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Avaliação Psicológica
versão impressa ISSN 1677-0471
Aval. psicol. vol.11 no.1 Itatiba abr. 2012
Escala de afetos positivos e negativos para adolescentes: adaptação, normatização e evidências de validade
Positive and negative affect scale for adolescents: adaptation, standardization and validity evidence
Escala de Afectos Positivos y Negativos para Adolescentes: Adaptación, Normalización y Evidencias de Validez
Joice Dickel Segabinazi1; Maxciel Zortea; Cristian Zanon; Denise Ruschel Bandeira; Claudia Hofheinz Giacomoni; Claudio Simon Hutz
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
RESUMO
O objetivo deste estudo foi adaptar uma escala de afetos positivos e negativos para adolescentes. Participaram 425 estudantes com idades entre 14 e 19 anos. As escalas foram respondidas pelos estudantes em sala de aula. A análise de componentes principais revelou uma solução bifatorial satisfatória. O primeiro componente referente a afetos positivos apresentou eigenvalue de 8,1 e explicou 29% da variância total. O segundo fator, referente a afetos negativos, apresentou eigenvalue de 3,6 e explicou 12,4% da variância total. A consistência interna medida pelo alfa de Cronbach foi de 0,88 para as ambas as subescalas. Foram verificadas correlações positivas de afeto positivo com autoestima e satisfação de vida, e negativas de afeto negativo com essas variáveis. Ademais, verificaram-se escores de afetos positivos mais elevados em meninos e escores de afetos negativos mais elevados em meninas. Normas regionais para interpretação desses escores são fornecidas.
Palavras-chave: bem-estar subjetivo; escala de satisfação de vida; autoestima; psicometria.
ABSTRACT
This study aimed to adapt a positive and negative affect scale for adolescents. Participants were 425 students, aged between 14 and 19 years. Students were tested in their classrooms. Principal component analysis revealed a bifactorial solution. The first factor, positive affect, had an eigenvalue of 8.1 and explained 29% of the total variance. The second factor, negative affect, had an eigenvalue of 3.6 and explained 12.4% of the total variance. Internal consistency, Cronbach's alpha, was .88 for both positive and negative affect scales. Positive correlations were found between positive affect and self-esteem and life satisfaction. Negative correlations were found between negative affect and these two variables. In addition, males presented higher scores of positive affect, while females showed higher scores of negative affect. Local norms for interpreting scores are presented.
Keywords: subjective well-being; life satisfaction scale; self-esteem; psychometrics.
RESUMEN
El objetivo de este estudio fue adaptar una escala de afectos positivos y negativos para adolescentes. Participaron 425 estudiantes con edades entre 14 y 19 anos. Las escalas fueron respondidas por los estudiantes en sala de clase. El análisis de componentes principales reveló una solución bifactorial satisfactoria. El primer componente referente a afectos positivos presentó eigenvalue de 8,1 y explicó 29% de la varianza total. El segundo factor, referente a afectos negativos, presentó eigenvalue de 3,6 y explicó 12,4% de la varianza total. La consistencia interna medida por el alfa de Cronbach fue de 0,88 para ambas subescalas. Fueron verificadas correlaciones positivas de afecto positivo con autoestima y satisfacción de vida, y negativas de afecto negativo con esas variables. Además, se verificaron escores de afectos positivos más elevados en niños y escores de afectos negativos más elevados en niñas. Normas regionales para interpretación de eses escores son fornecidas.
Palabras-clave: bien-estar subjetivo; escala de satisfacción de vida; autoestima; psicometria.
Na virada do milênio, com o estabelecimento da Psicologia Positiva (Seligman & Csikszentmihalyi, 2000) organizou-se uma perspectiva mais otimista do potencial e das capacidades humanas. Apresentando precursores nas ideias da Psicologia Humanista e nos estudos sobre qualidade de vida, essa abordagem proporcionou uma ampliação da área de atuação no âmbito da pesquisa e da prática na promoção e intervenção em saúde. É nessa vertente que os trabalhos sobre bem-estar subjetivo (BES) podem ser inseridos (Diener, 2000).
