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versão impressa ISSN 0102-7395
Reverso v.26 n.51 Belo Horizonte dez. 2004
ARTIGOS
Trauma, perversão e laço conjugal
José Tiago dos Reis Filho*; Leila Marquez Lopes de Oliveira*; Nina Rosa Artuzo Sanches*; Paulo Roberto Ceccarelli*; Rodrigo Mendes Ferreira**; Rosa Maria Gouvêa Abras*; Silvia Regina Gomes Foscarini*
*Círculo Psicanalítico de Minas Gerais
**Unicentro Newton Paiva
RESUMO
Questiona-se a incidência dos fenômenos ditos perversos na clínica das relações amorosas. Tentou-se diferenciar quando esses fenômenos se dão a partir de uma organização perversa ou quando são apenas uma forma de jogo erótico entre o casal. Discute-se, também, uma certa "verdade" em psicanálise segundo a qual o perverso não faz análise: ora, é o perverso que não é analisável ou é o analista que não suporta escutar o perverso? Pode o referencial teórico do analista não lhe dar subsídios teóricos para sustentar essa escuta? Formula-se a hipótese de que a perversão é uma tentativa, sempre frustrada e por isto indefinidamente repetida, de elaboração de um trauma em que o perverso, identificado com o agente traumático, toca em um ponto igualmente traumático de seu parceiro, transformando-o em objeto de gozo.
Palavras-Chave: Perversão, Montagem, Laço Conjugal, Parceiro Devastador
ABSTRACT
It questions the incidence of the phenomenon called perverse in the clinic of relationships. It intends to distinguish when these phenomenons occur from a perverse organization or when they are only a kind of erotic game between the couple. It is argued, also, a certain "truth" in psychoanalysis according to which the perverse can not be analyzed: is the perverse that can not be analyzed or is the analyst who does not bear listening to him? Are the theoretical references of the analyst enough to support and maintain this listening? The text builds the hypothesis the perversion would be an attempt, always frustrated and thus indefinitely repeated, of trauma's elaboration in which the perverse, identified with the traumatic agent, touches in a point equally traumatic of his partner, turning the partner in an object of enjoyment.
Keywords: Perversion, Assembly, Marital Bound, Devastation Partner
"Agora se nos oferece a conclusão de que há sem dúvida algo inato na base das perversões, mas esse algo é inato em todos os seres humanos, embora, enquanto disposição, possa variar de intensidade e ser acentuado pelas influências da vida." Freud, 1905
Este trabalho tem por objetivo discutir a incidência dos fenômenos ditos perversos na dinâmica das relações amorosas, ou seja, interrogar como as múltiplas faces da perversão mantêm e sustentam um certo tipo de laço conjugal.
A primeira dificuldade reside em definir o conceito de perversão: não existe uma leitura desta manifestação clínica que faça unanimidade entre as diferentes escolas de psicanálise. Cada uma, dentro do modelo clínico que lhe é próprio, propõe uma apreensão particular desse fenômeno e, conseqüentemente, indica uma escuta e uma direção para o tratamento. Seria, então, a perversão uma organização? uma estrutura? uma montagem?
Enquanto a neurose é caracterizada pelo mecanismo de recalque, pelo conflito entre instâncias psíquicas, e se desenvolve tendo como pano de fundo o drama edipiano e a castração, a perversão não encontra no mecanismo de recusa sua definição rigorosa, pois este está também presente na neurose e na psicose. A incidência da divisão do ego1 é um indicador importante, embora igualmente freqüente em outras organizações psíquicas. Segundo vários autores, a começar por Freud, a recusa da castração e a divisão do ego podem ser encontradas precocemente. A cena primária, que por sua vez exerce um efeito igualmente traumático, contribui ainda mais para a recusa e cisão, mecanismos que serão outra vez ativados no complexo de castração da fase fálica.
