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Acta Comportamentalia
versão impressa ISSN 0188-8145
Resumo
GUEDES, Maria Luisa. Porque o controle aversivo não é uma possibilidade na clínica. Acta comport. [online]. 2011, vol.19, n.4, pp.65-70. ISSN 0188-8145.
As relações comportamentais estabelecidas entre as pessoas compõem o ambiente especial que nos distingue das outras espécies. Embora muito do sofrimento humano decorrente das relações com a natureza tenha sido amenizado com os avanços tecnológicos, aversividades advindas de relações entre indivíduos são ainda frequentes. Nas relações sociais, por emparelhamento, um indivíduo pode ser um reforçador condicionado e generalizado, porém, ao infligir estimulação dolorosa incondicional a outro, este pode, também, tornar-se um estímulo aversivo condicionado. Os efeitos do uso de estímulos aversivos já são bastante conhecidos: eliciação de respostas emocionais negativas, predisposição para fuga e ataque à fonte estimuladora, etc. Entretanto, tais efeitos não impedem a ocorrência do comportamento punido e dispõem o indivíduo a agir de qualquer modo que amenize os estados corporais indesejáveis produzidos, com alta probabilidade de interrupção da interação com o indivíduo controlador. O objetivo do presente texto não foi uma apresentação rigorosa de novos dados sobre controle aversivo, mas, uma reflexão sobre os efeitos já conhecidos. Muitos dos efeitos desastrosos do controle aversivo já foram descritos, assim como algumas pistas para entender porque abusamos dele. Porém, dado o grande desafio em promover o abandono de tais práticas, pesquisas sobre controle aversivo ainda são bem-vindas e necessárias.
Palavras-chave : Controle Aversivo; relações sociais; análise do comportamento.