O BES refere-se à satisfação da pessoa com a própria vida e inclui os julgamentos cognitivos e reações emocionais frente a eventos e à experiência destes. Diener, Suh, Lucas e Smith (1999) definem BES como uma categoria de fenômenos na qual se encontram as respostas emocionais, as satisfações referentes a domínios específicos da vida e os julgamentos globais de satisfação de vida. A dimensão afetiva do BES inclui dois tipos de afeto. O afeto positivo (AP) diz respeito ao quanto uma pessoa está se sentindo entusiasmada, ativa e alerta. O afeto negativo (AN) é formado por estados de humor aversivos, tais como raiva, culpa e medo (Watson, Clark & Tellegen, 1988). A presente pesquisa expõe estudos de adaptação, características psicométricas (validade e fidedignidade) e normas regionais de interpretação para um instrumento de avaliação de afeto positivo e negativo em adolescentes.
Na adolescência, pode ser alta a ocorrência de dificuldades de aprendizagem, transtornos afetivos e de conduta, baixos níveis de motivação e realização, além de envolvimento com álcool e drogas ilícitas (Damon, 2004). Nesse sentido, destaca- se que determinadas características do BES nessa idade podem atuar como fatores de proteção para o desenvolvimento (Furr & Funder, 1998). A revisão realizada por Park (2004) sobre o papel do BES no desenvolvimento saudável durante a adolescência constatou que a alta satisfação de vida, incluindo altos índices de afeto positivo, está relacionada à maior saúde física, menos problemas de violência, baixos níveis de ansiedade e neuroticismo e mais altos níveis de autoestima e motivação intrínseca. Portanto, deve ser de interesse às políticas de promoção e prevenção de saúde em adolescentes o entendimento dos componentes do BES.
Diversas escalas e questionários para a avaliação dos afetos têm sido desenvolvidos. Giacomoni (2004) revisou os instrumentos de avaliação dos afetos em adultos jovens e encontrou entre os mais utilizados, internacionalmente, a Affect Balance Scale, o General Well-being Schedule, o Affectometer 2 e a Escala de Afeto Positivo e Negativo (Positive and Negative Affect Schedule – PANAS). No Brasil, a PANAS foi adaptada para a população adulta por Giacomoni e Hutz (1997). Esses autores também construíram a Escala de Afeto Positivo e Negativo para crianças (Giacomoni & Hutz, 2006). Os procedimentos de construção dessa última seguiram a opção de outros pesquisadores que investigaram o afeto por meio de adjetivos marcadores (Watson e cols., 1988; Laurent e cols., 1999). Para tanto, além da consulta à literatura infantil, com o objetivo de identificar os adjetivos utilizados com maior frequência, selecionaram-se itens-adjetivos presentes em 200 entrevistas com crianças de cinco a doze anos sobre o conceito de felicidade. A composição final da Escala de Afeto Positivo e Negativo para Crianças possui 34 itens, 17 itens em cada subescala. Os coeficientes alfa de Cronbach obtidos para as subescalas de AP (0,88) e de AN (0,84) apontaram evidências de confiabilidade. Análises Fatoriais confirmaram a estrutura da escala por meio da solução de dois fatores. A Escala também apresentou evidências de validade concorrente, demonstradas por correlações significativas (p < 0,01) e de magnitude e em sentidos esperados, entre AP e AN com instrumentos que avaliaram autoestima (0,48 e -0,35), depressão (-0,40 e 0,41), ansiedade-traço (-0,24 e 0,39), ansiedade-estado (-0,51 e 0,49), e satisfação de vida global (0,59 e -0,31), entre outras medidas (Giacomoni & Hutz, 2006).
