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Psicologia em Pesquisa
versão On-line ISSN 1982-1247
Psicol. pesq. vol.10 no.1 Juiz de Fora jun. 2016
https://doi.org/10.24879/201600100010048
ARTIGO ORIGINAL
DOI: 10.24879/201600100010048
Estresse parental: Revisão sistemática de estudos empíricos
Parental stress: Systematic review of empirical studies
Ariane de BritoI; André FaroII
I Mestra em Psicologia Social pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social da Universidade Federal de Sergipe (PPGPS-UFS), São Cristóvão, Sergipe.
II Professor Adjunto do Departamento de Psicologia (DPS) e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social (PPGPS) da Universidade Federal de Sergipe (UFS), São Cristóvão, Sergipe.
Endereço para Correspondência
Resumo
Esta pesquisa descreveu as características de publicações nacionais sobre o estresse parental, indexadas em duas bases de dados eletrônicas brasileiras e de livre acesso (SciELO e PePSIC). Onze artigos empíricos foram analisados na íntegra a partir de seus métodos (participantes e instrumentos), objetivos e principais resultados. Os resultados indicaram que a maioria das produções nacionais sobre estresse parental enfoca o estresse materno e de filhos com alguma condição clínica, além de ser notada ausência de instrumentos válidos para o Brasil que possam mensurar o fenômeno em populações distintas. Estressores presentes dentro do contexto parental podem influir no nível de estresse parental, enquanto que o suporte social recebido pode auxiliar os pais/mães a lidarem de forma adaptativa com a sobrecarga estressora.
Palavras chave: estresse; parentalidade; relações pais-criança; revisão de literatura.
Abstract
This research describes the characteristics of national publications on parental stress, indexed in two Brazilian electronic bases data and free access (SciELO and PePSIC). The full text of eleven empirical articles were analyzed in terms of their methods (participants and instruments), objectives and main results. The results indicated that most of the national production on parental stress focuses on maternal stress and children with some medical condition, and there is a lack of valid and reliable instruments to the Brazilian context to measure the phenomenon in different populations. Stressors present in the parental context may influence parental stress level, while the received social support can assist fathers/mothers to cope adaptively with stressful overload.
Keywords: stress; parenting; parent child relations; literature review.
O estresse é um fenômeno que pode acarretar diversos prejuízos no indivíduo, seja em nível de saúde (física e/ou mental), seja em nível comportamental, minorando sua qualidade de vida e bem-estar social. Implicado no processo saúde-doença, ele vem sendo alvo crescente de investigações científicas nas mais diversas áreas do conhecimento, tais como medicina, enfermagem, psicologia, entre outras (Abidin, 1992; Faro & Pereira, 2013). Atualmente, tem-se procurado evidenciar não apenas o estresse e seus efeitos como desfecho desse processo, mas, também, o mapeamento dos estressores e a identificação dos modos como eles são interpretados pelos indivíduos (Faro & Pereira, 2013; Lazarus&Folkman, 1984).
Os eventos estressores cotidianos como trabalho, trânsito, filhos, relacionamento conjugal, demandas financeiras, podem levar ao estresse e, se perseverante, ao adoecimento. A experiência e o exercício da paternidade/maternidade, por exemplo, constitui-se em um desses eventos associados ao desencadeamento do estresse. A parentalidade pode causar danos ao bem-estar físico, emocional e social dos pais, visto que ela envolve tanto satisfação e recompensas, quanto demandas e sobrecargas (Skreden et al., 2012). Nesse sentido, o estresse parental é considerado como fator de risco para o desenvolvimento e bem-estar infantil, e toda dinâmica familiar, afetando negativamente as práticas educativas parentais e a relação pais-filho (Rodriguez-Jenkins&Marcenko, 2014; Theule, Wiener, Tannock, &Jenkins, 2013). Para mais sobre o impacto dos estressores na saúde e os aspectos conceituais do estresse ver McEwen eLasley (2003) eFaro e Pereira (2013).
O estresse parental surge no contexto da parentalidade e pode ser definido como um desequilíbrio desadaptativo que ocorre quando o pai/mãe avalia que os recursos que possui são insuficientes para lidar com as exigências e demandas de seu compromisso com o papel parental (Park & Walton-Moss, 2012; Skreden et al., 2012). Para Abidin (1992), autor clássico na área por ter sido um dos primeiros a dar essa ênfase, as cognições e crenças dos pais são elementos fundamentais na determinação de seus comportamentos e da própria adaptação da criança. Apesar de haver influência de variáveis sociais, ambientais, comportamentais e desenvolvimentais, o modo como os pais pensam e avaliam os benefícios e danos de seu papel parental é o que determinará o nível de estresse parental experienciado.
