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Psicologia: teoria e prática

versão impressa ISSN 1516-3687

Psicol. teor. prat. v.5 n.2 São Paulo dez. 2003

 

ARTIGOS

 

Relato de uma experiência com adolescentes sobre o uso de drogas

 

Report of an experience with teenagers about use of drugs

 

 

Vinícius Renato Thomé Ferreira

Universidade do Contestado, Concórdia, Santa Catarina

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

É apresentado um relato de experiência com grupos focais de adolescentes de baixa renda objetivando investigar a questão do uso de drogas sob a perspectiva da redução de danos. Os grupos focais, método adotado para a discussão da temática, foram realizados com aproximadamente 250 jovens, e as informações obtidas são catalogadas e comentadas em duas categorias referentes ao uso de drogas: motivadores para experimentação/ uso; e recursos/possibilidades de enfrentamento.

Palavras-chave: Drogadição, Grupos operativos, Adolescência, Prevenção.


ABSTRACT

The text reports an experience of focal groups with poor adolescents, regarding drugs use through harm reduction perspective. The focal groups, method adopted for discussion, were realized with about 250 teenagers, and the obtained data are organized in two different categories, called drugs experimentation/use motivators and possibilities of coping.

Keywords: Drogadiction, Operative groups, Adolescence, Prevention.


 

 

Introdução e revisão teórica

A experiência relatada surgiu de um pedido para a realização de atividades preventivas ao uso de drogas com os adolescentes de um programa público de atendimento em Passo Fundo, Rio Grande do Sul. O autor prestava, na época, serviço voluntário numa ONG que realizava atividades com grupos e escolas da rede pública e municipal, e também participava de uma pesquisa (BAUMKARTEN, 2000), com o objetivo de atender adolescentes usuários de drogas sob a perspectiva da redução de danos (MARLATT, 1999) e da competência da família (AUSLOOS, 1995). O grupo de pesquisa atuou por meio de consultoria para o trabalho com os adolescentes, fornecendo subsídios para as discussões no planejamento, execução e análise das informações obtidas e dos resultados alcançados. Foi essencial a inter-relação entre essas três estruturas, originando um trabalho em rede, que acreditamos possuiu uma maior efetividade nas ações preventivas.

O presente texto descreverá a atividade realizada. Inicialmente serão discutidos os pressupostos básicos da redução de danos; em seguida, apresenta-se a análise das respostas dos adolescentes, comentadas com base no viés da redução de danos.

 

Redução de danos como estratégia de trabalho no uso abusivo de drogas

A redução de danos é uma estratégia de trabalho que vêm crescendo no mundo, destinada ao manejo de comportamentos de risco e associados ao uso abusivo de substâncias. A redução de danos considera a impossibilidade da erradicação total das drogas, apesar de todo o combate feito contra a produção, distribuição e consumo (TREASTER, 1993). As práticas baseadas nessa filosofia enfocam os progressos gradativos feitos pelo usuário em direção ao não-uso da substância ou comportamento prejudicial e não exigem a abstinência como pré-requisito para o tratamento – exigência do modelo baseado na abstinência (GARTNER, 1999; MARLATT, 1999). Alternativamente à abordagem centrada na abstinência, a redução de danos admite a possibilidade da presença de vários níveis de uso da(s) droga(s), ao mesmo tempo que promove ao usuário estratégias para minimizar os riscos inerentes a essas práticas (BIGG, 2001; TATARSKI, 2002; TSUI, 2000; MARLATT, 1999).

