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Psicologia Escolar e Educacional
versão impressa ISSN 1413-8557
Psicol. esc. educ. v.4 n.1 Campinas 2000
EDITORIAL
Base científica, formação e atuação
O profissional que tem por suporte de seu fazer um ou mais áreas do conhecimento científico deve ter uma formação que se prolonga para muito além do momento em que recebe um diploma.
A formação do cientista deve começar formalmente na pré-escola e informalmente até mesmo antes. No âmbito da família, dispor de um ambiente que favoreça a observação, a criatividade, a leitura e a criaticidade permite o desenvolvimento de habilidades que posteriormente serão úteis ao cientista. Este mesmo ambiente deve ter continuidade na escolaridade em nível fundamental e médio e muito mais deve ser oferecido. As questões éticas, a confiabilidade do saber científico, os cuidados no uso deste conhecimento e os princípios básicos do fazer - saber científicos precisam ser alicerçados em atividades práticas, em leiturascríticas, em assimilação do papel social da ciência e há necessidade de dispor de atitudes que levem a um uso do saber em busca da melhoria da qualidade de vida humana. Na universidade, na graduação uma formação específica sobre a pesquisa precisa ser eleaborada e aprofundada. Se no níveis anteriores foi dado início a um processo de alfabetização científica, na universidade é preciso consolidar uma iniciação científica. Aqui o envolvimento do aluno em pesquisa de docentes é um componente importante para a formação em foco, mas também é preciso dar oportunidade para que os alunos desenvolvam suas próprias atividades de pesquisa. Há que se considerar que muitas são as competências que precisam ser desenvolvidas nestes anos para que também sejam consumidores seguros e críticos da ciência.
Na pós-graduação (Mestrado Doutorado) deve ocorrer um melhor sitematização e aprofundamento do conhecimento científico. Todavia, esta formação deve seguir adiante em programas especiais de educação continuada, preocupação com o acompanhamento da produção científica, acompanhando publicações, integrando grupos, comparecendo em eventos técnico-científicos etc.
As universidades e as entidades científicas têm papéis fundamentais ao longo deste ciclo, desde à orientação de pais, da família, dos professores etc até a produçaõ de conhecimento e a sua divulgação.
As sociedades científicas devem atuar em vários aspectos para poderem cumprir suas funções e papéis. Para tanto há necessidade de disponibilidade de recursos financeiros humanos, físicos, organizacionais mesmo de tempo. Há poucos recursos de todos estes tipos, tem-se buscado otimizar o disponível, mas não se tem conseguido o necessário e o suficiente. PAra reverter este quadro parece que um ponto crucial é a questão dos recursos humanos. Se os psicólogos escolares, se os sócios da ABRAPEE se empenharem poderão contribuir, a partir de seus locais de trabalho, para que os vários papéis se desenvovam e venham a contribuir substancialmente para o atendimento à demanda social subjacente aos aspectos de formação pessoal e da comunidade aqui enunciados.
Geraldina Porto Witter
Presidente