SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.13 número2Testes de avaliação neuropsicológica utilizados em pacientes vítimas de Acidente Vascular CerebralMedida de motivação para aprendizagem no Ensino Técnico Profissional índice de autoresíndice de assuntospesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Serviços Personalizados

Journal

artigo

Indicadores

Compartilhar


Avaliação Psicológica

versão impressa ISSN 1677-0471

Aval. psicol. vol.13 no.2 Itatiba ago. 2014

 

 

Escala de Resiliência para Adultos: aplicação entre servidores públicos

 

Resilience Scale for Adults: Application among civil servants

 

Escala de Resiliencia para Adultos: aplicación a los servidores públicos

 

 

Virgínia D. Carvalho1, I; Maycoln Leôni Martins Teodoro,II; Livia de Oliveira BorgesII

IUniversidade Federal de Alfenas
IIUniversidade Federal de Minas Gerais

 

 


RESUMO

Dentre os instrumentos desenvolvidos para o estudo da resiliência, a Escala de Resiliência para Adultos (Resilience Scale for Adults – RSA) tem demonstrado potencial para explicar e intervir em fenômenos psicossociais relacionados ao trabalho. Assim, o presente estudo teve como objetivo investigar algumas propriedades de validade fatorial da RSA para adultos servidores públicos. Portanto, focaliza adultos inseridos na condição de trabalhador em um meio organizacional. Análise fatorial confirmatória foi levada a cabo. Os resultados apontaram a confirmação da estrutura da RSA, mantendo-se composta por seis fatores: Percepção de si Mesmo, Futuro Planejado, Competência Social, Estilo Estruturado, Coesão Familiar e Recursos Sociais. Suas propriedades de validade e fidedignidade para aplicação entre trabalhadores a tornam um instrumento útil para subsidiar decisões de gestão organizacional. As implicações, limitações e contribuições do estudo são discutidas, com sugestões para pesquisas futuras.

Palavras-chave: resiliência; escala de resiliência; servidores públicos.


ABSTRACT

Among the instruments developed for studying resilience, the Resilience Scale for Adults (RSA) has shown a potential to explain and intervene in psychosocial work-related phenomena. Thus, this study aimed to evaluate the factorial validation of the RSA to adults who are civil servants. Therefore it focalize adults that experience the work condition in the organizational environment. A confirmatory factor analysis was performed. The results indicated that the RSA six-factor solution was confirmed with factors named: Perception of Self, Planned Future, Social Competence, Structured Style, Familiar Cohesion and Social Resources. Its validity and reliability for use among workers make it useful to support management decisions. The implications, limitations and contributions of the study are discussed, with suggestions for future research.

Keywords: resilience; resilience scale; civil servants.


RESUMEN

Entre los instrumentos desarrollados para el estudio de la resiliencia, la Escala de Resiliencia para Adultos (Escala de Resiliencia para Adultos – RSA) ha mostrado potencial para explicar e intervenir en los fenómenos psicosociales relacionados con el trabajo. Por lo tanto, el presente estudio tuvo como objetivo investigar algunas propiedades de validez factorial de la RSA para adultos servidores públicos. Por lo tanto, con adultos insertados na condición de trabajador en el ambiente organizacional. Un análisis factorial confirmatoria fue aplicado. Los resultados indican la confirmación de la estructura de RSA, quedando integrada por seis factores: Percepción de sí Mismo, Futuro Planeado, Competencia Social, Estilo Estructurado, Cohesión Familiar y Recursos Sociales. Su validez y fiabilidad para su uso entre los trabajadores la convierten en una herramienta útil para apoyar las decisiones de gestión de la organización. Se discuten las implicaciones, limitaciones y contribuciones del estudio, con sugerencias para investigaciones futuras.

Palabras-clave: resiliencia; escala de resiliencia; servidores públicos.


 

 

Os estudos em resiliência, no âmbito da Psicologia, constituem-se em campo de pesquisa em crescimento, inclusive no Brasil. O termo resiliência provém da física e refere-se à capacidade de um corpo físico de absorver energia quando elasticamente deformado e, em seguida, devolver essa energia quando descarregado (Junqueira & Deslandes, 2003; Pinheiro, 2004; Tavares, 2002; Yunes, 2003). O construto pode ser definido "como a qualidade de um material ao choque, à tensão, à pressão, que lhe permite voltar a sua forma ou posição inicial" (Tavares, 2002, p. 47). A utilização do conceito de resiliência na Psicologia tem sido adaptada, pois não se pode entender que um indivíduo que experimenta um estressor volte à forma original, dado que a experiência do evento se soma às suas experiências anteriores, além de que o significado de uma experiência não é construído independentemente das demais experiências das pessoas. O diferencial é verificado após a retirada do estressor, quando o indivíduo poderá demonstrar sua vulnerabilidade ou sua resiliência (Paludo & Koller, 2005).

