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Ide

versão impressa ISSN 0101-3106

Ide (São Paulo) vol.39 no.63 São Paulo jan./jun 2017

 

EM PAUTA | PENSAMENTO CLÍNICO E CULTURA DO ESPETÁCULO

 

De corpo e alma: fragmentos do trabalho de elaboração do psicanalista

 

Body and soul: fragments of the analyst working through process

 

 

Alessandra Ricciardi Gordon

Membro efetivo da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo

 

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Por meio do relato de uma vinheta clínica de uma análise de criança, a autora faz uma reflexão sobre o trabalho de elaboração do psicanalista. A ênfase é na investigação dos processos internos inconscientes que habitam a mente do analista e encontram expressão através das mais variadas produções culturais, especialmente a música, e em como associações oníricas nos auxiliam na compreensão dos nossos pacientes.

Palavras-chave: Elaboração psíquica. Trabalho de sonho. Análise de crianças. Identidade sexual. Trauma.


SUMMARY

A clinical extract from a child psychoanalysis helps the analyst to think about the process of working through. The focus here is on the investigation of the unconscious processes that inhabit the analyst mind and find expression through varies cultural activities, music in particular, and in how the dream associations guide us in the task of understanding our patients.

Keywords: Working through. Dream work. Child analysis. Sexual identity. Trauma.


 

 

É parte fundamental do processo psicanalítico estabelecer com cada um dos pacientes um relacionamento único, por meio do qual se desenvolverá o trabalho. Essa capacidade vai sendo construída ao longo dos anos com a análise pessoal, a participação em seminários e supervisões, grupos entre pares e com a experiência de construir diversas relações analíticas. Somos tocados por essas relações e habitados por emoções que demandam elaboração. Nosso continente mental se amplia com essas experiências e muitas vezes estamos às voltas com ideias que pouco a pouco revelam o processo de pensamento inconsciente que nos habita. A elaboração pessoal do analista é rica e complexa e promove de maneira única nosso desenvolvimento. É também importante um diálogo interno e com colegas, através desses diálogos revela-se um feixe de associações que, colocadas em palavras, promovem a compreensão de momentos significativos de uma análise de forma viva e fecunda. Entre outros autores, Ferro (2007) discute esse processo e o denomina working through. É sobre um fragmento dessa elaboração pessoal do analista e suas associações que gostaria discutir.

 

Rafael e sua mãe

Rafael tem dez anos e está em análise há dois. Seus pais preocupavam-se com seus maneirismos: quando pequeno, punha fraldas na cabeça e dizia que queria ser menina. Nas entrevistas detecto uma relação hostil entre os pais e um sentimento de desprezo da mãe para com o marido. O outro filho do casal é bem próximo do pai, Rafael, de sua mãe: ela o convoca para ficar junto de si, não como um pequeno marido, mas como um duplo. Mas ela também se preocupa com o que chama de tendências homossexuais do filho, e sente que ele precisaria estar mais próximo ao pai. Pergunto-me como poderá se identificar com alguém que é objeto de ódio e desprezo maternos e, sobretudo, se vive essa relação aprisionadora com a mãe. Avalio que seus sintomas são produto da dinâmica do casal e opto por atendê-los, o que produz a cessação dos sintomas relatados. Os pais ficam em análise por dez meses e depois recebo Rafael.

Começo a atender um menino que não me desperta os sentimentos que a mãe relata. Ele iniciou a análise escrevendo um livro sobre a vida de Bob, um garoto imaginativo que, com um amigo, explorava o ambiente e vivia aventuras. Entretanto, uma irmã dedo-duro e uma mãe autoritária precisavam ser dribladas. Quando chegava, Rafael escondia-se e queria ser encontrado, já as despedidas eram penosas.

Encontrado? Descoberto? O que estaria em questão? Muitos encontros e despedidas foram necessários para vislumbrar o sentido de se esconder. Já as separações eram penosas, mas mais compreensíveis. Minha hipótese era de que a separação suscitava emoções primitivas relativas a um envelope único entre nós que se rompia a cada final de sessão (Anzieu, 1989), já que naqueles momentos revivíamos um estado fusional.

