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Revista de Psicologia da IMED

versão On-line ISSN 2175-5027

Rev. Psicol. IMED vol.10 no.1 Passo Fundo jan./jun. 2018

https://doi.org/10.18256/2175-5027.2018.v10i1.2249 

ARTIGO EMPÍRICO

 

Competência Social, Problemas Emocionais/Comportamentais e Reprovação Escolar: Estudo de Comparação entre Adolescentes

 

Social Competence, Emotional/Behavioral Problems and School Failure: A Comparison Study Among Adolescents

 

Competencia Social, Problemas Emocionales/Comportamentales y Reprobación Escolar: Estudio de Comparación entre Adolescentes

 

 

Fernanda Aparecida Szareski PezziI; Fénita MahendraII; Dienifer Mattos GhedinIII; Angela Helena MarinIV

ISociedade Educacional Três de Maio (Setrem), Brasil. E-mail: fernandapezzi@setrem.com.br
IIUniversidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), Brasil. E-mail: fenita.mahendra@gmail.com
IIIUniversidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), Brasil. E-mail: dieniferghedin@gmail.com
IVUniversidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). Brasil. E-mail: angelahm@unisinos.br

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

A reprovação escolar ainda se apresenta como um relevante problema no Brasil, fazendo-se importante investigar fatores a ela associados. O presente estudo teve como objetivo avaliar a competência social e problemas de comportamento entre adolescentes com e sem histórico de reprovação escolar. Trata-se de uma pesquisa quantitativa, com delineamento correlacional e comparativo de corte transversal, da qual participaram 76 adolescentes, sendo 35 com histórico de reprovação e 41 sem este histórico, de duas escolas municipais de São Leopoldo/RS. O instrumento utilizado foi o Inventário de Comportamentos Autorreferidos para jovens de 11 a 18 anos, além do registro do número de reprovaçõs escolares, obtido junto as secretarias de cada escola acessada. Os resultados evidenciaram que os dois grupos apresentaram níveis de competência social e de problemas emocionais e de comportamento semelhantes, demonstrando que nesta amostra o desempenho escolar não estava associado às variáveis analisadas. Tais dados sugerem que a reprovação escolar se constitui como um fenômeno multidimensional para o entendimento do qual a avaliação isolada de variáveis individuais não parece ser suficiente.

Palavras-chave: competência social, saúde escolar, comportamento, adolescente


ABSTRACT

School failure still presents itself as a relevant problem in Brazil, making it important to investigate factors associated with it. This study aimed to evaluate social competence and emotional and behavioral problems among adolescents with and without history of school failure. It is a quantitative research, with a correlational and comparative design of cross section. The participants were 76 adolescents from two public schools of São Leopoldo/RS. 35 of them presented with failure history and 41 without this history. The instrument used was the Youth Self-Report (YSR) for ages 11-18, and also the record of the number of school failures, obtained from the secretaries of each school accessed. The results showed that both groups had similar levels of social competence and emotional and behavioral problems demonstrating that in this sample the school performance was not associated with the analyzed variables. These data suggest that school failure is constituted as a multidimensional phenomenon and the isolated assessment of individual variables may not be enough to understand it.

Keywords: social competence, school health, behavior, adolescent


RESUMEN

La reprobación escolar se presenta como un relevante problema en Brasil, haciéndose importante investigar factores a ella asociados. El presente estudio tuvo como objetivo evaluar la competencia social y problemas de comportamiento entre adolescentes con y sin histórico de reprobación escolar. Se trata de una investigación cuantitativa, con delineamiento correlacional e compartivo, de corte transversal, de la cual participaron 76 adolescentes, siendo 35 con histórico de reprobación y 41 sin este histórico, de dos escuelas municipales de São Leopoldo/RS. Como instrumento, se utilizó el Inventario de Comportamientos Autorreferidos para jóvenes de 11 a 18 años, y el registro del número de reprobaciones escolares, obtenido junto a las secretarías de cada escuela accedida. Los resultados evidenciaron que los dos grupos presentaron niveles de competencia social y de problemas emocionales y de comportamiento similares, demostrando que en esta muestra el desempeño escolar no estaba asociado a las variables analizadas. Estos datos sugieren que la reprobación escolar se constituye como un fenómeno multidimensional para el cual lo entendimiento de la evaluación aislada de variables individuales puede no ser suficiente.