As noções de invulnerabilidade ou invencibilidade são precursoras da definição do termo resiliência na Psicologia. Os estudos iniciais, desenvolvidos por Werner e Smith (1982, 1992), estavam interessados nas características de crianças que apresentavam um bom padrão de desenvolvimento, apesar de prolongados períodos de adversidades e estresse psicológico. Considerava-se que havia algo de notável e muito especial com aquelas crianças, as quais eram descritas como invulneráveis ou invencíveis (Werner & Smith, 1982). Tal ideia perdurou entre os estudiosos por algum tempo, até começar a ser questionada pela sugestão de imunidade total às adversidades, que era subjacente ao conceito (Kalawski & Haz, 2003; Masten, 2001). À medida que a pesquisa em resiliência se desenvolveu, passou-se a compreender que a adaptação positiva, apesar da exposição à adversidade, envolve uma progressão desenvolvimental, de modo que novas vulnerabilidades ou forças sempre estarão emergindo diante das modificações nas circunstâncias de vida.

Assim, a resiliência tem sido definida na literatura de Psicologia como um fenômeno caracterizado por resultados positivos de adaptação frente a experiências negativas (Masten, 2001), o qual possibilita a superação de situações de estresse e adversidades (Rutter, 1999). Por meio de comportamentos adaptados em resposta a situações de risco ocorre a resiliência, de modo que é condição para analisá-la, a investigação de fatores de risco e de proteção em interação (Polleto & Koller, 2006).

Embora a resiliência tenha sido interpretada como uma característica individual, esta percepção evoluiu para uma perspectiva processual. Estudiosos (p. ex., Davey, Eaker, & Walters, 2003; Luthar, Cicchetti, & Becker, 2000; Melillo, Estamarti, & Cuestas, 2005; Pesce, Assis, Santos, & Oliveira, 2004; Rutter, 1999) afirmaram que embora se trate de uma resposta individual, a resiliência é, antes, um processo interativo. Isto porque ela se encontra condicionada por fatores individuais e ambientais, de modo que os mesmos atributos individuais que produzem resultados resilientes, em dado contexto, podem ocasionar resultados não resilientes, em outro.

O fato de as ações adaptativas dos indivíduos estarem frequentemente ligadas a algumas habilidades e atitudes pessoais, consideradas elementos centrais para a resiliência, contribuiu para que ela fosse definida como um traço individual. De acordo com Davey et al. (2003), certas características individuais fazem parte de uma constelação de fatores, como autoestima elevada e traços particulares de personalidade (ser agradável, extrovertido, aberto a novas experiências, dentre outras) que são relevantes para a resiliência. Estas características individuais, contudo, se encontram em processo de interação e muitas vezes dependem dos recursos familiares e sociais, isto é, do contexto (Fraser, Richman, & Galinsky, 1999).

Assim, a resiliência não se refere somente a habilidades psicológicas e disposicionais dos indivíduos, mas também à capacidade dos mesmos de utilizar sistemas de suporte familiar e social para lidar melhor com situações adversas e com o estresse, rumo a uma adaptação bem sucedida. Portanto, é também processual e construída nas experiências de vida, de modo que pode ser entendida como uma capacidade dinâmica do sujeito de, em determinados momentos e de acordo com as circunstâncias, lidar com a adversidade, não sucumbindo a ela. Assim, o aspecto de superação ou de adaptação a acontecimentos potencialmente estressores deve ser relativizado em função da trajetória da vida pessoal e do contexto (Junqueira & Deslandes, 2003). Frente a situações de risco, o indivíduo poderá apresentar dois tipos de resposta – resiliência ou vulnerabilidade. No caso de uma resposta em termos de resiliência, subentende-se a presença dos chamados fatores de proteção, que contribuem para a ocorrência de resultados positivos (Luthar, 1991; Masten, 2001; Polleto & Koller, 2006).

Desse modo, o estudo da resiliência implica um entendimento dinâmico, que abrange as relações com outros fenômenos. É por meio de comportamentos adaptados em resposta aos riscos que a resiliência se manifesta, sendo o risco uma condição imprescindível para se pensar em resultados resilientes, os quais provêm de um processo em que os mecanismos de proteção encorajam o indivíduo a se engajar na situação de risco, de forma bem sucedida (Rutter, 1990). Nesse sentido, torna-se necessário o estudo dos fatores de risco e proteção em interação.

Considerando a resiliência no contexto de trabalho, pode-se dizer que: os riscos podem ser representados pelas situações de tensão, pressão e mudança presentes no meio organizacional; e os mecanismos de proteção se dariam, não somente, em virtude das características pessoais dos trabalhadores, mas também das condições do meio, em termos de suporte social dos colegas de trabalho, do suporte organizacional (provido pela estrutura de poder da organização, divisão das atribuições, seu dinamismo funcional, infraestrutura material, etc.) e apoio dos familiares (recursos intra e extraorganizacionais). Barlach, Limongi-França, e Malvezzi (2008) afirmam que a resiliência no contexto de trabalho "refere-se à existência – ou à construção – de recursos adaptativos, de forma a preservar a relação saudável entre o ser humano e seu trabalho em um ambiente em transformação, permeado por inúmeras formas de rupturas" (p. 104).

