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Pensando familias

versão impressa ISSN 1679-494X

Pensando fam. vol.23 no.2 Porto Alegre jul./dez. 2019

 

ARTIGOS

 

A relação entre as práticas educativas parentais e a autoestima da criança

 

The relationship between parenting style and children's self-esteem

 

 

Luana do Nascimento Schavarem1 ; Caroline Guisantes de Salvo Toni2, I

I Universidade Estadual do Centro-oeste-PR

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

As práticas educativas parentais são utilizadas para educar, instruir, socializar e controlar o comportamento dos filhos. Assim, o objetivo desta pesquisa foi analisar a relação entre as práticas educativas parentais e a autoestima de crianças. Participaram deste estudo 60 crianças com idade entre nove e onze anos, de ambos os sexos. Os participantes responderam ao Inventário de Estilos Parentais e a Escala de Autoestima de Rosenberg. Os resultados demonstraram diferenças estatisticamente significativas entre a autoestima dos meninos e das meninas. Foram encontradas correlações negativas entre a negligência paterna e a autoestima dos meninos, e a disciplina relaxada materna e a autoestima das meninas. Essas duas práticas mostraram-se com poder de predição da autoestima de meninos e meninas, respectivamente. Conclui-se que práticas educativas influenciam na autoestima da criança, indicando a possibilidade de construção de orientações específicas aos pais sobre práticas educativas que possam contribuir para o desenvolvimento da autoestima de crianças.

Palavras-chave: Autoestima, Relações familiares, Relação pais-filhos, Infância, Práticas educativas parentais.


ABSTRACT

Parental practices is used to educate, instruct, socialize, and control children behavior. In this context, this research aims to analyze the relations between parental practices and children’s self-esteem. The sample for this study was made up of sixty children aged from nine to eleven years old, both genders. Participants answered the Parenting Style Inventory and Rosenberg Self-Esteem Scale. The results showed significant differences in boys and girls self-esteem. Correlations between paternal neglect and boys’ self-esteem were found, such as maternal relaxed discipline and girls’ self-esteem. These educational practices predicted self-esteem in boys and girls, respectively. These practices influence child's self-esteem and allow the development of specific guidelines for parents on educational practices that may contribute to the development of children's self-esteem.

Keywords: Self-esteem, Family relations, Parent child relations, Childhood, Parenting style.


 

 

Introdução

O desenvolvimento da criança e do adolescente é afetado por diferentes fatores, incluindo questões de ordem orgânica, social e cultural, os quais se manifestam a partir da família, escola e comunidade. Nesse sentido, os pais apresentam-se como variável de destaque, pois eles são o primeiro contexto socializador da criança (Gomide, 2003, 2005). A autoestima tem sido descrita na literatura como um importante fator protetivo no desenvolvimento infantil (Hutz, 2014).

Ao buscar descrever o conceito de autoestima, Weber, Stasiak e Brandenburg (2003) afirmam que esta é a visão que o indivíduo possui de suas capacidades, de seu valor e seu sucesso, a qual pode ser positiva ou negativa.  Afirmam, ainda, que a autoestima é uma avaliação global do sujeito sobre o seu próprio valor e seu desenvolvimento pode se dar através das experiências de vida de cada pessoa. Hutz, Zanon e Vazquez (2014) sugerem que a alta autoestima surge do reconhecimento positivo de pais, professores e pela influência do ambiente. Segundo Guilhardi (2002), a autoestima é o resultado de contingências de reforçamento positivo de origem social. Conforme Hutz et al (2014) apontam, essas condições permitem um funcionamento humano adequado, como senso de segurança e aceitação dentro do campo social, o que promove aumento da autoestima.

De acordo com a revisão de literatura realizada por Hutz et al (2014), a alta autoestima costuma estar relacionada a saúde mental, bem-estar e habilidades sociais. Já a baixa autoestima está correlacionada ao humor negativo, percepção de incapacidade, depressão, transtornos alimentares, ansiedade social e ideação suicida. A pesquisa realizada por Robins, Tracy, Tzresniewski, Potter e Gosling (2001) observou que pessoas mais angustiadas, irritadas e ansiosas apresentaram escores menores em uma escala para avaliar a autoestima do que pessoas que buscavam reforçamento positivo por meio das interações sociais. Os autores apontam que uma visão positiva de si mesmo ou uma alta autoestima é muito importante, pois pessoas que possuem essas características acreditam viver em um mundo onde são valorizadas e respeitadas (Hutz et al, 2014). Segundo Juth, Smith e Santuzzi (2008), pessoas que possuem uma autoestima elevada têm mais facilidade de enfrentar as condições adversas que surgem ao longo da vida, como o tratamento médico. Mesmo em condições adversas, como, por exemplo, durante uma doença, a autoestima pode ser um fator de proteção que diminui as complicações resultantes de patologias (Hutz et al, 2014).

