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Psicologia: teoria e prática

versão impressa ISSN 1516-3687

Psicol. teor. prat. vol.15 no.1 São Paulo abr. 2013

 

PSICOLOGIA SOCIAL

 

Coesão de grupo em equipes adultas de voleibol do estado do Paraná

 

Group cohesion in volleyball context of the state of Paraná

 

Cohesión de grupo en equipos adultos de voleibol del estado de Paraná

 

 

José Roberto Andrade do Nascimento Junior; Guilherme Moraes Balbim; Lenamar Fiorese Vieira

Universidade Estadual de Maringá, Maringá - PR - Brasil

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Este estudo descritivo correlacional objetivou analisar a percepção de coesão de grupo de equipes adultas de voleibol do Estado do Paraná. Participaram 155 atletas do gênero masculino e feminino. Como instrumento, utilizou-se o Questionário de Ambiente de Grupo (Group Environment Questionnaire-GEQ). Para a análise dos dados, aplicaram-se o teste Kolmogorov-Smirnov, o alfa de Cronbach, a correlação de Spearman, o Mann-Whitney e a regressão múltipla (p < 0,05). Os resultados demonstraram que as equipes apresentaram bons níveis de coesão de grupo para a tarefa e o social, destacando-se que os maiores níveis de coesão foram observados nas dimensões de atração individual para o grupo-tarefa e social. Notou-se que, quanto mais os atletas se sentem atraídos individualmente para cumprir as tarefas do grupo e se sentem aceitos e envolvidos com a equipe, maior é a união para atingir objetivos. Concluiu-se que as relações interpessoais são fundamentais para o alcance das metas das equipes.

Palavras-chave: coesão grupal; esporte; alto rendimento; atletas; voleibol.


ABSTRACT

This descriptive correlational study aimed to analyze the perception of group cohesion of volleyball's adult teams of state of Paraná. The subjects were 155 athletes male and female. The instruments used were the Group Environment Questionnaire (GEQ). For data analysis we applied the Kolmogorov-Smirnov test, Cronbach's alpha, Spearman's correlation, Mann-Whitney and Multiple Regression (p < 0.05). The results showed that teams had good levels of group cohesion and social to the task, pointing out that the highest levels of cohesion were observed in the dimensions of Attraction to Individual and Social Task Group, it was noted that the more athletes are drawn individually to accomplish the tasks of the group and feel accepted and involved with the group, bigger is the union of the group to search for goals. It was concluded that interpersonal relationships are fundamental to achieve team goals.

Keywords: group cohesion; sport; high performance; athletes; volleyball.


RESUMEN

Este estudio descriptivo tuvo como objeto analizar la percepción de cohesión de grupo de equipos adultos de voleibol del estado de Paraná. Compusieron la amuestra 155 deportistas (varones/mujeres). Como instrumento se utilizó el Cuestionario de Ambiente de Grupo. Para el análisis de los datos, se aplicaron el test Kolmogorov-Smirnov, alfa de Cronbach, correlación de Spearman, Mann-Whitney y regresión múltiple (p < 0,05). Los resultados han demostrado que equipos han presentado buenos niveles de cohesión de grupo en la tarea y social. Los más altos niveles de cohesión se observaron en las dimensiones de atracción individual hacia el grupo en la tarea y social. A medida que los deportistas adhieren al cumplimiento de las tareas y se sienten aceptados y comprometidos con el equipo, mayor es la unión del grupo para lograr los objetivos. Se deduce que las relaciones interpersonales fueron una de las claves para la consecución de los objetivos de los equipos.

Palabras clave: cohesión de grupo; deporte; alto rendimiento; deportistas; voleibol.


 

 

De acordo com estudos da área da psicologia do esporte a respeito dos fatores que podem influenciar positivamente o desempenho e o alcance das metas de uma equipe de alto rendimento, a boa percepção de coesão de grupo é um aspecto psicológico imprescindível para o sucesso de uma equipe esportiva (Martens & Peterson, 1971; Carron, Bray, & Eys, 2002; Senecal, Loughead, & Bloom, 2008; Ramzaninezhad & Keshtan, 2009).

