SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.11 número3Avaliação da memória de trabalho em alunos de 5ª a 8ª série do ensino fundamental índice de autoresíndice de assuntospesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Serviços Personalizados

Journal

artigo

Indicadores

Compartilhar


Psicologia: teoria e prática

versão impressa ISSN 1516-3687

Psicol. teor. prat. vol.11 no.3 São Paulo  2009

 

ARTIGO ORIGINAL

 

Aspectos psicossociais da convivência de idosas com animais de estimação: uma interação social alternativa

 

Psychosocial aspects of elder women living with pets: an alternative social interaction

 

Aspectos psicosociales del convivio de ancianos con animales de estimación: una alternativa de interacción social

 

 

Edmara Chaves Costa1; Maria Salete Bessa JorgeI; Evelyn Rúbia de Albuquerque SaraivaII; Maria da Penha de Lima CoutinhoII

I Universidade Estadual do Ceará
II Universidade Federal da Paraíba

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Este estudo buscou apreender as representações sociais acerca das interações com animais de estimação elaboradas por idosas, considerando seus benefícios e riscos. Participaram 200 idosas, distribuídas em dois grupos, de acordo com a convivência ou não com animais de estimação. Aplicaram–se um questionário sociodemográfico e a Técnica de Associação Livre de Palavras, com base nos estímulos–indutores "animal de estimação", "benefícios", "riscos", "saúde", "doença" e "eu mesma". Os resultados mostraram que as idosas que conviviam com animais de estimação ancoraram as representações sociais dos animais nas interações sociais alternativas associadas à carência afetiva humana. Elas expressaram a ausência de riscos no contato com os animais, adotando uma conduta defensiva em relação ao estímulo, direcionada para a busca do equilíbrio mental, numa luta silenciosa para sobreviver à angústia da solidão. Constatou–se que a rede de significados ultrapassou a simples posse de uma mascote e assumiu uma postura concernente aos deslocamentos dos afetos. Foram discutidas as limitações do estudo, sugerindo–se a ampliação da amostra e das técnicas de coleta de dados, como forma de aumentar o seu alcance e a sua aplicabilidade social.

Palavras–chave: Idoso, Animal de estimação, Representações sociais, Técnicas projetivas, Apoio social.


ABSTRACT


This study searched to apprehend the social representations about the interaction with pets elaborated by elders female, considering its benefits and risks. Took part 200 elders female, distributed into two groups, from the living or not with pets. It was applied a socio–demographic questionnaire and the Technique of Free Association of Words, from the stimulus–inductor "pet", "benefits", "risks", "health", "disease" and "myself". The results shown that elders female that lived with pets supported the social representations of animals in alternative social interactions associated to lack of human affection. They expressed the absence of risks in contact with the animals, adopting defensive conduct in relation to stimulus, directed to search of mental balance, in silent fight to survive to anguish of solitude. It observed that net of meanings surpass the simple own of a mascot and assumed a stance concerning to movings of affects. It was discussed the limitations of study, suggesting the increase of sample and techniques of collect data, as mode to increase its range and its social applicability.

Keywords: Old–aged, Pet, Social representations, Projective techniques, Social support.


RESUMEN

Esta pesquisa intentó aprehender las representaciones sociales acerca de las interacciones con animales de compañía obtenidas por ancianas, llevando en cuenta los beneficios y riesgos. Participaron 200 ancianas, repartidas en dos conjuntos, principiando Del convivio o no con animales de compañía. Se utilizaron de un cuestionario socio demográfico y la Técnica de Asociación Libre de Palabras, desde los estímulos inductores "animal de compañía", "beneficios", "riesgos", "salud" y "yo misma". Los resultados demostraron que las ancianas que conviven con animales de compañía anclaron las representaciones sociales de los animales en las interacciones sociales alternativas asociadas a la carencia afectiva humana. Ellas expresan la inexistencia de riesgos en el contacto con los animales, adoptando una conducta defensiva en relación con el estimulo, dirigida para la búsqueda del equilibrio mental, en una lucha silenciosa para sobrevivir a la angustia de la soledad. Se verificó que la red de significados trascendió la pose de una simple mascota y asumiendo una postura en relación ante los desplazamientos afectivos. Fueron discutidas las limitaciones de la pesquisa, sugiriendo la ampliación de la amuestra y de las técnicas de colecta de datos, como una manera de agrandar su alcance y su aplicabilidad social.

Palabras clave: Anciano, Animal de estimación, Representaciones sociales, Técnicas proyectivas, Apoyo social.


 

 

Introdução

O processo de construção do envelhecimento encontra–se inter–relacionado com uma complexa rede de fatores físicos, psicológicos, sociais, econômicos e culturais. A interação desses fatores faz do envelhecimento um fenômeno extremamente heterogêneo e individualizado, que é influenciado por padrões históricos e culturais de uma sociedade.

