SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.12 número1-2O tempo livre com qualidade a partir de discursos coletivosO discurso solidário diante das novas formas de subjetivação índice de autoresíndice de assuntospesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Serviços Personalizados

Journal

artigo

Indicadores

Compartilhar


Revista Mal Estar e Subjetividade

versão impressa ISSN 1518-6148

Resumo

ZAMBENEDETTI, Gustavo. A mídia e o processo de pulverização da figura do sujeito cerebral. Rev. Mal-Estar Subj [online]. 2012, vol.12, n.1-2, pp.73-99. ISSN 1518-6148.

A expressão "sujeito cerebral" diz respeito a uma forma de relação consigo mesmo que expressa os modos contemporâneos de subjetivação, os quais têm tomado o cérebro como referência para o sentimento de identidade, definindo o que se é e o que/como se deve ser. O objetivo deste estudo é colocar em análise o modo como a figura do sujeito cerebral é veiculada na mídia, tomando como analisadores reportagens apresentadas em dois telejornais brasileiros. Entende-se que as reportagens possibilitam a compreensão do modo como a linguagem científico-acadêmica é agregada ao cotidiano, propiciando uma pulverização e naturalização da figura do sujeito cerebral. A partir da perspectiva da ontologia do presente, delineada por Michel Foucault, propõe-se deslocar aquilo que as reportagens veiculam da posição de evidência para a posição de problematização. Ao analisar reportagens que veiculam o que acontece no cérebro como explicação para comportamentos e transtornos mentais, discute-se a ambiguidade do significado da palavra "explicação", assim como a diferença entre o cérebro ser entendido como causa de determinado fenômeno ou condição de possibilidade para que ele aconteça. A partir de três reportagens que veiculam informações sobre diferenças ou similaridades entre os cérebros, respectivamente, de homossexuais e heterossexuais, pedófilos e não pedófilos, psicopatas e não psicopatas, discute-se as diferenças entre a delimitação de fatos e a atribuição de valores a tais fatos, assim como possíveis efeitos da confusão entre os dois processos. Apresenta-se, ainda, uma série de reportagens nas quais o cérebro aparece como matriz explicativa para fenômenos bastante diversos, apontando-se o movimento de generalização e pulverização da figura do sujeito cerebral. Afirma-se um posicionamento político que não desconsidera o avanço das neurociências e a importância do cérebro como um dos modelos explicativos para determinados fenômenos, mas que contesta a fetichização e autonomização do mesmo, chamando atenção para os riscos de tais processos.

Palavras-chave : Sujeito cerebral; eu neuroquímico; subjetividade; mídia; psicologia social.

        · resumo em Inglês | Espanhol | Francês     · texto em Português     · Português ( pdf )

 

Creative Commons License Todo o conteúdo deste periódico, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma Licença Creative Commons