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Mental
versão impressa ISSN 1679-4427versão On-line ISSN 1984-980X
Mental vol.11 no.21 Barbacena jul./dez. 2017
ARTIGOS
Sentimentos vivenciados pelos profissionais de Enfermagem diante de morte em unidade de terapia intensiva neonatal
Feelings experienced by nursing professionals in the face of death in neonatal
Sentimientos vividos por los profesionales de enfermería ante la muerte en unidad de terapia intensiva neonatal
Daniela Dias da RochaI; Êmely Cristina do NascimentoII; Luiz Paulo RaimundoIII; Ana Maria Barbosa DamascenoIV, Helena Figueiredo Felisbino Barbosa BondimV
IBacharel em Enfermagem pela Universidade Presidente Antônio Carlos (UNIPAC) – Campus Barbacena; Curso Técnico em Enfermagem pelo IFET – Campus Barbacena.
IIEnfermagem na Universidade Presidente Antônio Carlos (UNIPAC) – Campus Barbacena.
IIIGraduação em Enfermagem na Universidade Presidente Antônio Carlos (UNIPAC) – Campus Barbacena.
IVMestre em Ensino de Ciências e Matemática; Doutoranda em Saúde Pública; Professora da Universidade Presidente Antônio Carlos – Campus Barbacena.
VMestre em Saúde Coletiva; Doutoranda em Saúde Pública; Enfermeira no Hospital São Francisco de Assis / Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
RESUMO
No cenário das instituições hospitalares, a morte é um acontecimento frequente nas unidades de terapia intensiva (UTIs) e a convivência com as situações de terminalidade faz parte do cotidiano dos profissionais de Enfermagem que atuam em unidades de terapia intensiva neonatal (UTINs). Este estudo teve como objetivos: conhecer os sentimentos vivenciados pelos profissionais de Enfermagem que convivem com a morte em UTINs, descrever as percepções desses profissionais ao lidar com a morte nessas unidades e rever os aspectos relacionados à temática morte no processo de formação dos acadêmicos. O estudo consiste em uma revisão integrativa da literatura, possibilitando determinar o conhecimento atual sobre assunto de escolha. Utilizou-se a base de dados Biblioteca Virtual da Saúde para consulta. Concluiu-se que apesar da morte ser parte do ciclo natural da vida, os profissionais de Enfermagem, na sua maioria, não estão conseguindo lidar com a finitude da vida nas UTINs. Conhecer e refletir sobre os sentimentos de enfermeiros diante da morte do paciente neonatal pode auxiliar esses profissionais a vivenciarem esse processo de forma mais equilibrada. Igualmente, fica evidente a necessidade de desenvolver iniciativas que possam abranger desde as bases formadoras do saber em Enfermagem até os profissionais já atuantes nas instituições de saúde. A inserção da Tanatologia na matriz curricular e nos cursos de capacitação e aperfeiçoamento para a equipe de Enfermagem pode configurar estratégias que favoreçam o fortalecimento dos sujeitos no enfrentamento do processo de morte.
Palavras-chave: unidade de terapia intensiva neonatal; morte; enfermagem.
ABSTRACT
In the context of care institutions, death happens often in the Intensive Care Units (ICUs) and the fact to be concerned with final situations belongs daily to nursing professionals who are active in the Neonatal Intensive Care Units (NICUs). This article had as purpose: to know the feelings living by the nursing professionals who deal with death in the NICUs, to report the perceptions of those professionals as they deal with death in those Units and to review the aspects connected to the deadness topic by the rise of the academics. The article consists of a constitutive review from the literature, what enables to determine the current knowledge about the chosen subject. It was used the data base BIREME to refer for this study. It concluded, although death being part of the natural cycle of life, most of the nursing professionals cannot deal with the end of life in the NICUs. To know and think about the nurses' feelings in front of death by the neonatal patient, can help the professionals to face it by a more balanced way. It is also evident the need to develop initiatives that could include the constructive knowledge base and professionals who are active in health care institutions. The insertion of Thanatology on the curriculum planning and in capacity and improving courses for the nursing team can configure strategies that promote the strengthening of the professionals to face the process of death.