Nessa fase da vida, inicia–se a perda da intimidade com companhias humanas, a exemplo de cônjuges e amigos, além da separação dos filhos e dos colegas de trabalho e da alteração dos papéis sociais. Todos esses fatores tendem a reduzir a rede de suporte social ao idoso, desencadeando uma solidão constante, que passa a ser fonte de estresse e que pode ser traumática. No contexto contemporâneo, a tendência de viver sem uma companhia humana faz aumentar as interações sociais alternativas, visando à manutenção da saúde e do sentimento de bem–estar. Segundo Ramos (2002), entretanto, o estresse associado à solidão faz que tais interações alternativas contribuam para o surgimento ou o agravamento de doenças físicas e psicológicas.

No que concerne às interações sociais alternativas, diversas pesquisas têm mostrado que os seres humanos, especialmente os idosos, consideram seus animais de estimação membros da família. De acordo com Suthers–McCabe (2001), a relação ser humano–animal é talvez mais forte e mais profunda na velhice do que em qualquer outra idade. Nesse sentido, a interação entre humanos e animais se reveste de um caráter benéfico e dinâmico na medida em que inclui não somente o aspecto da companhia proporcionada pelos animais, mas também as trocas de vivências emocionais, psicológicas e físicas entre as pessoas.

Com base em um levantamento realizado no portal de periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), na MedLine e na SciELO, pode–se observar que são escassas as pesquisas que tratam da relação psicoafetiva entre os humanos e os animais de estimação, e nenhum estudo focalizou a temática vinculada à participação de pessoas idosas. Nos poucos estudos identificados, destaca–se a dominância da abordagem quantitativa em detrimento de uma investigação de cunho qualitativo, que poderia apreender as subjetividades inerentes ao relacionamento psicoafetivo e social que se encontra no cerne da interação entre o ser humano e o animal de estimação.

Nesse sentido, McNicholas e Collis (2001) realizaram uma pesquisa com o objetivo de investigar as subjetividades inerentes ao relacionamento de crianças com seus animais de companhia. Esses autores observaram que, no que tange aos relacionamentos sociais, as crianças citaram os animais de estimação em um nível mais alto do que o existente em certos tipos de relacionamento humano. Assim, os animais foram vistos como fontes de conforto, suportes para a estima e confidentes para um segredo.

Na opinião de Siqueira, Botelho e Coelho (2002), o processo de envelhecimento populacional repercutiu e ainda continua ressoando nas diferentes esferas da estrutura social, econômica e política da sociedade, uma vez que os idosos possuem necessidades específicas para a obtenção de condições de vida adequadas. De acordo com Veras (2003), para além do estudo do perfil demográfico sobre o envelhecimento populacional, faz–se necessário investigar esse processo voltado para uma reflexão sobre as mudanças culturais e sociais resultantes da ampliação do contingente de pessoas idosas. Apesar dessa recomendação, diz o autor, as repercussões das profundas transformações sociais subjacentes ao envelhecimento ainda são pouco contempladas nos estudos especializados sobre a área.

Numa sociedade que envelhece, nota–se, cada vez mais, a presença de animais de estimação nos lares e o papel desempenhado por eles no suporte psicossocial às pessoas. Os animais de companhia proporcionam uma significativa melhoria na qualidade de vida das pessoas, aumentando os estados de felicidade, reduzindo os sentimentos de solidão e melhorando as funções físicas e a saúde emocional. Para Suthers–McCabe (2001), os animais de estimação são companhias íntimas que não oferecem competição e podem ser amados sem o medo da rejeição. Eles promovem experiências estimulantes e inspiram humor e brincadeira. A autoestima das pessoas idosas pode ser aumentada ou restaurada pelo sentimento de que os animais dos quais elas cuidam as amam em troca.

Ademais, essas interações sociais alternativas podem funcionar como um "lubrificante social", na medida em que a presença dos animais acaba servindo de estímulo para a conversa com outras pessoas. Assim, a ligação com os animais de estimação influencia positivamente a saúde das pessoas idosas.

A pesquisa de Baun e McCabe (2003) apontou que a presença de um animal de companhia pode aumentar a socialização de pessoas diagnosticadas com demência do tipo Alzheimer e reduzir os comportamentos de agitação nas diversas fases de evolução da doença. O estudo de Allen, Blascovich e Mendes (2002) associou a posse de animais de estimação à redução de alguns fatores de risco cardiovascular, incluindo–se a pressão arterial e os níveis de triglicerídeos. Além disso, após experienciarem um ataque cardíaco, os proprietários desses animais apresentaram taxas de sobrevivência e de visitas aos médicos maiores do que os não proprietários.

Os aspectos positivos da convivência com animais de estimação são de difícil mensuração e análise, já que tratam de aspectos subjetivos, referentes aos sentimentos e às sensações. Assim, muitos trabalhos teóricos são elaborados com o intuito de discutir métodos e técnicas ajustáveis ao objeto de pesquisa. Kitagawa e Coutinho (2004) alertam para a necessidade de se mensurarem as interações sociais alternativas por meio de estudos que esclareçam, com exatidão, os fatores envolvidos e os benefícios advindos delas.