Estudos sobre estresse parental têm associado o fenômeno, principalmente, com os problemas de comportamento e bem-estar infantil (Rodriguez-Jenkins&Marcenko, 2014; Vaughan, Feinn, Bernard, Brereton, & Kaufman, 2012), às práticas educativas parentais negativas (Guajardo, Snyder, &Petersen, 2009; Park & Walton-Moss, 2012), e o contexto de pais de filhos com alguma condição clínica que demanda tratamento e cuidados específicos, como doenças crônicas e transtorno de desenvolvimento, ou desenvolvimento atípico, filho que se diferencia da média geral esperada da população em determinadas faixas-etárias, para mais e/ou para menos (Hayes & Watson, 2013; Zhang, Shen, & Zhang, 2015).
Em contrapartida, estudos como os de Theule et al. (2013) e Moreira (2010) sinalizam como fator de proteção contra o estresse parental, o suporte social, principalmente em pais de filhos com alguma condição clínica. Lima, Afonso e Silva (2013), em seu estudo com cuidadores primários de crianças com autismo, também identificaram associação entre o alto estresse e a falta de apoio social, e a interação positiva precária nesses cuidadores, condição que podedificultar o processo de enfrentamento da deficiência da criança e prejudicar o exercício da parentalidade. Logo, a presença e a percepção de suporte social podem melhorar ou alterar a resposta adaptativa dos pais frente às demandas da parentalidade, diminuindo a probabilidade de consequências negativas na qualidade de vida e bem-estar.
Ainda que tais variáveis sejam essenciais para a compreensão do fenômeno, percebe-se a necessidade de estudá-lo em diferentes contextos e populações, enfatizando não só os estressores, mas também o modo como eles são percebidos e avaliados pelos pais/mães. Por ser o estresse parental fator que influencia à parentalidade disfuncional (Abidin, 1992), sua relevância e atualidade temática são evidentes, no entanto, nota-se uma carência de produções na área (Rodriguez-Jenkins&Marcenko, 2014), identificada também no cenário brasileiro. Como consequência disso, pouco se conhece sobre os determinantes e contextos da parentalidade que maximizam ou minimizam o estresse em pais brasileiros, sejam eles pais de filhos com alguma condição clínica ou não.
Enfim, considerando a importância dos estudos de revisão sistemática para obtenção de um panorama acerca de determinada temática (Zoltowski, Costa, Teixeira, &Koller, 2014), o presente estudo objetivou descrever as características de estudos empíricos nacionais que tiveram como foco o estresse decorrente da parentalidade e/ou da relação pais-filho, no intuito de apresentar o estado da arte em relação ao tema na literatura nacional. Para tanto, elencaram-se como objetivos, ainda, analisar e categorizar objetivos mais comuns nos estudos, como também seus métodos (participantes e instrumentos) e principais resultados encontrados, buscando-se identificar variáveis e contextos relacionados ao estresse parental.
Método
Realizou-se a pesquisa bibliográfica, operacionalizada mediante busca eletrônica de artigos indexados em duas importantes bases de dados científicos brasileiras e de livre acesso: PePSIC (http://pepsic.bvsalud.org/) e SciELO (http://www.scielo.br/), no mês de dezembro de 2014, a partir da palavra-chave ‘estresse parental’ (‘parental stress’), no campo de busca ‘assunto’. Foram feitos cruzamentos com as palavras-chave ‘estresse e família’ (‘stressand família’, ‘stress andfamily’), ‘estresse e pais’ (‘stressand pais’, ‘stress andparents’), e ‘estresse e mães’ (‘stress and mães’, ‘stressandmothers’), sendo as primeiras palavras buscadas no campo ‘assunto’ e as segundas no campo ‘palavras do título’.
Inicialmente foi realizado um primeiro levantamento de todos os artigos encontrados nas bases de dados utilizadas. Em seguida, após serem identificados e excluídos os artigos repetidos, realizou-se uma filtragem a partir da leitura dos resumos, na busca por estudos que se enquadrassem no critério de inclusão deste levantamento: ter o objetivo voltado à relação entre estresse e parentalidade e/ou relação pais-filho. Foram excluídos os artigos teóricos, de revisão, não produzidos no Brasil e/ou que privilegiavam exclusivamente o estresse do filho.
O cruzamento das palavras-chave na base de dados PePSIC resultou na identificação de 26 estudos. Desses, 14 eram repetidos, restando 12 artigos, dentre os quais, após serem analisados os critérios de inclusão determinados, recuperou-se apenas 4 artigos. Na base de dados SciELO, foi possível localizar um total de 86 artigos. Após a retirada de 52 artigos repetidos e a análise dos critérios de inclusão, dos 34 restantes, 7 artigos foram recuperados no SciELO. Vale mencionar que dentre esses artigos excluídos um constava em ambas as bases. Ao final, recuperou-se 11 artigos na íntegra, tendo sido estes publicados entre os anos de 2006 e 2014, os quais, finalmente, constituíram a amostra em estudo. No fluxograma da Figura 1 é possível observar o trajeto dessa análise com os critérios de inclusão e exclusão.