Os estudos que enfocam a resiliência nesse contexto ainda são relativamente recentes, principalmente se comparados a outros nos quais a resiliência tem sido estudada (por exemplo, entre crianças, adolescentes e famílias). Não obstante, o interesse pelo tema vem crescendo e nota- se, principalmente a partir dos anos 2000, um número de publicações que discutem a resiliência no trabalho (p. ex., Barlach et al.., 2008; Beraquet, Guimarães, Rego, & Beraquet, 2008; Carvalho, Borges, Vikan, & Hjemdal, 2011; Edward, 2005; Gu & Day, 2007; Job, 2003; Kinman & Grant, 2011; Matos, Neushotz, Griffin, & Fitzpatrick, 2010; Oliveira & Lipp, 2009; Vergara, 2008).

Devido a essas considerações sobre o tema serem recentes, na literatura especializada não se tem localizado instrumentos de medida focalizando a resiliência no contexto de trabalho. Há estudos abordando a resiliência entre adultos, sem a referida circunscrição à situação de trabalho. Dentre tais estudos, estão aqueles empreendidos por pesquisadores noruegueses (Friborg et al., 2006; Friborg, Barlaug, Martinussen, Rosenvinge, & Hjemdal, 2005; Friborg, Hjemdal, Rosenvinge, & Martinussen, 2003; Friborg, Martinussen, & Rosenvinge, 2006; Hjemdal, Friborg, Martinussen, & Rosenvinge, 2001; Hjemdal, Friborg, Stiles, Rosenvinge, & Martinussen, 2006), que desenvolveram e aperfeiçoaram um instrumento denominado Escala de Resiliência para Adultos (Resilience Scale for Adults – RSA).

Registra-se que à época em que tal instrumento começou a ser construído, havia uma escala antecedente para a mensuração da resiliência em adultos, proposta por Wagnhild e Young (1990; 1993). Hjemdal et al. (2001) observaram que esta não incluía a medida dos fatores sociais e propuseram um instrumento que abrangesse os recursos de proteção representados pelos atributos psicológicos e disposicionais, pela coesão familiar e sistemas de suporte externo, que constituem as três principais categorias de resiliência. Desenvolveram, assim, uma versão preliminar da RSA que consistia de 45 itens cobrindo cinco fatores: competência pessoal, competência social, suporte social, coesão familiar e estrutura pessoal, cuja consistência interna (alfa de Cronbach) variou entre 0,74 a 0,92.

Posteriormente, Friborg et al. (2003) adicionaram novos itens à RSA e a testaram novamente. O estudo envolveu dois grupos de participantes: pacientes de uma clínica de psicoterapia (n=59) e indivíduos sem tratamento (grupo controle) (n=290). Os dados obtidos foram submetidos à análise dos componentes principais, resultando numa versão de 37 itens, que continuou cobrindo as três principais categorias de resiliência. A primeira, que diz respeito aos atributos disposicionais, foi compreendia pelos fatores de competência pessoal, competência social e estrutura pessoal; a segunda, que aborda o suporte e a coesão familiar, foi compreendida pelo fator denominado coesão familiar; e, a terceira, referente aos sistemas de suporte externo, foi compreendida pelo fator suporte social. Estudo de revisão das escalas de mensuração da resiliência (Windle, Bennett, & Noyes, 2011) a aponta como uma das três melhores opções disponíveis na literatura, em termos de propriedades psicométricas, sendo que as outras duas foram a Connor-Davidson Resilience Scale – CD-RISC (Connor & Davidson, 2003) e a Brief Resilience Scale (Smith et al., 2008).

Esta versão da escala RSA, posteriormente reescrita por Friborg et al. (2006), objetivando solucionar um viés de aquiescência por parte dos respondentes, passou a ter todos os itens no formato de diferencial semântico e os seguintes fatores: força pessoal, competência social, estilo estruturado, coesão familiar e recursos sociais. Tal versão passou por um estudo de validação convergente e discriminante, com relação a medidas de personalidade, inteligência social e habilidades cognitivas (Friborg et al., 2005) e passou a contar com 33 itens. Além disso, foi também utilizada em outro estudo (Friborg et al., 2006), no qual se confirmou sua validade preditiva com relação às medidas de dor e estresse.

Estudo desenvolvido por esse grupo de pesquisadores demonstrou a capacidade preditiva da RSA em relação ao desenvolvimento de sintomas psiquiátricos (Hjemdal et al., 2006) ao identificar que indivíduos saudáveis, com escores mais altos na RSA, tinham menor tendência a desenvolver tais sintomas, quando se depararam com acontecimentos estressantes, do que indivíduos saudáveis com escores mais baixos. Entretanto, Hjemdal et al. (2006) promoveram nova reformulação na RSA, que passou a incorporar seis fatores: percepção de si mesmo, futuro planejado, competência social, estilo estruturado, coesão familiar e recursos sociais.