A despeito dos aspectos positivos evidenciados em diversas pesquisas, os potenciais riscos que podem emergir das interações entre humanos e animais de estimação não devem ser ignorados. Deve–se levar em conta o fato de que o Brasil vive um processo de transição não somente demográfica, mas também epidemiológica, em que se convive, lado a lado, com doenças infectoparasitárias e crônico–degenerativas (COELHO FILHO; RAMOS, 1999).

Pode–se listar uma série de desvantagens da convivência com animais de estimação, tais como os custos, a aversão aos animais e as fobias e inibições culturais, além dos potenciais riscos de zoonoses, alergias e mordidas. Nesse sentido, a presente pesquisa tenta despertar a investigação científica para uma face pouco explorada do processo saúde/doença da população brasileira. Com base nesses pressupostos, torna–se importante apreender os significados que essas vivências com animais de estimação adquirem para os humanos, principalmente para os idosos. Por essa razão, este estudo desenvolveu–se ancorado na Teoria das Representações Sociais, de Moscovici (1978, 2003), na busca de desvendar as opiniões, as crenças, as atitudes e os afetos dos idosos acerca desse objeto social.

Moscovici (1978) define a representação social (RS) como uma modalidade de conhecimento particular que tem por função a elaboração de comportamentos e a comunicação entre indivíduos. Portanto, as RS são conjuntos simbólicos/práticos/dinâmicos, cujo status é o de uma produção e não de uma reprodução ou reação a estímulos exteriores. Preferentemente, as RS lidam com o uso e a seleção de informações de acordo com o repertório circulante na sociedade.

De forma complementar, deve–se destacar o fato de que a consciência é uma condição sine qua non para a individuação e é o que distingue o ser humano dos demais animais. Ela, contudo, guarda uma conexão com o inconsciente, sendo esse a fonte original das informações. Portanto, à medida que o inconsciente é, também, coletivo, deve–se reconhecer tanto a particularidade de cada ser como sua ligação com o coletivo (VERGUEIRO, 2008).

Assim, as RS dos idosos acerca da convivência com animais de estimação não são simples opiniões ou imagens dessa convivência. Na verdade, constituem verdadeiras teorias coletivas sui generis, destinadas à interpretação e à elaboração do real, do seu processo de envelhecimento e da sua necessidade de suporte afetivo–emocional.

Diante da carência de estudos sobre a temática, a presente pesquisa foi desenvolvida com base na Teoria das Representações Sociais, em virtude de essa teoria favorecer a produção de conhecimentos e vivências psicossociais de indivíduos inseridos em seus grupos de pertença. Nessa direção, buscou–se apreender as representações sociais acerca das interações de idosas com animais de estimação, considerando seus benefícios e risco.

 

Método

Aspectos éticos e locus da pesquisa

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Ceará, conforme a Resolução CNS/MS, no 196/96. O locus da pesquisa foi o Serviço Social do Comércio (Sesc) de Fortaleza, uma instituição privada, de âmbito nacional, criada e mantida por iniciativa do empresariado do setor de comércio de bens e serviços.

Descrição das participantes

A amostra foi constituída por 200 mulheres idosas, pertencentes a um grupo de convivência instalado no local da pesquisa. As participantes foram distribuídas em dois grupos: 100 idosas que conviviam com animais de estimação e 100 idosas que não tinham essa convivência. Os critérios usados para a inclusão dos participantes na pesquisa foram os seguintes: fazer parte do grupo de convivência, ter idade igual ou superior a 60 anos, segundo a Política Nacional do Idoso (Decreto n°1.948/96), ser alfabetizada e aceitar livremente participar da pesquisa, mediante assinatura do termo de consentimento.

Dentre as 200 participantes, a maior parte era composta por "idosas jovens", ou seja, com menos de 70 anos de idade. A idade média apresentada foi de 66,3 anos e 67,5 anos, respectivamente, para os grupos 1 e 2, o que mostra certa homogeneidade etária entre os grupos eleitos para a pesquisa. Do total selecionado, 39% das idosas do Grupo 1, que conviviam com animais, e 31%, do Grupo 2, sem convivência com animais, eram casadas. Em comparação com o Grupo 1, houve uma prevalência maior de viúvas e solteiras no Grupo 2: 40% e 20% respectivamente. Apesar da dessemelhança entre os grupos, observa–se que, quanto ao estado conjugal, essas idosas viviam, em sua maioria, sem cônjuge (solteiras, separadas ou viúvas), perfazendo mais da metade da amostra total. Não houve diferença relevante quanto ao número de separadas/divorciadas nos distintos grupos.

As participantes apresentaram nível alto de escolaridade, visto que, do total de idosas pesquisadas, 21% do Grupo 1 e 16% do Grupo 2 informaram ter curso superior, enquanto 39% e 42% dos sujeitos dos grupos 1 e 2, respectivamente, disseram ter frequentado o ensino médio. Nenhuma das participantes declarou ser analfabeta, o que contraria a maioria dos estudos da área que denuncia o analfabetismo dos idosos como uma realidade dos países em desenvolvimento. Segundo tais estudos, essa realidade é mais palpável quando se trata de idosos que viveram sua infância em uma época na qual o ensino não era prioridade, principalmente no que tange à mulher.