Tenho algumas conversas com sua mãe e escuto-a dizendo, "Que fofo!", mesma expressão e entonação usadas por Rafael. Percebo que compartilham um código comum. Ela relata que perguntou a ele se gostaria de praticar balé clássico. Ele estranha sua pergunta e responde negativamente. Pondero que ela não apreende uma vontade escondida dele, antes parece induzi-lo a ser como ela o vê! Algo de sua singularidade a impede de conviver com um filho sexuado.

Penso que Rafael tem necessidade de ser acolhido pela pessoa que é, ou que possa vir a ser. É preciso tempo para que isso se desenvolva, para que ele construa dentro dele a imagem de um ser diferenciado que possa desenvolver uma sexualidade em que as identificações masculinas e femininas sejam incorporadas e integradas.

Na análise, ele se experimenta como um menino junto a uma mulher, com sua potência, agressividade, vontade de rivalizar, vencer, mas também com sua ternura, sensibilidade, inteligência, emotividade, e interioriza relações de rivalidade e competição, mas também cooperativas e amorosas. Ele vai ganhando um terreno interior para exercitar o seu ser no mundo, distante da requisição ambígua materna.

O episódio que desejo relatar aconteceu antes das férias de verão. Nas últimas sessões, ele trabalha cuidadosamente e faz um cartaz no qual descreve as atividades que preencherão suas férias. Ele faz um contorno rosa, amarra no canto um laço vermelho, coloca braços nas laterais e um papel-cartão vermelho com um coração vazado em cima. O cartaz parece uma pessoa. Ele exclama: "Não é fofo?". Noto esse acento infantilizado e feminino, mas também sua iniciativa de encenar entre nós o período em que ficaremos separados, como um período cheio de vida, brincadeiras e possibilidades.

Subitamente me pergunta: "você é sócia de algum clube?". Surpreendo-me porque não lhe é típico esse tipo de investida. Mas, nessa sessão, enquanto faz o cartaz com elementos infantis e femininos, tem uma investida masculina: quer saber se terá a chance de me encontrar nas férias! Ele se permite ser habitado por curiosidade e assertividade e lança uma pergunta imperativa. Supostamente o fato de ter cedido a tais demandas internas teve uma motivação. Em alguns momentos ele mantinha-se de forma mais passiva, numa posição regredida, quase que negando as identificações masculinas e procurando acompanhar o objeto, sem entrar em disputas ou conflitos. Com isso, tranquilizava-se, ainda que pagasse o alto preço de ter que renunciar a sua singularidade, em particular a esta porção mais ativa, masculina. Nas ocasiões em que regredia a uma posição de bebê, fundia-se na dupla e necessitava da aprovação constante do objeto: você me aprecia? Gosta do que faço?

Rafael chega cabisbaixo para sua última sessão antes das férias. Na sessão anterior modulamos biscuit e fizemos duas cestas e um rosto. Ele toma a cesta que havia feito e tenta modificar sua forma, sugiro molhá-la para que a forma possa ser alterada sem que se quebre. Um sentimento de irritação surge dentro de mim, noto que ele está sempre tirando algo que considera a mais. Não gostou do resultado? Mais ou menos, responde.

Rafael deixa a cesta, pega o biscuit e comunica que fará um violão; logo faz também um pandeiro e um piano. Solicita minha ajuda com o piano, que tem pernas finas e não para em pé. Eu o auxilio fazendo pés mais firmes e digo que fez uma banda. Penso que estamos no final da última sessão e que esse seria um ótimo momento para fazer uma síntese. Mas ele pega a cabeça feita na sessão anterior e começa a fazer um corpo. Temos pouca massa e eu pouca tolerância; a ideia da síntese fica dentro de mim e só desisto dela, penosamente, ao notar a determinação com que ele se lança à tarefa de construir um corpo para o menino. Ele faz uma camiseta que mal se prende à cabeça e à calça. Nesse meio tempo o piano secou e conseguimos colocá-lo em cima dos pés. Ele volta a modular o menino, agora completando seus braços e pernas e o chamando de Bob.