A análise de algumas atuações perversas encontradas na clínica sugere que estas constituem defesas contra a angústia, a depressão, o sentimento de vazio, de ameaça, e de aniquilamento. Além disto, é comum encontrarmos manifestações de traços perversos na neurose como efeito do desrecalcamento. É o que se observa no acting out e nas relações transferenciais. Nesta perspectiva, talvez só faça sentido falar de perversão no contexto da análise. Fora disso, estamos no discurso da psiquiatria, ou pior, no discurso da moralidade ou dos Ideais.
Sendo assim, o diagnóstico da perversão, do ponto de vista psicanalítico, só pode ser feito a partir da transferência, o que pressupõe que haja perversos em análise e que haja analistas capazes de sustentar a transferência que se caracteriza principalmente pelos apelos de cumplicidade e/ou desafio.
Deparamo-nos aqui com uma certa verdade em psicanálise, segundo a qual os perversos não fazem análise; não fazem análise porque não têm perguntas - eles sabem. Cabe porém questionar: os perversos não fazem análise ou o analista não suporta esse tipo de escuta? Pode o referencial teórico do analista não lhe dar subsídios para sustentar essa escuta?
É comum ouvirmos falar que os perversos chegam na análise após a iminência de um colapso psíquico, o que sugeriria que algo está falhando em seu dispositivo: suas atuações já não conseguem conter a angústia; a lei pode estar se apresentando de alguma forma; perdeu-se a cumplicidade dos seus parceiros; enfim, o contrato secreto corre o risco de ser desvelado. Estes e outros motivos poderiam levar um perverso à análise. Entretanto, o que nos parece central aqui é saber se o analista é capaz de transformar esses motivos em demanda de análise, tarefa extremamente delicada, pois o perverso ataca as reservas narcísicas e pulsionais do analista, afetando transferencialmente sua escuta de forma totalmente diversa daquela que observamos quando lidamos com neuróticos2. Além do mais, o perverso repete, na situação analítica, sua cansativa e maçante pesquisa sexual infantil como defesa contra a castração e como expediente para manter afastado o perigo do encontro com o outro, com o diferente, encarnado na figura do analista3.
Não podemos qualificar de "perversão" aquilo que dois adultos fazem com consentimento mútuo, entre quatro paredes, para alegrar sua vida sexual. Da mesma forma, não é a fantasia que caracteriza a perversão, isto é, não há diferença entre fantasias perversas e neuróticas4. Para Joyce McDougall5, "o único aspecto de uma fantasia que poderia legitimamente ser descrito como perverso é a tentativa de impor a imaginação erótica ao outro que não consente nisso ou que não é responsável" (crianças, animais, pessoa não responsável, ou psiquicamente "frágil", tal como acontece, por exemplo, na transferência analítica). Trata-se, neste caso, de uma mise-en-scène erótica que retiraria desse outro sua condição de sujeito, transformando-o em objeto no sentido mais concreto do termo: o outro não é nada, está aí para ser usado como depositário de moções pulsionais. Diferentemente do neurótico, que protege seu objeto da força de suas pulsões sexuais e agressivas identificando-se com ele, para o perverso o outro é apenas um meio de satisfação transitório e descartável. Em última análise, só alguns laços conjugais podem ser adequadamente intitulados perversos; este rótulo se aplica então a trocas sexuais nas quais o indivíduo perverso é totalmente indiferente às necessidades e desejos do outro. Do ponto de vista do perverso, a questão não é de desejo mas, sim, de necessidade. Ele usa a sexualidade para fugir de estados psíquicos penosos ou para preencher lacunas no sentimento de identidade para realização de desejos libidinais. "A questão pertinente não é quais atos e preferências são desviantes, mas sim sob que circunstâncias o desvio deve ser julgado como simples variação da sexualidade adulta, no contexto de um relacionamento objetal significativo, e quando deve ser julgado sintomático"6.
Para Robert Stoller7, a dimensão do ódio, da vingança, da revanche não pode ser ignorada nas relações ditas perversas. O perverso tenta sair do trauma a que se viu submetido, adotando em relação ao seu objeto uma posição de atividade e domínio. Identificado ao agressor, ele deixa seu parceiro paralisado no ponto traumático, situação que ele conhece muito bem. Nesta perspectiva, podemos supor que o perverso sabe que a mãe o tenha feito crer imaginariamente ser o único dono do seu desejo.