Um aspecto controverso no que diz respeito às relações entre AP e AN é a independência entre os dois fatores. Conforme a proposta de Costa e McCrae (1980), nos estudos realizados com a PANAS, AP e AN poderiam ser interpretados como polos opostos do mesmo construto. Contudo, a hipótese de que AP e AN referem-se a dimensões diferentes também foi investigada (Diener & Emons, 1984; Watson e cols., 1988). Algumas pesquisas (Crawford & Henry, 2004; Terracciano, McRae & Costa, 2003; Tuccitto, Giacobbi, & Leite, 2010) utilizaram análises fatoriais confirmatórias para testar modelos que supõem uma relação entre AP e AN e modelos que suportam a independência dos dois tipos de afeto. Os resultados foram controversos. Crawford e Henry (2004) encontraram em adultos (M = 42,9 anos de idade) melhores índices de ajuste para o modelo em que os fatores AP e AN se correlacionavam. Portanto, haveria uma relação oblíqua entre os dois fatores. Tuccitto e cols. (2010) corroboraram a hipótese da relação ortogonal entre AP e AN em adultos (M = 20,3 anos de idade). Já Terracciano e cols. (2003), verificaram a independência dos fatores AP e AN do PANAS em outra amostra de adultos (M = 27,9 anos de idade). A elucidação da ortogonalidade das duas dimensões distintas de afeto apoiaria, por exemplo, o fato de pessoas apresentarem, simultaneamente, altos níveis de AP e de AN.
Portanto, ainda não há um consenso sobre a relação entre os dois tipos de afeto mensurados pelo PANAS. Assim, o problema da estrutura fatorial dessa escala deve ser tratado de forma exploratória. Entretanto, evidências de validade podem, também, ser buscadas por meio da relação conceitual entre AP e AN e satisfação de vida, bem como outras variáveis como autoestima.
Conforme a definição de BES de Diener e cols. (1999), a dimensão afetiva e a dimensão de satisfação de vida possuem uma relação muito próxima. Pavot, Diener, Colvin e Sandvik (1991) descrevem a satisfação de vida como uma avaliação global subjetiva que o indivíduo faz de sua própria vida. Essa dimensão parece ter um papel crucial em algumas áreas, como resolução de problemas, relacionamento social significativo, expressão de virtudes pró-sociais e resistência ao estresse e saúde física e mental (Park, 2004). No entanto, apesar da estreita relação com AP e AN, Lucas, Diener e Suh (1996) argumentaram que a avaliação global possui relativa estabilidade e independência do nível de afeto no momento da avaliação. Assim, esses autores, por meio de análises discriminantes, concluíram que o construto de satisfação de vida pode ser diferenciado dos componentes afetivos do BES.
O construto de satisfação de vida global tem sido avaliado por diferentes escalas. Em adultos, há a Satisfaction With Life Scale (Diener, Emmons, Larsen & Griffin, 1985), traduzida e adaptada para o português brasileiro por Gouveia, Taciano, Milfont, Fonseca e Coelho (2009). Uma versão inspirada nessa escala, mas com modificações visando seu aperfeiçoamento e foco para adolescentes é a Escala de Satisfação de Vida Global para Estudantes (Huebner, 1991), adaptada para o português brasileiro por Giacomoni (1998). Singh e Jha (2008), utilizando a Satisfaction With Life Scale em adolescentes e adultos (M = 20,36 anos de idade), encontraram correlações significativas entre os escores. Enquanto AP se correlacionou positivamente com satisfação de vida (0,38), AN teve uma correlação negativa (-0,16). Na análise de regressão múltipla, AP, AN e uma medida de perseverança para alcançar metas foram responsáveis por 19% da variância da satisfação de vida global. Já o estudo conduzido por Ayyash-Abdo & Alamuddin (2007), com adolescentes e adultos libaneses (M = 21,28 anos de idade), verificou que a satisfação de vida correlacionou-se positivamente com AP (0,18) e negativamente com AN (-0,30). As correlações baixas encontradas refletem a hipótese multidimensional do BES formado por satisfação de vida, AP e AN (Huebner & Dew, 1996). Ainda que haja uma relação entre os construtos, os mesmos sofrem influência de variáveis distintas (Vera e cols., 2008).