Durante essa sessão experimento irritação e contrariedade. Observo que parte desses sentimentos liga-se à sua insatisfação com o que faz, há um sentimento de inadequação dentro dele. Mas há também algo mais: tenho ideias sobre essa sessão e sou surpreendida por um encaminhamento diferente e próprio de Rafael, que vem como um gesto espontâneo (Winnicott, 1960/1990). Experimento um conflito intenso: penso na tal síntese, na música que poderíamos tocar para nos despedir e nele insistindo na modelagem, levando a cabo o que quer fazer. Felizmente consigo acompanhá-lo.

Os instrumentos feitos ainda não produzem música, ou tal música que daria forma e transmitiria os sentimentos que nos habitavam, aqueles relativos ao partejamento das emoções que estávamos vivendo, talvez até já tenha sido produzida, mas como pretendo mostrar mais adiante, falta ainda quem seja capaz de tocá-la.

No início da análise, quando estávamos diante do final de uma sessão intensa e a despedida era mais penosamente sentida, costumava cantar-lhe uma canção1 do meu repertório pessoal, cujas palavras falavam da dor da separação, mas também do enriquecimento que o encontro produzia em cada um de nós. Sentia que essa canção criava um ligamento afetivo que possibilitava nossa separação, ao mesmo tempo que suas palavras enunciavam o que era vivido. Com tal melodia e palavras, procurei expressar a dor que sentia, e que supus fazer parte do campo, e a permanência de um bom objeto que ficaria dentro de cada um de nós e nos traria de volta ao próximo encontro.

 

A música como instrumento valioso no processo de elaboração

Gosto muito de música e frequentemente lembro alguma letra durante ou após uma sessão. A música é uma associação, um produto onírico da minha função analítica. Muitas vezes comunico o seu conteúdo, noutras, ele apenas me instrumentaliza a formular a interpretação. Numa análise de criança, com frequência canto a música, pois sinto que nos auxilia no processo: além do sentido comunicado pelas palavras, temos o embalo da melodia que produz um amálgama afetivo que alcança um nível de comunicação anterior às palavras.

É frequente que pesquise as letras das músicas lembradas para refletir sobre elas e ao mesmo tempo me banhar na melodia. Isso me conduz para um sentido muitas vezes insuspeito ou me auxilia a experimentar sentimentos que não havia apreendido de outra forma. As associações oníricas são usuais no trabalho analítico e naturalmente compõem o processo de elaboração ou working through.

Rafael e eu passamos por uma condição em que pudemos fazer música conjunta, pois se meu repertório antes bastava, agora a participação dele é mais proeminente. Nossa dupla foi montando um repertório comum, não apenas por meio das canções, mas pelas brincadeiras propostas por ele e sua postura mais ativa, uma vez que estava mais de posse dos instrumentos para guiar esse processo e indicar a "música" precisa que expresse e dê forma às suas necessidades e desejos.

Enquanto trabalhamos nas sessões anteriores com o cartaz e o biscuit, ele cantarolou duas canções: uma delas, "What a wonderful world"2, de Louis Armstrong.

Podemos pensar que a letra expressou os sentimentos compartilhados por nós, o clima tranquilo e produtivo que permeia muitos dos nossos encontros, os sentimentos de alegria e prazer por compartilharmos um mundo relacional em que há espaço para o conhecimento, a beleza, o crescimento, a individualidade. Ele cantava, eu ouvia e pensava na mensagem veiculada pelas palavras ditas e possivelmente compreendidas por ele, estudante de escola bilíngue português-inglês. Quem sabe essa canção comunique a alegria do encontro com o objeto continente (Bion, 1962) e possibilitador do desejo!