A distribuição proporcional da população estudada, de acordo com a situação no mercado de trabalho, mostra que, nos dois grupos, a maioria das mulheres (48% e 49%) estava aposentada; 16% do Grupo 1 e 14% do Grupo 2 trabalhavam; e apenas 16% e 17% dos grupos 1 e 2, respectivamente, não trabalhavam nem eram aposentadas, declarando–se donas de casa. Pode–se evidenciar uma clara homogeneidade dos grupos no que diz respeito ao quesito ocupação.

A maioria das idosas morava com a família, sendo comum a presença do domicílio multigeracional, tendo sido evidenciados domicílios com até três gerações. Uma minoria, 16% das idosas do Grupo 1, morava sozinha. Em contrapartida, 33% das participantes do Grupo 2 alegaram morar somente com uma acompanhante ou sozinhas, semelhante ao que se encontra em países desenvolvidos, onde mais de 30% dos idosos vivem sós. Nesse sentido, por ser um achado significativo para a pesquisa, deve–se destacar o percentual significativo de idosas do Grupo 2 (33%) nesse arranjo familiar, ao ser comparado com o Grupo 1.

Convém destacar algumas particularidades das idosas que conviviam com animais de estimação, quanto à espécie animal que foi mencionada no questionário sociodemográfico. Em primeiro lugar, constatou–se que a maioria das idosas tinha uma forte preferência pela espécie canina, tanto como único animal de estimação (47%) quanto em associação com outras espécies do reino animal (18%).

Uma cifra interessante que emergiu na coleta de dados destaca a predileção por papagaio entre as pessoas que tinham pássaros. Com efeito, entre as idosas que referiram ter pássaros, pelo menos 13 delas (29%) declararam possuir papagaios. Essa particularidade também teve forte repercussão na quantidade de recusas à participação na pesquisa. Apesar de serem esclarecidas sobre o anonimato da pesquisa, muitas idosas recusaram–se a participar, receando a ação do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama): uma vez que o papagaio é considerado um animal silvestre, poderia ocorrer a sua apreensão. Destacaram–se, ainda, outros animais, como peixes, cágados e coelhos, citados na coleta de dados, além de algumas espécies exóticas, as quais, mesmo não tendo sido incluídas na contagem, merecem destaque: galinha, pato, cabra, sagui, entre outras.

Pelos dados apresentados, observa–se que a maioria das participantes possuía um perfil sociodemográfico denotativo de "idosas jovens", entre 60 e 70 anos. Além disso, possuíam alta escolaridade e eram solteiras, separadas ou viúvas, dedicadas ao cuidado da casa e da família, sendo comum a presença do domicílio multigeracional. Dentre as que conviviam com animais de estimação, o cão foi o animal indicado na maioria das respostas.

Instrumentos

Os instrumentos aplicados foram o questionário sociodemográfico e a Técnica de Associação Livre de Palavras (Talp). O questionário sociodemográfico englobou variáveis gerais, tais como estado civil, escolaridade, ocupação e arranjo familiar.

A Técnica de Associação Livre de Palavras objetiva identificar as dimensões latentes dos objetos representacionais, na perspectiva de uma técnica projetiva, a partir da rede associativa dos conteúdos evocados pela pessoa em relação a estímulos–indutores, realçando os conteúdos encobertos, salientes e não filtrados pela censura (NÓBREGA; COUTINHO, 2003). Nesta pesquisa, foram utilizados seis estímulos–indutores para a aplicação da Talp: 1. animal de estimação, 2. benefícios da convivência com animais de estimação, 3. riscos da convivência com animais de estimação, 4. saúde, 5. doença e 6. "eu mesma".

Procedimentos

Após a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido, os instrumentos da pesquisa foram aplicados individualmente às participantes. Em seguida, os dados do questionário foram processados pelo programa estatístico SPSS, versão 15.0. Para a Talp, as respostas das participantes aos seis estímulos–indutores foram processadas por meio do programa computacional Tri–Deux–Mot, versão 2.2 (CIBOIS, 1998), resultando em uma Análise Fatorial de Correspondência (AFC), que possibilita a representação gráfica da atração e do distanciamento obtidos entre as variáveis fixas, identificadas pelo questionário sociodemográfico, e as variáveis de opinião, obtidas pelas respostas das participan–tes aos seis estímulos–indutores da Técnica de Associação Livre de Palavras.

 

Discussão dos resultados

As evocações coletadas pela Técnica de Associação Livre de Palavras foram processadas pelo programa computacional Tri–Deux-Mot, levando em consideração os seis estímulos–indutores e as seguintes variáveis sociodemográficas: convivência com animal de estimação, estado civil e composição familiar. Efetuado o processamento pela AFC, obteve–se o registro de 4.184 palavras como respostas aos estímulos–indutores. Dessas palavras, 1.433 mostraram ser diferentes, após serem reduzidas de acordo com a junção dos termos com similaridade semântica.