Keywords: neonatal intensive care unit; death; nursing.
RESUMEN
En el escenario de las instituciones hospitalarias, la muerte es un frecuente evento en las Unidades de Terapia Intensiva (UTI), y la convivencia con situaciones de enfermos en fases terminales es parte de lo cotidiano de los profesionales de enfermería que actúan en Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). Este estudio tuvo como objetivos conocer los sentimientos vividos por los profesionales de enfermería que conviven con la muerte en UTIN, describir las percepciones de los profesionales cuando tratan con la muerte en esas unidades y apuntar los aspectos que se relacionan con la temática muerte ante el proceso de formaciónde los académicos. El estudio consiste en una revisión integradora de la literatura, permitiendo determinar el actual conocimiento sobre el asunto elegido. La utilización de la base de datos de la Biblioteca Virtual de la salud para la recolección de datos. Se concluyó que, aunque la muerte sea parte del ciclo natural de la vida, los profesionales de enfermería, en la mayoría, no están consiguiendo tratar con la finitud de la vida en las UTIN. Conocer y reflejar acerca de los sentimientos de enfermeros ante la muerte del paciente neonatal puede ayudar a los profesionales a vivir este proceso de una manera más equilibrada. También, resulta evidente la necesidad en desarrollar iniciativas que puedan incluir desde las bases que forman el conocimiento en enfermería hasta los profesionales que ya actúan en instituciones de salud. La inserción de Tanatología en el plan de estudios y cursos de capacitación y perfeccionamiento para el equipo de enfermería pueden constituir estrategias que pueden así favorecer la fortificación del individuo frente al proceso de muerte.
Palabras clave: unidad de terapia intensiva neonatal; muerte; enfermería.
1 INTRODUÇÃO
A morte é um evento biológico natural e inevitável da vida humana. Ao mesmo tempo, provoca reações e sentimentos variados em todas as pessoas. Como um mistério, a morte é parte do enigma da alma e da vida, e entender o processo e as representações dos indivíduos sobre a morte significaria, talvez, entender o conceito da vida. Embora faça parte do ciclo natural da existência, o homem tende a ignorá-la e a repeli-la, talvez para afastar a ideia da possibilidade de separação e perda de seus entes queridos. Entretanto, desde os primórdios da civilização, a morte é considerada um aspecto que fascina e concomitantemente aterroriza a humanidade. Em contrapartida, hoje, na cultura ocidental, sua representação é de algo inquietante na vida do indivíduo e que, geralmente, suscita negação (ROCKEMBACH; CASARIN; SIQUEIRA, 2010; LIMA; NIETSCHE; TEIXEIRA, 2012).
No cenário das instituições hospitalares, a morte se encontra presente de maneira mais constante. A convivência com as situações de terminalidade faz parte do cotidiano dos profissionais de Enfermagem, mais especificamente dos que atuam em unidades de terapia intensiva neonatal (UTINs). É um ambiente caracterizado, sobremaneira, pelo arsenal tecnológico de que dispõe para cuidar dos neonatos em estado crítico. Soma-se a esse ambiente um modelo de cuidado que, por muitos anos, foi alicerçado no modelo médico curativista. Os profissionais que ali trabalham aliam-se ao aparato tecnológico, usando-o como apoio para tentar o restabelecimento da saúde e a manutenção da vida das crianças que estão sob seus cuidados. Tal questão é percebida, com frequência, nas ações empregadas na área da saúde, nas quais se investiu e investe-se em inúmeras e constantes pesquisas tecnológicas que auxiliam no prolongamento da vida e, secundariamente, recuperam o funcionamento normal da "máquina biológica": o corpo humano. Embora os enfermeiros se utilizem de todas as tecnologias terapêuticas, muitas vezes o desfecho não é favorável e a morte se faz presente. (ROCKEMBACH; CASARIN; SIQUEIRA, 2010; LIMA; NIETSCHE; TEIXEIRA, 2012; SILVA; VALENÇA; GERMANO, 2010a).