A outra canção foi "Aquarela brasileira"3, samba-enredo da G.R.E.S. Império Serrano (RJ). Essa letra, a meu ver, fala da geografia corporal. Esta geografia que é vista, percorrida, apreciada, inaugurada, tal como a mãe faz com seu bebê. Essa geografia é distinta, única e precisa ser descoberta. O corpo é a passarela das trocas afetivas, na sua singularidade, vai sendo investido de libido e suas partes são integradas progressivamente até que se consolide a experiência de habitar um corpo. Com essa música Rafael propõe o reconhecimento e a aceitação da geografia corporal da gama afetiva Rafael/Brasil.

O seu movimento autoral enriquece a dupla com uma melodia que envolve e uma letra que transmite significado. Mas ele compreende o que canta? Será que tais significados, que já emergem no campo, podem ser plenamente compreendidos?

Uma hipótese é de que isso se deu aos poucos, enquanto estivemos embalados pela melodia e envolvidos em uma vivência corporal em que elementos afetivos e cognitivos se mesclaram e conferiram o caráter genuíno e pleno da experiência. Estávamos diante de uma vivência de júbilo pelo sentido de habitar um corpo próprio e sexuado. Mas o que se conseguiu em termos de integração não foi suficiente para que cantássemos a canção do adeus, havíamos produzido os instrumentos, mas ainda estávamos em meio à produção do corpo do menino. A cabeça havia sido feita ao som das músicas que transcrevi aqui, ele completará o corpo com a camiseta, a calça, os braços, os pés, tudo meio desconjuntado, precisando do anteparo da mesa/analista. Aí está o menino! Gradualmente, Rafael conquista as condições para habitar este corpo próprio e sexuado! Que belo modelo para cantar a geografia corporal! A terra corpórea aos poucos descoberta e habitada! A geografia apreciada, respeitada, aceita.

Penso que Rafael ficou privado da possibilidade de habitar seu corpo de menino e viver sua incipiente masculinidade. A constituição de sua psicossexualidade ficou perturbada pelo encarceramento em uma relação simbiótica e pré-edípica com a mãe. Coube à análise resgatá-lo de uma condição indiferenciada que terminava por constituir-se num lugar quase de não existência. Na relação analítica ele aos poucos se afirma como potente e capaz, e eu testemunho o descobrimento de sua geografia corporal, que se dá naturalmente junto com a conquista de uma postura mais assertiva. Tais conquistas também são tarefas da latência, mas para ele essa conquista foi mais complexa, em função do que foi colocado.

 

Fragmentos da elaboração analítica

Essa configuração foi percebida mais plenamente por mim com a leitura de um livro, La Maison Du retour, de Jean Paul Kauffmann. O autor relata o retorno ao convívio humano depois de ser sequestrado e confinado a uma solitária pelo grupo terrorista Hezbollah. Kauffmann sente que sobreviveu ao isolamento e terror graças a alguns livros, cuja leitura se entregava totalmente, como se estivesse atado às palavras numa vivência de identificação adesiva (Meltzer, 1975).

Na sua libertação descobre que precisa se refugiar junto à natureza, da qual esteve privado. Ele percebe que precisa estar sozinho em meio à natureza, para que, paradoxalmente, possa voltar ao convívio com as pessoas. Ele reforma uma casa numa floresta e lá reencontra as condições para voltar a esse convívio. Durante sua recuperação, passa por dois acontecimentos trágicos simultâneos: uma inundação destrói a biblioteca e um dos dois plátanos centenários de sua casa adoece, morre e precisa ser removido. As duas perdas o perturbam profundamente, mas se surpreende com sua serenidade e com a percepção de que, ao fim, prefere as árvores aos livros. A perda do plátano foi a que mais exigiu de si, ele demora a se recuperar e compreende que mudou. A transição foi feita!

