SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.8 número1O papel dos pais na construção de trajectórias vocacionais dos seus filhos índice de autoresíndice de assuntospesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Serviços Personalizados

Journal

artigo

Indicadores

Compartilhar


Revista Brasileira de Orientação Profissional

versão On-line ISSN 1984-7270

Rev. bras. orientac. prof v.8 n.1 São Paulo jun. 2007

 

EDITORIAL

 

Dois mil e sete é um ano de conquistas para a Revista Brasileira de Orientação Profissional (RevBOP) e para a Associação Brasileira de Orientadores Profissionais (ABOP). Em meio ao processo de preparação deste fascículo, todo o corpo Editorial da RevBOP, consultores, autores e leitores, bem como a Diretoria e os associados da ABOP, comemoram alguns marcos históricos da RevBOP. O primeiro foi a classificação Nacional A pelo sistema de avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e pela Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia (ANPEPP). O segundo consistiu na disponibilização dos fascículos no Portal de Periódicos Eletrônicos em Psicologia PEPSIC (www.pepsic.bvs-psi.org.br/rbop), em consonância com o movimento mundial da comunidade científica em favor do acesso livre à literatura de pesquisa qualificada, revisada por pares, como noticiamos no fascículo 7 (1) a respeito da Declaração de Florianópolis e a de Bethesda.

O terceiro momento histórico ocorreu em 16 de junho deste ano, quando um grupo de orientadores profissionais, docentes e pesquisadores se reuniu em São Paulo, sob a liderança da Diretoria da ABOP, para debater critérios mínimos para a formação dos orientadores profissionais, passo que antecede as discussões sobre critérios para a qualificação e a certificação neste domínio de atividades. Como background destes acontecimentos, ocorreu a organização e a realização do I Congresso Latino-americano e VIII Simpósio Brasileiro de Orientação Vocacional & Ocupacional, o maior e mais abrangente evento realizado pela ABOP. É nesse contexto de efervescência intelectual, técnica, política e ética que prosseguimos no compromisso de divulgar a produção científica qualificada e que disponibilizamos a vocês o presente fascículo.

O primeiro artigo intitulado “O Papel dos Pais na Construção de Trajectórias Vocacionais dos seus Filhos” de Carlos Manuel Gonçalves e Joaquim Luís Coimbra, da Universidade do Porto (Portugal), é um estudo original na perspectiva da abordagem construtivista e ecológica do desenvolvimento vocacional. O estudo analisa “as acções intencionais ou não que os pais realizam para apoiarem os seus filhos na construção de trajectórias vocacionais em momentos do seu percurso vocacional”, contribuição relevante para educadores, psicólogos e orientadores profissionais envolvidos com intervenções educativas e psicológicas.

O segundo trabalho intitulado “Frank Parsons: Trajetória do pioneiro da orientação vocacional, profissional e de carreira”, de Marcelo Afonso Ribeiro e Maria da Conceição Coropos Uvaldo, da Universidade de São Paulo, São Paulo, é um excelente resgate histórico, da recuperação da memória internacional em contraposição ao efêmero da contemporaneidade. A leitura deste trabalho brinda aos leitores a oportunidade de refletir sobre o passado, as bases teórico-técnicas da Orientação Profissional, e sobre o presente, contribuindo para a tomada de consciência com respeito ao protagonismo nas decisões sobre o futuro que se deseja para as intervenções de carreira no Brasil.

Ao rememorar Parsons, a avaliação da pessoa em seus diversos atributos nos remete ao significado da avaliação psicológica no cenário brasileiro, em debate nos últimos anos em decorrência das medidas do Conselho Federal de Psicologia, desencadeadas com a Resolução CFP Nº 002/2003, que define e regula o uso, a elaboração e a comercialização de testes psicológicos e revoga a Resolução CFP nº 025/2001. O diagnóstico vocacional ou a avaliação &– da pessoa, dos problemas e dos resultados &– na Orientação Profissional é uma das competências especializadas recomendadas como parâmetros pela International Association for Educational and Vocational Guidance (IAEVG), que pode ser requerida de alguns profissionais em determinados contextos e cenários. Nessa direção, as duas publicações seguintes contribuem ao abordar a questão da avaliação. Assim, o terceiro artigo, “Avaliação Psicológica em Processos Dinâmicos de Orientação Vocacional Individual”, de Regina Sonia Gattas Fernandes do Nascimento, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, retoma antigos e atuais problemas da avaliação, objetivando compartilhar algumas reflexões teóricas e práticas, que se situam em duas áreas de superposição na Psicologia Brasileira: a Avaliação Psicológica e a Orientação Profissional. O quarto estudo, “O BBT - Teste de Fotos de Profissões em Adultos e Adolescentes”, de Giselle Mueller-Roger Welter, da GW Vocação e Relações Humanas, de São Paulo, apresenta uma comparação entre o desempenho de adultos e adolescentes no BBT, um método projetivo, e analisa as diferenças e semelhanças nas escolhas de homens e mulheres.

A avaliação, como método de seleção no exame vestibular, é focalizada no quinto artigo de Danilo Ramos, doutorando do Programa de Pós-graduação em Psicologia Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, intitulado “Reflexões sobre o Vestibular para a Carreira de Música da UNICAMP: um Estudo Preliminar”. O estudo inicia um debate sobre o processo seletivo para a carreira de Música na perspectiva de estudantes e professores de Música, contribuindo para a reflexão sobre o processo seletivo em carreiras artísticas.

Por sua vez, o sexto estudo, intitulado “Amizade e Escolha Profissional: Influência ou Cooperação?”, de Fábio Nogueira Pereira e Agnaldo Garcia, da Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, aborda um campo pouco explorado na Orientação Profissional, a influência dos pares na escolha da carreira.

O sétimo trabalho é o ensaio “Competências do orientador profissional: Uma proposta brasileira com vistas à formação e certificação”, de autoria de Maria Célia Pacheco Lassance, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Lucy Leal Melo-Silva, da Universidade de São Paulo; Ribeirão Preto; Marúcia Patta Bardagi, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Universidade Luterana Brasileira; Santa Maria e Ângela Carina Paradiso, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Este ensaio aborda a discussão que está sendo patrocinada pela ABOP em seu sítio e finaliza com uma proposta de definição de critérios de competência, a princípio para a formação, conforme reunião histórica ocorrida em São Paulo.

O registro histórico é retomado, também, com as resenhas relativas a dois volumes de livros organizados pela ABOP e publicados pela Vetor Editora. Trata-se da série “Orientação Vocacional: teoria e técnica”. A primeira resenha, relativa ao volume 1, é de Mônica Sparta, da Universidade Estácio de Sá, Rio de Janeiro, e intitula-se “A diversidade da Orientação Profissional Brasileira”. A segunda resenha, que se refere ao volume 2, intitula-se “Orientação Profissional no Brasil: Abordagens e intervenções em contextos diversificados”, é de autoria de Jorge Castellá Sarriera, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Desejamos a todos uma proveitosa leitura e que ela seja instigante para que nos enviem suas produções científicas, considerando o alcance da revista e a visibilidade dos artigos em decorrência da disponibilização no PEPSIC.

 

Lucy Leal Melo-Silva

Editora Científica

Creative Commons License Todo o conteúdo deste periódico, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma Licença Creative Commons