No clássico texto "A perversão como estrutura", Piera Aulagnier8 aponta o mecanismo de recusa e as posições de desafio e cumplicidade como definidoras da estrutura perversa. Entretanto, para essa autora, a recusa vai além da diferença dos sexos. O que o perverso recusa é que essa diferença seja a causa do desejo da mãe pelo pai, e que ele próprio (o sujeito) seja fruto dessa diferença.
Seguindo uma outra direção, e na tentativa de amarrar as incidências dos fenômenos perversos na perspectiva dos laços conjugais, encontramos as contribuições de Contardo Calligaris9. Para ele, a estrutura perversa existe, mas é rara. O que mais freqüentemente encontramos na clínica são as "montagens perversas". O que interessa aqui não é tanto a estrutura perversa, mas a facilidade com que o neurótico se prende em montagens perversas. Segundo esse autor, a "formação perversa" é o núcleo da nossa vida social, da vida social do neurótico, pela seguinte razão: o fantasma perverso aparece como o único no qual, prontamente, o lado do sujeito tem já pelo menos dois lugares. A título de quê os neuróticos poderiam manter-se juntos a não ser no fantasma perverso? O neurótico sofre de insuficiência de gozo, daí a paixão instrumental. Ele sofre por não gozar o bastante e sofre por não se defender o suficiente. Todo neurótico sonha em ser perverso, porque a posição neurótica é muito insatisfatória, pois remete sempre à castração. No que diz respeito a um gozo ligado a sua posição de objeto, não somente esse gozo é impossível, mas é justamente dele que o neurótico se defende.
Já o perverso encontra uma maneira de reunir, no fantasma, a posição fálica de sujeito e a posição objetal. Ele faz do objeto um falo imaginário, ou melhor, é mais um instrumento que um objeto. Ele precisa usurpar o lugar do pai, ou seja, apropriar-se do saber suposto ao pai. Esse saber é a ilusão de que há ao menos um que pode domar o gozo do Outro. O autor levanta a seguinte questão: como dois sujeitos neuróticos, um casal por exemplo, vão encontrar-se no mesmo fantasma, isto é, na montagem perversa? Eles vão repartir esses lugares; um vai desempenhar o instrumento e outro o saber. Não é preciso que haja um perverso de estrutura para que dois neuróticos façam um casal perverso. Através da montagem perversa, o neurótico tenta não ficar só com o próprio fantasma.
Isso nos remete ao texto "A teoria do parceiro" de Jacques Alain-Miller, no qual ele afirma que o verdadeiro fundamento do casal é o sintoma. Aborda o casal como um contrato ilegal de sintomas.
As diferentes formas de parceria, quer sejam elas pela fala (Lacan), quer pela identificação (Freud) ou ainda pelo desejo (Miller), não resolvem a questão de saber se os sujeitos se tornam parceiros pelo gozo. Somos inclinados a pensar que pelo gozo eles se tornam solitários.
É preciso levar em conta a dissimetria de cada sexo em relação ao Outro. O sujeito homem busca essencialmente o objeto a, que responde bem à estrutura da fantasia. Para Lacan, a mulher é sempre objeto a para um homem, isto é, não é mais que parceirosintoma.
Ele acrescenta um elemento do lado mulher, S(A). O sujeito mulher se relaciona com a falta do Outro e disso pode decorrer um desvario, pode bancar a louca, ter distúrbios de identidade e todos os fenômenos ligados à histeria. Pode fazer do homem um deus ou deixálo louco. É também desse lado que ela pode se fazer o Outro do homem, dedicar-se a ser seu supereu - de sanção e do empuxo ao trabalho, encarna o imperativo: "goza".
Se o homem se aloja em S(A) não é somente um sintoma circunscrito, porque esse lugar implica o ilimitado. O homem é então parceiro-devastação. A devastação comporta o ilimitado do sintoma, principalmente para a mulher.