As UTINs podem ser vistas como locais "frios", onde os enfermeiros dispensam uma enorme atenção aos aspectos técnicos em detrimento das questões humanas. Nesse espaço, os altos índices de mortalidade tornam os profissionais frequentemente expostos ao evento morte e aos conflitos que dela advêm. A equipe, estando no limite entre vida e morte, é confrontada a todo momento com a impotência e os limites da sua atuação (ROCKEMBACH; CASARIN; SIQUEIRA, 2010; SILVA; VALENÇA; GERMANO, 2010a).
O momento da morte do paciente suscita, com frequência, nos profissionais, inúmeras emoções e reações, pois a ocorrência desse evento remete à lembrança da própria finitude. A morte é vista como inimiga vergonhosa e, quando ocorre, é percebida por muitos profissionais de Enfermagem como um momento a ser combatido ou amenizado. Ela proporciona um sentimento de profundo desconforto, causando momentos de angústias, desesperos, dramas, revoltas e interrogações (LIMA; NIETSCHE; TEIXEIRA, 2012).
Embora a morte faça parte do ciclo natural da vida, ainda é, nos dias de hoje, um assunto polêmico, por vezes evitado. Atualmente, estudar e falar sobre o processo de morrer e a morte em si representa, muitas vezes, abordar algo que, para a maioria das pessoas, não desperta interesse seja por meio da leitura, pesquisa ou até mesmo de um diálogo informal (LIMA; NIETSCHE; TEIXEIRA, 2012).
Diante dessa realidade, os trabalhadores da área da saúde tornam-se mais vulneráveis aos sentimentos que se relacionam à finitude da vida. Construir o saber que diz respeito ao enfrentamento da vulnerabilidade dos trabalhadores, especialmente de Enfermagem, traz embutida nessa temática a sua relevância (ROCKEMBACH; CASARIN; SIQUEIRA, 2010; LIMA; NIETSCHE; TEIXEIRA, 2012).
Portanto, mediante essas questões polêmicas que permeiam o cotidiano hospitalar, e compreendendo a necessidade de melhorar a condição de quem cuida, percebe-se ser fundamental conhecer um pouco dos sentimentos gerados pela subjetividade dos profissionais de saúde diante dessa realidade, pela sua maior proximidade com o paciente, sua família, seu cuidado (SILVA; VALENÇA; GERMANO, 2010a).
Dessa forma, este estudo teve como objetivos: conhecer os sentimentos vivenciados pelos profissionais de Enfermagem que convivem com a morte em UTINs, descrever as percepções dos profissionais de Enfermagem ao lidar com a morte nessas unidades e apontar os aspectos relacionados ao processo de formação dos profissionais de Enfermagem diante da temática morte.
O estudo consiste em uma revisão integrativa da literatura, a qual é utilizada para identificar, analisar e sintetizar resultados de estudos independentes sobre uma mesma temática, possibilitando determinar o conhecimento atual sobre assunto de escolha. A revisão integrativa de literatura proporciona suporte para a tomada de decisões e a melhoria da prática clínica, além de apontar a necessidade de realização de novos estudos para preencher lacunas existentes no conhecimento científico da atualidade (CROSSETTI, 2012).