Palabras clave: competencia social, salud escolar, comportamiento, adolescente


 

 

Introdução

A reprovação escolar ainda se constitui como um importante problema no Brasil. Estatísticas do Censo Escolar de 2016 (INEP, 2017) revelam índices altos que inspiram preocupação, uma vez que, no ensino fundamental, a taxa de distorção idade-série/ano nos anos finais era de 26,3% e de reprovação escolar de 11,4%. Nesse sentido, estudos que buscam entender fatores associados a esse fenômeno têm sido conduzidos e, entre eles, destacam-se os que abordam a competência social e os problemas emocionais e de comportamento.

O conceito de competência social, que envolve a funcionalidade e efetividade dos comportamentos manifestos socialmente, a partir da capacidade individual de manejar habilidades sociais e informações sócio-culturais (Sapienza, Aznar-Farias, & Silvares, 2009), é uma das características individuais que tem sido alvo de estudos (Trianes, Muñoz, & Jiménez, 1997). De acordo com Zsolnai (2002) existe uma relação positiva entre competência social, motivação para aprender e sucesso escolar. Assim, as competências sociais, como as habilidades de enfrentamento (autocontrole, empatia, assertividade), percepção adequada das informações do entorno e busca de soluções positivas que enriqueçam as relações interpessoais (Castro, Melo, & Silvares, 2003; Z. Del Prette & A. Del Prette, 2005) estão relacionadas ao bom rendimento acadêmico (Chen, Dong, & Zhou, 1997; Sapienza, Aznar-Farias, & Silvares, 2009).

O estudo de Feitosa, Matos, Z. Del Prette e Del A. Prette (2009), que objetivou comparar as habilidades sociais de 848 adolescentes portugueses, com e sem dificuldades escolares, corrobora os dados apresentados ao concluir que existe uma associação entre o repertório deficitário de habilidades sociais e os problemas de aprendizagem na escola. A escola constitui um ambiente que além da transmissão de aprendizados acadêmicos, propicia inúmeras experiências relacionais, seja com os pares ou com professores. Estas relações requerem habilidades sociais adaptativas: é preciso autocontrole para esperar a sua vez de falar, autopercepção para saber seguir as regras de convivência, assertividade para fazer perguntas ao professor ou dar limites ao colega, auto-eficácia para sentir-se capaz de enfrentar os desafios da aprendizagem e autoestima para aceitar críticas ou sugestões (Z. Del Prette & A. Del Prette, 2005; Trianes, Muñoz, & Jiménez, 1997).

As competências sociais também melhoram o sentimento de pertença ao grupo, especificamente com os colegas de sala de aula, e o comportamento de colaboração entre eles e com o professor, motivando o engajamento em atividades acadêmicas. Esta colaboração ajudou os alunos a desenvolverem habilidades de solução de problemas e estratégias que facilitavam o aprendizado em sala de aula (Z. Del Prette, A. Del Prette, de Oliveira, Gresham, & Vance, 2012).

A literatura também aponta que os alunos com maior desempenho escolar participam de mais atividades sociais e seus pais os percebem como mais ajustados e competentes (Sapienza, Aznar-Farias, & Silvares, 2009). A participação de adolescentes em atividades extracurriculares em período oposto ao das aulas, apontado como um determinante importante para o desenvolvimento das competências sociais, foi pesquisado no estudo de Shernoff (2010), e mostrou-se associado ao bom desempenho escolar.

