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Imaginário
versão impressa ISSN 1413-666X
Imaginario v.12 n.12 São Paulo jun. 2006
EDITORIAL
A partir de 2005, a revista Imaginário passará a ser semestral. Essa iniciativa responde à necessidade de maior espaço para a publicação dos artigos, aprovados pela comissão editorial, que crescem a cada ano.
A complexidade do tema Imaginário e Juventude proporcionou-nos uma gama de artigos, compostos inteiramente com o caráter interdisciplinar da revista, e, ao mesmo tempo, um desafio de composição. A tessitura destes e das imagens tem que ser harmônica, e essa melodia traz, necessariamente, a visão do grupo que a concebe.
Dessa forma, os artigos aqui apresentados constroem a visão e a complexidade dos estudos do grupo imaginário.
Cabe lembrar que nosso desafio está em conciliar a teoria e a ação por meio de uma intensa discussão sobre o trabalho de campo, o pesquisador e seu interlocutor.
Deslizando os olhos sobre os artigos apresentados, podemos ver que a análise teórica do conceito de juventude está atrelada à representação que os jovens criam sobre eles próprios e como a vivenciam. Assim, experiências musicais, de trabalho e de imagem são construções identitárias que reivindicam, contestam e agem nas instituições estabelecidas, principalmente, nos modelos ocidentais.
Os diálogos constituídos passam a ser um desafio para os olhos daqueles que trabalham diretamente com jovens. Desse modo, questões de compreensão a respeito da juventude, necessariamente, têm que estar repletas de suas vozes, formando um coral que nos revela uma respeitosa sinfonia, dentro da aparente desarmonia.
O arco interpretativo de vários tons e notas é conseqüência do reconhecimento de cada instrumento e de seu valor dentro do conjunto, constatando que nenhum som é mais importante do que o outro e que, sem um instrumento que seja, a sinfonia não pode ser realizada.
Esperamos que, nessa polifonia, esteja representada a maioria das vozes que dizem respeito à complexidade desse tema.
Maria de Lourdes Beldi de Alcântara*
Universidade de São Paulo
* Editora da Revista Imaginário. Doutorada em Antropologia (USP) e Pós-doutoranda em Psicologia (USP). Coordenadora científica do Núcleo Interdisciplinar do Imaginário e Memória / Laboratório de Estudos do Imaginário. Coordenadora da pesquisa: A Reserva Indígena de Dourados e seus dilemas com a sociedade abrangente.