Para tal, o delineamento do estudo foi feito da seguinte forma: a primeira etapa consistiu na elaboração da pergunta norteadora — "Quais os sentimentos vivenciados pelos profissionais de Enfermagem diante de morte em UTIN?" — e indicou quais estudos foram utilizados e quais as informações contidas em cada estudo selecionado (CROSSETTI, 2012). A segunda etapa foi a busca ou a amostragem na literatura a partir da definição da questão norteadora, iniciando- se, assim, a busca nas bases de dados. Para tanto, definiu-se como critérios de inclusão referências nacionais disponíveis eletronicamente na íntegra. Aplicou-se a ferramenta "filtrar" da Biblioteca Virtual da Saúde (BVS), permitindo a realização da busca apenas dos estudos que contemplavam os critérios de inclusão. Artigos que não abordavam a temática representada pela questão norteadora configuraram o critério de exclusão. Procedeu-se, então, à leitura dos títulos e resumos, selecionando aqueles que abordavam os sentimentos vivenciados pelos profissionais de Enfermagem diante de morte em UTIN. Utilizaram-se para pesquisa os descritores "Unidade de Terapia Intensiva Neonatal"; "Morte"; "Enfermagem". Esses termos foram combinados no formulário de pesquisa avançada, gerando as seguintes associações: "Unidade de Terapia Intensiva Neonatal" and "enfermagem"; "Enfermagem" and "morte"; "Enfermagem" and "sentimentos". A terceira etapa foi a coleta de dados, realizada on-line, por meio da BVS, no período de janeiro de 2015 a maio de 2016. Foram encontradas 522 referências e selecionados 16 estudos publicados nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Base de Dados de Enfermagem (BDENF), no recorte temporal entre 2010 e 2015. Após a seleção dos estudos, foi necessário revisar e sintetizar as informações extraídas, de forma a facilitar o manejo dos dados obtidos. A quarta etapa foi a análise crítica dos estudos incluídos. Para garantir a integridade científica da revisão, os estudos foram analisados de forma crítica quanto à autenticidade, à qualidade metodológica e à relevância das informações e representações. A quinta etapa consistiu na discussão dos resultados. Procedeu-se à leitura atentiva dos estudos que compuseram a amostra. Nessa etapa, os estudos foram agrupados e sintetizados, a fim de facilitar a análise dos dados. A análise permitiu a identificação de temas recorrentes nos estudos, os quais foram agrupados em três categorias temáticas, o que possibilitou a compreensão das vivências dos enfermeiros: os sentimentos vivenciados pelos profissionais de Enfermagem que convivem com a morte em UTINs; percepções dos enfermeiros ao lidar com a morte nas UTINs; aspectos relacionados ao processo de formação dos enfermeiros diante da temática morte. Em seguida, foram realizadas a apresentação e a interpretação dos resultados.
2 SENTIMENTOS VIVENCIADOS PELOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM QUE CONVIVEM COM A MORTE EM UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL
A internação em unidade hospitalar, de maneira geral, é um momento permeado de preocupações e anseios, em que se busca principalmente a cura e a recuperação da saúde sem sofrimento ou complicações significativas. Para o recém-nascido (RN) internado, o ambiente da UTIN é necessário para manter sua sobrevida.
No entanto, não há como negar que a morte constitui uma realidade comum nos hospitais, especialmente em setores como as unidades de terapia intensiva (UTIs). Nesses contextos, o embate entre o arsenal de recursos da Medicina moderna e a gravidade e complexidade dos casos compõe o pano de fundo para a atuação dos profissionais da saúde, que por muitas vezes se percebem impotentes diante da inexorabilidade da morte. Dessa forma, durante o exercício da profissão, os enfermeiros seguem normas e condutas éticas, profissionais e institucionais objetivando salvar vidas e evitar a morte. Ao colocar em prática seus conhecimentos, habilidades e competências, buscam dar suporte para a promoção, a prevenção e a recuperação da saúde. O não alcance dos objetivos propostos pode causar um estado de tristeza, frustração e estresse pela perda que a morte representa (ROCKEMBACH; CASARIN; SIQUEIRA, 2010; COSTA; PADILHA, 2011).
A preocupação com a assistência ao RN na área da saúde surgiu como um prolongamento da obstetrícia, sendo que, inicialmente, as unidades de atendimento ao RN tinham por finalidade a manutenção e restauração das condições de vitalidade do RN, a prevenção de infecções e a diminuição da morbimortalidade. Aos poucos, a preocupação exclusiva com a sobrevivência foi se expandindo de modo a considerar não somente os aspectos biológicos e mensuráveis, mas também a qualidade de vida. As transformações no processo de trabalho visaram não só atender a necessidade social de diminuição da morbimortalidade, mas também assegurar uma sobrevida de melhor qualidade à mãe e ao neonato (COSTA; PADILHA, 2011; JUNIOR; ELTINK, 2011).