Das modalidades coletivas, o voleibol é um dos esportes que mais exigem dinamismo e união do grupo, visto que cada jogador tem uma função diferenciada, a qual, caso não seja realizada eficientemente, pode prejudicar o desempenho final da equipe. Dessa forma, uma análise mais detida dos fatores que influenciam o ambiente de grupo constituído no interior de uma equipe de voleibol e de como as relações interpessoais determinam o desempenho não só individual, mas também coletivo, pode fornecer dados relevantes para a compreensão da importância da coesão de grupo para o sucesso esportivo.

Portanto, este estudo vem a preencher uma lacuna existente na literatura sobre o assunto. Uma extensa pesquisa bibliográfica demonstrou que há trabalhos acerca de equipes de basquetebol (Senecal et al., 2008; Marcos, Miguel, Oliva, & Calvo, 2010), futebol (Westre & Weiss, 1991; Ramzaninezhad & Keshtan, 2009; Ramzaninezhad, Keshtan, Shahamat, & Kordshooli, 2009), futsal (Gomes, Pereira, & Pinheiro, 2008; Nascimento Junior, Souza, & Vieira, 2010; Nascimento Junior, Vieira, Sousa, & Vieira, 2011), futebol americano (Jowett & Chaundy, 2004), hóquei (Williams & Hacker, 1982), polo aquático e rúgbi (Jowett & Chaundy, 2004), porém é muito reduzido o número de pesquisas cujo objeto específico é a coesão de grupo no voleibol, principalmente se considerado o cenário científico nacional.

Os processos relacionados à estruturação e ao rendimento de equipes têm sido motivos de interesse desde a década de 1930. Conforme Carron, Widmeyer e Brawley (1985), as pesquisas a respeito do assunto começaram, em 1935, com Kurt Lewin sob a denominação "dinâmicas de grupo", que abarcavam dois principais processos que envolvem o coletivo: a coesão e a locomoção. A primeira se refere ao desenvolvimento e à permanência no grupo, e a segunda, à busca por objetivos comuns.

Posteriormente, esses termos foram reunidos e deram origem à concepção de coesão de grupo. De acordo com o modelo conceitual de Carron et al. (1985), a coesão de grupo pode ser entendida como um processo dinâmico que tem como objetivo favorecer a união de uma equipe para o alcance de seus objetivos e a satisfação das necessidades afetivas de seus membros (Carron, Hausenblas, & Eys, 2005). Desse modo, a coesão é importante não só para a dimensão coletiva - uma vez que contribui para a autoidentificação do grupo como uma totalidade e constitui um indicador fundamental para o grau de união de uma equipe (Jowett & Chaundy, 2004) - , mas também para a individual, dado que influencia a maneira como cada atleta satisfaz suas necessidades pessoais e busca seus objetivos (Eys, Loughead, Bray, & Carron, 2009).

Nesse modelo, a coesão em equipes esportivas é considerada um processo dinâmico composto por aspectos sociais e da tarefa, além de uma distinção entre o indivíduo e o grupo (Carron et al., 1998; Carron et al., 2002). A coesão social é definida pelo grau de afetividade existente entre os membros de uma equipe, ao passo que a coesão para a tarefa é determinada pelo nível de cooperação entre os membros da equipe a fim de alcançar um objetivo comum.

Os mesmos autores também propuseram que os componentes sociais e de tarefa da equipe podem ser vistos em função da atração individual e das percepções de integração em relação à equipe. No que se refere à atração individual e à integração, Carron et al. (1985) apresentam quatro dimensões. A primeira é chamada de atração individual para o grupo-tarefa e consiste nos sentimentos que o atleta apresenta em relação à equipe e também em seu envolvimento pessoal com as tarefas do grupo, a produtividade, as metas e os objetivos. A segunda é intitulada de atração individual para o grupo-social e abrange o envolvimento pessoal, a interação social com o grupo, além do sentimento de aceitação de cada esportista pelo grupo. A terceira dimensão é a integração no grupo-tarefa e está relacionada à similaridade, isto é, à ideia de que todos os atletas compartilham objetivos semelhantes em torno das tarefas do grupo e que essas metas devem se converter na meta da equipe. A quarta dimensão, a integração grupo-social, está ligada a sentimentos de similaridade e proximidade de toda a equipe em torno da unidade social, ou seja, à importância das relações afetivas construídas entre os membros da equipe fora das competições.