No Brasil, Arteche e Bandeira (2003) utilizaram a PANAS adaptada por Giacomoni e Hutz (1997), a Escala Multidimensional de Satisfação de Vida Infantil (Giacomoni, 2002) com itens adaptados para adolescentes e uma escala para avaliação dos eventos de vida estressores em adolescentes para comparar adolescentes em dois distintos regimes de trabalho (educativo e regular) e adolescentes não trabalhadores (M = 15,7 anos de idade). Observaram- se correlações com a medida de satisfação de vida de (0,42) para AP e (-0,40) para AN. Por meio de análises de regressão linear múltipla, as autoras encontraram que o modelo com as medidas afetivas, o tipo de trabalho que os adolescentes realizavam e a medida de eventos estressores explicou 47% da variância da satisfação de vida entre estes adolescentes.
Outra variável que possui reconhecida relação com o conceito de BES é a autoestima. A autoestima pode ser definida como os sentimentos e pensamentos que uma pessoa tem sobre si mesma, sua competência e adequação (Rosenberg, 1989). Lucas e cols. (1996), ao estudar satisfação de vida e autoestima autorrelatada e relatada por informantes, encontraram correlações positivas (entre 0,32 e 0,65). A relação da autoestima com afetos é igualmente aceita (Torrey, Mueser, McHugo, & Drake, 2000). Ayyash-Abdo e Alamuddin (2007) estudaram a relação da autoestima com AP e AN e observaram uma correlação positiva com o primeiro (0,45) e negativa com o segundo (-0,38). Numa amostra de adolescentes chineses, Huang e Zhang (2010) verificaram padrões semelhantes de correlações entre autoestima e AP (0,38) e AN (-0,32). Um instrumento bastante pesquisado, inclusive na realidade brasileira (Avanci, Assis, Santos & Oliveira, 2007; Sbicigo, Bandeira & Dell'Aglio, 2010), para avaliar autoestima é a Escala de Autoestima de Rosenberg (1989). No Brasil, a escala foi adaptada por Hutz (2000), sendo que suas propriedades psicométricas foram investigadas mais recentemente em um estudo com crianças, adolescentes e adultos (Hutz & Zanon, 2011).
A relação de aspectos sociodemográficos com diferentes manifestações afetivas durante a adolescência também tem sido pesquisada (Diener e cols., 1999). Quanto ao gênero, Fujita, Diener e Sandvik (1991) encontraram, em uma amostra de universitários, que mulheres tendem a ter experiências de vida de maior intensidade emocional, o que as leva a apresentar níveis mais altos de AP e AN. Vera e cols. (2008) verificaram, em adolescentes de 12 a 15 anos, que apenas o nível de AN é influenciado pelo gênero, de modo que o fato de ser mulher aumenta as chances de apresentar níveis mais altos de AN. No que se refere à idade, estudos com adolescentes evidenciaram mudanças na satisfação de vida (Goldbeck, Schmitz, Besier, Herschbach, & Henrich, 2007), de modo que dos 11 aos 16 anos adolescentes tendem a exibir uma queda no nível de satisfação de vida global. Já sobre a variação dos níveis de AP e AN, não há evidências claras de que existam mudanças nos níveis de afeto positivo e negativo ao longo da adolescência. No entanto, é possível que ocorra redução nos níveis de afeto positivo e aumento nos níveis de afeto negativo ao longo da adolescência, na medida em que no final da adolescência há maior demanda por seriedade e responsabilidade nas atividades cotidianas, por meio do ingresso na universidade ou no mercado de trabalho.
Dessa maneira, aspectos da validade de construto das escalas de afeto na realidade brasileira poderiam ser investigados a partir de padrões de convergência e divergência (Urbina, 2007) como a diferenciação de escores de acordo com o gênero e idade, além de correlações com medidas de autoestima e satisfação de vida. A partir desse panorama, o objetivo principal desta pesquisa foi investigar aspectos da validade de construto de uma versão adaptada da Escala de Afeto Positivo e Negativo para Crianças (Giacomoni & Hutz, 2006) em uma
amostra de adolescentes. Os objetivos específicos foram: 1) investigar a estrutura fatorial da escala, mais especificamente, se os domínios de afeto positivo e negativo emergem em uma população de adolescentes; 2) pesquisar padrões de convergência por meio de correlações entre os escores de afeto positivo e negativo para adolescentes com medidas de satisfação de vida global e autoestima; 3) verificar se há diferenças entre grupos com relação ao sexo, faixa etária e tipo de escola nos escores de afeto positivo e negativo para adolescentes e 4) apresentar normas regionais para ambas as subescalas.