Essa leitura me levou a tomar contato com uma corrente de ideias dentro de mim, e, ao colocá-las em palavras, num dia em que andava na praia, vivi com meu paciente uma experiência de aproximação. Eu alcancei alguma compreensão interna sobre as pessoas que foram submetidas a circunstâncias traumáticas, tais como a privação da constituição de sua singularidade e a conquista de um corpo sexuado e masculino a que Rafael foi submetido. Assim como Kauffmann, Rafael também experimentou um encarceramento!

No momento dessa percepção vivi uma grande emoção, senti um profundo sofrimento e me vi mais uma vez diante das vicissitudes por que passa o psicanalista no ofício de sua profissão. Somos atravessados por emoções vividas intensamente em busca de um processamento, de pensamentos em busca de alguém que os acolha e os protagonize, forjando um pensador no decorrer da experiência da psicanálise.

 

REFERÊNCIAS

Anzieu, D. (1989). O eu-pele. São Paulo: Casa do Psicólogo.         [ Links ]

Ferro, A. (2007). Variações sobre transferência e contratransferência. In A. Ferro. Evitar as emoções, viver as emoções (pp. 143-175). Porto Alegre: Artmed.         [ Links ]

Meltzer, D. (1975). Adhesive identification. Contemporary psychoanalysis, 11,289-310.         [ Links ]

Winnicott, D. W. (1990). Ego distortion in terms of false and true self. In D. W. Winnicott. The Maturational Processes and the Facilitating Environment: Studies in the Theory of Emotional Development (pp. 140-152). Londres: Karnac Books. (Trabalho original publicado em 1960).         [ Links ]

 

 

Endereço para correspondência:
ALESSANDRA RICCIARDI GORDON
Rua Pedroso Alvarenga, 1245/53
04531-012 – São Paulo – SP
tel.: 11 3071-3757
argordon@uol.com.br

Recebido 17.10.2016
Aceito 29.10.2016

 

 

1 "Já está chegando a hora de ir,/ Venho aqui me despedir e dizer/ Em qualquer lugar por onde eu andar/ Vou lembrar de você./ Só me resta agora dizer tchau [adeus]/ E o meu caminho seguir./ O meu coração aqui vou deixar,/ Não ligue se acaso eu chorar,/ Mas, agora, tchau [adeus]".
2 "I see trees of green, red roses too. I see them bloom for me and you. And I think to myself, what a wonderful world! I see skies so blue and clouds of White. The bright blessed days, the dark sacred night. And I think to myself, what a wonderful world! The colors of the rainbow, so pretty in the Sky, are also on the faces of people going by. I see friends shaking hands, saying, "how do you do? "They're really saying, "I love you". I hear babies crying, I watch them grow. They'll learn much more, than I'll never know. And I think to myself, what a wonderful world. Yes, I think to myself, what a wonderful world".
3 "Vejam esta maravilha de cenário, é o episódio relicário que o artista num sonho genial escolheu para este carnaval e o asfalto como passarela será a tela do Brasil em forma de aquarela!
Passeando pelas cercanias do Amazonas conheci vastos seringais, no Pará, a ilha de Marajó e a velha cabana do Timbó; caminhando ainda um pouco mais deparei com lindos coqueirais estava no Ceará, terra de Irapuã, de Iracema e Tupã.
Fiquei radiante de alegria quando cheguei à Bahia. Bahia de Castro Alves, do acarajé, das noites de magia do candomblé. Depois de atravessar as matas do Ipu, assisti em Pernambuco à festa do frevo e do maracatu.
Brasília tem o seu destaque na arte, na beleza e arquitetura, feitiço de garoa pela serra, São Paulo engrandece a nossa terra. Do Leste por todo o Centro-Oeste, tudo é belo e tem lindo matiz.
O Rio dos sambas e batucadas, dos malandros e mulatas de requebros febris. Brasil, essas nossas verdes matas, cachoeiras e cascatas de colorido sutil e este lindo céu azul anil emolduram e aquarelam o meu Brasil!".

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