Considerando o direito à liberdade do usuário de dispor de seu corpo, a redução de danos surge como uma alternativa para aqueles que não podem ou não querem parar totalmente com essa prática, mas desejam, reduzir os danos associados a elas (TATARSKI, 2002; BIGG, 2001; HATAWAY, 2001; MARLATT, 2001; MARLATT, 1999). De acordo com Rey (2002), os princípios da redução de danos incluem a constatação de que o uso nãomédico de drogas psicoativas é uma ocorrência inevitável numa sociedade que tem acesso a tais drogas; consideram a priorização de objetivos de tratamento em que aqueles que são imediatos e realizáveis têm precedência quando não se pode esperar realisticamente a abstinência do usuário num futuro próximo. Esses objetivos de tratamento são hierarquizados, diminuindo gradualmente os efeitos negativos do uso de drogas, e dão preferência para serviços que não estigmatizem o usuário, objetivando ser integrado novamente à comunidade com mais facilidade.

Denning (2001) afirma que o princípio central da redução de danos é respeitar a autonomia do usuário e desenvolver um relacionamento de colaboração mútua com ele. A implementação de ações baseadas na redução de danos inclui um espectro de intervenções, inclusive a abstinência, que vão desde exposições de vídeo, feiras de saúde e educação sobre drogas, programas de troca de agulhas e seringas e uso de drogas assistido por médicos e psicoterapia. É essencial para a implementação da redução de danos o reconhecimento de que, mesmo para aqueles que desejam a abstinência total, esse objetivo é difícil de alcançar e de manter. Dessa maneira, o usuário é assistido de acordo com o uso que apresenta, para que sejam minimizados os danos associados a essa prática e promovida a saúde e minimizadas as conseqüências morais e sociais associadas ao uso de drogas (REY, 2002).

Maccoun (1998) refere que existem três importantes estratégias para lidar com as conseqüências danosas do uso abusivo de substâncias e outros comportamentos de risco: desencorajar as pessoas a realizar o comportamento (redução da prevalência), encorajar a reduzir a freqüência ou extensão do comportamento (redução da quantidade) e tentar reduzir as conseqüências danosas do comportamento quando ocorre (redução de riscos). As ações do tratamento não estão restritas de forma exclusiva ao indivíduo; procuram-se construir ações que envolvam o ambiente para a mudança de comportamento em direção a práticas mais saudáveis e menos danosas, incluindo o tratamento psicoterápico do usuário de drogas, a requisição de mudanças na política de drogas, programas de troca de seringas e produtos para limpar as seringas e intervenções amplas que focalizem o uso seguro de substâncias (RHODES, 2002; FRIEDMAN, 2001; INCIARDI e SURRAT, 2001; MARLATT, 2002).

A redução de danos não favorece o consumo de drogas mesmo que não apresente medidas radicais de ação, como a abstinência. Marlatt (2002), ao relatar estudos com usuários abusivos de álcool, refere que táticas orientadas com base nesse referencial têm sido, no mínimo, tão efetivas quanto os tratamentos baseados no modelo tradicional de abstinência. O entendimento dos fatores envolvidos no uso abusivo de substâncias é complexo, exigindo ações complexas: usuários abusivos de substâncias compõem um grupo vasto e diversificado de pessoas que variam as características pessoais, a severidade dos problemas derivados do uso da substância, objetivos pessoais em relação ao uso (a possibilidade de uso moderado versus abstinência), motivação e prontidão para mudança, estado emocional, variáveis sociais, econômicas e culturais. Portanto, um modelo único pode estar fadado a falhar com uma parcela considerável de pacientes. Essa diversidade de comportamentos relacionados ao uso abusivo de substâncias e sua complexidade sugere a necessidade de um modelo flexível, compreensivo e inclusivo para aumentar a efetividade do auxílio desse vasto número de pessoas (TATARSKI, 2002; MARLATT, 2002).

Nesse sentido, a realização dos grupos focais com os adolescentes objetivou criar um espaço de discussão sobre suas percepções e vivências. Ao se discutir seu cotidiano, suas crenças e atitudes em relação ao uso de drogas, pode-se perceber que esse tema suscita muitas dúvidas entre eles e é objeto de curiosidade e, muitas vezes, gerador de preconceito.