Tendo em vista que todas essas dimensões citadas contribuem para a coesão de uma equipe e que, por sua vez, essa união pode influenciar o desempenho esportivo, o presente estudo teve como objetivo analisar a percepção de coesão dos atletas de voleibol do Estado do Paraná, buscando especificamente identificar os níveis de percepção de coesão para tarefa ou social, correlacionar as dimensões de coesão, além de verificar a influência de uma dimensão na outra.

 

Método

Participantes

Foram convidadas a fazer parte do estudo todas as equipes adultas do gênero masculino e feminino de voleibol classificadas para a fase final dos Jogos Abertos do Paraná 2010, totalizando 240 atletas e representando assim os atletas das equipes de alto rendimento do Estado do Paraná. Dessas equipes, 12, num total de 155 atletas, sendo 60 homens e 95 mulheres com idade média de 22,14±4,55 e tempo de prática de 6,70±3,15 anos, consentiram voluntariamente em participar, por meio da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Instrumento

Para avaliar a percepção de coesão de grupo dos atletas, utilizou-se o Questionário de Ambiente de Grupo (GEQ), adaptado e validado para a língua portuguesa por Costa (2005), com base no questionário desenvolvido originalmente por Carron et al. (1985). O instrumento é composto por 18 itens distribuídos em quatro dimensões (integração no grupo-tarefa, integração no grupo-social, atração individual para o grupo-tarefa e atração individual para o grupo-social), sendo as afirmações respondidas numa escala tipo Likert de nove pontos, que varia de "discordo totalmente" (1) a "concordo totalmente" (9). As pontuações mais altas significam valores mais elevados de coesão em cada uma das dimensões.

A estimativa de consistência interna foi realizada para cada dimensão do Questionário de Ambiente de Grupo em relação aos indivíduos avaliados. Os valores do alfa de Cronbach para todas as dimensões do questionário foram considerados aceitáveis, de acordo com as recomendações de Nunnally (1978), uma vez que o alfa de Cronbach para as dimensões de coesão variou de α = 0,66 a α = 0,75, resultado semelhante aos encontrados em pesquisas anteriores (Li & Harmer, 1996; Senecal et al., 2008).

Procedimentos

A pesquisa está integrada ao projeto institucional sob parecer do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos nº 175/2007. Inicialmente, foi solicitada a autorização do diretor e da comissão técnica das equipes de voleibol. A coleta de dados foi realizada durante a fase final dos Jogos Abertos do Paraná antes dos jogos, de acordo com a disponibilidade das equipes e mediante agendamento com os técnicos. Os dados foram coletados no segundo semestre de 2010.

Análise dos dados

Para a análise da distribuição dos dados, utilizou-se o teste de Kolmogorov-Smirnov. Os dados não apresentaram distribuição normal, assim foram utilizados mediana (Md) e quartis (Q1; Q3) para a caracterização dos resultados. A fim de comparar a coesão para a tarefa e a coesão social, aplicou-se o teste "U" de Mann-Whitney. Para a correlação entre as dimensões de coesão, utilizou-se o coeficiente de correlação de Spearman. Com o intuito de verificar se as dimensões de coesão de grupo se influenciavam mutuamente, um modelo de regressão múltipla foi construído com as variáveis que apresentaram correlação acima de r = 0,40 (p < 0,05). A significância adotada foi p < 0,05.

 

Resultados

Inicialmente, são apresentados, na Tabela 1, os dados descritivos (mediana, Q1, Q3) de cada uma das dimensões de coesão de grupo dos atletas de voleibol.

Verificou-se que os atletas apresentaram resultados satisfatórios nas quatro dimensões da coesão de grupo. Destaca-se que os maiores valores foram observados nas dimensões de atração individual, tanto para a tarefa como para o social. Entretanto, quando comparadas a coesão para tarefa e a coesão social, não houve diferença significativa entre os atletas de voleibol (p > 0,05). Dessa forma, procedeu-se à correlação entre as diferentes dimensões de coesão de grupo (Tabela 2).

Houve correlação positiva e significativa (p < 0,05) entre as dimensões integração no grupo-tarefa e integração grupo-social (r = 0,41), integração no grupo-tarefa e atração individual para o grupo-tarefa (r = 0,41), integração no grupo-tarefa e atração individual para o grupo-social (r = 0,58), integração no grupo-social e atração individual para o grupo-tarefa (r = 0,46) e atração individual para o grupo-tarefa e atração individual para o grupo-social (r = 0,55).

