questões locais, mas também internacionais.

Alguns dos diferentes projetos e pesquisas desenvolvidos no Programa EICOS ilustram a ação e luta diante do panorama mundial, priorizando as relações entre ecologia, cultura, sociedade e desenvolvimento. Tais projetos devem indicar, como discute Morin e Kern (1995), para uma ecologia da ação como passo primeiro para uma ética da crise, em um momento em que vivemos uma crise da ética.

Entre esses projetos, podemos citar o Projeto Sinuelo, que foi realizado durante oito anos na comunidade pantaneira, e o Projeto de Mobilização Social - Participação Comunitária, subprojeto inserido no Programa de Despoluição da Baía de Guanabara (PDBG) - Rio de Janeiro, que foi realizado durante três anos. Ambos visavam ao desenvolvimentocultural e ecológico das comunidades envolvidas, por meio da preservação e conservação dos recursos ambientais. Tiveram como eixo referencial as premissas de que o meio ambiente não pode ser considerado como um dado isolado, mas sim como um dado da cultura de uma comunidade, isto é, como um processo de interação entre o sociocultural, gerado pelo homem e a natureza.

Compreender tais projetos a partir de um enfoque integrado e participativo é fundamental para que as propostas de um desenvolvimento com vistas à sustentabilidade, envolvendo aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais que possam resultar em mudanças significativas para a população em questão. A promoção dessa sustentabilidade deve ser pautada em novas práticas que reconheçam a complexidade dos problemas e busquem estratégias amplas, integradas e participativas para enfrentá-los.

É o que Moscovici (2007) chama de uma nova sensibilidade, de uma nova percepção do meio e das preocupações da vida em comum. O autor compreende a Ecologia como uma cultura mundial, como uma consciência do homem de sua relação com a natureza; não só algo relacionado com solucionar questões da natureza, mas também com o nosso pensamento e nossa cultura. Para tanto, é necessário repensar as tradicionais conceituações de ecologia, reforçando o fato de que esta compreenda não apenas a natureza (ecologia natural), sua biodiversidade, mas também a cultura representada nos hábitos, tradições e costumes.

Psicossociólogo de reputação mundial, Serge Moscovici é responsável por teorias importantes para a Psicologia e áreas afins, como a Ecologia política, as representações sociais, a da influência minoritária e das decisões coletivas; e, como ambientalista, viveu o engajamento, desde o fim dos anos 1960 (Maciel, Rangel & Beyssac, 2015). Em entrevista a Maciel, em Paris em 2008,1 Moscovici, ao ser perguntado se gostaria de ser lembrado como o pai da Ecologia Política ou o pai das Representações Sociais, o autor responde que gostaria de ser lembrado como o pai da Ecologia Política, pois sempre acreditou que deveríamos nos voltar para a humanidade normal, pois é ela que interessa. O autor acrescenta que não se trata de uma aplicação à ciência, trata-se de ação.

O autor destaca que é necessário mudar nosso pensamento começando por dentro, transformando a forma das ideias na ciência, nas técnicas, no senso comum, nas artes, suprimindo a censura de nossas inspirações e de nossa existência e olhando de forma diferente nossa existência nessa terra em longo prazo (Moscovici, 2007). Moscovici (2007) coloca a necessidade de uma unificação das relações que o homem mantém com a natureza, no que chama de uma prática da natureza, na qual o meio não consiste em remediar os problemas de nossa forma de vida, "mas em experimentar novos modos para fazer existir uma nova forma de vida" (Moscovici, 2007, p. 131).

Precisamos buscar modos alternativos de vida, baseados em atitudes conscientes e não só ficar discutindo soluções para problemas derivados de nossas atitudes. Precisamos de novos paradigmas que valorizem a vida, a cultura, a natureza, as ideias e nossa enorme capacidade de criar, de inovar. Precisamos de uma nova consciência ética, cidadã, solidária e responsável. Tal perspectiva visa a um desenvolvimento sustentável e para isso busca discutir a dinâmica das relações existentes entre o homem com seu semelhante e, ainda, com o seu meio ambiente, dinâmica esta que reflete no complexo cultural de determinada região.

 

Considerações finais

A Psicologia Social Comunitária pode trazer relevantes contribuições para o debate em torno do desenvolvimento sustentável, principalmente no tocante ao fortalecimento de uma perspectiva de construção científica interessada nos processos subjetivos envolvidos na formação crítica do ser humano e de sua capacidade de agir criativamente em sua realidade, culminando em um processo de desenvolvimento mais adequado às realidades locais e com melhor qualidade de vida. Com a participação, os sujeitos posicionam-se no processo de desenvolvimento de sua comunidade, assumindo o bem comum por meio de projetos coletivos.

Assim, participar significa dividir as responsabilidades na construção coletiva de um processo que objetiva fortalecer a sociedade civil para a construção de caminhos que apontem para uma nova realidade social.

A Psicologia Social Comunitária brasileira tem muito a contribuir nesse debate, tanto com pesquisas sobre lazer, sustentabilidade e desenvolvimento como elaborando soluções para os principais problemas urbanos. A importância da Psicologia Social Comunitária, no âmbito do Desenvolvimento Sustentável, consiste em apontar discussões e ferramentas operativas, na busca de uma alternativa de desenvolvimento mais adequada à realidade local, agregando, à dinâmica social do destino, a importância do sujeito como transformador da sua própria realidade. Realidade esta mais humana, ética e sustentável.

Esse é um campo em que o psicólogo pode e deve atuar. São inúmeros os projetos desenvolvidos pelos alunos de Iniciação Científica, mestrandos, doutorandos e pesquisadores do EICOS/IP/UFRJ. Esse é um campo promissor dentro da Psicologia Social Comunitária. Portanto, é preciso formar especialistas, e cabe a essa nova geração dar continuidade às pesquisas e desenvolver a Psicologia Comunitária sustentável.

 

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Recebido em: 21/08/2014
Aprovado em: 18/09/2015

 

 

1 Partes desta entrevista foram disponibilizadas em vídeo. Ver D'Avila Neto, Maciel e Figueiredo (2014).

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