O estudo de Fox, Barr-Anderson, Neumark-Sztainer e Wall (2010) evidenciou, ainda, uma associação positiva entre a participação em equipes esportivas e o desempenho escolar. Os autores indicaram que esta participação estimula o senso de identificação com a escola e com os valores a ela relacionados, incluindo ter um bom desempenho acadêmico. Nessa mesma direção, uma pesquisa realizada com a finalidade de examinar possíveis associações entre autodeterminação, prática de exercícios, ansiedade, depressão, stress e desempenho acadêmico entre adolescentes com idades entre 13 e 14 anos, na Malásia Oriental, sugeriu que os alunos que praticavam exercícios regularmente apresentavam maior autodeterminação, o que estava positivamente associado ao desempenho acadêmico (Hashim, Freddy, & Rosmatunisah, 2012).

Destaca-se que o menor nível de competências sociais pode estar associado a problemas emocionais (D'Abreu & Marturano, 2010; Marturano, Toller, & Elias, 2005; Saleem & Mahmood, 2012) e de comportamento (Langeveld, Gundersen, & Svartdal, 2012), os quais também podem influenciar o desempenho escolar, visto que a presença destes tende a comprometer as relações com pares e professores e interferir na dinâmica de aprendizagem e sala de aula (Alvarenga & Piccinini, 2009; Barreto, Freitas, & Z. Del Prette, 2011; Borba & Marin, 2017).

Em relação aos problemas emocionais e de comportamento, estes podem ser categorizados em problemas de externalização e internalização (Achenbach, 1991), de acordo com as características de seus sintomas (Wilkinson, 2009). Os problemas externalizantes referem-se à oposição, agressividade, hiperatividade, impulsividade, comportamento desafiador, intrusivo, antissocial e de quebra de regras. Já os problemas internalizantes estão relacionados à depressão, ansiedade, retraimento social, queixas somáticas, medo, preocupação, timidez e insegurança. Estes problemas também podem ser associados ao desenvolvimento de transtornos psiquiátricos (APA, 2014).

A pesquisa desenvolvida por Saleem e Mahmood (2012), com 1.571 adolescentes, indicou que os problemas emocionais e de comportamento (ansiedade, agressão, afastamento social, sentimento de rejeição e problemas psicossomáticos) se constituíram como um forte preditor para o baixo desempenho escolar. De forma semelhante, a investigação conduzida por Marturano, Toller e Elias (2005), com 75 crianças encaminhadas para atendimento psicológico, demonstrou que apesar das capacidades cognitivas preservadas, elas apresentaram baixo desempenho escolar, o que estava associado, em 70% dos casos, à presença de comportamentos considerados clínicos, tanto internalizantes (medo, retraimento, ansiedade) como externalizantes (agressão, hiperatividade, manifestações antissociais). Por outro lado, cabe ressaltar que dificuldades escolares também podem trazer consequências ao comportamento das crianças e dos adolescentes, visto a importância da escola nesta fase da vida (Teixeira, Seraceni, Suriano, Santana, Carreiro, & Paula, 2014).

Frente ao exposto, o presente estudo teve como objetivo avaliar a competência social e os problemas emocionais e de comportamento entre adolescentes com e sem histórico de reprovação escolar. Buscou-se verificar como estas variáveis se apresentavam em cada um dos grupos de adolescentes avaliados (com e sem reprovação) e se existiam diferenças entre eles. Acredita-se que conhecer as possíveis variáveis que interferem no desempenho escolar é importante para os profissionais da saúde e educação, pois facilita o desenvolvimento de intervenções ou ações preventivas ao fracasso escolar e aos problemas a ele associados.

 

Método

Delineamento

Trata-se de uma pesquisa quantitativa, com delineamento correlacional e comparativo (Sampieri, Collado, & Lucio, 2013), de corte transversal. O estudo faz parte de uma pesquisa maior, intitulada "Fracasso escolar: sintoma e/ou reatividade ao sistema de ensino?", que teve como objetivo avaliar os fatores individuais, familiares e escolares e sua inter-relação com a produção do fracasso escolar em adolescentes do ensino fundamental.