Procedimentos de construção e evidências de validade de construto da Escala de Afetos Positivos e Negativos para Adolescentes
Nesta etapa identificaram-se os descritores de AP e AN em um estudo qualitativo sobre o conceito de felicidade no qual se entrevistou 95 adolescentes (Giacomoni e cols., 2005). Os descritores que não estavam contemplados na Escala de Afeto Positivo e Negativo para Crianças foram organizados em uma lista. Dois psicólogos, um especialista na área de avaliação psicológica e construção de instrumentos e outro com experiência em estudos sobre adolescência, avaliaram a pertinência e adequação dos itens às dimensões de AP e AN. Foram mantidos apenas os itens avaliados, por ambos os juízes, como adequados, considerando-se a concordância mínima de 80%. Dessa maneira, foram acrescentados à lista original das crianças seis descritores, sendo cinco na escala de AP (competente, disposto, valente, sensível e cuidadoso) e um na escala de AN (entediado).
Posteriormente, a lista preliminar de descritores, que possuía 40 itens e era composta pelos 34 itens originais mais seis novos itens, foi apresentada a dois grupos de seis adolescentes que avaliaram o nível de compreensão dos itens. Nessa etapa, nove itens da escala infantil foram considerados inadequados para adolescentes e foram retirados da escala: sendo seis itens da escala de AP (participativo, esperto, forte, esforçado, delicado e interessado) e três itens da escala de AN (nervoso, incomodado e envergonhado). A versão preliminar da escala finalizou com 32 itens, sendo 16 de afetos positivos e 16 de afetos negativos. A próxima etapa realizada foi a testagem dessa versão preliminar da escala.
Método
Participantes
Participaram desta pesquisa 425 adolescentes (52,7% meninos) de escolas públicas e privadas do município de Santa Maria/RS, com idades entre 14 e 19 anos (M = 16,07; DP = 1,12). Cinquenta e um por cento dos participantes frequentavam o ensino médio em escolas privadas, sendo os demais provenientes de escolas públicas. Da amostra, 36,5% eram alunos de 1º ano, 32,4% de 2º e 31,1% do 3º ano. Não foram obtidos dados socioeconômicos da amostra, no entanto, ambas as escolas estavam localizadas em bairros centrais da cidade. Para fins de análise de dados, a amostra total foi dividida em duas faixas etárias, assim 261 adolescentes pertenciam à faixa etária dos 14 aos 16 anos (M = 15,32; DP = 0,67) e o restante possuía entre 17 e 19 anos (M = 17,27; DP = 0,47).
Instrumentos
Escala de Afetos Positivos e Negativos para Adolescentes: a versão do instrumento utilizada neste estudo constitui-se de 32 adjetivos descritores de estados afetivos subjetivos. A instrução dada foi que o adolescente respondesse como ele estava se sentido ultimamente. As opções de resposta possuíam um formato de escala Likert de cinco pontos, com a seguinte gradação: "nem um pouco", "um pouco", "mais ou menos", "bastante" e "muitíssimo". No estudo de Giacomoni e Hutz (2006), a versão original para crianças da escala com 34 itens apresentou uma solução bifatorial (AP e AN) que explicou 32,64% da variância total e alfas de Cronbach de 0,84 e 0,88 para as escalas de AP e AN, respectivamente.
Escala de Satisfação de Vida Global para Adolescentes: composta de dez itens que buscam avaliar a satisfação com a vida como um todo, tais como "Gosto da minha vida" e "Quando penso na minha vida como um todo eu me considero satisfeito". Os itens são respondidos em uma escala Likert de cinco pontos: "nem um pouco", "um pouco", "mais ou menos", "bastante" e "muitíssimo". Trata-se de uma versão adaptada para adolescentes por Segabinazi, Zanon, Zortea e Giacomoni (2010) da escala originalmente construída para crianças por Giacomoni (2002). No estudo de adaptação, a escala apresentou uma solução unifatorial que explicou 53,8% da variância total e alfa de Cronbach de 0,90.