Após a leitura dos artigos ocorreram dois tipos de análise: 1) a de tópicos metodológicos: participantes e instrumentos; e 2) a descritiva dos principais resultados. Essa última foi classificada em quatro categorias, de acordo com a similitude dos objetivos e principais resultados, a saber: (1) diagnóstico do estresse parental: estudos que privilegiaram a busca pela identificação da ocorrência de estresse nos pais/mães; (2) estressores ligados ao estresse parental: estudos que objetivaram analisar a relação entre estresse parental e características específicas de determinados contextos; (3) suporte social e estresse parental: estudos que visaram investigar a influência do suporte social no estresse parental; e (4) comportamento dos filhos, dinâmica familiar e estresse parental: estudos que analisaram a relação entre o estresse dos pais com os comportamentos dos filhos e a dinâmica familiar. Vale destacar que as categorias foram excludentes, ou seja, cada um foi incluído em apenas uma única categoria de análise.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados e discussão apresentados a seguir baseiam-se na análise e na descrição das características de 11 artigos empíricos. Inicialmente serão expostos os resultados e discussão da análise dos tópicos metodológicos (participantes e instrumentos), e em seguida serão discutidas as quatro categorias da análisedescritiva dos principais resultados.
Análise dos Tópicos Metodológicos
Participantes
Encontrou-se que 5 estudos (46,0%) foram realizados com a participação somente das mães, 4 (36,0%) tinham como participantes mães e/ou pais e/ou cuidadores e 2 (18,0%) envolviam pais e/ou mães e/ou cuidadores e os filhos. A amostra média utilizada nesses estudos foi de 73 participantes (DP = 59,14), com variação de 11 a 223 indivíduos.
Considerando o público-alvo das pesquisas sobre estresse parental, isto é, pais, mães ou outros principais cuidadores, e sua ampla distribuição e fácil acesso na população em geral, percebe-se que, ainda assim, 4 estudos (36,4%) foram realizados com amostras consideradas pequenas (n ≤ 30), tendo como implicação disso a dificuldade de generalizar os resultados encontrados. Logo, percebe-se uma lacuna na área, e uma consequente necessidade de estudos que se utilizem de uma amostra representativa da população, para que assim seja mais confiável a extrapolação dos resultados obtidos (Dancey&Reidy, 2006).
A significativa participação somente das mães nos estudos, corrobora com achados internacionais, como a metanálise realizada por Theule et al. (2013) sobre a relação entre o transtorno de déficit atenção e hiperatividade (TDAH) e estresse parental, na qual constatou-se que a maior parte dos estudos analisou apenas o estresse parental nas mães, e que as amostras que tinham pais eram compostas principalmente de mães (85,0% ou mais da amostra), exceto quando as comparações mãe-pai estivessem sendo realizadas. Diante disso, vê-se que grande parte do conhecimento que se tem atualmente, a nível nacional e internacional sobre estresse parental, parece estar associada mais ao estresse materno do que ao parental como um todo (pais e mães), ou mesmo apenas ao paterno. Acredita-se que aspectos socioculturais parecem explicar o não envolvimento dos pais nas pesquisas, e, nesse meandro, as mães permanecem exercendo o papel principal de cuidador, ainda que o panorama atual de pesquisas sobre família venha evidenciando a importância da paternidade para o desenvolvimento infantil e o funcionamento familiar (Vieira et al., 2014).
Espera-se, assim, que estudos que busquem aprofundar os motivos pelos quais os pais tendem a não participar contribuam para suprir tal lacuna, de modo que estratégias possam ser pensadas para a inclusão dos mesmos nas pesquisas. Portanto, tornam-se necessários estudos que investiguem o estresse parental também na perspectiva dos pais, em diferentes amostras, uma vez que desse modo será possível compreender o fenômeno de modo amplo, no que refere aos diferentes papéis parentais (paterno e materno).
Instrumentos
Outro indicador diz respeito aos instrumentos utilizados nos estudos que avaliaram o estresse dos pais/mães. A maior parte dos estudos (46,0%) utilizou o Índice de Estresse Parental (PSI) (Parenting Stress Index – PSI), em sua versão reduzida (PSI-SF), composta por 36 itens, com exceção de um estudo (Minetto, Crepaldi, Bigras, & Moreira, 2012) que fez uso do PSI, mas não especificou a versão utilizada. Os outros instrumentos utilizados foram o Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp (ISSL) (36,0%) e o Questionário de Estresse para Pais de Crianças com Transtornos do Desenvolvimento (QE-PTD) (18,0%).