O estudo de (Antunes et al, 2006) buscou compreender aspectos relacionados à autoestima, avaliou 645 estudantes que frequentavam do 7º ao 10º ano. Essa pesquisa teve como objetivo observar as diferenças de gênero na autoestima de adolescentes com idades entre 12 e 16 anos; os efeitos de comportamentos não saudáveis (como o hábito de beber e fumar) na autoestima; a saúde geral e as dificuldades de aprendizagem na autoestima dos jovens. Os resultados mostraram que as meninas apresentaram uma autoestima menor quando comparadas com os meninos, mas essa diferença foi observada somente a partir dos 14 anos, pois essa é uma idade, segundo os autores, em que há uma ruptura significativa nos valores médios dos escores. Os participantes do 10º ano que afirmaram ter problemas de saúde apresentaram uma menor autoestima e, em todos os anos de escolaridade, os alunos que relataram ter dificuldades de aprendizagem apresentaram uma autoestima menor.

Ainda buscando compreender as diferenças de gênero e autoestima, e corroborando os estudos de Antunes et al (2006), a pesquisa realizada por Thomas e Daubman (2001) indicou que os meninos possuem uma autoestima maior do que das meninas na adolescência, fator esse que parece estar associado às expectativas sociais e de imagem que diferem entre gêneros. Esses dados são corroborados por Pinheiro e Giugliani (2006) que verificaram a prevalência da insatisfação corporal e fatores associados em crianças entre oito e 11 anos, observaram que 55% das meninas desejavam ser mais magras e 28% queriam ter um corpo maior, enquanto que entre os meninos as estimativas foram inferiores ao observado nas meninas. Observaram ainda que as variáveis significativamente associadas à insatisfação corporal estavam relacionadas com a autoestima mais baixa e com a percepção da expectativa de pais e amigos sobre padrões de beleza associados a magreza, variáveis essas com índices mais altos entre as meninas.

De forma geral, os estudos sobre autoestima na adolescência têm demonstrado que, nessa faixa etária, há uma relação positiva entre autoestima e saúde mental, além de relações elevadas entre elas, rendimento escolar e aprovação social em quase todos os grupos étnicos e culturais (Hutz et al, 2014). A autoestima parece ser a variável mais crítica que afeta a relação bem-sucedida de um adolescente com seus pares, visto que aqueles que apresentam baixa autoestima desenvolvem mecanismos que modificam a comunicação de seus pensamentos e sentimentos, dificultando a integração grupal (Hutz et al, 2014).

Um elemento que parece estar diretamente relacionado ao desenvolvimento da autoestima na infância e adolescência são as práticas educativas parentais e os estilos parentais (Weber et al, 2003). O estilo parental é um conjunto de atitudes que os pais possuem em relação à criança, o qual irá definir o clima emocional em que as práticas parentais se manifestam (Darling & Steinberg, 1993). Entre os diversos tipos de comportamentos dos pais que podem estar relacionados aos comportamentos dos filhos, as práticas educativas se destacam por estabelecerem contingências que são reforçadas por modificações produzidas no comportamento dos filhos. Os pais utilizam essas estratégias com o objetivo de eliminar comportamentos da criança que são considerados inadequados ou indesejáveis e incentivar os considerados desejáveis (Alvarenga & Piccinini, 2001).

Nesse sentido, Baumrind (1966) propôs três estilos parentais: autoritativo, autoritário e permissivo. Maccoby e Martin (1983) dividiram o estilo permissivo em dois: o estilo indulgente e o negligente. Ainda, os autores caracterizaram cada estilo através de duas dimensões, a exigência e a responsividade. A dimensão exigência se refere ao controle do comportamento e ao estabelecimento de metas e modos de como agir. Inclui as atitudes dos pais que, de alguma forma, buscam controlar o comportamento dos filhos, impondo limites e estabelecendo regras (Teixeira, Bardagi & Gomes, 2004). A dimensão responsividade se refere à sincronicidade entre o comportamento dos filhos e dos cuidadores; possui relação com a capacidade que os pais têm de atender às necessidades e as particularidades do filho, sendo contingentes (Darling & Steinberg, 1993). São características de pais responsivos a comunicação, a reciprocidade e a afetividade (Baumrind, 1997). Segundo Maccoby e Martin (1983), o estilo autoritário é característico de pais exigentes e não responsivos; estilo autoritativo de pais exigentes e responsivos; o estilo indulgente de pais responsivos e não exigentes e o estilo negligente de pais não exigentes e não responsivos.