A UTIN configura-se como um lócus de produção de saber e constitui-se em ambiente terapêutico apropriado para tratamento de RNs de risco, sendo considerada uma unidade de alta complexidade. A incorporação de novas tecnologias, a necessidade de diferentes categorias profissionais, a presença cada vez mais frequente dos pais e o cuidado de bebês cada vez menores já fazem parte de uma realidade que exige novas práticas e novos sujeitos profissionais no cotidiano do hospital (COSTA; PADILHA, 2011).
Com os prematuros e os RNs de risco, os profissionais de Enfermagem da UTIN tiveram de aprender a aliar seus cuidados à delicada interface entre os aspectos técnicos e os afetivos necessários para administrar uma terapia que promova não somente a sobrevida de bebês organicamente sadios, mas também o seu desenvolvimento neurológico e a sua integração no convívio familiar (COSTA; PADILHA, 2011).
O enfermeiro inserido em uma UTIN passa a conviver com a morte de seus pacientes cotidianamente, o que representa uma das mais difíceis situações da prática profissional, visto que esse evento fragiliza e assusta (ROCKEMBACH; CASARIN; SIQUEIRA, 2010).
Para muitos profissionais, a morte tem significado "negativo", provocando sentimento de tristeza, impotência, estresse, angústia, medo, desconforto, depressão, frustração, sensação de derrota e fracasso. Esses sentimentos podem ser vistos como sinônimo de limitação profissional (ROCKEMBACH; CASARIN; SIQUEIRA, 2010; SILVA; VALENÇA; GERMANO, 2010a).
Para os trabalhadores de Enfermagem, o impacto da morte dos pacientes representa o insucesso de todos os esforços e investimentos feitos pela equipe durante a internação. Em suma, a morte de paciente na UTIN é sempre uma situação geradora de sofrimento para os trabalhadores de Enfermagem, pois eles acabam experimentando sentimentos de grande impotência e de fracasso pessoal e profissional. Essa é uma fase pela qual, com certeza, todos os estudantes e profissionais da saúde passarão (SHIMIZU, 2007; JUNIOR; ELTINK, 2011).
Somente quando tomarmos consciência da nossa finitude, descoberta há muito tempo, mas relegada ao esquecimento, será possível compreendermos o sentido da vida e da morte. Somos, ao mesmo tempo, seres finitos e infinitos. Participamos da finitude devido à nossa condição biológica: nascemos, crescemos e morremos. Mas também participamos da infinitude por meio das nossas obras (ideias, comportamentos, exemplos, realizações) que permanecem, se eternizam (COSTA; PADILHA, 2011).
3 PERCEPÇÕES DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM AO LIDAR COM A MORTE NAS UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL
A percepção do processo de morte, para a maioria dos profissionais de Enfermagem, representa algo de difícil abordagem, já que os momentos de perda de pacientes geram sensação de vazio nesses profissionais, mesmo atuando por vários anos. No pensamento do senso comum, o profissional de saúde é impassível; contudo, apesar dessas concepções, uma profunda emoção acomete aquele que penetra nesse meio violento, portador do conflito vida/morte e que suscita imagens de grande crueza (LIMA; NIETSCHE; TEIXEIRA, 2012; SILVA; VALENÇA; GERMANO, 2010b).
Uma vez que, em vida, a equipe de Enfermagem prestou assistência em prol da melhora ou cura, ver a necessidade de cuidar do paciente após a sua morte, realizar limpeza do corpo, desligar aparelhos, retirar sondas, tamponar orifícios e transportar o corpo até a câmara mortuária torna-se uma tarefa desgastante. Preencher esse vazio é, muitas vezes, muito penoso e dificulta o processo de aceitação da morte e luto. Refletindo acerca desse tema, algumas limitações merecem destaque: dificuldade em dar a notícia de morte aos pais do bebê; inconformação com a morte do paciente quando as medidas terapêuticas não alcançam êxito; dificuldade em decidir a viabilidade de tratamento para pacientes graves; além da dificuldade da equipe multiprofissional em lidar com a naturalização do evento morte, sentir a dor do outro e não saber lidar com ela, desconhecer seus limites e necessidades como cuidadores. Esses conflitos reiteraram a necessidade de buscar respostas, aprofundando nossos questionamentos ao realizarmos um estudo que pudesse contribuir com a equipe de Enfermagem e demais profissionais da área da saúde que trabalham na UTIN diante das adversidades representadas pela relação vida/morte (LELIS et al., 2010; SILVA; VALENÇA; GERMANO, 2010b).