Observou-se que a maior parte dos estudos analisados utilizou o PSI para medir o estresse parental, corroborando artigos teóricos internacionais de revisão sistemática sobre estresse parental em diferentes amostras de pais (Cousino&Hazen, 2013; Hayes & Watson, 2013; Theule et al., 2013). No entanto, dos cinco estudos que fizeram uso desse instrumento, apenas três especificaram e/ou justificaram a versão utilizada, a saber, Minetto et al. (2012) utilizaram a versão reduzida validada para a população portuguesa, Ribeiro, Sousa, Vandenberghe e Porto (2014) ressaltaram que no Brasil o PSI/SFfoi traduzido e utilizado em pesquisas científicas, e Bérgamo e Bazon (2007) que relataram que o instrumento foi validado para o Brasil semanticamente e também em termos de conteúdo a partir da versão adaptada para Québec – Canadá. Originalmente, o PSI é um instrumento norte-americano, que foi traduzido para 25 idiomas, e validado para populações tais como Itália, China, Canadá (parte de expressão Francesa), Hispânica latino-americana e Portugal. Trata-se de um instrumento de relevante destaque na literatura internacional na temática e que, no Brasil, apesar de ser utilizado em pesquisas (n = 5), até onde se pode observar entre o que já foi publicado, ele ainda não foi validado, apenas traduzidopara o português brasileiro.
Embora não sejam considerados inválidos os resultados das pesquisas que fizeram uso do PSI, reconhece-se a importância da validação e adaptação cultural de instrumentos de medidas padronizadas, pois, segundo Cassepp-Borges, Balbinotti e Teodoro (2010), tais procedimentos tendem a minimizar os vieses culturais de origem do instrumento, garantindo maior fidedignidade dos resultados. Acredita-se que, mesmo havendo a versão em português do instrumento, a qual foi validada e adaptada para a população de Portugal, a adaptação cultural do mesmo é imprescindível, pois ela vai além da língua escrita e abarca questões socioculturais de cada país. Logo, constata-se a ausência de instrumentos adaptados e validados para o Brasil que sejam capazes de medir o estresse parental em populações clínicas e não-clínicas, tal como o PSI. Isto sugere a necessidade de realização de investigações brasileiras que visem a realizar a adaptação e validação de instrumentos que mensuram estresse parental, contribuindo metodologicamente com a área em questão.
Análise dos Principais Resultados
Diagnóstico do estresse parental
Nesta categoria, percebeu-se que o estresse parental se constitui em um risco tanto para os pais/mães quanto para o desenvolvimento e bem-estar da criança, e a dinâmica familiar, facilitando o desenvolvimento da parentalidade disfuncional e corroborando com os achados da literatura da área (Abidin, 1992; Rodriguez-Jenkins&Marcenko, 2014; Theule et al., 2013). Ela contempla três dos artigos selecionados, a partir dos quais se constatou a presença de estresse em diferentes amostras. Seus resultados indicaram que os maiores índices de estresse foram de pais de filhos com alguma condição clínica e/ou com desenvolvimento atípico, tais como pais/mães de pessoas com necessidades especiais (Barbosa & Oliveira, 2008), Autismo (Schmidt &Bosa, 2007), com a Síndrome do X-Frágil e Síndrome de Down (Cherubini, Bosa, & Bandeira, 2008).
Um aspecto interessante da produção que compõe esta categoria foi o fato de o diagnóstico de estresse nos pais ter sido mensurado com um único instrumento: o Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp (ISSL). O ISSL é uma escala que visa identificar a presença de sintomas gerais de estresse, e tem como principais características a especificação do tipo de sintoma, se físico ou psicológico, e a fase em que se apresenta, o que possibilita a averiguação da sintomatologia e o diagnóstico clínico do estresse. Percebeu-se, inclusive, que foi comum o predomínio de sintomatologia tanto física quanto psicológica, a exemplo do que foi encontrado no estudo realizado por Barbosa e Oliveira (2008) sobre estresse de pais de pessoas com necessidades especiais. O estudo indicou que 55,56% da amostra total apresentavam sintomas físicos e psicológicos decorrentes do estresse, o que significa que o estresse pode desencadear mudanças físicas e psicológicas ao mesmo tempo.
Os resultados encontrados no trabalho de Cherubini et al. (2008) sobre estresse e autoconceito em pais e mães de meninos com a Síndrome do X-Frágil, Síndrome de Down e desenvolvimento típico, indicaram haver uma diferenciação significativa dos sintomas de estresse por papel parental (pai e mãe). Mães de meninos com a Síndrome do X-Frágil manifestaram mais sintomas físicos e psicológicos, enquanto que a maior parte (40,0%) dos pais mencionou apenas sintomas psicológicos.