Participantes

Participaram da pesquisa 76 adolescentes (32 meninos e 44 meninas) com idade entre 11 e 18 anos (Brasil, 1990; M = 15,10; DP = 1,143), de duas escolas municipais de São Leopoldo-RS. Elas foram acessadas a partir da indicação e da demanda da Secretaria Municipal de Educação de São Leopoldo que estava preocupada com as sucessivas reprovações escolares dos alunos e estavam participando de um projeto da aceleração da aprendizagem para correção do fluxo escolar. Sobre essa demanda foi desenvolvida uma proposta de pesquisa avaliando também os problemas emocionais e de comportamento.

Dentre os participantes, 35 tinham histórico de uma ou mais reprovações escolares (M = 2,8; DP = 14,46), e constituíram o primeiro grupo, enquanto 41 deles não haviam reprovado e formaram o grupo de comparação. Os adolescentes estavam matriculados no ensino fundamental e as escolas eram localizadas em bairros de periferia da cidade. A distribuição de alunos por escola não foi detalhada em função das escolas serem próximas geograficamente e com uma realidade muito semelhante. Tratavam-se de bairros que se caracterizavam pela vulnerabilidade social, especialmente pela baixa escolaridade dos pais e pelo baixo nível socioeconômico das famílias.

Todos os participantes residiam com pai e/ou mãe, e irmãos(ãs), sendo que 28,6% eram primogênitos, 42,9% o segundo filho e 28,6% o terceiro ou quarto filho. Com relação à reprovação escolar das mães, 55,6% delas apresentavam este histórico, enquanto que com relação aos dados informados sobre os pais, todos já haviam reprovado ao menos uma vez.

Instrumentos

Foi utilizado o registro do número de reprovações escolares, obtido junto as secretarias de cada escola acessada, uma ficha de dados sociodemográficos a fim de caracterizar os participantes e o Inventário de Comportamentos Autorreferidos para jovens de 11 a 18 anos - Youth Self Report for Ages 11-18 - YSR (Achenbach & Rescorla, 2001, 2004), que avalia a saúde mental de adolescentes entre 11 e 18 anos e resulta indicadores de competência social e problemas de comportamento. Trata-se de um questionário de auto-avaliação comportamental, que compõe a bateria ASEBA (Achenbach System of Empirically Based Assessmant), estruturado de modo que o adolescente, de forma autoaplicável, responda 123 itens referentes a diferentes aspectos da sua vida diária. Os itens são respondidos de acordo com uma escala do tipo Likert de três pontos (0 = não é verdadeira; 1 = um pouco verdadeira ou algumas vezes verdadeira; 2 = muito verdadeira ou frequentemente verdadeira), englobando também algumas questões abertas. O primeiro nível é composto por três escalas de competências (atividades, social e desempenho acadêmico), que geram a escala total de competências, avaliando amizades, responsabilidade, participação em grupos, tarefas realizadas habitualmente, esportes, passatempos e desempenho acadêmico. O segundo nível do inventário, relacionado aos problemas de comportamento, inclui escalas de internalização, externalização e total de problemas de comportamento, permitindo examinar indicadores autorreferidos de problemas de comportamento e emocionais (ansiedade/depressão, isolamento/depressão, queixas somáticas, problemas com o contato social, com pensamento e atenção, com violação de regras, além de comportamento agressivo). Em relação às propriedades psicométricas do instrumento, Bordin et al. (2013) revelaram que a confiabilidade média de teste-reteste foi de .82 e a consistência interna das escalas de problemas, medido por alfa de Cronbach, variou de .67 a .95. O YSR se encontra em processo de validação para população brasileira e já foram apontados adequados índices de consistência interna, com o índice RMSEA de .03, indicando bom ajustamento (Rocha, 2012).

