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Revista Mal Estar e Subjetividade
versão impressa ISSN 1518-6148
Resumo
TOREZAN, Zeila C. Facci e AGUIAR, Fernando. O sujeito da psicanálise: particularidades na contemporaneidade. Rev. Mal-Estar Subj. [online]. 2011, vol.11, n.2, pp.525-554. ISSN 1518-6148.
Este artigo objetiva conceituar sujeito e subjetividade, de acordo com as teorias de Freud e Lacan, discutir algumas particularidades presentes nas formas de subjetivação, seus efeitos sobre a existência humana, o adoecimento e o convívio social na atualidade. Em síntese, para a psicanálise, a subjetividade é dividida em duas ordens de funcionamento, relativas ao consciente e ao inconsciente, sendo essencialmente constituída pela sintaxe inconsciente. O sujeito da psicanálise é o sujeito do desejo, delineado por Freud através da noção de inconsciente, marcado e movido pela falta, distinto do ser biológico e do sujeito da consciência filosófica. Esse sujeito se constitui pela inserção em uma ordem simbólica que o antecede, atravessado pela linguagem, tomado pelo desejo de um Outro e mediado por um terceiro. Na atualidade, é possível evidenciar um abalo nessa noção de sujeito de desejo proposta pela psicanálise. Assim, temos o sujeito à mercê de um Outro pouco interditado, pouco marcado por uma falta simbólica e, portanto, imaginariamente passível de completude, o que torna o sujeito suscetível à objetalização. Apatia, alienação e angústia são marcas comuns em que a falta não se instala de maneira efetiva, pondo em questão o estatuto do sujeito do desejo. Imerso num discurso da apologia de uma suposta felicidade plena proporcionada pelo saber científico, saber este que pretende superar todo e qualquer limite e suprir toda e qualquer falta, o declínio da lei da castração se torna evidente e produtor de condutas e atuações delirantes e transgressoras.
Palavras-chave : Subjetividade; atualidade; estados-limite; Freud; Lacan.