Os resultados indicaram ainda que algum tipo de trabalho externo pode atuar como fator de proteção contra o estresse parental, tais como conciliar o trabalho fora de casa, os cuidados com o filho e as demandas pessoais, o que sugerem atenuação dos sintomas de estresse. Isso foi verificado por Schmidt e Bosa (2007) em estudo sobre estresse e autoeficácia materna em mães de indivíduos com autismo, que revelou resultados de que mães que ‘não trabalham fora’ e se dedicam exclusivamente aos cuidados do filho apresentaram maiores níveis de estresse. Resultado parecido foi encontrado no estudo de Barbosa e Oliveira (2008), no qual 83,0% dos pais participantes que apresentaram sintomas significativos de estresse não possuíam trabalhos externos, reforçando a influência desta variável no estresse parental.
Além disso, Cherubini et al. (2008) sugerem que o trabalho fora de casa atua positivamente no autoconceito dos pais/mães de meninos com desenvolvimento típico e atípico. A existência de uma rede de apoio social (familiares, conjugal, profissional etc.), especificamente, a percepção de orientação recebida, também apareceu associada com os níveis de estresse (?2=10,36 a; p < 0,002). Assim, o modo como as mães percebem a qualidade de sua rede de apoio (familiar e escolar), quando positiva, parece ‘aliviar’ seus sintomas de estresse (Schmidt &Bosa, 2007). Com isso, pode-se inferir que variáveis como trabalho e rede de apoio são importantes fatores que podem minimizar o estresse vivenciado por pais/mães na sua vivência parental.
Os resultados encontrados nesses estudos indicam que o diagnóstico do estresse parental tem se voltado para a constatação de sua presença ou ausência, e a identificação de seus sintomas físicos e psicológicos. Percebe-se, que a proposta diagnóstica dos estudos, embora seja considerada válida, carece de especificação quanto ao contexto parental. O ISSL, instrumento utilizado em todos esses estudos, visa a identificar a presença de sintomas clínicos de estresse (por exemplo, dor de cabeça, mal-estar, etc.), fornecendo um indicativo generalista de estado de desgaste adaptativo, sem que haja um direcionamento do estressor ou mesmo seletividade quanto ao contexto estressógeno. Por ser inespecífico, é também um instrumento que não privilegia o contexto nem demandas específicas da parentalidade.
Frente a tal questão, entende-se que o estresse parental deve ser mensurado privilegiando suas variáveis individuais, situacionais e ambientais, uma vez que se trata de um fenômeno que é influenciado por esse conjunto de fatores. Segundo Lazarus e Folkman (1984), a compreensão mais ampla do estresse deve ocorrer em uma tríade analítica do processo: caracterização ou avaliação dos estressores num dado contexto, ocorrência ou índice de estresse e desfecho (consequências), visto que enfatiza variabilidade intra e interindividual no momento em que o indivíduo se depara com um estímulo ou contexto estressor. A título de ilustração, entende-se que a indicação de “ter sentido dor de cabeça em algum momento nestas últimas 24 horas” não necessariamente relaciona o contexto ou estímulo estressor ao sintoma percebido fisicamente, nem mesmo caracteriza se tal manifestação deriva do estresse psicológico (o que seria esperado pelo estressor parentalidade) ou se refere uma possível virose que esteja se evidenciando (estresse fisiológico), visto que cefaleia pode ser sintoma de ambas as condições (ou até de uma terceira não contemplada). Por isso, no caso do estresse parental, considera-se relevante a necessidade de, mediante essa lacuna, investigar todo o processo que o envolve e não apenas sua sintomatologia geral. Ademais, também é válido salientar que tendo como estressor a paternidade e/ou maternidade, torna-se factível utilizar (ou pelo menos propor) instrumentos específicos para tal contexto.
Estressores ligados ao estresse parental
O estudo dos estressores e como as pessoas os percebem são relevantes na medida em que serve para identificar sua sobrecarga e impacto na saúde, bem como colaborar com a elaboração de possíveis medidas de prevenção ou redução de problemas associados ao estresse (Faro & Pereira, 2013). A parentalidade caracteriza-se como um desses contextos estressores que tem o potencial de levar o indivíduo ao estresse e ao adoecimento (Skreden et al., 2012; Sweenie, Mackey, & Streisand, 2014), todavia, diversas variáveis podem interferir no nível de estresse que os pais/mães possam vivenciar neste papel. Dado o exposto, nesta categoria procurou-se avaliar três estudos (Andrada, Belling, Benetti, &Rezena, 2009;Minetto et al., 2012; Ribeiro et al., 2014) que procuraram identificar a relação entre estressores peculiares experienciados por pais/mães e o estresse parental.