Um modelo desenvolvido no Brasil para o estudo das práticas educativas parentais é o de Gomide (2005). Segundo a autora, as estratégias usadas como formas de educar, instruir, socializar e controlar os comportamentos dos filhos são chamadas de práticas educativas parentais. O conjunto de práticas educativas, as quais podem ser utilizadas em intensidade e frequências variadas, é denominado de estilos parentais (Gomide, 2003, 2006).

O estilo parental é resultado da confluência de forças das práticas educativas parentais, ou seja, em um Estilo Parental Positivo, as práticas educativas positivas são prevalentes às negativas e, por outro lado, se o Estilo Parental for negativo, as práticas negativas se sobrepõem às positivas (Gomide, 2006, p. 7).

O modelo de estilo parental proposto por Gomide (2005) é composto por sete práticas educativas parentais, das quais cinco são negativas e duas positivas. Enquanto as práticas positivas promovem comportamentos pró-sociais, as práticas negativas estão ligadas ao desenvolvimento de comportamentos antissociais.

As práticas educativas positivas são a monitoria positiva e o modelo moral/comportamento moral. A prática educativa de monitoria positiva envolve atenção, afeto, acompanhamento das atividades escolares e de lazer, estabelecimento adequado de regras (Gomide, 2003). O modelo moral ou comportamento moral envolve honestidade, senso de justiça, solidariedade, amizade, respeito às leis, empatia, etc. Todos esses valores demonstrados pelos pais devem ser o foco da educação. Junto com a monitoria positiva, o modelo moral é considerado como fator protetivo ao desenvolvimento da criança (Gomide, 2005).

Já as práticas educativas negativas são descritas como: disciplina relaxada, a punição inconsistente/humor instável, a punição física/abuso físico, a supervisão estressante/monitoria negativa e a negligência. Gomide (2005) aponta a importância de estabelecer regras na relação entre pais e filhos. As regras devem ser criadas para permitir um relacionamento adequado entre os membros da família: deve-se buscar estabelecer poucas regras, as quais sejam flexíveis e que possam ser cumpridas. Quando os pais descumprem as regras por eles mesmos estabelecidas, estão agindo a partir da prática da disciplina relaxada (Gomide, 2005).  No estudo de Toni e Hecaveí (2014) observou-se que os filhos de pais que utilizavam com muita frequência a disciplina relaxada, possuíam um baixo desempenho escolar, ou seja, a forma utilizada pelos pais na educação dos filhos interfere diretamente no rendimento acadêmico.

A punição inconsistente é caracterizada pela aplicação da punição de acordo com o estado de humor dos pais e não em função do comportamento inadequado da criança. Nesse contexto, os pais ensinam o filho a distinguir o humor e não a reconhecer o mau comportamento emitido (Gomide, 2005). Ao falar sobre punição física ou abuso físico, é importante destacar que esta prática diz respeito ao uso de punição realizada pelos pais e que acaba ferindo a criança, como, por exemplo: espancar, chutar, machucar, sacudir, etc. (Gomide, 2003).

A supervisão estressante ou monitoria negativaé caracterizada pela vigilância ou fiscalização exageradas dos pais em relação aos filhos e pela alta frequência de instruções repetitivas. Os pais que fazem a supervisão estressante não estabelecem as regras, somente repetem as ordens de maneira que os filhos não obedecem, pois não há consequência para a desobediência (Gomide, 2005).

A negligência se caracteriza pela desatenção, ausência e/ou falta de amor, de interação, de vínculo afetivo positivo e demonstração de interesse. Essa prática educativa prejudica o desenvolvimento da autoestima, estando diretamente relacionada ao aparecimento do comportamento antissocial. A criança que é negligenciada é insegura, frágil e se comporta de forma apática ou agressiva (Gomide, 2005).

Outros estudos (Alvarenga & Piccinini 2007; Salvador, 2007; Salvo, Silvares & Toni, 2005) observaram ainda relações significativas entre a prática educativa da negligência e o desenvolvimento de insegurança e sentimentos de baixa autoeficácia na criança e adolescente. De acordo com esses estudos, essas variáveis parecem agir como fator de risco para o desenvolvimento de outros problemas de comportamento e dificuldades escolares na criança e no adolescente.

A partir do exposto, pode-se observar o quanto as práticas educativas parentais influenciam o comportamento e o desenvolvimento da criança e do adolescente. Para explicar esses resultados no processo de socialização da criança, atualmente, o modelo de influência recíproca é o mais aceito (Reppold, Pacheco, Bardagi & Hutz, 2002), a partir do qual entende-se que as práticas educativas parentais, utilizadas no processo de socialização da criança e do adolescente, irão influenciar o desenvolvimento da sua autoestima.