Esses dois últimos estudos citados (Friborg et al., 2005; Hjemdal et al., 2006) contribuem para identificar o potencial de uso da escala em contextos do trabalho e da organização, porque abrem a perspectiva de aplicação para planejamento e gerenciamento de políticas de saúde do trabalhador em diferentes âmbitos: no nível macrossocial (Ministério do Trabalho e do Emprego, por exemplo); no nível meso, das organizações públicas e privadas na gestão de seu quadro de pessoal; e no nível micro (individual) em que pode servir de orientação para o desenvolvimento de atendimento ao trabalhador na prevenção e reabilitação de problemas psíquicos no trabalho.

A última versão da RSA (Hjemdal et al., 2006) foi traduzida para o português brasileiro (Hjemdal, Roazzi, Dias, Roazzi, & Vikan, 2009), tendo aspectos de sua validade avaliada em uma amostra de estudantes universitários (N=221). A aplicação de análise fatorial confirmatória corroborou a estrutura dos seis fatores anteriormente mencionados, com alfas de Cronbach variando de 0,56 a 0,79. A RSA foi também adaptada para outros idiomas, havendo uma versão persa, desenvolvida em parceria com pesquisadores iranianos (Jowkar, Friborg, & Hjemdal, 2010) e outra francesa, testada na Bélgica (Hjemdal et al., 2011), o que demonstra o crescimento da atenção científica ao fenômeno da resiliência.

 

 

A versão da RSA adaptada ao idioma português do Brasil (Hjemdal, Roazzi, Dias, Roazzi, & Vikan, 2009) foi aplicada em estudo desenvolvido com uma amostra de servidores públicos (N=135) (Carvalho et al., 2011). Com tal amostra, os escores nos fatores de resiliência ofereceram previsibilidade para os fatores de socialização organizacional, a saber: acesso às informações, competência e pró-atividade, integração às pessoas, integração à organização, qualificação profissional, objetivos e valores organizacionais e linguagem e tradição. Aponta, assim, na direção de que a RSA pode também ser útil no planejamento e gerenciamento da integração das pessoas ao trabalho e à organização empregadora, ajudando a identificar os aspectos em que o novo trabalhador/empregado tem necessidade de maior apoio e sinaliza para a importância de que tal instrumento tenha sua validade reavaliada nesse contexto. Diante do exposto, o presente artigo tem como objetivo investigar propriedades de validade fatorial para a RSA quando os respondentes são servidores públicos. Portanto, focalizam-se adultos vivenciando a condição de trabalhadores em um ambiente organizacional (setor público). Conhecer tais características psicométricas a partir de uma amostra de trabalhadores tem a relevância de evitar extrapolar resultados obtidos com estudantes universitários para trabalhadores, avaliar a estabilidade da estrutura fatorial e ter a potencialidade de permitir identificar pontos em que demandam maiores adaptações, alimentando o desenvolvimento de futuras pesquisas.

 

Método

Participantes

A amostra foi composta por 249 participantes, sendo 49,8% docentes e 48,1% servidores técnico-administrativos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Sua delimitação se deu pelo critério de acessibilidade, tratando-se, portanto, de amostra acidental (não probabilística), definida como aquela em que o critério de inclusão se dá pela acessibilidade dos sujeitos ou o fato de estarem em um determinado lugar, em determinada hora (Kish, 1996; Scarparo, 2000). A idade média dos participantes foi de 41,4 anos (DP=8,8), sendo em sua maioria mulheres (60,1%). Quanto ao nível de instrução predominou a titulação de doutor (34,3%), seguida pelas de mestre e especialista (ambos com 17,7%), graduação (14,5%) e ensino médio completo (14,1%). O tempo médio de serviço na instituição oscilou em torno de 21,3 meses (DP=11,1).

Instrumento

A versão da RSA (Hjemdal et al., 2009) é composta por 33 itens, aos quais os participantes responderam segundo uma escala de sete pontos, em formato de diferencial semântico, em que cada item é organizado como um continuum, cujos opostos apresentam alternativas de resposta com conteúdo positivo e negativo. Uma ficha sociodemográfica foi estruturada para coletar informações relativas à faixa etária, gênero, estado civil, renda familiar mensal, nível de instrução e tempo de serviço na instituição, de modo a permitir a identificação do perfil dos respondentes.