Entretanto, a nosso ver, dizer que o perverso não faz laço e sim contrato é discutível pois entendemos que o contrato é um tipo especial de laço. Assim como no outro há um sujeito, uma fantasia e um objeto. No caso das perversões ou montagens perversas, a fantasia é atuada, o comportamento é compulsivo-repetitivo, não passa pela relação de amor. O contrato é ritualizado e deve ser mantido em segredo.
A partir do que foi exposto, vale lembrar que o trauma não anula a percepção. Todavia, esta não se inscreve simbolicamente na cadeia significante, permanecendo como uma espécie de quisto no psiquismo sempre pronto a fazer irrupções nos momentos menos esperados, em situações as mais diversas. Para compensar, cria-se uma realidade que substitui aquilo que falta, seja pelo fetiche, seja pelas posições masoquista e sádica.
Diante da cena detonante da recusa ocorre um terror inexprimível, algo da ordem do indizível, do que conduz à rejeição da dimensão simbólica. Em todo trauma há a recusa em admitir, no plano simbólico, o que mais tarde dará seus sinais no ato, no fetiche ou na construção delirante.
Nas cenas traumáticas das relações sadomasoquistas, a vítima do trauma encena, por exemplo, a violação e a tortura da qual foi objeto, mas também exercita um modo de sobrevivência, uma defesa, invertendo a posição passiva da cena original (torturada) em posição ativa na cena re-encenada (Uchitel, 2001).
A perversão não pode ser restrita a uma questão de "alcova". Como já dissemos, jogos eróticos entre os casais, com consentimento mútuo, não dizem respeito a ninguém. As perversões dos ideais, o totalitarismo, o uso do poder, o domínio do outro podem acontecer nas relações mais diversas, tais como nas amizades, nas relações profissionais, etc., não sendo exclusividade de um casal. Nas parcerias homo ou heterossexuais, os laços têm valor de sintoma, bastando que haja, em pelo menos um, uma forte disposição ao masoquismo.
Finalmente, resta-nos perguntar sobre a participação do sistema de valores e do imaginário cultural, tanto na tentativa de criar padrões de comportamento cujos desvios são tidos como perversões - tentativas sempre fracassadas de normatizar a pulsão - quanto na relativização da perversão, ao transformar a transgressão em norma10. Nos dias atuais, em que a agressividade e a soberania narcísica são extremamente valorizadas, o sujeito é treinado desde pequeno a impor sua individualidade a qualquer preço, o outro é uma mera escada ou artefato para que ele consiga seus objetivos, isto é, triunfar sempre... "Eu sei, mas mesmo assim...".
Considerações sobre um tipo especial de laço
Paciente de 30 anos de idade, 10 de casamento. Após o nascimento do terceiro filho, é incentivada pelo marido, portador de uma deficiência física, a sair vestida de forma provocante. Saía quase diariamente, chegava em casa de madrugada, viajava nos fins de semana. Teve vários casos. Era comum o marido esperá-la sexualmente excitado, com presentes, flores, chocolates. A situação se manteve até que ela contou ao marido o que estava acontecendo. Ele se deprimiu, mas tentou recompor a situação, marcando um dia da semana para ela continuar saindo. Era importante que ela continuasse saindo, mantendo a situação, desde que não falasse mais sobre o que estava acontecendo. Nas brigas que se sucederam, ele sempre dizia: "Você não podia ter me contado."
São situações marcadas principalmente pelo não-dito, pela ação. Age-se muito, mas evita-se sempre a palavra.
Há situações em que as pacientes chegam a relatar que é altamente provável que o marido saiba da existência do amante, mas não apresenta nenhuma reação de ciúmes ou desconfiança. Pelo contrário, o outro é muito bem acolhido e passa a fazer parte do círculo de amizade do casal. São situações em que percebemos que a cumplicidade faz parte do jogo, em que impulsos, desejos e fantasias podem ser atuados porque perdem o caráter individual e, com isso, a carga de angústia que costumam produzir. Esses jogos são muito eficientes e só falham quando um dos parceiros rompe o contrato secreto.