 

Metodologia

Os participantes da atividade englobaram adolescentes de famílias de baixa renda, entre 13 e 18 anos, integrados a um programa público de atendimento para essa clientela. Os grupos focais foram constituídos por meio de uma escala organizada pelo coordenador, de forma que todos participaram. O número total de participantes dos grupos focais compreendeu 250 adolescentes.

Inicialmente, os dinamizadores explanaram sobre a atividade que seria feita, informando que esta se constituiria na discussão de um tema importante da atualidade, ou seja, o uso de drogas, a pedido da coordenação do programa de que eles participavam. Foi explicado que as informações emitidas nas discussões estariam protegidas pelo sigilo, havendo a garantia de anonimato dos participantes. Após o aceite de todos, dava-se início à atividade.

O método de trabalho teve por base um caso fictício de uso de drogas, que serviu como estímulo inicial às discussões dos grupos focais, objetivando conhecer suas percepções e debater a relação risco/benefício do uso. As respostas escritas pelos adolescentes na folha do caso foram organizadas em categorias e, posteriormente, discutidas, constituindo o material analisado neste artigo.

Utilizaram-se grupos focais como forma de trabalho, porque, conforme Romero (2000), são grupos em que ocorre a discussão de determinado tema, com um “foco”em elementos previamente organizados. Isso caracteriza o grupo focal como instrumento excelente para a análise qualitativa das informações obtidas dos participantes. Westphal (apud ROMERO, 2000, p. 59) define grupo focal como uma sessão informal de pessoas que irão discutir um tópico específico. Uma característica do grupo focal, essencial para o trabalho realizado, consiste na possibilidade de identificar elementos da dinâmica social do grupo, suas opiniões e motivações. Nessa atividade, as discussões geradas pelo grupo levantaram informações em relação ao uso de drogas, tendo por base o estímulo da situação fictícia, proporcionando, ao mesmo tempo, uma possibilidade de conhecimento para os dinamizadores do que acontece no cotidiano dos jovens em relação às drogas, e um momento de reflexão crítica por parte dos adolescentes sobre essa realidade.

Foram realizados 12 grupos focais, numa média de 20 jovens por encontro. Em cada um desses encontros, os dinamizadores apresentaram-se, colocaram os objetivos do trabalho e pediram que os jovens se apresentassem. Depois, os jovens foram divididos em pequenos grupos de 5 a 6 integrantes, e o caso foi distribuído. O objetivo desses pequenos grupos era viabilizar a discussão da situação e elaborar respostas escritas para as questões propostas. Após a discussão do caso, o grande grupo voltou a se reunir, e as respostas de cada grupo foram socializadas e debatidas.

As informações que servem de base para este artigo consistem nas respostas escritas pelos jovens na folha com o caso fictício, que cada pequeno grupo recebeu. Após o debate com o grande grupo sobre as respostas discutidas nos pequenos grupos, as folhas foram recolhidas, e as respostas escritas, analisadas conforme a proposta de Rey (2002). Para esse autor, a investigação qualitativa detém-se sobre objetos complexos, como, por exemplo, a subjetividade (nesse caso, o objeto são as percepções dos adolescentes sobre o uso abusivo de substâncias), que se constituem em unidades inter-relacionadas, modificando-se conforme o contexto em que ocorrem, mudando esse contexto e, ao mesmo tempo, mantendo um senso de identidade que as diferencia do mundo circundante. O movimento de análise deve, também, basear-se no relatado e abrir-se às interpretações do investigador sobre aquilo que está sendo investigado, criando-se, portanto, novos elementos/categorias que constituem o processo da análise e discussão das informações. O uso de drogas, considerado um fenômeno complexo e constantemente ressignificado, seria, portanto, adequado a essa proposta de análise.

As respostas escritas de cada pequeno grupo foram organizadas em duas categorias denominadas motivadores para o uso/experimentação e recursos/possibilidades de enfrentamento do uso de drogas. Optou-se pela não-inclusão dos dados fornecidos pelos adolescentes como elementos de ilustração das categorias propostas, restringindo-se o texto à discussão destas à luz do referencial da redução de danos.