Procedimentos

Os procedimentos de coleta envolveram o envio de correspondência interna a 503 servidores, que receberam um envelope contendo um questionário de resiliência com instruções de preenchimento, uma ficha sociodemográfica, um envelope-resposta e uma carta em que se esclareciam os motivos da pesquisa e se assegurava o anonimato dos participantes, solicitando a contribuição dos mesmos. O serviço de malote institucional da própria UFRN foi utilizado e uma campanha de incentivo à devolução dos questionários foi realizada por meio de visitas aos diversos setores da universidade, esclarecendo, ainda, que a participação era voluntária. Ao final do processo, foi contabilizada a devolução de 249 questionários válidos (49,5% de retorno). Salientase que foram atendidos os procedimentos éticos em pesquisa com seres humanos, conforme as Resoluções 196/96 e 251/97.

Análise de Dados

A estrutura latente da escala foi investigada por meio de análise fatorial confirmatória com o método de estimação Maximum Likelihood. Os itens foram alocados em seus respectivos fatores de acordo com a estrutura encontrada por Hjemdal et al. (2009). A adequação do modelo teórico com seis fatores aos dados empíricos foi analisada pela razão do valor do Qui-quadrado com o grau de liberdade, no qual valores inferiores a cinco foram considerados aceitáveis e pelo Root Mean Squared of the Residuals (RMSEA), valores abaixo de 0,08. Foram investigados também o Comparative Fit Index (CFI) e o The Tucker-Lewis Index (Non-Normed Fit Index) (NNFI). Para ambos CFI e NNFI, escores superiores a 0,90 foram considerados satisfatórios. A consistência interna foi avaliada pelo alfa de Cronbach.

 

Resultados

O modelo teórico foi construído com seis variáveis latentes, representados pelos fatores teóricos. São eles: Percepção de si Mesmo (seis itens), Futuro Planejado (quatro itens), Competência Social (seis itens), Estilo Estruturado (quatro itens), Coesão Familiar (seis itens) e Recursos Sociais (sete itens). A parte observada do modelo foi constituída pelos 33 itens que compõem cada fator e estão especificados na Tabela 2.

 

 

Para cada uma das 33 variáveis observadas (itens) foi acrescendo um erro, que explicaria toda a variância não explicada pela variável latente. Além destas relações, foi estimada a correlação das variáveis latentes (15 associações). Deste modo, o modelo contou com 81 parâmetros estimados.

A solução para o modelo estimado obteve uma razão qui-quadrado/grau de liberdade igual a 2,14 (χ2 =1025,33, gl=480). O RMSEA obteve um escore de 0,06. O CFI foi de 0,93 e o NNFI equivalente a 0,92. Não foram realizadas modificações no modelo original. A variância explicada de cada item variou de 0,15 a 0,60, o que produziu, consequentemente, erros padronizados variando de 0,40 a 0,85. Todos esses parâmetros foram significativos, assim como as correlações entre as variáveis latentes, descritas na Tabela 3.

 

 

Os itens que compõem cada fator e alfas de Cronbach (que variaram de 0,51 a 0,75) estão especificados na Tabela 2. Embora um dos fatores (Estilo Estruturado) tenha apresentado baixa consistência (α=0,51), a estrutura fatorial da escala apresentou estabilidade, pois, conforme mencionado, os mesmos fatores foram encontrados em diferentes análises (Hjemdal et al., 2006; Hjemdal et al., 2009; Hjemdal et al., 2011).

 

Discussão

As informações obtidas por meio da RSA apresentam um potencial para explicar e intervir em fenômenos psicossociais relacionados ao trabalho, à medida que permite compreender as possibilidades e limites colocados aos processos de adaptação no ambiente organizacional. Conforme salientam Barlach et al. (2008), "as pressões por desempenho e produtividade vêm ganhando novos e intensos contornos de adaptação e sobrevivência" (p. 106), desafiando os trabalhadores a adaptarem-se continuamente a situações adversas, o que envolve riscos à saúde psíquica.

Nesse contexto, o estudo da resiliência e a obtenção de dados por meio da aplicação da RSA junto a servidores públicos tornam-se relevantes, uma vez que os fatores da escala descrevem atributos dos indivíduos que podem facilitar ações resilientes em conformidade a variados aspectos da vida organizacional. Tomando-se o primeiro fator de resiliência (Percepção de si Mesmo), por exemplo, o qual se refere à confiança do indivíduo nas próprias capacidades, cita-se um estudo que demonstra associações positivas entre a autoeficácia (também descrita nesse fator) e o comportamento pró-ativo de busca de feedback e construção de relacionamentos no trabalho (Gruman, Saks, & Zweig, 2006). Outra pesquisa (Friborg et al. 2005) demonstrou a relação positiva entre o fator Competência Social e a dimensão de personalidade denominada extroversão, a qual se mostrou associada a elevados níveis de comportamento de busca de informação e construção de relacionamentos no trabalho (Wanberg & Kammeyer- Mueller, 2000). No que tange ao fator de Recursos Sociais, por sua vez, identifica-se a influência positiva das inter-relações de boa qualidade na organização para a redução do estresse de papel (Bravo, Peiró, Rodriguez, & Whitely, 2003).