Minetto et al. (2012) detectaram que práticas educativas parentais, as quais se referem a todo o conjunto de estratégias utilizadas pelos pais/mães durante o processo de socialização (França, 2013), aparecem associadas ao estresse parental. Seus resultados indicaram maiores índices de estresse parental (F(60) = 5,65; p< 0,01) nos pais de crianças com desenvolvimento atípico [deficiência intelectual (D = 0,93; p< 0,05) e Síndrome de Down (D = 0,88; p< 0,05)], em comparação com pais de crianças com desenvolvimento típico.Além disso, os primeiros foram também os que relataram um perfil parental caracterizado pela presença de práticas educativas negativas de caráter autoritário, tais como maior controle e supervisão autoritários. Especialmente, entre os pais de crianças com desenvolvimento típico e com deficiência intelectual (D = 0,86, p< 0,05), foi encontrada ainda diferença estatisticamente significativa [F(60) = 4,51; p< 0,05]quantoàexternalização do afeto.
Evidências também demonstram a relação entre estresse parental e práticas educativas parentais, que, quando negativas, parecem comprometer não só o desenvolvimento da criança e a interação familiar, mas também a saúde dos pais, já que o estresse parental surge como produto desse processo (Guajardo et al., 2009; Park & Walton-Moss, 2012). Minetto et al. (2012) destacaram a necessidade de redes de apoio social eficientes para pais de crianças com deficiência intelectual e Síndrome de Down, que os oriente acerca das práticas educativas, potencializando as positivas (diálogo, incentivo à autonomia) em detrimento das negativas.
Outras variáveis ligadas à parentalidade que podem influir no nível de estresse parental dizem respeito às características dos pais e características dos filhos. Ribeiro et al. (2014) procuraram avaliar o estresse parental de mães de crianças e adolescentes com paralisia cerebral, como também suas variações a partir do nível de comprometimento motor, da fase da vida em que os filhos se encontram e de variáveis sociodemográficas (escolaridade, renda familiar, número de filhos, trabalho e atividades de lazer). De modo geral, os resultados indicaram que essas mães apresentam elevados índices de estresse parental, e que variáveis como: falta de trabalho remunerado [2,62 vezes mais chance de serem estressadas, na “subescala sofrimento parental” (OR = 2,620; IC = 1,099-6,247; p = 0,030)] e pouca participação social das mães, isto é, realizações de poucas atividades de lazer [4,96 vezes mais chances de serem estressadas (OR = 4,969; IC = 2,65-9,33; p< 0,001)], apareceram associadas com o aumento do estresse.Observou-se, por outro lado, que a idade e o comprometimento motor dos filhos com paralisia cerebral, o grau de escolaridade materna e o número de filhos não explicaram o estresse parental nestas mães.Esses dados confirmam os achados de maior incidência de estresse parental em pais/mães de filhos em condição clínica (Hayes & Watson, 2013; Zhang et al., 2015), além de ressaltar os fatores desencadeantes do estresse podem variar a partir de determinadas características do contexto como um todo.
Em contrapartida, o estudo de Andrada et al. (2009) sobre prontidão escolar (condição de uma criança que se encontra pronta para a escola) de crianças entre 5 e 6 anos de idade e o estresse dos pais destas crianças, constatou que quanto maior o nível de estresse parental, maior a prontidão escolar da criança, principalmente no que se refere à identificação e contagem de números (t = 2,283; p< 0,05) e à identificação de letras e escrita (t = 2,605; p< 0,01). Esse resultado refutou as concepções de que a presença de estresse parental influi negativamente na prontidão escolar dos filhos, explicado pelos autores pela inferência de que as fontes de estresse sozinhas não parecem ser um fator de risco para a prontidão escolar das crianças. Sobre isso, os próprios autores sugerem que, possivelmente, outras variáveis que não puderam ser controladas e analisadas no estudo tenham interferido no resultado encontrado, principalmente fatores relacionados com a prontidão escolar, que não foram cotejados e podem ter surgido como variáveis de confundimento. De qualquer modo, todos os resultados evidenciam a relevância de se compreender o fenômeno estresse parental a partir de uma análise ampla do contexto estudado, visto que variáveis distintas interferem no desfecho final.
Em suma, a análise dessa categoria indica a influência de estressores dentro do contexto parental, principalmente, no que se refere às características dos filhos e as variáveis sociodemográficas, como escolaridade dos pais, renda familiar e número de filhos. Sabe-se que outros estressores podem interferir no nível de estresse parental, como características dos pais e relacionamento conjugal, e que, portanto, a realização de novos estudos que busquem evidenciar outras variáveis contextuais torna-se relevante.