Escala de Autoestima de Rosenberg: possui 11 itens, que investigam aspectos globais da autoestima. As opções de resposta foram distribuídas em uma escala Likert de quatro pontos: "discordo totalmente", "discordo", "concordo" e "concordo totalmente". Quanto maior o escore obtido, maior o índice de autoestima do respondente. Utilizou-se a versão adaptada por Hutz (2000) da escala original (Rosenberg, 1989), a qual mostrou um índice de consistência interna acima de 0,80 para o alfa de Cronbach.
Procedimentos
As considerações éticas da pesquisa foram asseguradas conforme a Resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde e os procedimentos fazem parte de uma pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal de Santa Maria. Inicialmente, obteve-se o consentimento institucional e realizou-se a apresentação da pesquisa nas escolas, explicitando o caráter voluntário da mesma. Os alunos interessados e seus pais ou responsáveis responderam ao Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os instrumentos foram aplicados coletivamente e em sala de aula. Participaram da coleta estudantes de graduação em Psicologia, treinados para a aplicação. Os participantes responderam aos instrumentos em ordem contrabalanceada e a aplicação durou em torno de 40 minutos.
Resultados
Para avaliar a estrutura fatorial da Escala de Afeto Positivo e Negativo para Adolescentes, realizou-se uma Análise de Componentes Principais, com rotação Oblimin. Em razão das controvérsias sobre as relações entre as variáveis AP e AN encontradas na literatura, a rotação Varimax também foi testada. No entanto, não foram observadas diferenças substanciais entre as duas soluções, optando-se pela rotação Varimax para as análises finais. Na solução final, quatro itens da escala foram eliminados (entediado, sensível, envergonhado e cuidadoso). A eliminação foi decorrente da dificuldade de entendimento dos termos por parte dos adolescentes e pelo fato de os mesmos carregarem em dois fatores mesmo após a solução rotada. Assim, a escala para adolescentes, na sua versão final, possui 28 itens, sendo 14 referentes à subescala de afeto positivo e 14 à subescala de afeto negativo.
Como pode ser visto na Figura 1 (scree plot), a solução de dois fatores é satisfatória para esse conjunto de itens. Os resultados da análise componencial mostraram que o índice KMO foi de 0,89 e o teste de esfericidade de Bartlett foi significativo (p < 0,001). A solução bifatorial produziu o primeiro fator com eigenvalue de 8,1 que explicou 29% da variância total e o segundo fator com eigenvalue de 3,5 que explicou 12,4% da variância total. A consistência interna da escala, avaliada por meio do alfa de Cronbach foi de 0,88 para AP e também para AN. As comunalidades dos itens variaram de 0,23 a 0,63. Os itens com as respectivas cargas fatoriais utilizando a rotação Varimax são apresentados na Tabela 1.
Em consideração ao segundo objetivo deste estudo, foram efetuadas correlações de Pearson de AP e AN com as medidas de satisfação de vida global e autoestima. Como apresentado na Tabela 2, AP apresentou correlações positivas e moderadas com autoestima e satisfação de vida global, enquanto AN apresentou correlações negativas e moderadas com essas variáveis.
Para responder ao terceiro objetivo, verificaram- se possíveis diferenças entre médias de AP e AN entre diferentes faixas etárias (dos 14 aos 16 anos e dos 17 aos 19 anos), sexo (masculino e feminino) e tipo de escola (pública ou privada). Realizaram-se duas ANOVAs 2x2x2 tendo como variáveis independentes grupo etário, sexo e escola e como variáveis dependentes os escores de AP e AN.
Em relação a AP, não se verificou interação estatisticamente significativa entre grupo etário, sexo e escola [F (1,405) < 1], grupo etário e tipo de escola [F (1,405) = 1,4; p > 0,05], tipo de escola e sexo [F (1,405) = 1,2; p > 0,05] e grupo etário e sexo [F (1,405) = 2,7; p > 0,05]. Tampouco houve efeito principal de grupo etário [F (1,405) < 1] e de tipo de escola [F (1,405) < 1]. Contudo, verificou- -se efeito principal de sexo [F (1,405) = 16,1; p < 0,001]. Como pode ser visto na Tabela 3, meninos apresentaram médias superiores de AP que as meninas, com um tamanho de efeito moderado (d = 0,4), conforme Cohen (1988).