A RSA apresenta, entretanto, a limitação teórica de focalizar predominantemente características pessoais – nos quatro primeiros fatores: Percepção de Si Mesmo, Futuro Planejado, Competência Social e Estilo Estruturado –, desconsiderando a tendência da literatura de sublinhar a resiliência como um fenômeno processual. Entretanto, os dois últimos fatores – Coesão Familiar e Recursos Sociais – referem-se à percepção das pessoas em relação ao ambiente. Além disso, o fator Competência Social é a percepção das habilidades pessoais diante do meio social. A apreensão do caráter processual da resiliência exigirá não só uma interpretação adequada dos resultados, mas o uso da RSA inserido em diagnósticos organizacionais mais amplos que a combina com o uso de outros instrumentos e técnicas como as entrevistas e grupos focais. Assim, a interação entre os atributos pessoais e os aspectos do contexto do trabalho e das organizações podem ser postos à tona adequadamente.

A segunda limitação da pesquisa ora realizada foi não adaptar os itens e fatores ao contexto de trabalho. Esse foi considerado apenas na condição de trabalhadores dos participantes da pesquisa. Pela reflexão anterior já se sabe que fatores são mais passíveis de adaptação tendo em vista tornar o instrumento mais sensível a aspectos do trabalho e das organizações. Tal adaptação, entretanto, colocaria em risco na presente pesquisa não poder avaliar a estabilidade fatorial da RSA. Tal trabalho fica então como sugestão para futuras pesquisas.

Outra limitação é a especificidade da amostra, cujos participantes são todos de uma mesma organização pública, o que termina por caracterizar a pesquisa como estudo de um caso organizacional específico. Embora, saibamos o setor público demanda o desenvolvimento de técnicas de aperfeiçoamento da gestão de pessoas, reconhecer essa limitação implica sugerir novas pesquisas que trabalhe com outras composições amostrais de trabalhadores.

Como foi assinalado na parte introdutória do presente artigo, um atributo pessoal que em um contexto pode facilitar condutas resilientes, em outro pode ser o contrário. Por isso, os atributos pessoais devem ser considerados na sua relação com a percepção do trabalhador sobre aspectos do contexto do trabalho e das organizações, como o suporte organizacional, as condições de trabalho, o estilo e estrutura organizacional, suas relações de poder e o mercado de trabalho para as ocupações dos participantes.

 

Considerações finais

A pesquisa, em síntese, efetivou um teste da estrutura fatorial da RSA e expôs os seus indicadores psicométricos quando os respondentes são trabalhadores do serviço público. Os resultados corroboraram a estabilidade da estrutura fatorial, embora haja fatores com consistência inferior ao tecnicamente recomendável (como é o caso do fator Estilo Estruturado). Esse entre outros aspectos (como as limitações comentadas) sublinham pistas para aperfeiçoar a RSA em futuros estudos.

Os resultados, no seu conjunto, corroboram também a recomendação do uso da RSA em diagnósticos organizacionais e/ou na tomada de decisão por parte dos gestores, tanto no sentido de minimizar os riscos, quanto de favorecer o desenvolvimento dos fatores de proteção, seja apoiando e incentivando o desenvolvimento de habilidades e atitudes pessoais (descritas nos quatro primeiros fatores da escala), seja desenhando programas de suporte social ao trabalhador. Essas aplicações devem ter em conta as limitações de consistência encontrada, podendo-se excluir o fator Estilo Estruturado.

As limitações do instrumento, no que se refere a refletir as tendências teóricas e considerar as especificidades do fenômeno da resiliência no contexto de trabalho, sublinham, ao mesmo tempo, a necessidade de elaborar um instrumento com outro estilo, que permita dar conta do seu caráter processual e a necessidade de aprofundar o conhecimento sobre o fenômeno no contexto do trabalho e das organizações. A disponibilidade do atual instrumento, com validade avaliada para a amostra de trabalhadores, pode ser um ponto de partida, bem como, se usado cuidadosamente, pode ser útil para subsidiar as decisões de gestão organizacional.

 

Referências

Barlach, L., Limongi-França, A. C., & Malvezzi, S. (2008). O conceito de resiliência aplicado ao trabalho nas organizações. Revista Interamericana de Psicología, 42, 101-112.         [ Links ]

Beraquet, M. I. G., Guimarães, L. A. M., Rego, R. M., & Beraquet, G. M. (2008). Trabalho e resiliência. Em L. A. M. Guimarães & S. Grubits (Orgs.), Série saúde mental e trabalho, v. IV (pp. 111-126). São Paulo: Casa do Psicólogo.         [ Links ]

Bravo, M. J., Peiró, J. M., Rodriguez, I., & Whitely, W. T. (2003). Social antecedents of the role stress and career enhancing strategies of newcomers to organizations: A longitudinal study. Work & Stress, 17, 195-217.         [ Links ]

Carvalho, V. D., Borges, L. O., Vikan, A., & Hjemdal, O. (2011). Resiliência e socialização organizacional entre servidores públicos brasileiros e noruegueses. Revista de Administração Contemporânea, 15, 815-833.         [ Links ]