Após a análise da correlação entre as dimensões, foi realizada a regressão sequencial múltipla entre as dimensões que apresentaram correlação moderada (Tabela 3) para verificar a influência da atração individual dos atletas na integração no grupo.

Verificou-se que a atração individual para o grupo-social explicou positivamente a variância nas dimensões integração no grupo-tarefa (31%), integração no grupo-social (20%) e atração individual para o grupo-tarefa (30%). Além disso, identificou-se que a atração individual para o grupo-tarefa (17%) e a integração no grupo-social (17%) explicaram a variância positiva na integração no grupo-tarefa.

 

Discussão

Na análise das dimensões da coesão de grupo (Tabela 1), observou-se que os atletas apresentaram boa percepção de coesão de grupo, destacando-se os valores das dimensões de atração individual para o grupo-tarefa e social. Assim, os jogadores de voleibol demonstraram mais sentimentos individuais em relação ao envolvimento pessoal com as tarefas do grupo, à produtividade e às metas, assim como sentimentos sobre o envolvimento pessoal, a aceitação e a interação social com o grupo. Esse resultado vem ao encontro do estudo de Bray e Whaley (2001) com jogadores de basquete do ensino médio de Virgínia, nos Estados Unidos.

Os níveis satisfatórios de percepção de coesão de grupo para Carron et al. (2002) favorecem o melhor desempenho e a possibilidade de sucesso de uma equipe esportiva. Portanto, é imprescindível desenvolver a coesão de grupo, principalmente em atletas de alto rendimento, uma vez que estão sempre em busca do melhor desempenho. Além da importância para o trabalho coletivo, aperfeiçoar a dinâmica das equipes por meio da coesão pode ter também um papel de relevância individual, dado que pode melhorar o estado psicológico dos jogadores (Prapavessis & Carron, 1996). Segundo as conclusões de Prapavessis e Carron (1996) em um estudo com esportistas de alto rendimento, bons níveis de coesão, principalmente na atração individual para o grupo-tarefa, contribuem para a diminuição da ansiedade pré-competitiva dos atletas.

Nessa perspectiva, Brawley et al. (1993) sugerem que a coesão pode também impactar os fatores que encorajam ou inibem a realização das etapas necessárias para alcançar os objetivos da equipe. Logo, indivíduos e equipes com altos níveis de coesão são mais propensos a cumprir as responsabilidades e a satisfazer as expectativas dos outros (Eys, Hardy, Carron, & Beauchamp, 2003).

Quando se comparou a coesão para a tarefa com a coesão social, notou-se que não houve diferença significativa entre os dois tipos. Ao contrário do que é apontado pela literatura (Carron et al., 2005; Nascimento Junior et al., 2011) como uma característica recorrente em atletas de alto rendimento, no grupo de atletas avaliado pelo presente estudo, a busca pelo melhor desempenho e pelo sucesso esportivo não é o principal foco, sendo também importante a coesão social. Dessa forma, o envolvimento e a aceitação social, além das relações de amizade entre os jogadores, são ações tão importantes quanto alcançar o sucesso. Contudo, esse resultado contradiz os apresentados pela literatura da área (Leitão, 1999; Ramzaninezhad & Keshtan, 2009; Nascimento Junior et al., 2010), segundo os quais atletas de rendimento apresentam maiores níveis de coesão para a tarefa e objetivos da equipe, deixando em segundo plano as relações sociais.

Quando se analisou a correlação das dimensões de coesão de grupo entre os atletas de voleibol (Tabela 2), notou-se que quanto mais os atletas se sentem atraídos individualmente para cumprir as tarefas e se sentem aceitos e envolvidos com o grupo, maior é a integração para a busca dos objetivos coletivos e de um melhor desempenho e melhor a integração social na equipe. Resultados similares foram encontrados no estudo de Nascimento Junior et al. (2010) com atletas de alto rendimento de futsal.