Em relação a AN, não se verificou interação estatisticamente significativa entre grupo etário, sexo e escola [F (1,408) < 1], grupo etário e tipo de escola [F (1,408) < 1], tipo de escola e sexo [F (1,408) < 1] e grupo etário e sexo [F (1,408) = 3,7; p > 0,05]. Igualmente, não houve efeito principal de grupo etário [F (1,408) < 1] e de tipo de escola [F (1,408) < 1]. Porém, assim como para o AP, verificou-se efeito de sexo [F (1,408) = 16,5; p < 0,001], de modo que meninas apresentaram médias mais elevadas de AN do que meninos, com um tamanho de efeito de d = 0,4 (Cohen, 1988).
Devido às diferenças significativas encontradas para AP e AN, e tendo em vista o quarto objetivo deste estudo, decidiu-se por apresentar normas separadas por sexo. Nas Tabelas 3 e 4 encontram-se normas regionais para interpretação dos escores de AP e AN em meninos e meninas
Discussão
Este estudo demonstrou aspectos da validade de construto da Escala de Afetos Positivo e Negativo para Adolescentes a partir de diferentes fontes de evidências. A escala apresentou índices de consistência interna adequados, similares aos encontrados na versão da escala para adultos (Watson e cols., 1988) e na versão brasileira para crianças (Giacomoni & Hutz, 2006). Já a análise de componentes principais mostrou uma solução de dois fatores, sendo que os descritores relacionados semanticamente aos fatores de AP e AN, após a eliminação de alguns itens, carregaram conforme esperado (Watson e cols., 1988).
No que se refere à relação entre os fatores, a rotação Varimax e a Oblimim apresentaram a mesma precisão quanto aos indicadores de ajuste e quanto à interpretação dos mesmos. Esse resultado corrobora os estudos de Tuccitto e cols. (2010) e Terracciano e cols. (2003), que propuseram uma relação ortogonal, isto é, de independência, entre AP e AN. Entretanto, no presente estudo encontrou-se uma correlação significativa de r = -0,39 entre os fatores. Portanto, não é possível concluir que houve uma relação de completa independência entre AP e AN. Essa dúvida, igualmente, não pode ser respondida pela literatura nacional. Zanon e Hutz (2010) encontraram uma correlação entre AP e AN em uma amostra de universitários (M = 19,9 anos de idade), enquanto Arteche e Bandeira (2003) não encontraram correlação significativa entre esses fatores em uma amostra de adolescentes (M = 15,7 anos de idade), utilizando a mesma escala. A adaptação da Escala de Afetos Positivos e Negativos para Adolescentes foi empreendida a partir de um processo rigoroso de adequação de seus itens a esta população. A mesma complementa a avaliação do bem-estar subjetivo e representa um avanço no processo de investigação deste construto, uma vez que já se encontra adaptada para o nosso contexto a Escala Multidimensional de Satisfação de Vida para Adolescentes (Segabinazi, Giacomoni, Dias, Teixeira, & Moraes, 2010).
Análises correlacionais entre as subescalas de AP e AN e a Escala de Autoestima de Rosenberg e a Escala de Satisfação de Vida Global demonstraram evidências de validade de construto por meio de padrões de convergência. As correlações foram significativas e na direção esperada, conforme pesquisas recentes com amostras culturais distintas (Ayyash-Abdo & Alamuddin, 2007; Singh & Jha, 2008). Igualmente, em pesquisas nacionais, as correlações entre essas medidas foram semelhantes, tanto em crianças (Giacomoni & Hutz, 2006) quanto em adolescentes (Arteche & Bandeira, 2003). Portanto, os achados deste estudo são consistentes com as relações teoricamente esperadas entre os construtos de AP e AN, autoestima e satisfação de vida global.