Suporte social como moderador do estresse parental
Suporte social pode ser definido como todo apoio emocional, prático e/ou material tais como, afeto, assistência e auxílio material, fornecido pela família, amigos ou pessoas próximas, gerando a sensação de cuidado e segurança no indivíduo, resultando em melhorias na saúde. Trata-se de um construto que engloba o apoio social e a rede social, e ajuda as pessoas a aumentarem sua capacidade em lidar com o estresse. O modo como ele é percebido pelo indivíduo influenciará decisivamente o seu comportamento e suas tomadas de decisões (Aragão, Vieira, Alves, & Santos, 2009; Moreira, 2010).
A análise dos principais resultados encontrados nos três artigos que englobam essa categoria (Bellé, Andreazza, Ruschel, &Bosa, 2009; Bérgamo&Bazon, 2007; Matsukura, Marturano, Oishi, &Borasche, 2007) indicou a evidência da associação entre estresse parental e suporte social, isto é, quanto maior o suporte social e a satisfação com o suporte percebidos, menor o estresse parental. Embora esse construto tenha sido mencionado nas duas categorias anteriores, criou-se uma específica para a sua análise em virtude dos objetivos propostos pelos estudos, especificamente direcionados para a relação entre estresse parental e suporte social.
Inicialmente constatou-se que em todos os grupos clínicos pesquisados [filhos com necessidades especiais (Matsukura et al., 2007), Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH combinado com e sem Transtorno Opositor Desafiador – TOD (Bellé et al., 2009), e que tinham sofrido abusos físicos (Bérgamo&Bazon, 2007)], o nível de estresse foi maior do que os dos grupos não-clínicos. O mesmo ocorreu com a percepção de suporte social recebido, em que os grupos clínicos receberam menos e exibiram menor satisfação com o suporte social recebido. Por exemplo, no estudo de Bérgamo e Bazon (2007), a respeito da relação entre estresse parental, apoio social e abuso físico infantil, os cuidadores do grupo clínico (pais que foram notificados ao Conselho Tutelar por abusos físicos contra os filhos) mencionaram receber menos apoio social, principalmente nas dimensões Afetiva e de Interação Social Positiva.
Nas amostras de mães de crianças com necessidades especiais (Matsukuraet al., 2007), com TDAH combinado e com TDAH combinado + TOD (Bellé et al., 2009), a satisfação com o suporte social recebido foi menor do que o relatado pelos grupos não-clínicos de comparação. Houve, ainda, uma predominância dos membros da família próxima, tais como, marido, filhos, irmãos, pais, citados pelas mães, como principal fonte de suporte social. Já no estudo de Matsukura et al. (2007) foi avaliada a associação entre estresse e suporte social em mães de crianças com necessidades especiais e com desenvolvimento típico, em famílias de baixa renda, no qual observou-se que os filhos e o marido foram citados com principais fontes de suporte social, indicando que são os parentes próximos os que mais contribuem.
Em resumo, os achados desta categoria reforçam a ideia de que as variáveis suporte social percebido e satisfação atuam como moderadores do estresse, pois podem auxiliar o modo como o indivíduo lida com as adversidades. Devido a sua pertinência na temática, sugere-se a continuidade de estudos em grupos de pais de filhos com e sem alguma condição clínica. Sobretudo, é interessante o desenvolvimento de medidas que sirvam como suporte para pais/mães, principalmente aqueles que demonstraram receber pouco suporte social (mães de crianças clínicas), pois tais medidas podem minimizar o estresse parental e suas consequências nos pais, nos filhos e em todo âmbito familiar.
Comportamento dos filhos, dinâmica familiar e estresse parental
Dois estudos selecionados trouxeram a análise do estresse parental relacionado com o comportamento dos filhos e a dinâmica familiar. Um deles teve como objetivo principal demonstrar o efeito de um programa de intervenção cognitivo-comportamental voltado para mães de crianças com paralisia cerebral (Freitas, Dias, Carvalho, &Haase, 2008), noutro o objetivo foi comparar as continuidades e mudanças nos padrões familiares e comportamentais de crianças pré-escolares com problemas de comportamento exteriorizado (Dessen&Szelbracikowski, 2006).