Connor, K. M., & Davidson, J. R. T. (2003). Development of a new resilience scale: The Connor-Davidson resilience scale (CD-RISC). Depression and Anxiety, 18, 76-82.         [ Links ]

Davey, M., Eaker, D. G., & Walters, L. H. (2003). Resilience processes in adolescents: Personality profiles, self-worth and coping. Journal of Adolescent Research, 18, 347-362.         [ Links ]

Eduard, K. L. (2005). The phenomenon of resilience in crisis care mental health clinicians. International Journal of Mental Health Nursing, 14, 142-148.         [ Links ]

Fraser, M. W., Richman, J. M., & Galinsky, M. J. (1999). Risk, protection, and resilience: Toward a conceptual framework for social work practice. Social Work Research, 23, 131-143.         [ Links ]

Friborg, O., Barlaug, D. Martinussen, M., Rosenvinge, J. H., & Hjemdal, O. (2005). Resilience in relation to personality and intelligence. International Journal of Methods in Psychiatric Research, 14, 29-42.         [ Links ]

Friborg, O., Hjemdal, O., Rosenvinge, J. H., & Martinussen, M. (2003). A new rating scale for adult resilience: What are the central protective resources behind healthy adjustment? International Journal of Methods in Psychiatric Research, 12, 65-76.         [ Links ]

Friborg, O., Hjemdal, O., Rosenvinge, J. H., Martinussen, M., Aslaksen, P. M., & Flaten, M. A. (2006). Resilience as a moderator of pain and stress. Journal of Psychosomatic Research, 61, 213-219.         [ Links ]

Friborg, O., Martinussen, M., & Rosenvinge J. (2006). Likert-based versus semantic differential-based scorings of positive psychological constructs: A psychometric comparison of two versions of a scale measuring resilience. Personality and Individual Differences, 40, 873-884.         [ Links ]

Gruman, J. A., Saks, A. M., & Zweig, D. I. (2006). Organizational socialization tactics and newcomer proactive behaviors: An integrative study. Journal of Vocational Behavior, 69, 90-104.         [ Links ]

Gu, Q., & Day, C. (2007). Teachers resilience: A necessary condition for effectiveness. Teaching and Teacher Education, 23, 1302-1316.         [ Links ]

Hjemdal, O., Friborg, O., Martinussen, M., & Rosenvinge, J. H. (2001). Preliminary results from the development and validation of a Norwegian scale for measuring adult resilience. Journal of the Norwegian Psychological Association, 38, 310-317.         [ Links ]

Hjemdal, O., Friborg, O., Stiles, T. C., Rosenvinge, J. H., & Martinussen, M. (2006). Resilience predicting psychiatric symptoms: A prospective study of protective factors and their role in adjustment to stressful life events. Clinical Psychology and Psychotherapy, 13, 194-201.         [ Links ]

Hjemdal, O., Roazzi, A., Dias, M. G. B. B., Roazzi, M., & Vikan, A. (2009). Exploring the psychometric properties of the resilience scale for adults in a Brazilian sample. Em D. Elizur, & E. Yaniv (Orgs.), Facet new horizons in theory construction and data analysis (pp. 120-138). Jerusalem: FTA.         [ Links ]

Hjemdal, O., Friborg, O., Braun, S., Kempenaers, C., Linkowski, P., & Fossion, P. (2011). The resilience scale for adults: Construct validity and measurement in a Belgian sample. International Journal of Testing, 11, 53-70.         [ Links ]

Job, F. P. P. (2003). Os sentidos do trabalho e a importância da resiliência nas organizações (Tese de doutorado não publicada). Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.         [ Links ]

Jowkar, B., Friborg, O., & Hjemdal, O. (2010). Cross-cultural validation of the Resilience Scale for Adults (RSA) in Iran. Personality and Social Sciences, 51, 418-425.         [ Links ]

Junqueira, M. F. P. S., & Deslandes, S. F. (2003). Resiliência e maus-tratos à criança. Cadernos de Saúde Pública, 19, 227-235.         [ Links ]

Kalawski, J. P., & Haz, A. M. (2003). ¿Dónde está la resiliencia? una reflexión conceptual. Interamerican Journal of Psychology, 37, 365-372.         [ Links ]

Kinman, G., & Grant, L. (2011). Exploring stress resilience in trainee social workers: The role of emotional and social competences. British Journal of Social Work, 41, 261-275.         [ Links ]

Kish, L. (1996). Diseño estadístico para la investigación. Madri: Siglo Veintiuno de España.         [ Links ]

Luthar, S. S. (1991). Vulnerability and resilience: A study of high-risk adolescents. Child Development, 62, 600-616.         [ Links ]

Luthar, S. S., Cicchetti, D., & Becker, B. (2000). The construct of resilience: A critical evaluation and guidelines for future work. Child Development, 71, 543-562.         [ Links ]