Muitas vezes os profissionais de Enfermagem podem ter concepções diferentes, especialmente em relação à dor psicológica. Uma possível explicação para essas diferenças está ligada à dificuldade de lidar com a morte, especialmente por causa do sentimento de impotência profissional e tecnológica diante da falta de cura (SHIMIZU, 2007; JUNIOR; ELTINK, 2011; JARDIM et al., 2011).
Muitos profissionais adotam uma postura rígida diante da perda do paciente, como se isso conferisse proteção contra o inevitável. Tal postura isenta de sentimentalismo ao envolver-se apenas profissionalmente, após o passar dos anos de prática, parece ser tendência lógica ao adaptar-se à situação de morte como rotina. Os enfermeiros, quando estão diante de situações de morte, desenvolvem sentimentos de impotência, culpa e raiva, o que determina que alguns profissionais mantenham-se distantes ou prefiram não se envolver com o paciente que está morrendo. Entretanto, o modo como a morte é sentida pode sofrer diferenciações conforme a idade do indivíduo inserido nesse evento (LIMA; NIETSCHE; TEIXEIRA, 2012; PINHO; BARBOSA, 2010).
A vida é um contínuo de perdas. Naturalmente, as pequenas perdas cotidianas provocam, na maioria das vezes, algum sofrimento por parte de quem as vivencia. Qualquer perda representa um desafio ao processo de adaptação, requerendo uma reorganização que nos modifica e muda o curso de nossas vidas. Embora tenhamos a compreensão de que o fenômeno da morte está ligado à vida, temos dificuldade de enfrentá-la, principalmente quando se trata da morte de um RN, pois a morte do idoso é vista como um acorde final de uma sonata, mas a morte de uma criança, de um filho, é sentida como uma mutilação. Dessa forma, a morte de pacientes mais idosos ou com doença terminal é de fácil aceitação pela equipe de Enfermagem, pois faz parte do percurso natural da vida. No entanto, os enfermeiros sentem dificuldades para lidar com a morte de uma criança. Assim sendo, os trabalhadores de saúde da UTIN sentem que têm um maior desafio a ser enfrentado no que diz respeito à responsabilidade para salvar as crianças ali internadas (LELIS et al., 2010).
Por outro lado, os sentimentos emanados diante da morte de um RN são complexos por estimularem a reflexão sobre algo que é intrínseco ao homem: sua finitude. Em uma UTIN, esses sentimentos parecem ser mais caóticos, tendo em vista a preparação e o esforço dos profissionais de saúde para a manutenção da vida do neonato, bem como sua interação com familiares da criança e o pesar com o fim de uma existência que mal começou. A certeza da finitude não parece encontrar espaço no aparato tecnológico que constitui o mundo de uma UTI. O conhecimento técnico-científico evoluiu e se sofisticou de tal forma, que os profissionais são formados para evitar a morte, como se esta não fizesse parte da vida (LELIS et al., 2010; SILVA; VALENÇA; GERMANO, 2010b).
É notório perceber que, em decorrência da falta de preparo, afloram dificuldades e sofrimentos vivenciados pelos profissionais e estudantes de Enfermagem, que, muitas vezes, acabam por recorrer a soluções solitárias no enfrentamento das questões mobilizadoras de inquietação. A pouca atenção conferida à temática repercute sobre a conduta adotada pelo profissional quando ao paciente, fazendo surgir uma relação fria, distante, impessoal e tecnicista. A exposição contínua e constante ao estresse gerado pelo contato cotidiano com a morte e o morrer dos pacientes, sem que haja dispositivos protetores institucionalizados para seu alívio e elaboração, pode afetar a saúde mental dos profissionais (SANTOS; HORMANEZ, 2013).