Sabe-se que os programas de orientação e intervenção com pais de modo geral, costumam agir como meio de suporte social para os participantes, na medida em que estes compartilham e trocam experiências e dificuldades entre si acerca da criação dos filhos, reduzindo a sobrecarga diária de atribuições e o estresse (Pardo, Carvalho, & Santos, 2014). Observou-se, então, que programas que visam diminuir problemas emocionais de pais/mães e capacitá-los para lidar com os problemas comportamentais dos filhos, podem influir positivamente na redução do estresse parental. Os resultados encontrados por Freitas et al. (2008) indicam efeito terapêutico do programa de intervenção no que se refere ao estado psicológico das mães participantes. Medidas psicológicas, como estresse (t = 5,18; p< 0,001; d = 1,65) e aspectos relacionados com a depressão, como desejo de morte (t = 3,62; p = 0,001; d = 1,0), puderam ser significativamente reduzidas após participação no programa. Assim, embora resultados de programas como este exerçam maior influência e mudança nos pais/mães participantes, talvez mais estudos de intervenção controlados possam mapear melhor os efeitos positivos também no que se refere aos problemas de comportamento das crianças. Estratégias como essas são fundamentais no combate ao estresse parental, pois visam melhorias no bem-estar dos pais e no modo como lidar com os filhos, maximizando a dinâmica familiar e minimizando consequentemente os problemas de comportamento infantil.
Dessen e Szelbracikowski (2006), por sua vez, compararam as continuidades e mudanças nos padrões familiares e comportamentais de crianças pré-escolares com problemas de comportamento exteriorizado (agressão física e verbal, irritabilidade, mentira etc.), em dois momentos distintos, com intervalo de um ano entre eles. Dentre as variáveis analisadas no estudo estavam o perfil cognitivo e características das crianças, práticas de cuidado com a criança, contato social e interações sociais familiares, valores transmitidos e estratégias de socialização dos genitores, e estresse parental. Os resultados indicaram estabilidade quanto aos níveis de estresse parental vivenciados pelos genitores (mães, pais e padrastos) nesse intervalo anual (Fase 1: M =102,5 e Fase 2: M = 102,7). Ao se comparar o estresse parental das mães e dos pais/padrastos houve maior variação, especificamente, em pais/padrastos.
A partir desses achados, entende-se que o estresse parental aparece associado com os problemas de comportamento infantil (Dessen&Szelbracikowski, 2006) e como elemento implicado na dinâmica familiar disfuncional (Freitas et al., 2008), o que se aproxima de estudos internacionais, tais como o de Rodriguez-JenKins e Marcenko (2014), realizado com pais/cuidadores primários de crianças até 18 anos de idade de Washington (EUA), e o de Vaughan et al. (2012), com pais de jovens entre 5 e 18 anos de idade. Essas inferências decorrem de dados que ressaltam fatores outros como perfil e características comportamentais dos filhos, que, por sua vez, levam a discussão e análise do estresse parental.
Ressalta-se, enfim, a carência e a importância de estudos voltados à intervenção, que visem o debate sobre a família, os problemas de comportamento infantil, e consequentemente, o estresse parental. Para Hayes e Watson (2013), apesar da forte tendência de se realizar estudos de ‘catalogação do estresse’, faz-se necessárias pesquisas que visem investigar características positivas dos pais que possam reduzir o impacto do estresse na família, assim como a realização de intervenções precoces que visem à diminuição do estresse parental e facilitem mudanças positivas nos comportamentos dos pais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Observou-se que as produções que se têm hoje sobre estresse parental a nível nacional, em sua maioria, dizem respeito ao estresse de pais/mães de filhos como alguma condição clínica, sobretudo, das mães. Além disso, notou-se a ausência de instrumentos válidos e específicos para o Brasil que possam mensurar o fenômeno em populações distintas. Outros achados dizem respeito a presença de estressores dentro do contexto parental que podem influir no nível de estresse parental, tais como características dos filhos, problemas de comportamento infantil e variáveis sociodemográficas (escolaridade dos pais/mães, renda familiar etc.). A percepção e satisfação com o suporte social recebido se mostrou como fator que auxilia os pais/mães a lidarem de forma adaptativa com a sobrecarga estressora.
Existem limitações neste estudo quanto ao número de bases de dados utilizadas no levantamento (apenas duas), o que pode não ter contemplado todo o montante de produções empíricas sobre estresse parental no Brasil. Ainda que sejam importantes bases e que concentrem uma quantidade e qualidade significativas de periódicos nacionais indexados, fica como sugestão para futuros levantamentos a realização em outras bases de dados do país.
Por fim, acredita-se que novas estratégias de busca possam ser pensadas, para que um cenário mais amplo das produções nacionais na área possa emergir. Para tanto, julga-se interessante que futuras pesquisas procurem suprimir as lacunas observadas e ampliar o conhecimento na área do estresse parental, de modo a conduzir melhorias em toda dinâmica familiar, seja na saúde e na qualidade de vida parental, seja no desenvolvimento e bem-estar dos filhos.
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Recebido em 13/03/2015
Aceito em 02/09/2015
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Ariane de Brito
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