 

Discussão de resultados

Motivadores para o uso/experimentação

O equilíbrio entre o número de respostas dos adolescentes a favor e contra a experimentação/ uso de drogas nos leva a argumentar que está bastante presente a questão da curiosidade sobre os efeitos das drogas. Por outro lado, as proibições inerentes ao consumo de drogas confrontam-se com essa curiosidade, sendo um fator que restringiria a experimentação/uso. O fato de ser um caso fictício deve ter sido elemento importante que facilitou o aparecimento desse dado, tendo em vista que os participantes colocavam nos protagonistas do caso fictício suas expectativas, temores e desejos.

A falta de informação sobre as drogas apareceu como um dos fatores relacionados à curiosidade. O desconhecimento sobre os tipos de drogas e sua ação seria um dos elementos que facilitaria o processo de experimentação/uso, conforme seus relatos. Por fim, também houve respostas favoráveis à experiência, embora esta sempre fosse vinculada ao temor de que, uma vez experimentada a droga, o vício estaria instalado. Dessa maneira, apresenta-se um quadro de ambivalência entre o desejo de experimentar e o risco, quase certo para eles, como se pode pressupor, de se tornarem dependentes.

A maioria das respostas dos adolescentes sobre se experimentariam ou não o baseado, de acordo com o caso fictício, sugere que eles não fariam essa experiência. Os argumentos levantados apontavam o temor em se viciar, o que acabaria por piorar sua vida ou deixá-la em situação de risco. A pressão do grupo de iguais surgiu como elemento importante de pressão para o uso/experimentação, tendo em vista que o adolescente passa por situações em que a dependência de sua inclusão entre os pares passa por uma “prova de merecimento”, nesse caso o uso da droga.

Da mesma forma, a presença de dificuldades familiares foi apontada com ênfase pelos adolescentes como um dos motivadores para a experimentação/uso, tendo aparecido, muitas vezes, o uso de drogas como uma alternativa para a fuga dos problemas de casa.

Recursos/possibilidades de enfrentamento ao uso de drogas

Dentre os recursos/possibilidades de enfrentamento ao uso de drogas relatados pelos jovens, foi referido que suas atitudes pessoais seriam o principal fator implicado. Fatores ambientais e relacionais, como acesso à droga, pressão do grupo de amigos e presença de conflitos familiares, embora referidos, são colocados em segundo plano quando a questão do enfrentamento é evidenciada. Isso nos leva a pensar que os adolescentes relacionam de forma tênue mudanças nessas dimensões com a redução/cessação do uso.

O uso abusivo foi altamente relacionado, segundo as falas dos participantes, com características do tipo “falta de caráter”, “cabeça fraca”, “doença” e “burrice” (expressões literais dos adolescentes). A presença de conflitos familiares surgiu como um dos elementos que motivaria a experimentação/uso, mas foi pouco referido que o tratamento do uso de drogas devesse passar pelo tratamento/modificação do sistema familiar, permanecendo a ênfase sobre a iniciativa e esforços pessoais para o enfrentamento e tratamento. De modo semelhante, o acesso relativamente fácil à substância e a pressão do grupo de amigos apareceu nos relatos. Houve, igualmente, poucas referências sobre a possibilidade de mudança no ambiente/relações sociais como auxiliar no enfrentamento da experimentação/uso abusivo.

Os debates que surgiram nos grupos focais com base na história-estímulo mostraram que as drogas aparecem com freqüência no quotidiano dos jovens. As situações mais freqüentes foram: o oferecimento pelo grupo de amigos; conflitos familiares como motivadores para a experimentação/manutenção do uso; uma forma equivocada de resolução dos problemas da vida; e a curiosidade sobre os efeitos. Apenas uma vez apareceu a resposta de que o uso de drogas po deria acontecer simplesmente para a obtenção de prazer, o que nos leva a pensar que falar desse prazer que a droga proporciona é um tabu. Pareceu-nos que o discurso dominante nos grupos era o de que as drogas fazem mal, e pouco se cogita sobre o prazer que ela proporciona como motivador do uso.