Paciente de 42 anos de idade procurou ajuda por indicação da analista do filho. O marido recusou tratamento. Tratava-se de uma mulher formada, mas não exercia a profissão e dividia seu tempo entre os cuidados da casa, do filho e da loja do casal. Essa loja, em processo de falência, já era o terceiro negócio administrado pelo par parental. Herdeira de uma grande fortuna após a morte dos pais, a paciente deixou nas mãos do seu marido, especialista em finanças, tudo que tinha sido arduamente conquistado pelo seu pai. Além de não ter sensibilidade e aptidão para os negócios, o parceiro era alcoólatra, viciado em jogo e drogas. Seu comportamento era arrogante, desafiador, e nos momentos em que percebia os erros que tinha cometido, bebia muito e provocava acidentes. O casal foi, pouco a pouco, perdendo todos os seus bens, precisando inclusive vender o apartamento em que viviam e aceitar ajuda de parentes para pagar as dívidas e até mesmo as contas do mês. A devastação financeira se estendia a outros campos do relacionamento. As relações sexuais eram esparsas e eles concentravam todas as expectativas e carinho no filho, que começou a apresentar sintomas fóbicos. Ela era uma mulher obesa, descuidada e envelhecida. Ele já apresentava problemas decorrentes do alcoolismo. As brigas eram freqüentes. Ela acusava o marido de ter perdido seu dinheiro e ele a chamava de burra e parasita. Por outro lado, ele nunca propôs a separação e ela achava que tinha vindo ao mundo com a missão de salvá-lo. Sua passividade e seu masoquismo encontravam amparo na religião.
Após algum tempo de análise, a paciente contou que, quando jovem, era chamada de burra e gorda pela família. Os irmãos diziam que ela só se casaria com alguém que estivesse interessado no dinheiro dela... e isto aconteceu. O relacionamento da paciente com o marido repetia, de certa forma, o relacionamento com a mãe. Elas moraram muito tempo juntas após a morte do pai. A mãe chamava-a de incompetente, desajeitada e se surpreendeu quando a filha se formou na faculdade. A paciente dizia: "Meu marido é igual a minha mãe, tudo que faço está errado. Todos deram certo na minha casa, menos eu, a parasita".
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22 BERLINCK, M., "Além da neurose: a psico-patologia psicanalítica em cem anos de psicaná-lise", p.115-127 in Slavutzky, A; Souza Brito, C., Sousa E., (orgs), História clínica e perspectivas nos cem anos da psicanálise. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.
3 Este ponto é discutido de forma interessante por STOLLER, R., Observing the erotic imagination, New Haven: Yale University Press, 1982.
4 ". os primeiros anos das crianças que mais tarde se tornam neuróticas provavelmente não diferem, essencialmente, neste sentido, dos das crianças que crescem e se transformam em adultos normais, mas somente na intensidade e clareza dos fenômenos em causa". FREUD, S. (1905) "Três ensaios sobre a teoria da sexualidade", ESB, VII, 1972, p. 181, nota.
5 McDOUGALL, J. As múltiplas faces de Eros: uma exploração psicoanalítica da sexualidade humana. São Paulo: Martins Fontes, 1997. 192 p.
6 Ibid.
7 STOLLER, R. "Dynamiques des troubles éroti-ques", p.119-137, in Les troubles de la sexualité. Monographies de la Révue Française de Psychanalyse, Paris, PUF, 1993.
8 AULAGNIER P., "A perversão como estrutura", p. 43-69, in Rev. Latinoam. Psicop. Fund., São Paulo, VI, 3, set. 2003.
9 CALLIGARIS, C. Perversão - um laço social?, Salvador: Cooperativa Cultural J. Lacan, 1986.
10 Sobre a participação do imaginário judaico-cristão na definição de normalidade, e por conseguinte na noção de desvio, ver:
CECCARELLI, P. R. "Sexualidade e Preconceito", p.18-37, in Rev. Latinoam. Psicop. Fund., São Paulo, III, 3, set. 2000.