As respostas ao YSR foram inseridas no software ADM 7.0 (Software Assessment Data Manager) desenvolvido por Achenbach e Rescorla (2001; 2004), que converte os resultados de todas as sub-escalas em escores apropriados segundo o sexo e a idade dos participantes considerando três faixas: clínica, limítrofe e não-clínica (normal). Para a escala de Competência, essas faixas obedecem a seguinte classificação: clínica, escores abaixo de 37; não clínica, escores acima de 40; e limítrofe, escores entre 37 e 40. Já para a escala de Problemas emocionais/comportamentais, tanto nos agrupamentos de problemas internalizantes como externalizantes, a classificação clínica se refere aos escores acima de 63; não-clínica aos escores abaixo de 60; e limítrofe aos escores entre 60 a 63.

Procedimentos Éticos e de Coleta de Dados

A presente pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Unisinos sob o protocolo N° N°12/084 Todos participantes foram informados a respeito dos objetivos e procedimentos da pesquisa, podendo obter qualquer esclarecimento quando desejassem. A privacidade e a confidencialidade, assim como os demais cuidados éticos foram assegurados, conforme orienta a Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde.

Inicialmente, foi realizado o contato com a Secretaria Municipal de Educação de São Leopoldo/RS para apresentar a proposta do estudo e, tendo sido obtida a sua autorização, duas escolas foram contatadas para apresentação da pesquisa. As escolas contempladas foram indicadas pela Supervisão Pedagógica da Secretaria Municipal de Educação (Pedagógico/SMED), considerando que haviam solicitado auxílio frente às sucessivas reprovações de parte de seus alunos. Após o aceite em participar do estudo, foi assinada a Carta de Anuência pelas Direções das escolas. Com a devida avaliação e aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa, planejou-se a realização da coleta de dados, a proposta da pesquisa foi apresentada aos pais ou responsáveis legais e aos adolescentes e o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, assim como o Termo de Assentimento, foram assinados por aqueles que aceitaram participar. Para a coleta dos dados, os participantes foram acessados na própria escola, mediante autorização dos professores, em um momento oportuno que não comprometeria a aprendizagem desses alunos. Os adolescentes foram direcionados a uma sala de aula reservada para a realização da pesquisa, que foi feita em grupo, conforme sugere Graeff-Martins e Fleitlich-Bilyk (2016). Duas pesquisadoras acompanharam todas as coletas realizadas e estavam disponíveis para o esclarecimento de dúvidas.

Após a realização do estudo foi realizada uma reunião com as equipes diretivas e professores das escolas. Os resultados foram apresentados e questões pertinentes a temática da reprovação escolar foram discutidas. Neste sentido, uma intervenção com os professores também foi desenvolvida (Pozzobon, Pezzi, & Marin, 2014).

Procedimentos de Análise de Dados

Para análise dos dados foram utilizados os escores T referentes a cada subescala e escala do YSR, visto que esse padroniza os resultados, não havendo interferência do número de itens correspondente (Rocha, 2012). As estatísticas descritivas foram realizadas para caracterizar os alunos de cada grupo entre as categorias clínica, não-clínica e limítrofe. Em seguida, as médias foram comparadas com o objetivo de verificar se existiam diferenças entre os grupos. Uma vez que os dados não apresentaram distribuição normal optou-se por utilizar o teste não paramétrico de Mann-Whitney.

 

Resultados

As análises descritivas revelaram que entre os adolescentes com e sem histórico de reprovação escolar houve a prevalência dos índices não-clínicos para todas as variáveis analisadas. A Figura 1 apresenta os resultados das análises descritivas relativas às escalas de competências e de problemas emocionais e de comportamento.

Na Tabela 1 estão evidenciados os resultados da análise por meio do Teste Mann-Whitney. A partir destes, pode-se verificar que as diferenças entre os dois grupos de adolescentes com e sem histórico de reprovação analisados não se mostraram estatisticamente significativas.

 

Discussão

Com o objetivo de examinar o nível de competência social e os problemas emocionais e de comportamento entre adolescentes com e sem histórico de reprovação escolar, os dados do presente estudo não evidenciaram diferenças significativas entre os grupos avaliados. Tal resultado não corrobora o que foi afirmado em estudos anteriores que mostraram associação entre o desempenho escolar, competências sociais e problemas emocionais e de comportamento (Borba & Marin, 2017; D' Abreu & Marturano, 2010; Feitosa, Matos, Z. A. P. Del Prette, & A. Del Prette, 2009; Langeveld, Gundersen, & Svartdal, 2012; Marturano, Toller, & Elias, 2005; Saleem & Mahmood, 2012; Teixeira et al., 2014).