4 ASPECTOS RELACIONADOS AO PROCESSO DE FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM DIANTE DA TEMÁTICA MORTE
As salas de anatomia utilizadas para as aulas práticas nos cursos de graduação em saúde muitas vezes amedrontam o acadêmico. Estudar nos cadáveres ou nas suas partes envolve o tabu do medo da morte, quase sempre presente. Essas aulas constituem-se, geralmente, na primeira vivência acadêmica com a morte (JUNIOR; ELTINK, 2011).
Profissionais de Enfermagem são os integrantes da equipe de saúde que mais mantêm contato direto e prolongado com pacientes na fase final do ciclo da vida. Dessa forma, a discussão sobre a finitude da vida humana é imprescindível para compreender os sentimentos, os anseios, os medos e as inquietações dos graduandos e profissionais (JARDIM et al., 2011; PINHO; BARBOSA, 2010).
Na atualidade, durante a formação acadêmica do enfermeiro, o tema "morte" é pouco abordado, sendo dada uma grande ênfase à cura e ao tratamento da enfermidade do paciente. Nessa lógica, nos currículos da área de formação dos profissionais de saúde, a morte tem sido, no máximo, abordada sob o ponto de vista científico. Pouco se fala a respeito do campo das emoções, das perturbações e das mudanças que a possibilidade da morte acarreta (JARDIM et al., 2011; PINHO; BARBOSA, 2010).
De maneira geral, os profissionais de saúde são educados e preparados para lidar com a vida, proporcionando soluções para os problemas em direção ao bem-estar e à saúde das pessoas. Sendo assim, parece que o evento da morte pode ser considerado um obstáculo a ser vencido para esses profissionais, e não um momento inerente ao viver, pois, para muitos deles, "perder" um paciente é sinônimo de fracasso (SHIMIZU, 2007).
Para esses profissionais expostos de forma mais contínua a tal tipo de enfrentamento, a necessidade de refletir e lidar com questões como a morte e a perda e com os temores e inseguranças que permeiam sua atuação diante da finitude humana é tão essencial quanto o conhecimento técnico e científico para o exercício profissional. A morte e o morrer são constitutivos da vida e, certamente, carecem de estudos no que se refere ao processo de formação do enfermeiro, uma vez que ele cuidará da pessoa na vida, na iminência da morte e na morte. Eleger essa temática expressa a inquietação e a necessidade de compreender uma faceta desse fenômeno: apreender a dimensão da postura humana do profissional de Enfermagem diante da morte (JUNIOR; ELTINK, 2011; SANTOS; HORMANEZ, 2013).
Diante dessas afirmativas, cabe destacar que a origem dessas dificuldades atribuídas aos profissionais da saúde ao lidarem com pacientes inseridos no processo de morte pode estar vinculada ao modo como ocorreu sua formação acadêmica. Os enfermeiros trabalham diretamente com a realidade de morte ou perda em seu cotidiano desde seu processo de escolha profissional, ou seja, a presença da morte é uma prerrogativa de seu trabalho. Em sua formação profissional, o ser-acadêmico-de-enfermagem transita por um contexto contrário ao de aceitação de morte natural, mas adquire conhecimentos e aprende a negar a morte (LIMA; NIETSCHE; TEIXEIRA, 2012; LIMA; COSTA JÚNIOR, 2015).
O ser-acadêmico-de-enfermagem percebe-se enquanto ser finito e mortal quando se insere no campo hospitalar em seu processo de formação acadêmica. Ao vivenciar a morte do outro, ele reflete sobre sua própria morte e a de seus entes queridos (LIMA; COSTA JÚNIOR, 2015).
Assim, seria importante repensar o processo de formação desses profissionais e a reformulação dos currículos dos cursos de Enfermagem. O instrumento de trabalho dos profissionais enfermeiros gira em torno das fases do ciclo vital de outros seres humanos, o que, inevitavelmente, também compreende a fase da morte. Inserir momentos de vivência e reflexão acerca da perda e do luto é fundamental para que os profissionais não se sintam despreparados e desamparados ao lidarem com a realidade hospitalar, a qual exigirá uma postura livre de tabus, conceitos ou religião e participativa em uma relação de ajuda e cuidado. Igualmente, fomentar a discussão acerca do processo de morrer e da morte em si possibilita reforçar a necessidade de se desconstruir, construir e reconstruir novos pilares para os conteúdos curriculares. Investigar a morte e o morrer, como parte da existência no contexto da formação do enfermeiro, significa uma relevante contribuição para torná-lo um profissional crítico, reflexivo, criativo e humanista (LIMA; NIETSCHE; TEIXEIRA, 2012; PEIXOTO, 2010; JUNIOR; ELTINK, 2011).