 

Figura 1. Plano fatorial de correspondência das representações sociais das idosas

 

A análise da Figura 1 foi feita pela leitura das modalidades, palavras evocadas ou campos semânticos, distribuídos de maneira oposta sobre os dois eixos ou fatores (F1 e F2). Juntos, os dois fatores explicam 60,5% da variância total das respostas e focalizam, especificamente, a análise das variáveis ou modalidades que tiveram contribuição superior a duas vezes a média das cargas fatoriais identificadas no programa computacional.

De acordo com a Figura 1, o primeiro fator (F1), na linha horizontal, revela as maiores cargas fatoriais. Especificamente, mostra aquelas evocações que, provavelmente, correspondem às representações sociais apreendidas. Esse fator explica 38,3% da variância total de respostas (valor próprio = 0,029).

Para o primeiro fator, destacam–se, no lado negativo ou à esquerda da Figura 1, as evocações que emergiram das idosas sem convivência com animais de estimação, viúvas e que moravam sozinhas. Por oposição, no mesmo eixo ou Fator 1, no lado positivo, à direita, salientam–se as objetivações das idosas que conviviam com animais de estimação.

Com relação ao segundo fator (F2), na linha vertical da Figura 1, destacam–se dois agrupamentos de evocações com as maiores cargas fatoriais, que explicam 22,2% da variância total de respostas (valor próprio = 0,0168). Para esse fator, emergiram dois campos semânticos: um no plano superior, com as evocações manifestadas pelas idosas casadas, e um, por contraste, no plano inferior, com as evocações das idosas solteiras.

As evocações das idosas acerca da convivência com animais de estimação podem ser identificadas da seguinte maneira: as palavras pertencentes ao fator F1 são grafadas com o recurso sublinhado, enquanto, no fator F2, as palavras são grafadas sem recurso especial. Pode–se visualizar, na estrutura da Figura 1, a oposição entre as representações manifestadas pelas idosas que não conviviam com animais de estimação e as que conviviam com eles.

Entre as respostas evocadas, relativas ao primeiro estímulo–indutor (animal de estimação), as idosas que não conviviam com animais de estimação evocaram as palavras: "cão" e "pássaro" no F1 (Eixo 1, lado negativo). Assim, pode–se dizer que esse grupo apenas nomeou algumas espécies animais, sem estabelecer nenhum vínculo com elas.

No extremo oposto, destacaram–se, nas evocações das idosas que conviviam com animais, as palavras "amigo", "família", "carinho", "companhia", "alegria" e "amor". Conforme é possível observar, tudo o que foi representado por esse grupo está no núcleo da afetividade. Isso leva a inferir que o animal de estimação ocupava uma lacuna afetiva, causada pela ausência de companhia, de familiares ou de outras pessoas no convívio social.

As evocações manifestadas em relação ao segundo estímulo–indutor (benefícios da convivência com animais de estimação) guardaram forte interface com o primeiro estímulo. No lado negativo do Eixo 1, as idosas que não conviviam com animais de estimação relataram "não haver" benefícios oriundos da convivência com animais, mas assinalaram a possibilidade de alguns animais representarem uma fonte de "segurança", provavelmente pela referência ser o cão.

Em contrapartida, no lado positivo do F1, as palavras "conversar", "alegria", "amizade" e "brincar" evidenciam que as mulheres que mantinham uma convivência com os animais os qualificavam com uma natureza eminentemente humana e, por conseguinte, eles ocupavam o lugar de pessoas no espaço afetivo. As narrativas corroboram a hipótese de reatividade do suporte social, sustentada por Allen, Blascovich e Mendes (2002). Em seu estudo, esses autores postulam que a presença de outro ser influencia a redução de riscos para a saúde, por atenuar as respostas psicológicas nocivas suscitadas por fatores estressores, melhorando a habilidade das pessoas em lidar com eles.

Em relação ao terceiro estímulo–indutor (riscos da convivência com animais de estimação), o grupo que não convivia com animais de estimação listou, com bastante precisão, a diversidade de problemas passíveis de serem acarretados por essa convivência. Esse grupo sublinhou que é preciso "vacinar" os animais e que o "gato" transmite doença, especificando a ação de elementos como o "pelo" no desencadeamento de processos patológicos, como "alergia", "asma" e "calazar". Ou seja, esse grupo enumerou os riscos da convivência com animais de estimação, estabelecendo uma relação direta com as manifestações desses riscos, citando patologias específicas.

No lado oposto, o grupo que convivia com animais de estimação disse, prioritariamente, não haver riscos, o que revela a existência de uma conduta defensiva das participantes em relação ao estímulo. Houve, entretanto, uma referência à "raiva", o que pode ser uma consequência não somente do risco da doença, mas também da necessidade da participante de cunhar sua identidade como alguém bem informado, no que se refere às campanhas nacionais de vacinação animal. Aqui há uma influência do status oficial da doença raiva, que é enfatizado pelas ações da saúde pública do país.