Uma possível explicação pode estar relacionada ao fato de que, no momento em que o YSR foi respondido pelos adolescentes, aqueles que tinham histórico de reprovação estavam inseridos em classes de aceleração da aprendizagem, as quais fazem parte de um projeto desenvolvido nas escolas contempladas que visava reforçar a motivação, a autoestima e as habilidades sociais dos alunos (Pezzi & Marin, 2016). Além disso, os adolescentes de ambos os grupos participavam do projeto escola-aberta, em que praticavam exercícios físicos e atividades culturais nos finais de semana, o que pode ter contribuído positivamente no momento da avaliação das suas habilidades.

A pesquisa realizada por Oliveira-Monteiro et al. (2013), que comparou quatro grupos de adolescentes de escolas públicas (estudantes de em tempo integral; estudantes que participavam de atividades esportivas, sócioculturais e de reforço escolar; estudantes abrigados; estudantes gestantes/mães), também evidenciou que os melhores graus de competência foram apresentados por aqueles que estudavam em tempo integral e pelos adolescentes mais velhos que participavam de atividades sócioculturais e de reforço escolar. Os autores concluíram que as oportunidades e a participação em tais atividades podem ter contribuído para as evidências de competência nesses grupos. De maneira semelhante, os resultados encontrados no presente estudo podem estar associados ao momento que os adolescentes viviam. Além disso, os grupos eram bastante semelhantes no que se refere às condições sociais, considerando família, escola e comunidade em que estavam inseridos.

Nessa mesma direção, o estudo realizado por Almeida, Valentini e Berleze (2009), que examinou as diferentes percepções de competência entre alunos repetentes e não repetentes, evidenciou diferenças significativas somente no que se referiu a competência escolar, sendo que nos demais domínios avaliados, tais como aceitação social, competência atlética, aparência física, conduta comportamental e autovalor global, não houve diferenças significativas entre os grupos pesquisados. Assim, repercussões negativas no autoconceito parecem estar relacionadas ao valor atribuído pelo indivíduo a tarefa, logo, entende-se que somente quando ele valoriza as atividades que faz é que poderá vir a se sentir pouco competente (Almeida et al., 2009). De acordo com os autores, esse dado pode revelar uma possível falta de importância da escola em suas vidas, uma vez que os alunos perceberam-se competentes em outros domínios relacionados a socialização, valorizando mais este aspecto do que a sua vida escolar. Daí a necessidade de um trabalho em conjunto entre escola e família para reforçar a importância da escola para a formação e desenvolvimento de crianças e adolescentes.

É plausível supor que outras condições ou variáveis podem ter sido responsáveis por esse histórico de reprovações, de maneira que estudos que investiguem a relação com outras características se mostram necessários. Acredita-se que características do sistema escolar (ex.: tipo de escola, formação docente) e familiar (ex.: ambiente conflituoso, nível socioeconômico) em que esses adolescentes encontram-se inseridos também podem ter uma influência sobre o desempenho escolar e o desenvolvimento de competências sociais e problemas emocionais e de comportamento (Piccolo, Paula Couto, Salles, & Koller, 2014; Petrucci, Borsa, & Koller, 2016; Sapienza, Aznar-Farias, & Silvares, 2009; Teixeira et al. 2014). A investigação destes aspectos provavelmente ofereceria uma visão mais ampla sobre os fatores associados às reprovações dos adolescentes. Neste sentido, Pezzi, Donelli e Marin (2016) demostraram a importância de considerar os diferentes envolvidos para a compreensão do desempenho escolar, mais especificamente do fracasso escolar, o que possibilitaria uma visão mais realista sobre a sua produção, considerando a complexidade e multiplicidade do fenômeno.