Algumas pesquisas buscaram verificar a relação entre autoestima e os estilos parentais, a partir do modelo de Maccoby e Martin (1983). Segundo revisão de Weber et al (2003), pais autoritários moldam, controlam e avaliam o comportamento da criança de acordo com regras estabelecidas e geralmente absolutas, o que não permite o desenvolvimento do diálogo e flexibilidade no lar; esses contextos parecem não contribuir de forma positiva para o desenvolvimento da autoestima. Já o estilo parental autoritativo se relacionou com uma autoestima positiva, visto que os pais autoritativos são aqueles que incentivam o diálogo, compartilhando com a criança o raciocínio através da forma como ela age e desempenham um controle firme nos pontos de divergência sem limitar a criança (Baumrind, 1966).

Weber et al (2003), a partir de uma pesquisa envolvendo 111 adolescentes, com o objetivo de avaliar como os adolescentes percebiam a sua interação familiar e relacionar com os índices de autoestima apresentados pelos adolescentes, observou que pais que expressavam seus sentimentos e valorizavam seus filhos, apresentavam comportamentos que são importantes para a construção da autoestima dos adolescentes. Aqueles que possuíam um alto envolvimento com os pais apresentaram maior autoestima, sendo inversa a relação entre os adolescentes que tinham um baixo envolvimento com os pais. Também se observou que pais que monitoram e acompanham os acontecimentos da vida dos filhos, adotam uma prática significativa para a construção autoestima dos seus filhos. De forma inversa, os dados demonstram o quanto a negligência parental pode ser uma variável que contribui para a baixa autoestima.

Conforme Weber et al (2003), a apresentação de limites e monitoria positiva dos comportamentos foi descrita como sendo muito frequente pelos adolescentes que apresentaram maior autoestima, ou seja, pais que acompanham os acontecimentos, as obrigações e dão conselhos, exercem uma prática educativa significativa para a autoestima dos seus filhos. Os adolescentes com menor autoestima são os que relataram maior número de punições inadequadas por parte dos pais e, inversamente, observou-se maiores escores de autoestima em adolescentes com pais que exerciam baixa apresentação de punições inadequadas.

O estudo realizado por Loos e Cassemiro (2010) buscou analisar as relações entre as crenças autorreferenciadas (autoconceito), autoestima e crenças de controle, e a compreensão sobre a qualidade da interação familiar de 46 estudantes na faixa etária de nove a 12 anos. A relação conjugal negativa, punições inadequadas e comunicação negativa, especialmente por parte das mães, se relacionaram inversamente ao autoconceito, à autoestima e a algumas dimensões de crenças de controle. Os resultados mostraram que envolvimento e práticas parentais positivas podem ajudar a prever sentimentos de competência, bom aproveitamento escolar e bem-estar.

Frente à importância das práticas educativas parentais, compreender a influência dessas práticas no desenvolvimento da autoestima de crianças permitirá a construção de intervenções de cunho preventivo e de promoção de saúde, além de permitir a construção de uma metodologia de intervenção mais focal com pais, orientando o psicólogo, quando o elemento principal for a construção de autoestima de crianças e adolescentes. No que se refere à justificativa interna deste trabalho, até então foram encontradas poucas pesquisas nacionais que avaliaram estilos parentais e autoestima, de modo que este estudo pretende trazer uma contribuição para a área em que se insere.

A partir dessas considerações, o objetivo geral desta pesquisa foi verificar quais as práticas educativas parentais se relacionam com a autoestima da criança. Teve ainda, como objetivos específicos, verificar o nível de autoestima de crianças, comparando-o quanto ao gênero; correlacionar as práticas educativas com a autoestima de crianças; por fim, analisar se as práticas educativas parentais podem ser preditoras de autoestima em crianças.

 

Método

Participantes

Participaram desta pesquisa 60 crianças, sendo 26 do sexo feminino e 34 do sexo masculino, com idades entre nove e 11 anos (média=9,71; dp=0,61), selecionadas por conveniência em três escolas municipais de um município de pequeno porte do interior do Paraná. A amostra de meninos e meninas não apresentou diferença estatisticamente significativa quanto à idade (U=379,50; p= 0,292).