Diferenças na expressão dos afetos entre os sexos (amostras de universitários e adolescentes) foram apontadas em pesquisas anteriores (Fujita e cols., 1991, Vera e cols., 2008). Na investigação dessa questão no presente estudo, AN apresentou-se mais elevado nas meninas, resultado que corrobora os achados da literatura. Contudo, os meninos apresentaram maiores níveis de AP, resultado ligeiramente diferente do esperado. Conforme salientado por Reid (2004), podem existir variáveis mediadoras na relação entre sexo e níveis de afeto percebidos, como níveis de autoestima e harmonia na relação interpessoal. Embora esse nível de especificidade não tenha sido objetivo desta pesquisa, trabalhos futuros poderiam investigar essas relações em adolescentes brasileiros. Todavia, a escala apresentada foi sensível ao aspecto demográfico de sexo e, portanto, foram fornecidas normas regionais separadas para meninos e meninas. No que tange à idade e tipo de escola, não foram encontradas diferenças significativas. Desse modo, entende-se que os escores da escala podem ser interpretados da mesma forma para adolescentes mais novos ou mais velhos, independente do sistema de ensino público ou privado a que pertencem.
As evidências de validade da Escala de Afeto Positivo e Negativo para Adolescentes apresentadas neste estudo não descartam a necessidade de novas pesquisas. Nesse sentido, sugerem-se estudos utilizando amostras maiores e mais representativas, que permitam corroborar a estrutura fatorial e as diferenças entre sexo encontradas. Para esse fim, igualmente, o instrumento poderia ser aplicado em amostras de outras regiões do país e de outras realidades socioeconômicas e culturais. Além disso, a realização de pesquisas longitudinais contribuiria para a definição do construto. Utilizando metodologias específicas de confiabilidade, por exemplo, o teste-reteste, seria possível a investigação da estabilidade dessa medida ao longo do tempo. Por fim, ressalta-se a necessidade de estudos de validade relacionada ao critério que apresentem níveis de sensibilidade e especificidade da escala. Sugere-se investigar grupos que participam de psicoterapia ou terapia medicamentosa, por exemplo. Isso possibilitaria o uso mais adequado do instrumento no contexto clínico.
Em suma, a Escala de Afeto Positivo e Negativo para Adolescentes, em sua versão atual, caracteriza-se como um instrumento consistente para avaliar a dimensão afetiva do bem-estar subjetivo de adolescentes. O instrumento pode ser aplicado em programas educacionais, de desempenho escolar, vocacionais, culturais e de saúde de adolescentes. No âmbito clínico pode ser usada como material de apoio para serviços de triagem e para compreensão clínica do paciente.
Referências
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Recebido em junho de 2011
Reformulado em novembro de 2011
Aceito em janeiro de 2012
Sobre os autores:
Joice Dickel Segabinazi:Psicóloga. Doutoranda em Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Maxciel Zortea:Psicólogo. Doutorando em Psicologia pela UFRGS.
Cristian Zanon:Psicólogo. Doutor em Psicologia pela UFRGS com estágio de doutoramento sanduíche na University of Massachusetts, USA.
Cláudia Hofheinz Giacomoni:Psicóloga. Doutora em Psicologia pela UFRGS. Professora do Departamento de Psicologia do Desenvolvimento e da Personalidade da UFRGS.
Denise Ruschel Bandeira:Psicóloga. Doutora em Psicologia pela UFRGS. Professora dos Cursos de Graduação e Pós-Graduação em Psicologia da UFRGS.
Claudio Simon Hutz:Psicólogo. Doutor em Psicologia pela University of Iowa, USA. Bolsista 1A do CNPq e Professor Titular da UFRGS.
1Endereço para correspondência:
Endereço: Rua Ramiro Barcelos, 2600 Bairro Santa Cecília, Porto Alegre, RS, CEP 90035-003. Fone: (51) 3308-5352 E-mail: jsegabinazi@gmail.com
Agradecimentos: aos integrantes do Laboratório de Estudos, Medidas e Avaliação Psicológica da Universidade Federal de Santa Maria (LEMAP-UFSM) pelas fases de coleta e digitação dos dados.
Apoio financeiro: Fundo de Incentivo à Pesquisa (FIPE) da Universidade Federal de Santa Maria.