A criação de grupos multiprofissionais pode ser bastante efetiva, visto que favorece o apoio necessário ao profissional, minimizando as angústias da equipe por meio da identificação com o outro. A partir do vivenciamento de tais experiências e do consequente processo reflexivo oriundo desse vivenciar, o enfermeiro é conduzido a elaborar e reelaborar seu conceito de morte, bem como a repensar seu papel como profissional na UTI. Essa experiência contribui, assim, para aplacar eventuais sentimentos de culpa, permitindo ao profissional tornar-se mais apto a assumir responsabilidades de forma sensata e ponderada e a tomar decisões assistenciais mais efetivas, ainda que não voltadas para a cura. Outra questão importante é a necessidade de ênfase no preparo do profissional pra lidar com situações de luto e morte já durante a formação acadêmica. Compartilhar experiências pode contribuir para o encontro da melhor abordagem e do melhor caminho, visto que possibilita expressar sentimentos, emocionar-se, chorar, ser pessoa com singularidade distinta. A solução não deve ser o afastamento do ser-morrendo ou mesmo deixar que o tempo venha a tecer uma rede de proteção contra sentimentos, uma vez que tal postura pode promover uma sensação de fracasso, remetendo a pessoa à fuga, reproduzindo o processo de interdição do tema da morte (JUNIOR; ELTINK, 2011; MARQUES; VERONEZ; SANCHES; HIGARASHI, 2013).
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar da morte fazer parte do ciclo natural da vida, os profissionais de Enfermagem, geralmente, não estão sendo adequadamente preparados para lidar com ela, o que muitas vezes gera reações e sentimentos de sofrimento.
O contato com essa situação, em especial em uma UTIN, pode ser fonte de estresse e sofrimento psíquico para esses profissionais, que interpretam esse evento como fracasso pessoal e falha no trabalho desenvolvido, uma vez que permanecem mais tempo ao lado do paciente, acompanhando-o no seu processo de morte.
Conhecer as reações e os sentimentos de enfermeiros diante de situações de morte do paciente neonatal sob seus cuidados e refletir sobre essa temática pode auxiliar esses profissionais a vivenciarem o processo de forma mais equilibrada, fortalecendo-os para cuidar do paciente e de seus familiares, minimizando seu próprio sofrimento. Além disso, é de suma importância o apoio psicológico a esses profissionais, a fim de que aceitação da morte seja menos dolorosa.
No âmbito acadêmico, a temática da morte, de certa forma, é relegada ou excluída da formação dos enfermeiros, não havendo uma disciplina específica sobre o tema que valorize e ressalte a esfera humanística e filosófica.
Diante disso, surge a necessidade de desenvolver iniciativas que possibilitem a transformação dessa realidade, abrangendo desde as bases formadoras do saber em Enfermagem até os profissionais já atuantes nas instituições de saúde.
A inserção da Tanatologia na matriz curricular dos cursos de capacitação e aperfeiçoamento para a equipe de Enfermagem pode configurar estratégias que favoreçam o fortalecimento dos sujeitos, a melhoria da qualidade da assistência à saúde e o enfrentamento do processo de morte.
REFERÊNCIAS
COSTA, R.; PADILHA, M. I. A Unidade de Terapia Intensiva Neonatal possibilitando novas práticas no cuidado ao recém-nascido. Revista Gaúcha de Enfermagem, v. 32, n. 2, p. 248-255, 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983-14472011000200006&lng=en>. Acesso em: 15 mar. 2015. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S1983-14472011000200006. [ Links ]
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Artigo recebido em: 16/08/2016.
Aprovado para publicação em: 02/07/2017.