Instrumentos

Foram utilizados dois instrumentos para a coleta de dados, a Escala de Autoestima de Rosenberg e o Inventário de Estilos Parentais (IEP), versão materna e paterna. A Escala de Autoestima de Rosenberg é um instrumento que possui 10 itens pontuados com uma escala tipo Likert de quatro pontos, sendo 1 para “discordo totalmente”, 2 para “discordo”, 3 para “concordo” e 4 para “concordo totalmente”. Antes de somar, a pontuação de alguns itens (3, 5, 8, 9, 10) é invertida (Hutz, Zanon & Vazquez, 2014). Foram utilizados os escores brutos do inventário para a análise dos dados.

Com relação ao Inventário de Estilos Parentais versão materna e paterna (IEP- Gomide, 2006), este é composto por sete escalas que avaliam duas práticas educativas parentais positivas (monitoria positiva e comportamento moral) e cinco negativas (disciplina relaxada, monitoria negativa, negligência, punição inconsciente e abuso físico), cada uma delas contém seis itens pontuados com uma escala tipo Likert de três pontos, sendo 0=nunca, 1=às vezes e 2=sempre. O objetivo foi avaliar a percepção das crianças sobre a frequência com que o pai, mãe ou cuidador utilizava a prática descrita no item. O índice de cada prática educativa foi calculado através do somatório simples dos seis itens da escala e o índice de Estilo Parental foi encontrado somando os pontos obtidos nas escalas das práticas positivas que foram subtraídos do somatório dos pontos das cinco escalas das práticas negativas.

Procedimentos

Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade (Aprovação Comitê de Ética Nº 57337216.2.0000.0106), tendo seguido todas as normas éticas referentes à pesquisa com seres humanos. Primeiramente foi realizada uma reunião junto à Secretaria de Educação do munícipio para apresentar a pesquisa e solicitar autorização para a coleta de dados nas escolas. Posteriormente entrou-se em contato com as escolas para pedir autorização para coletar os dados. Após o aceite, foram enviados os termos de consentimento aos pais, solicitando autorização para os filhos participarem da pesquisa. Após os pais terem assinado o termo de consentimento, autorizando os filhos a participarem, foi realizado o convite às crianças, garantindo-se o sigilo dos dados, anonimato, bem como todas as questões éticas. A coleta de dados foi realizada em três escolas, com duas aplicadoras e de forma coletiva no horário da aula. O tempo de aplicação dos instrumentos durou em média cinquenta minutos. As crianças foram instruídas a responderem primeiramente a Escala de Autoestima de Rosenberg e depois o Inventário de Estilos Parentais, sobre a mãe e sobre o pai. No caso de a criança morar com outros cuidadores, foi dada a orientação para responder ao inventário tomando como base a forma como esses cuidadores agiam com ela. As aplicadoras leram em voz alta as instruções para o preenchimento do instrumento, bem como cada pergunta junto com os alunos, informando que poderiam esclarecer qualquer dúvida durante a aplicação. Os alunos que relataram ter dificuldades na leitura e/ou compreensão do instrumento, tiveram auxílio individual para o preenchimento.

Os instrumentos foram pontuados e, a partir dos resultados de cada um, foi construída a base de dados no software estatístico SPSS for Windows 16.0. A análise dos dados foi realizada a partir de técnicas de estatística descritiva e inferencial, utilizando o teste U de Mann-Whitney, teste de correlação de Spearman e o método de regressão múltipla (stepwise).

 

Resultados

Na Tabela 1 está apresentada a média da autoestima dos meninos e das meninas. Para analisar se houve diferença na média dos escores de autoestima entre meninos e meninas, foi utilizado o teste U de Mann-Whitney. Esse teste avalia se existe uma diferença estatisticamente significativa entre as médias de dois grupos não homogêneos(Dancey & Reidy, 2013). Portanto, é possível observar que houve uma diferença estatisticamente significativa entre os escores de autoestima, sendo que os meninos tiveram um índice maior do que o das meninas.

 

 

Buscando ainda compreender as relações entre autoestima e práticas parentais, procedeu-se a análise de correlações entre as práticas educativas parentais e a autoestima dos meninos e das meninas. Essa etapa envolveu análise a partir do teste não paramétrico de correlação de Spearman. Esse teste não exige que os dados sejam homogêneos e busca avaliar a relação entre duas variáveis (Dancey & Reidy, 2013). A partir dessa análise, observou-se que só foram encontradas duas correlações estatisticamente significativas, ambas negativas. A primeira correlação observada estatisticamente significativa e inversamente proporcional ocorreu entre a prática parental de negligência paterna e a autoestima dos meninos (rs=-0,44; p=0,02). Ou seja, quanto mais presente a negligência, mais baixo foi o escore de autoestima entre os meninos. A segunda correlação estatisticamente significativa observada ocorreu em relação às meninas; observou-se uma correlação estatisticamente significativa e inversamente proporcional entre a prática parental de disciplina relaxada materna e a autoestima das meninas (rs =-0,35; p=0,04). Portanto, quanto mais presente a disciplina relaxada, mais baixo foi o relato da autoestima entre as meninas. Não foram observadas mais nenhuma correlação estatisticamente significativa entre as práticas educativas parentais e autoestima de meninos e meninas.