Dados coletados com os pais e os professores auxiliariam na realização de inferências e comparações que possibilitariam aprofundar a reflexão sobre o tema, com vistas a entender a presença ou ausência de diferenças entre os grupos analisados. Elias e Maturano (2016) indicam a necessidade de focar não só na adversidade, mas sim nos recursos do ambiente a fim de obter uma melhor compreensão dos problemas comportamentais e emocionais das crianças, visto que sua presença precisa ser entendida a partir das interações e não como atributos dos indivíduos. Barbour (2009) também destaca a importância da triangulação dos dados nas pesquisas com o intuito de confirmar ou contradizer as informações obtidas. Pode-se citar como exemplo o estudo de Sapienza, Asnar-Farias e Silvares (2009) em que o nível de competência social avaliado entre 66 adolescentes brasileiros não se mostrou associado ao rendimento acadêmico, quando verificado a partir da percepção dos adolescentes. Porém, a partir da percepção dos pais, o nível de competência social mostrou associação positiva significativa com o rendimento escolar.

É importante apontar que os resultados alcançados podem ter sido influenciados pelas limitações que este estudo apresenta, especialmente o reduzido tamanho da amostra. Além disso, o desempenho escolar foi pautado no histórico do aluno e no seu desempenho atual. Assim, embora as competências sociais e os problemas emocionais e de comportamento tenham sido analisados de acordo com o que eles percebiam atualmente (nos últimos seis meses), o critério para designar o baixo e alto desempenho escolar teve seu foco no passado, o que pode ter enviesado tanto a alocação destes adolescentes nos grupos, como os resultados encontrados.

Ainda, faz-se importante mencionar que o instrumento utilizado é um inventário autorreferido e as respostas dos adolescentes podem ter sido influenciadas pelo fator de desejabilidade social, que se refere a uma propensão por parte das pessoas a darem respostas consideradas mais aceitáveis socialmente (Ribas Jr., Moura, & Hutz, 2004). Além disso, destaca-se que pelo fato do instrumento ser longo, pode ter dificultado a atenção e a concentração dos adolescentes, bem como prejudicado o entendimento deles quanto às perguntas, uma vez que dúvidas pontuais sobre o instrumento podem não ter sido esclarecidas devido à dificuldades dos adolescentes fazerem perguntas diante dos colegas.

 

Considerações Finais

A comparação entre os grupos não evidenciou diferenças estatísticas significativas entre as variáveis pesquisadas, demonstrando que neste grupo o desempenho escolar não estava associado a competência social e aos problemas emocionais e de comportamento. Portanto, embora exista uma relação importante entre as variáveis estudadas já indicada na literatura, parece existir muito a esclarecer sobre como elas se relacionam quando estão associadas. Assim, cabe investigar também a importância da escola na vida desses adolescentes, bem como fatores de risco e proteção no ambiente em que vivem para análise das relações.

Desse modo, sugere-se a realização de pesquisas que enfoquem os diferentes agentes envolvidos no processo de ensino-aprendizagem, que influenciam as competências, os comportamentos e o desempenho escolar dos adolescentes, tais como os pais e os professores. Destaca-se que apesar da grande prevalência e dos impactos negativos que as reprovações recorrentes acarretam na vida dos alunos brasileiros e suas famílias, é importante indicar que há uma escassez de estudos sobre esta temática no Brasil, principalmente de pesquisas com um enfoque sistêmico. Assim, aponta-se a necessidade de que estudos nessa área sejam desenvolvidos, a fim de que um melhor entendimento possa ser alcançado e possibilite o desenvolvimento de programas de intervenção e prevenção.

 

Agradecimentos

Agradecemos o apoio financeiro disponibilizado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq para a realização da pesquisa.

 

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Endereço para correspondência:
Fernanda Aparecida Szareski Pezzi
Sociedade Educacional Três de Maio - Setrem. Avenida Santa Rosa, 2405 - Centro
Três de Maio. Brasil. CEP 98910-000

Recebido: Nov. 08, 2017
Aceito: Mar. 31, 2018

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