Nesse sentido, como afirma Pinto (2005), a afetividade pode ser considerada uma "catalisadora" do pensamento humano, podendo predeterminar a composição do raciocínio mediante a natureza conflitiva dos conteúdos psicológicos. Assim, observa–se que, ao organizarem psiquicamente as mais variadas experiências do cotidiano, as pessoas usam a afetividade na solução de uma situação conflitiva.

No que diz respeito ao fator saúde, o quarto estímulo–indutor empregado, pode–se notar que manteve uma potencial ligação com as evocações anteriores. Por exemplo, as participantes que não conviviam diretamente com animais de estimação definiram o conceito de saúde por meio do termo "passear", exteriorizando o lazer como expressão de vitalidade e movimento em sua vida. Já as pessoas que conviviam com animais de estimação descreveram a sua saúde como "tranquilidade", associando–a à palavra "viver". Dessa maneira, conceberam a saúde em função de um estado mental, manifestado pela própria possibilidade de existir.

Quanto ao quinto estímulo–indutor (doença), pode–se notar, ainda no eixo principal (F1) da Figura 1, que o grupo que não convivia com animais de estimação nem sequer se referiu à doença. Essa falta de referência pode ser creditada ao fato de o grupo correlacionar a ideia de doença com a convivência estrita com os animais de estimação. Como não havia esse tipo de convivência, o grupo não teve o que relatar. Contrariando essa tendência, ocorreu a presença das palavras "desânimo" e "dor", evocadas pelas pessoas que possuíam animais de estimação quando responderam ao estímulo "doença". Nesse contexto, as respostas podem ser traduzidas como sofrimento psíquico, enfatizando a dimensão psicológica e afetiva das evocações das idosas que gozavam daquele tipo de convivência.

Por tratar–se de uma população de pessoas idosas, considera–se sintomático que a representação de doença esteja situada, prioritariamente, no domínio afetivo. Como ressaltam Nóbrega, Fontes e Paula (2005), geralmente as pessoas mais velhas se queixam de disfunções físicas, enquanto os jovens focalizam as suas representações mais em conteúdos afetivos sobre as doenças. No presente estudo, o fato de os conteúdos afetivos terem sido focalizados pelas pessoas idosas, em suas representações dos animais de estimação, deveu–se, provavelmente, à sensação de abandono humano que foi por elas experimentada.

Em relação ao sexto e último estímulo–indutor (eu mesma), as idosas que não conviviam com animais de estimação se autoperceberam como pessoas "comunicativas" e "alegres", conferindo predicativos otimistas a si mesmas e atribuindo um forte componente de vida social às suas representações. O posicionamento, eminentemente positivo, foi explicado por Abric (1998, p. 29) quando caracterizou a função identitária: "[...] a representação de seu próprio grupo é sempre marcada por uma superavaliação de algumas de suas características ou de suas produções, com o objetivo de garantir uma imagem positiva do grupo de inserção".

Em contraste com as representações do grupo anterior, as idosas que conviviam com animais de estimação se descreveram com os termos "trabalho" e "experiência", indicando conteúdos que associavam "eu mesma" ao conhecimento armazenado ao longo de sua existência, além da possibilidade de se manterem em atividade. Essa idéia vai além de apenas estarem inseridas no mercado de trabalho, porquanto a maioria das participantes se encontrava em situação de aposentada e/ou pensionista. Preferentemente, expressa uma qualidade pessoal importante para a construção da autoimagem das idosas, mediante a capacidade de realizarem atividades na vida cotidiana.

Com relação aos resultados apresentados no Eixo 2 (F2), pode–se dizer que uma peculiaridade marcante desse fator consiste na oposição de dois grupos bem definidos. Assim, na área superior do eixo, encontram–se as respostas do grupo de mulheres casadas que, provavelmente, não conviviam com animais de estimação. No extremo contrário, na região inferior do eixo, posiciona–se o grupo de mulheres solteiras, cujas respostas tendem a identificá–las como as idosas que conviviam com animais de estimação.

De forma geral, a estrutura assumida na Figura 1 mostra que, à semelhança do que aconteceu com o grupo das viúvas, o grupo das casadas não guarda nenhum vínculo afetivo com os animais de estimação e aponta, como ilustração dentre os espécimes, apenas o "gato" e o "papagaio". Ao serem interrogadas sobre os benefícios oriundos da convivência com os animais de estimação, as mulheres casadas falam vagamente de "alegria". Os riscos advindos da convivência com os animais são citados com riqueza de elementos, com as mulheres levantando questões controversas, como "contágio", "morder" e "necessidade de cuidados".

Esse grupo concebe a saúde em termos de estados mentais, fazendo referência a ser "feliz". Alude ao "remédio" de forma sintomática, na medida em que, por ser portadora de pelo menos uma doença crônico–degenerativa, a maioria faz uso de medicações para manter–se num limiar satisfatório de saúde. Nesse mesmo sentido, encontra–se a palavra"médico", como referência ao estímulo–indutor "doença", o que reproduz o modelo clássico de atenção à saúde ainda dominante no imaginário popular.