Como o teste de correlação de Spearman avalia a relação entre duas variáveis, mas não detecta o sentido da influência, foi necessário a utilização da análise multivariada para responder questões de predição. A análise multivariada é definida como um conjunto de técnicas estatísticas que avalia o relacionamento de uma variável dependente com variáveis independentes (Hair, Anderson, Tatham & Black, 2005). Esse tipo de análise busca compreender o efeito de uma variável sobre a outra (Dancey & Reidy, 2013). Frente ao objetivo desta pesquisa de avaliar se as práticas educativas parentais poderiam predizer a autoestima das crianças, foi utilizado o método de regressão múltipla (stepwise). Nesse método, de forma aleatória, todas as práticas educativas do IEP (variáveis independentes) foram testadas como preditoras da autoestima (variável dependente). Dessa forma, as práticas encontradas como preditoras da autoestima deveram-se a relações estatisticamente significativas.

Diante das diferenças encontradas entre a autoestima dos meninos e das meninas, procedeu-se a análise multivariada para cada uma das amostras em separado. Os resultados significativos podem ser observados na Tabela 2.

 

 

Os resultados apontaram para coeficiente de determinação (R²) de 0,24 para os meninos e 0,13 para as meninas, ou seja, as práticas educativas parentais explicaram 24% e 13% da variância total da autoestima, valores bastante significativos, em se tratando de comportamento multideterminado. Enquanto os coeficientes de regressão explicam a variância total, os coeficientes de regressão padronizados indicam a proporção em que as mudanças nas unidades de desvio padrão da variável preditiva (prática educativa parental) afetam as mudanças no desvio padrão da variável dependente (autoestima). Nos modelos de predição formulados no presente estudo, encontraram-se valores negativos de coeficiente de regressão padronizado variando entre -0,36 e -0,49. Os coeficientes de regressão padronizados negativos referem-se à influência em sentido inverso da variável independente na dependente. Em suma, os resultados sugerem que determinadas práticas educativas podem predizer, significativamente, a autoestima das crianças.

 

Discussão

A diferença nos escores de autoestima entre meninos e meninas encontradas no presente estudo também foi observada em outras pesquisas (Thomas & Daubman, 2001; Pinheiro & Giugliani, 2006). Na pesquisa de Thomas e Daubman (2001) observou que entre adolescentes de 11 a 13 anos, as meninas apresentavam autoestima significativamente inferior à dos meninos. Segundo os autores, tais diferenças parecem estar relacionadas à expectativa das meninas em relação à aceitação de seus pares, que parece ser mais forte do que a mesma necessidade entre os meninos. O estudo de Pinheiro e Giugliani (2006), com crianças de oito a 11 anos, também observou maior insatisfação corporal e baixa autoestima entre as meninas. Portanto, pode-se hipotetizar que as meninas possuem uma preocupação maior com a autoimagem, o que pode contribuir para escores inferiores de autoestima, aspecto observado nos resultados desta pesquisa e no estudo de Thomas e Daubman (2001).

Segundo alguns autores (Papalia & Feldman, 2013; Bee, 1996), é a partir destas interações com grupos mais homogêneos que as crianças vão construindo sua autoestima, buscando no grupo pistas sobre o que é ou não socialmente aceito e desejável. Ao observar a interação de crianças na terceira infância, Papalia e Feldman (2013) destacaram diferenças no tipo de brincadeiras de meninos e meninas, parecendo haver uma maior preocupação das meninas com sua autoimagem do que os meninos. Tais preocupações são, provavelmente, determinadas por influências culturais sexistas, por beleza e autocuidado, mais direcionados às meninas.

Outro aspecto relevante diz respeito à capacidade de auto-observação de meninos e meninas. Pesquisas como as de Salvo (2010) e Rocha (2012) observaram que, entre adolescentes, as meninas tendem a ser mais autocríticas que os meninos, em geral, avaliando-se de forma mais rigorosa. Talvez essa seja também uma realidade observada entre as meninas de nove a 11 anos, o que poderia contribuir para se compreender os resultados da presente pesquisa.