Masten, A. S. (2001). Ordinary magic: Resilience processes in development. American Psychologist, 56, 227-238.         [ Links ]

Matos, P. S., Neushotz, L. A., Griffin, M. T. Q., & Fitzpatrick, J. J. (2010). An exploratory study of resilience and job satisfaction among psychiatric nurses working in inpatient units. International Journal of Mental Health Nursing, 19, 307-312.         [ Links ]

Melillo, A., Estamarti, M., & Cuestas, A. (2005). Alguns fundamentos psicológicos do conceito de resiliência. Em A. Melillo & E. N. S. Ojeda (Orgs.), Resiliência: descobrindo as próprias fortalezas (pp. 59-72). Porto Alegre: Artmed.         [ Links ]

Oliveira, J. B., & Lipp, M. E. N. (2009). Resiliência e controle do stress em juízes e servidores públicos. Boletim Academia Paulista de Psicologia, 77, 287-306.         [ Links ]

Paludo, S., & Koller, S. H. (2005). Resiliência na rua: um estudo de caso. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 21, 187-195.         [ Links ]

Pesce, R. P., Assis, S. G., Santos, N., & Oliveira, R. V. C. (2004). Risco e proteção: em busca de um equilíbrio promotor de resiliência. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 20, 135-143.         [ Links ]

Pinheiro, D. P. N. (2004). A resiliência em discussão. Psicologia em Estudo, 9, 67-75.         [ Links ]

Polleto, M., & Koller, S. H. (2006). Resiliência: uma perspectiva conceitual e histórica. Em D. D. Dell'Aglio, S. S. Koller, & M. A. M. Yunes (Orgs.), Resiliência e psicologia positiva: interfaces do risco a proteção. (pp. 19-44). São Paulo: Casa do Psicólogo.         [ Links ]

Rutter, M. (1999). Resilience concepts and findings: implications for family therapy. Journal of Family Therapy, 21, 119-144.         [ Links ]

Rutter, M. (1990). Psychosocial resilience and protective mechanisms. Em J. Rolf, A. S. Masten, D. Cicchetti, K. H. Nuechterlein, & S. Weintraub (Orgs.), Risk and protective factors in the development of psychopathology (pp. 181-214). Cambridge University Press.         [ Links ]

Scarparo, H. (2000). Psicologia e pesquisa. Porto Alegre: Sulina.         [ Links ]

Smith, B. W., Dalen, J., Wiggins, K., Tooley, E., Christopher, P., & Bernard, J. (2008). The brief resilience scale: Assessing the ability to bounce back. International Journal of Behavioural Medicine, 15, 194-200.         [ Links ]

Tavares, J. (2002). A resiliência na sociedade emergente. Em J. Tavares (Org.), Resiliência e educação (pp. 43-76). São Paulo: Cortez.         [ Links ]

Vergara, S. C. (2008). A resiliência de profissionais angolanos. Revista de Administração Pública, 42, 701-718.         [ Links ]

Wagnhild, G., & Young, H. M. (1990). Resilience among older women. Journal of Nursing Scholarship, 22, 252-255.         [ Links ]

Wagnhild, G., & Young, H. M. (1993). Development and psychometric evaluation of the resilience scale. Journal of Nursing Measurement, 1, 165-178.         [ Links ]

Wanberg, C. R., & Kammeyer-Mueller, J. D. (2000). Predictors and outcomes of proactivity in the socialization process. Journal of Applied Psychology, 85, 373-385.         [ Links ]

Werner E. E., & Smith, R. S. (1982). Vulnerable but invincible: A longitudinal study of resilient children and youth. New York: McGraw-Hill.         [ Links ]

Werner E. E., & Smith, R. S. (1992). Overcoming the odds: Highrisk children from birth to adulthood. Ithaca/London: Cornell University Press.         [ Links ]

Windle, G., Bennett, K. M., & Noyes, J. (2011). A methodological review of resilience measurement scales. Health and Quality of Life Outcomes, 9, 1-18.         [ Links ]

Yunes, M. A. M. (2003). Psicologia positiva e resiliência: o foco no indivíduo e na família. Psicologia em Estudo, 8, 75-84.         [ Links ]

 

 

Recebido em setembro de 2013
Reformulado em março de 2014
Aprovado em março de 2014

 

 

Sobre os autores

Virgínia D. Carvalho: é Doutora em Psicologia Social, Professora do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal de Alfenas – Campus Varginha/MG.
Maycoln Leôni Martins Teodoro: é Doutor em Psicologia Clínica e do Desenvolvimento Professor da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais – Belo Horizonte/MG.
Livia de Oliveira Borges: é Doutora em Psicologia Professora da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais – Belo Horizonte/MG.


1Endereço para correspondência: Av. Celina Ferreira Ottoni, 4000, Padre Vitor, 37048-395, Varginha-MG. Tel.: (35) 8842-9487. E-mail: virginiadcarvalho@gmail.com