No que diz respeito ao estímulo–indutor "eu mesma", pode–se verificar, nesse grupo, uma situação de estranhamento. De fato, as mulheres falam vagamente, sem imprimir nenhuma marca a si mesmas, num posicionamento coerente com aquele assumido no Fator 1. Por conseguinte, falam de si mesmas como pessoas que gostam de "ajudar" os outros, adotando um perfil identitariamente católico e filantrópico.

Na região inferior da Figura 1, no segundo grupo, representado, mesmo que de forma vaga, pelas mulheres solteiras, observa–se a presença de termos como "amor", "criar", "companhia", "alegria" e "pássaro", indicando, quanto ao primeiro estímulo–indutor, que o animal de estimação está associado a uma forte condição afetiva. Não foram evidenciadas respostas para o estímulo–indutor "benefícios da convivência com animais de estimação". Provavelmente, isso ocorreu porque, nesse grupo em particular, esse estímulo–indutor se mostrou apenas como uma extensão do primeiro estímulo. As mulheres solteiras fizeram referências muito vagas aos riscos da convivência com animais de estimação, nomeando condições particulares como "asma" e "alergia".

Relativamente ao quarto estímulo–indutor (saúde), houve uma afirmação das necessidades físicas e das medidas preventivas associadas à saúde por meio do termo "cuidado". De modo análogo, ocorreu a associação da saúde com um conteúdo avaliativo inespecífico, expresso pela palavra "tudo". Ao responder sobre o quinto estímulo–indutor, "doença", esse grupo de mulheres (solteiras) se identificou com as pessoas que convivem com animais de estimação, compartilhando com elas os sentimentos de "desânimo" e "dor".

Com relação ao sexto estímulo–indutor, "eu mesma", esse grupo de mulheres nem sequer o mencionou vagamente, de forma similar e coerente com o que ocorreu no Eixo 1 (F1). Finalmente, essas mulheres falaram de "amor", para retratar a si mesmas, quer do ponto de vista do potencial afetivo, expresso em função do outro, quer pela necessidade de projetar o que lhes falta. Isso tudo foi feito sem omitir a característica "ter experiência", que sobressaiu em seu autoconceito, todas as vezes que se referiram a si mesmas como pessoas idosas.

 

Considerações finais

Os resultados da análise da Técnica de Associação Livre de Palavras evidenciaram uma forte oposição entre os dois grupos analisados. Em contraste com as mulheres que não conviviam com animais de estimação, as mulheres que conviviam com eles ancoraram fortemente as suas representações nas interações sociais alternativas e nos aspectos afetivos associados à necessidade de preenchimento da carência afetiva humana. Elas expressaram a ausência de riscos no contato com os animais, adotando uma conduta defensiva em relação aos estímulos–indutores. Essa esquematização indica uma associação preocupante quando se imagina que as representações de um grupo funcionam como um guia para a ação.

As evidências empíricas relatadas neste estudo corroboram a pesquisa de Rey (2006), uma vez que realçam os sentidos subjetivos desvelados pela apreensão das representações sociais. Nesse sentido, a convivência com animais de estimação é cercada por uma rede subjetiva de significados que ultrapassa a simples posse de uma mascote e assume uma postura psicoafetiva, relativa aos deslocamentos dos afetos.

Os resultados do presente estudo não permitem concluir se essa interação é boa ou ruim. Contudo, talvez possam indicar um sintoma social da dura realidade enfrentada pelos idosos, que constituem a parcela da população que mais cresce no Brasil e no mundo.

De modo paradoxal, os riscos a que estão submetidas as pessoas idosas que convivem com animais de estimação residem, principalmente, na negação desses riscos, justificada por um bem maior para elas, que seriam os benefícios e os proveitos advindos dessa relação.

Guardadas as devidas proporções, a interação com outras espécies surge para dar conta de uma demanda de apoio social que o homem não consegue controlar. Significa dar vazão à necessidade do homem, como ser social, de coexistir em meio a outras vidas e fazer parte ativa delas, mesmo que sejam vidas não humanas. É uma busca pelo equilíbrio mental, uma luta silenciosa para sobreviver à angústia da solidão. 

Os resultados relatados neste estudo não pretendem ser conclusivos, mas antes tornarem evidente a necessidade de se adotar um arsenal plurimetodológico para melhor apreender o complexo fenômeno das representações sociais. Nesse sentido, esse estudo carece de ser complementado por meio de, no mínimo, duas direções não excludentes entre si. A primeira complementação diz respeito à importância da ampliação da amostra, de modo a incluir os idosos do sexo masculino. Para se concretizar, talvez essa exigência tenha que lidar com uma resistência maior dos idosos masculinos, para fazer parte da pesquisa, do que a encontrada nas participantes do sexo feminino. Com efeito, durante o período que antecedeu a escolha da amostra, foi observado que os homens acima de 60 anos, cadastrados no setor de atendimento aos idosos, deixaram de frequentar as atividades de convivência social. A segunda complementação possível para este estudo poderia ser a sua continuação por meio de escuta, registro, análise e inferências a respeito dos conteúdos linguísticos dos participantes. Tais conteúdos poderiam ser obtidos quer individualmente, por meio de uma entrevista em profundidade, quer por discussões em grupos de pertença, usando, por exemplo, a técnica de grupos focais.