Correlações positivas e significativas (Tabela 2) entre as dimensões da coesão de grupo também foram encontradas no estudo de Bray e Whaley (2001) com atletas escolares de basquete principalmente após o fim da temporada. Como os atletas avaliados pelo presente estudo estavam participando do evento mais importante da temporada depois de meses treinando juntos, pode-se levantar a hipótese de que essas correlações foram significativas em razão da convivência nos treinamentos para o evento.

Por meio da análise de regressão (Tabela 3), observou-se que os sentimentos dos atletas sobre o envolvimento pessoal, a aceitação e a interação social com o grupo influenciam o alcance de metas da equipe (31%), o desenvolvimento da equipe como uma unidade social (21%) e a participação individual dos atletas nas tarefas das equipes (30%), evidenciando que o relacionamento interpessoal de cada atleta com a equipe é um aspecto interveniente na integração da equipe para a tarefa e social, além de favorecer a participação individual de cada jogador nas tarefas (Carron et al., 2005).

Não foram encontrados estudos que analisem o impacto das dimensões de coesão entre si. No entanto, de acordo com Apple (1993), os objetivos de desempenho individual decorrem da coesão de grupo. Esse resultado pode ser relacionado ao presente estudo, uma vez que os objetivos de performance pessoais estão diretamente ligados ao melhor desempenho do grupo. Logo, os atletas podem sentir-se mais atraídos para cumprir as tarefas do grupo, porque assim poderão melhorar o próprio desempenho, sendo isso resultado da alta coesão do grupo.

O estudo de Santos (2004) sobre o impacto da liderança, da coesão e da satisfação dos atletas no rendimento desportivo de atletas de voleibol aponta para o mesmo sentido. O autor verificou que a integração no grupo-tarefa e a atração individual para o grupo-tarefa são elementos fundamentais para a manutenção do desempenho satisfatório de equipes de alto rendimento durante uma temporada.

Os resultados do presente estudo também indicam que a integração no grupo-tarefa (Tabela 3), relacionada ao envolvimento da equipe para o alcance das metas, foi influenciada pela participação individual dos atletas nas tarefas (17%) e pelo relacionamento social da equipe como um todo (17%), evidenciando que a união da equipe para a tarefa é explicada em 17% pelo relacionamento social entre os jogadores e pelo envolvimento pessoal de cada atleta nas tarefas da equipe.

Os resultados demonstraram que os atletas de voleibol do estado do Paraná apresentaram bons níveis de percepção de coesão de grupo, não havendo diferença significativa entre a coesão para a tarefa e a social. Esse achado evidenciou que, embora esse esporte seja fortemente marcado pelo contexto competitivo e pela prioridade conferida à busca por resultados, o relacionamento pessoal (social) entre os atletas também é importante para a conquista de objetivos. Pode-se ressaltar que, nesse contexto esportivo, a atração individual dos atletas para o grupo em torno de metas da equipe e da unidade social foi uma variável preditora na integração do grupo pela busca do desempenho e sucesso.

Contudo, pode-se apontar como primeira limitação do presente estudo a restrição geográfica da amostra, composta apenas por atletas de 12 equipes do estado do Paraná. Não foi possível traçar uma visão geral do assunto dentro do estado paranaense, pois nem todas as equipes aceitaram participar da pesquisa. Também não se pôde realizar uma comparação com outras realidades do cenário nacional, o que certamente permitiria conclusões mais abrangentes em torno da importância da coesão e o delineamento de um perfil das equipes de voleibol no Brasil. Uma segunda limitação pode ser atribuída ao fato de não serem consideradas outras variáveis psicológicas intervenientes na coesão de grupo, contudo o objetivo específico deste estudo foi concentrar-se nas quatro dimensões da coesão de grupo.

Desse modo, faz-se necessária a realização de estudos que envolvam atletas de outros estados do Brasil, compondo um panorama regional e também nacional, além de pesquisas que relacionem a coesão de grupo a outras variáveis (como a liderança, a satisfação dos atletas, a motivação etc.) que podem influenciar o desempenho e o sucesso de equipes esportivas.

 

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Endereço para correspondência:
José Roberto Andrade do Nascimento Junior
Universidade Estadual de Maringá
Departamento de Educação Física
Avenida Colombo, 5790, Jardim Universitário
Maringá - PR - Brasil. CEP: 87020-900
E-mail: junior_jrs001@hotmail.com

Submissão: 25/10/2011
Aceitação: 12/12/2012