Ainda buscando-se compreender as diferenças nos escores de autoestima, pode-se citar a pesquisa de Bandeira e Hutz (2010). Essa pesquisa teve como objetivo verificar as possíveis diferenças, por sexo, na autoestima de crianças e adolescentes, entre 9 e 18 anos, envolvidos com o bullying. Os resultados mostraram que, no grupo de vítimas/agressores, as meninas apresentaram média inferior nos escores de autoestima em relação aos meninos. Segundo esses autores, essa diferença pode estar relacionada aos fatores que influenciam a autoestima de meninos e meninas, ou seja, a autoestima dos meninos é influenciada pelo desempenho pessoal como, por exemplo, a competição, enquanto que os fatores que influenciam a autoestima das meninas estão ligados aos relacionamentos, o cuidado, a integração interpessoal e o retorno que recebem de pessoas significativas.

Observa-se, de forma geral, que outros estudos (Bandeira & Hutz, 2010; Pinheiro & Giugliani, 2006; Thomas & Daubman, 2001) encontraram resultados semelhantes ao da presente pesquisa no que tange a uma diferença significativa da autoestima de meninos e meninas. Tais resultados parecem apontar para determinantes diferentes da autoestima de meninos e meninas já na infância, os quais estão relacionados à maior preocupação com a autoimagem e aceitação de seus pares, por parte das meninas.

Diferentes variáveis provavelmente estão relacionadas ao desenvolvimento da autoestima na criança e adolescente. Alguns estudos já evidenciaram o papel das práticas educativas no desenvolvimento de autoestima de adolescente. Por exemplo, o estudo de Magnani e Staudt (2018) buscou, através de uma revisão narrativa, conhecer a influência dos estilos parentais sobre diferentes variáveis do comportamento do adolescente. Os autores demonstraram que estilos parentais com altos níveis de afeto e limites agem de forma positiva no desenvolvimento de habilidades sociais e de autonomia nos jovens, promovendo bons níveis de autoestima e independência no adolescente. Os autores concluíram que o estilo permissivo e negligente é o que gera maiores prejuízos aos jovens.

Observa-se que os resultados de correlação de Spearman e os coeficientes de regressão do presente estudo apontaram diferenças entre as práticas educativas parentais relacionadas à autoestima de meninas e meninos. Buscando-se compreender essa diferença, destaca-se que se observam diferenças nas práticas educativas utilizadas pelos pais em relação a meninos e meninas desde o nascimento (Rodrigues, Nogueira & Altafim, 2013). No estudo de Rodrigues, Nogueira e Altafim (2013), as autoras compararam as práticas educativas parentais em função do sexo do bebê. Os resultados demonstraram que as mães de meninas apresentaram maior monitoria positiva do que as mães de meninos. Ainda, observou-se que as mães de meninos utilizam mais práticas negativas com seus bebês dos que as mães de meninas.

Os resultados do presente estudo demonstraram que as práticas paternas de negligência são responsáveis, moderadamente, pela baixa autoestima dos meninos. O estudo de Weber et al (2003), realizado com adolescentes de 13 e 14 anos e com o objetivo de avaliar como os adolescentes percebiam a sua interação familiar e relacionar com os índices de autoestima apresentados pelos adolescentes, também observou resultado semelhante, os quais demonstram o quanto a negligência parental pode ser uma variável que contribui para a baixa autoestima. A pesquisa realizada por Nurco e Lerner (1996), com o objetivo de avaliar se a estrutura familiar e os fatores de funcionamento estavam associados à adição, mostrou que o apego e a presença da figura paterna são as variáveis mais fortes de proteção à adição em meninos. Ou seja, a negligência paterna foi uma variável que contribuiu como fator de risco para problemas de comportamentos e que parece estar relacionada com uma menor autoestima. Para Gomide (2005), a negligência também parece contribuir para que a criança se torne insegura e agressiva em relacionamentos sociais, visto que essa prática está relacionada à falta de atenção e interesse por parte dos pais em relação aos filhos. Isso pode colaborar para que os filhos se sintam incapazes, contribuindo para uma autoestima mais baixa, sendo que no presente estudo observou-se essa relação especificamente entre a prática educativa paterna e o comportamento de meninos.

Os resultados da presente pesquisa também demonstraram uma correlação entre a disciplina relaxada materna e a autoestima das meninas. Isso pode estar relacionado a contextos em que a mãe, como figura de referência para as meninas, não cumpre as regras estabelecidas. Essa inconsistência pode contribuir para que a criança se torne agressiva, impulsiva e insensível, visto que essas são características que tendem a contribuir para o relaxamento de regras quando os pais praticam a disciplina relaxada (Gomide, 2005).  Além disso, a pesquisa realizada por Toni e Hecaveí (2014) mostrou que a disciplina relaxada também está relacionada com o baixo desempenho escolar, pois a forma que os pais utilizam para a educação dos filhos interfere diretamente no modo como a criança se relaciona com a escola, com as obrigações e, por consequência, reflete no rendimento acadêmico. Um baixo desempenho acadêmico contribui para uma baixa autoestima, uma vez que a criança acaba tendo uma visão negativa de si mesma e de suas capacidades.