 

Referências

ABRIC, J. C. A abordagem estrutural das representações sociais. In: MOREIRA, A. S. P. M.; OLIVEIRA, D. C. (Org.). Estudos interdisciplinares de representação social. Goiânia: AB, 1998. p. 27–38.         [ Links ]

ALLEN, K.; BLASCOVICH, J.; MENDES, W. B. Cardiovascular reactivity and the presence of pets, friends and spouses: the truth about cats and dogs. Psychossomatic Medicine, v. 64, p. 727–739, 2002.         [ Links ]

BAUN, M. M.; McCABE, B. W. Companion animals and Persons with Dementia of Alzheimer’s Type. American Behavioral Scientist, v. 47, n. 1, p. 42–51, Sept. 2003.         [ Links ]

BRASIL. Decreto no 1.948. Regulamenta a Lei no 8.842 de 4 de janeiro de 1994 – Política Nacional do Idoso e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, 1996. Seção 1, p. 77–79.         [ Links ]

CIBOIS, P. L'analyse factorielle. Paris: PUF, 1998.         [ Links ]

COELHO FILHO, J. M. C.; RAMOS, L. R. Epidemiologia do envelhecimento no Nordeste do Brasil: resultados de inquérito domiciliar. Revista de Saúde Pública, v. 33, n. 5, p. 445–453, 1999.         [ Links ]

DI GIACOMO, J. P. Aspects méthodologiques de l’analyse des représentations sociales. Cahiers de Psychologie Cognitive, v. 1, p. 397–422, 1981.         [ Links ]

FARACO, C. B.; SEMINOTTI, N. A relação homem–animal e a prática veterinária. Revista CFMV, Brasília, ano X, n. 32, p. 57–62, maio/ago. 2004.         [ Links ]

KITAGAWA, B. Y.; COUTINHO, S. D. Benefícios advindos da interação homem–cão. Rev. Inst. Ciênc. Saúde, v. 22. n. 2, p. 123–128, 2004.         [ Links ]

McNICHOLAS, J.; COLLIS, G. M. Children’s representation of pets in their social networks. Child: Care, Health and Development, v. 27, n. 3, p. 279–294, 2001.         [ Links ]

MOSCOVICI, S. Representação social da psicanálise. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.         [ Links ]

________. Representações sociais: investigações em psicologia social. Petrópolis: Vozes, 2003.         [ Links ]

NÓBREGA, S. M.; COUTINHO, M. P. L. O Teste de Associação Livre de Palavras. In: COUTINHO, M. P. L. et al. (Org.). Representações sociais: abordagem interdisciplinar. João Pessoa: Editora da UFPB, 2003. p. 67–77.         [ Links ]

NÓBREGA, S. M.; FONTES, E. P. G.; PAULA, F. M. S. M. Do amor e da dor: representações sociais sobre o amor e o sofrimento psíquico. Estud. Psicol., Campinas, v. 22, n. 1, p. 77–87, 2005.         [ Links ]

PINTO, F. E. M. A afetividade na organização do raciocínio humano: uma breve discussão. Psicologia: teoria e prática, v. 7, n. 1, p. 35–50, 2005.         [ Links ]

RAINA, P. et al. Influence of companion animal on the physical and psychological health of older people: an analysis of one–year longitudinal study. Journal of American Geriatric Society, v. 47, n. 3, p. 323–329, 1999.         [ Links ]

RAMOS, M. P. Apoio social e saúde entre idosos. Sociologias, n. 7, p. 156–175, 2002.         [ Links ]

REY, F. L. G. As representações sociais como produção subjetiva: seu impacto na hipertensão e no câncer. Psicologia: teoria e prática, v. 8, n. 2, p. 69–85, 2006.         [ Links ]

SIQUEIRA, R. L.; BOTELHO, M. I. V.; COELHO, F. M. G. Velhice: algumas considerações teóricas e conceituais. Ciência & Saúde Coletiva, v. 7, n. 4, p. 899–906, 2002.         [ Links ]

SUTHERS–McCABE, H. M. Take one pet and call me in the morning. Generations, California, v. 25, n. 2, p. 93–95, 2001.         [ Links ]

VERAS, R. Em busca de uma assistência adequada à saúde do idoso: revisão da literatura e aplicação de um instrumento de detecção precoce e de previsibilidade de agravos. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 19, n. 3, p. 705–715, 2003.         [ Links ]

VERGUEIRO, P. V. Jung, entrelinhas: reflexões sobre os fundamentos da teoria junguiana com base no estudo do tema individuação em cartas. Psicologia: teoria e prática, v. 10, n. 1, p. 125–143, 2008.         [ Links ]

 

Endereço para correspondência
Maria Salete Bessa Jorges
Rua Dr. José Lourenço, 2.835, apto 301
Aldeota – Fortaleza – CE
CEP 60115–282
e–mail: masabejo@uece.br

Tramitação
Recebido em setembro de 2009
Aceito em dezembro de 2009

 

 

1 Médica Veterinária