Houve nas respostas dos adolescentes uma grande ênfase em esforços individuais como os propulsores para o tratamento. O fortalecimento de atitudes morais positivamente valorizadas, como “vencer o vício” e “força de vontade”, foi relatado como o principal motivador. Conseqüentemente, o próprio uso da substância e a presença de recaídas durante o tratamento seria um comportamento moralmente desvalorizado, o que poderia levar a uma situação de preconceito perante pares, amigos e familiares.

Embora apareçam os aspectos familiares, interpessoais e ambientais, como conflitos familiares, pressões do grupo de pares e o fácil acesso às drogas, a ênfase nas possibilidades de resistência e enfrentamento está em aspectos e atitudes pessoais, relacionados especialmente à força de vontade. Paradoxalmente, o uso abusivo de drogas é encarado, ao mesmo tempo, como uma doença que deve ser combatida e tratada; mas se o tratamento dessa “doença” não dá certo, isso se deve quase que exclusivamente à “falta de força de vontade” do usuário.

Na realização dos grupos focais, os adolescentes mostram-se participativos, embora inicialmente um pouco inibidos por não conhecerem os dinamizadores. A discussão em pequenos grupos favoreceu o entrosamento entre eles, visto que muitos trabalham em turnos diferentes apesar de participarem do mesmo programa. A qualidade das respostas e o nível de participação dos jovens nas discussões dos grupos focais nos levam a pensar que tal metodologia de trabalho foi relevante para essa clientela. Pensamos que atividades como a aqui descrita são facilitadoras nas práticas de prevenção ao uso de drogas, aliadas a outras técnicas de sensibilização dessa problemática.

As intervenções/orientações dos dinamizadores não ressaltaram de forma exclusiva o caráter de proibição que há na questão das drogas, no momento que norteavam as discussões, nem somente os malefícios do seu uso, mas procuraram dar abertura para que os jovens falassem sobre suas opiniões e sentimentos a respeito disso. A atividade procurou orientar-se no sentido de permitir que as mais diversas opiniões surgissem, esclarecendo sobre o risco de dependência e os fatores implicados – orgânicos, familiares e sociais –, numa atitude conforme à proposta da redução de danos (MARLATT, 1999).

 

Conclusões

Pôde-se perceber com a realização dessa atividade que ela foi válida como uma possibilidade de trabalho de prevenção com os adolescentes, pois abriu um espaço de discussão sobre o uso de drogas. Entretanto, acreditamos também que ela, por si só, não deve dar conta dessa complexa questão, visto que esse quadro não é somente psicológico, mas possui facetas sociais e legais que devem ser consideradas. Programas diferenciados que tratem da questão das drogas, levantando alternativas complementares ao modelo de abstinência, são uma necessidade no presente momento, pois se pode perceber que este tem limitações, possuindo ação restrita em muitos usuários de drogas. Não se propõe que a redução de danos seja a solução definitiva para essa questão, nem se afirma que o tratamento baseado na abstinência seja algo superado, mas sim levanta- se a possibilidade da redução de danos como um trabalho com alcance diferenciado, e que essas vantagens devem ser exploradas. Considerar que o consumo de drogas não será erradicado da sociedade, como afirma a redução de danos, proporciona uma visão mais realista dessa questão e pode fazer que sejam construídas novas formas para lidarmos com esse problema tão sério.

 

Referências

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Endereço para correspondência
Rua Onofre Pires, 53, Bairro Lucas Araújo
99074-320, Passo Fundo – RS
E-mail:vinicius@uncnet.br

Tramitação
Recebido em abril/2003
Aceito em agosto/2003