Ainda buscando compreender a relação da prática da disciplina relaxada e o comportamento da criança, Patterson, Reid e Dishion (1992) descrevem que, na tentativa de evitar que os filhos continuem com comportamentos opositores, desafiadores e agressivos, alguns pais deixam de cumprir as regras por eles mesmo estabelecidas e acabam por reforçar o comportamento agressivo da criança. Essa classe de comportamentos pode se fortalecer a médio e longo prazos, contribuindo para que a criança continue a emitir comportamentos que levam os pais a se esquivarem. Essas contingências contribuem para que a criança fique cada vez mais sob controle de suas necessidades internas, desenvolvendo menor senso de empatia. Essa variável pode ser um fator que leva o grupo social a rejeitar essa criança e, consequentemente, contribuirá para uma autoestima mais baixa. Como foi observado na pesquisa realizada por Bandeira e Hutz (2010), a autoestima das meninas é influenciada pelos relacionamentos, pois as meninas dão prioridade para as emoções, passam boa parte do seu tempo criando intimidade, trocando informações e segredos, se tornando mais suscetíveis opinião e aceitação dos pares.

 

Considerações finais

O objetivo desta pesquisa foi avaliar a autoestima de crianças e relacioná-la às suas percepções sobre as práticas educativas parentais. Foram encontradas diferenças significativas entre a autoestima dos meninos e das meninas, sendo que os meninos apresentaram escores mais altos no instrumento para medir a autoestima, em comparação com as meninas. Como houve essa diferença, as práticas educativas parentais foram analisadas separadamente em relação aos dois grupos. Diante disso, foi possível perceber que as práticas educativas parentais negativas se correlacionaram de forma negativa com a autoestima, sendo que houve uma correlação significativa entre a prática de negligência paterna e a autoestima dos meninos, enquanto a autoestima das meninas se correlacionou com a prática de disciplina relaxada materna.

Como forma de avançar nos estudos sobre as relações entre as práticas educativas parentais e a autoestima de crianças, foi analisada a possibilidade das práticas educativas parentais predizerem a autoestima. Foram observadas relações de predição da prática de disciplina relaxada materna sobre a autoestima de meninas, e da negligência paterna sobre autoestima dos meninos, resultados que apoiam a hipótese de que algumas das práticas que os pais utilizam para educar seus filhos, possuem uma influência direta na autoestima destes.

A presente pesquisa apresentou recortes que interferem na possibilidade de generalização dos dados. Destacam-se o número pequeno de participantes, bem como a utilização apenas do método quantitativo. Além disso, os participantes eram todos residentes em um município de pequeno porte. Todas essas variáveis podem ser retomadas em estudos futuros, ampliando o número de participantes, trabalhando-se a partir de métodos mistos e com populações de contextos mais heterogêneos. Ainda, a utilização de outros informantes pode contribuir para compreender de forma mais acurada as relações observadas.

Mesmo com essas ressalvas, os resultados deste estudo apontam possibilidades de construção de orientações específicas a pais, com o objetivo de construir e fortalecer a autoestima de meninos e meninas, vistos serem os atores fundamentais do primeiro contexto socializador da criança. Além disso, sinalizam possibilidades de intervenções mais focadas, com baixo custo e maior probabilidade de atender demandas específicas, como a construção e fortalecimento da autoestima da criança. Por fim, salienta-se que a autoestima é uma variável de risco e proteção a diversas condições de vida, sendo preditora de diversas características do indivíduo como segurança, confiança em si mesmo, melhor relacionamento com pares, entre outros. Diante disso, é importante que novas pesquisas relacionadas ao tema continuem sendo realizadas, tendo em vista que permitirá o desenvolvimento de intervenções focadas nessas variáveis.

 

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Endereço para correspondência
Luana do Nascimento Schavarem
E-mail: luanaschavarem@hotmail.com

Caroline Guisantes de Salvo Toni
E-mail: carolineguisantes@yahoo.com.br

Enviado em: 29/04/2019
1ª revisão em: 12/06/2019
2ª revisão em: 27/08/2019
Aceito em: 24/10/2019

 

 

1 Psicóloga graduada pela Universidade Estadual do Centro-oeste-PR.
2 Psicóloga, Doutora em Psicologia Clínica-USP. Professora Adjunta do Departamento de Psicologia da Universidade Estadual do Centro-oeste-PR.

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